quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Heavy metal heart

Hoje é quinta-feira e estou na segunda semana de aula de mais um semestre na faculdade. Dessa vez não estou sentindo os primeiros dias, como senti bem forte nos outros semestres. Agora, parece que passou um feriado e não as férias. Não senti nervosismo pra rever meus "colegas de classe".
Como de costume, já estou com bastante coisa pra fazer, mas senti que esse semestre "demorou a começar" porque muitas aulas não tiveram na primeira semana. De qualquer forma, agora já estou no ritmo de desespero, hah.

Hoje foi um dia um pouco mais difícil que os outros. Tive duas aulas difíceis, uma da qual eu tenho medo e outra que eu simplesmente não gosto, e pra piorar, as duas têm o mesmo professor. Ele me usou de exemplo em uma atividade na sala que em si já era inútil, e fiquei com mais raiva dele ainda. Depois disso não consegui prestar atenção em mais nada da aula. Saí, demorei pra voltar e quando voltei fiz questão de não prestar atenção. Agora tenho matéria pra passar a limpo.

Tenho descarregado minhas emoções na comida também, como sempre, e tenho desregulado quase totalmente da minha dieta. Estou comendo várias coisas que não devo sem ligar muito. Whatever.

Estou com saudade de casa, e ao mesmo tempo, com medo de passar muito tempo lá. A verdade é que eu sou um demônio e demônios têm que se manter ocupados pra não fazer besteira. Por isso adoro minha rotina da faculdade, sofrida como ela é. Melhor isso do que parar e ter a cabeça cheia de besteira.
Estou um pouco nervosa com os próximos feriados, inclusive. Que eu melhore em manejar meu tempo livre e meu espírito maligno.

Estive bem desanimada com a minha fotografia ultimamente, mas acho que nos últimos dias isso tem voltado. Talvez. Estou meio amarga ainda com tudo que aconteceu nas férias, e ainda me sinto bem confusa. Não sei definir como estou ou onde estou (em que fase das coisas, que altura da vida).
Só estou bem confusa mesmo. Espero que as coisas mudem de sabor.

Pra finalizar, vou deixar uma música da Sky Ferreira que me define e anima meu coração faminto:



 Adio,
Dill, xx.




terça-feira, 15 de agosto de 2017

Picky

Sky 💙

Estou tendo uma dificuldade inédita em minha vida pra escolher coisas. Acho que sempre fui mais ou menos decidida, principalmente pra escolher coisas como roupas, coisas visuais assim. Mas estou passando por uns erros estranhos.
Há um tempo, comprei um óculos novo, e agora acho que fiz isso rápido demais, e sem necessidade. Foi aquilo de sempre: na hora de escolher o óculos, eu não conseguia ver nada que não gostasse nele, mas assim que ficou pronto e eu coloquei ele no rosto, veio aquele choque. Parecia não ter nada a ver comigo, pesado no meu rosto. Mesmo assim passei o dia, e estou passando os dias com ele, e meus sentimentos estão muito voláteis: tem horas que chego a achar ele lindo, e tem horas que me dá tanta raiva que quero guardar ele e esperar até eu poder comprar outro (uns dois anos). Estou usando ele, e vou levar ele pra faculdade, mas não sei se vou usar todo dia (ou algum dia) por lá.

Ontem aconteceu uma coisa parecida. Eu estava querendo uma jaqueta ou um cardigan há um tempo porque olhando meu armário, eu estava sentindo falta de alguma coisa mais leve e que fosse menos, bom, velha. Minhas roupas estão ficando super gastas por causa da faculdade e tudo o que eu olho no meu armário me parece velho. Tanto que esses dias eu fiquei muito estressada, saí e acabei comprando umas blusas novas, apesar do meu estado financeiro claramente reprovar isso. Foi um dos poucos dias bons que tive nas últimas semanas. Bom, aí ontem fui re-ver uma jaqueta que eu já estava de olho há um tempo. Ela estava em promoção por 90 reias, é de um bege claro, cheia de patches que dizem coisas legais, e gostei muito dela em mim, caiu bem. Não tinha levado no dia que vi ela porque não estava muito forte pra fazer dívidas. Mas ontem acabei voltando na loja e comprei a jaqueta. Agora, em casa, ela está me parecendo estranha. Acho que as patches não estão me agradando tanto mais, acho que queria uma coisa mais lisa. A verdade é que se eu pudesse compraria uma na forever com suas jaquetas de 190, mas foi justamente o fato de esta estar em promoção que me empurrou pra ela, eu acho. Não sei o que pensar.
Tinha amado ela na loja, e agora estou querendo trocar. Odeio sentir isso de novo, pouco tempo depois do "arrependimento do óculos". Acho que estou me sentindo um pouco perdida. Talvez eu devesse parar e descansar um pouco, mas estou inquieta.

Ontem fui finalmente no psiquiatra de novo, depois de várias crises de choro e dias sem ter vontade de fazer nada. Estou de volta com os remédios, mas a situação financeira daqui de casa me faz me sentir culpada por esses remédios todos. Estou com problemas de estômago também, tendo que comprar fibras, antiácidos, probióticos, e ainda três remédios psiquiátricos. Odeio gastar o dinheiro da minha família assim, e minha mãe também não esconde que ela não quer gastar com isso. Esse mês a gente acabou discutindo e eu me ofendi muito quando ela disse que "fica comprando um monte de remédio" e que não adianta nada porque eu não me alimento direito. Isso porque eu ainda não tinha almoçado e estava tomando um café.

Bom, nem vou entrar muito nas questões emocionais