segunda-feira, 12 de abril de 2021

Maintenant

 Estou adiando vir aqui há muito, muito tempo. Perdi em grande parte o hábito da escrita. De certa forma, tinha cansado dos meus problemas, dos meus pensamentos. Me parecem os mesmo há anos. E coisas sem solução me cansam.

Mas ainda tenho muita coisa pra ser trabalhada e sei que só escrever pode me ajudar agora. Tenho me afastado de tudo que envolve qualquer nível de abertura. Parei de escrever, de ler, de ver filmes ou séries. Tudo que se assemelhava a abertura à experiências me cansava de longe. Faz mais de um ano que estou só esperando. Não sei exatamente o quê, mas acredito que seja alguma volta a normalidade, alguma volta de esperança de poder agir e correr atrás do que quero.

As principais questões que vivo no momento eu não quero falar aqui. Ainda são muito duras de encarar. Mas estou aqui, mesmo que a contragosto.

Ontem fiquei muito triste pensando novamente que tenho muito pouco no momento, na verdade, só tenho meus conhecimentos e esperanças. E às vezes fico tão fraca que acho que não vou conseguir fazer mais nada.

Sinto falta de quase tudo que fui há três anos atrás. Sinto falta de me interessar sem medo, de me encantar com o que não conheço e ter coragem de buscar entender. Hoje meu medo me coloca numa posição estagnada. Não me sinto confortável nem onde estou nem onde posso ir.

Não sei exatamente o que deu errado, e não sei se quero saber. Escrevendo aqui agora, fico triste em ver que estou tão cansada quanto há um ano e meio atrás, quando eu estava no pior lugar pra mim.

Mas se algo aconteceu de bom nos últimos tempos é que eu consegui tomar uma decisão grande, ainda que pareça um passo atrás. Fiz buscando sair do insuportável, mas sem saber aonde ir. Acho ruim que eu sempre dixe as coisas chegarem numa situação limite de insuportável para conseguir sair delas. No geral só suporto e suporto. Pensando sobre isso, acho que é o que a minha história de vida me ensinou e também o que aprendi da minha mãe. Suportar e se manter em situações horríveis. Parece estranho, mas muitas vezes buscar o melhor pra si mesmo é muito difícil. Envolve autoestima, amor próprio e esperança, e eu não acredito que tenha nada disso neste momento. Ou que tenha tido em qualquer momento da minha vida.

Estou assim no momento. Sigo tomando meus remédios, e só. Não acredito que consiga fazer mais que isso no momento.


Dill, xx.

terça-feira, 2 de março de 2021

off

 Faz muuuito tempo que não passo aqui.

Nunca estive tão cansada dos meus sentimentos. De estar no mesmo lugar. De sentir as mesmas coisas.

Dei alguns passos importantes nos útimos tempos, mas que ainda não deram frutos. Ainda não sei aonde estou nem o que estou fazendo.

Estou passando por várias coisas mas não aguento falar de nenhuma delas. Porque todas elas ficam ecoando na minha cabeça o dia inteiro. É tudo o que eu ouço.

Queria falar algo melhor aqui, mas é isso. Estou mais forte mesmo assim. Buscando ser fiel à mim. Acho que com o tempo as coisas vão se ajeitar e doer menos.


segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Obstacle

"But it's different now that I'm poor and aging

and I'll never see this place again"

Eu me sinto mal praticamente o tempo todo quando estou sozinha. Por isso passo todo o tempo que posso com a minha família, e a rotina de isolamento tem sido boa pra mim por permitir que eu fique perto delas. Eu fico vendo tv com a minha mãe o dia todo, e os dias são quentes e confortáveis. Eu faço carinho nas gatas e cuido da casa, e faço comida quando quero. Apesar de nos dias ruins eu não querer me mexer, tenho que fazer alguma coisa, porque estar em casa também significa estar sob regras de outras pessoas. Mas no geral estou me sentindo com sorte por ter escapado daquela rotina massante por um tempo.

Agora estou meio travada pra qualquer coisa que envolva produtividade. Não quero fazer nada. Não leio, não vejo séries nem meus filmes sozinha. Fico atrás da minha família, procurando companhia. Acho que estou querendo aproveitar todo o tempo que tiver aqui. 

Estou tentando ser menos má, e aceitar algumas coisas. Mas continuo querendo esquecer tudo, fugindo mentalmente.

Não sei se estou feliz, mas tenho sorte. Estou bem, mas por saber que esse período de calma tem prazo de validade, não consigo relaxar muito. Sinto que estou esperando me chamarem pra guerra. Faço o que consigo, e é bem pouco, mas está tudo bem.


Dill, xx.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Days

Eu não tenho mais muita noção dos meus dias, mas vivendo um de cada vez, no geral as coisas estão mais ou menos. Tenho poucos dias bons, e quase todos passo muito nervosa. Continuo tomando a medicação numa frequência bem maior que antigamente, mas penso que é o necessário agora.
Quase todo dia passo por algum episódio de agonia, com uma dor no peito muito profunda e ruim, e não sei exatamente solucionar isso. Só me dou tempo e espero passar. As coisas só ficam mal mesmo quando começo a pensar no futuro e nas minhas condições de enfrentá-lo.
Nesse semestre já pensei várias vezes em parar a faculdade, em fazer outro enem, e de vez em quando até em me internar em algum lugar, coisas que trazem aquela fantasia de melhora pelo afastamento dos problemas, mas que eu seu muito bem serem apenas fantasias. Não vai ter jeito fácil de terminar a minha faculdade, e eu só posso encarar e encarar.
Apesar disso tudo, não tenho muito do que reclamar porque tenho um ambiente estável e seguro (na maior parte do tempo), e sei que muitas pessoas estão tendo preocupações muito piores.
Estou novamente com alguns problemas financeiros mas não tão ruins quanto antes.
Sinto falta de ler mais e assistir mais filmes.

Vou seguindo aqui, tentando aprender mais e me conectar com o que amo.
Ainda tenho esperança.

Dill, xx.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

En attendant

Aconteceram muitas, muitas coisas mas vou deixar todas pra lá. Eu só queria falar da longa e dolorosa espera que estou passando nas últimas semanas (drama). Haha, e que eu passei por alguns momentos tensos, por pura loucura minha, na decisão ou não de comprar uma camisa xadrez (sim, mais uma. YOLO). Sei que o estado de nervos que fiquei pra isso foi muito além do normal, inclusive estou aprendendo muito sobre mim mesma neste período de reclusão obrigada. Mas foi nesse estado que resolvi comprar a camisa, e fiz isso. Mas depois de uma semana de nenhuma notícia de envio, percebi também que não tinha visto as medidas, e que tinha pedido o tamanho errado. Aí, comecei a ficar nervosa com o tempo de troca. E nervoso atrás de nervoso, eu já estava cansada e doida e percebendo como estava me desgastando por isso. Aí comprei a do tamanho certo pretendendo devolver a outra, e agora faz dois dias que não tenho notícias das duas compras. A loja simplesmente me odeia, foi o que concluí.

Sem nada pra fazer além de esperar e me lamentar, vim aqui desabafar e colocar fotos da dita cuja, que já vai nascer turbulenta.


Pelo menos a bicha realmente é linda. Enfim, vou definhando nessa espera até sabe-se lá quando. E ainda vou ter q recusar uma e pedir o reembolso, outro processo chato. Mas espero resolver tudo e depois só ser feliz com minha filha grunge.
E espero que ela vista bem porque tudo isso e depois ainda não gostar ia ser foda kkkkkkk.

Dill, xx.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

jackies

Hoje venho com um motivo menos sério, mais entediado. Só queria falar dos meus últimos desejos de moda. Basicamente jaquetas. Falar de jaquetas pra mim é maravilhoso, essa peça de roupa que me cobre, me faz sentir protegida e forte. Nos últimos tempos, fiquei obcecada com o modelo bomber, porque era o meu sonho há bastante tempo ter uma preta e nesse mês eu finalmente consegui. As primeiras fotos aqui são de uma bem parecida com a que comprei. O resto é inspiração 💜.





Estou simples, vejam. Querendo pouca coisa, hah.

C'est tout.

Dill, xx.

terça-feira, 14 de abril de 2020

It's a new dawn

"Birds flying high, you know how I feel
Sun in the sky, you know how I feel
Breeze driftin' on by, you know how I feel

It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good

Fish in the sea, you know how I feel
River running free, you know how I feel
Blossom on the tree, you know how I feel

It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good

Dragonfly out in the Sun
You know what I mean, don't you know
Butterflies all havin' fun, you know what I mean
Sleep in peace when day is done
That's what I mean

And this old world
Is a new world
And a bold world
For me

Stars when you shine you know how I feel
Scent of the pine you know how I feel
Oh, freedom is mine
And I know how I feel


It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me

Oh, I'm feeling good"


Quis colocar essa letra da Nina Simone aqui por muitos motivos. Admiro essa mulher com muita força, por tudo que ela fez e representa. Ouço a música dela quase chorando, porque conheço o contexto tão complicado em que ela viveu e criou, e fico inundada por tudo que ela transmite. O grito por liberdade em tudo que ela fez, sem esconder a dor, a revolta, o choque em lidar com um mundo de horror em que se exigia dela beleza. Como criar em um mundo de horror? Como não criar?

Vivemos pela arte e pela abstração, uns mais que os outros, e eu estou no time dos mais. Se respiro e falo, e canto e escrevo é porque acredito que existe uma maneira de se escapar do horror diário, dos absurdos tão tolerados por nossos colegas de vida. Viver dignamente no meio da indignidade. Uma missão, quase. Um sonho. E o absurdo de sonhar com isso me parece ao mesmo tempo, imprescindível. Como viver sem isso?

Escrevo isso com medo do mundo de agora, e dos tempos que vivemos. O amanhã é um mistério pra todos, mais do que nunca. As pequenas certezas do dia a dia, enfadonhas, monótonas, se foram em grande parte, e ficamos com os vazios, as partes que nos eram queridas por serem raras e valiosas. Agora que não são raras, fica algo de confusão e uma ansiedade por algo que deveria vir em seguida. A segunda-feira, o início do semestre, os começos que aprendemos a ter como aquilo que nos trariam conquistas e merecimento e satisfação, desapareceram. Ficamos nós.

E esse nós agora, para mim, é tão, tão confuso. Não estou realmente procurando respostas, mas o questionamento já me alivia. Estou longe de clarear a cabeça, mas devo começar.

Agradeço muito as condições de vida que me permitem ter essa clareza e os meios para pensar e me questionar.

Sejamos livres. Sejamos fortes.

Dill, xx.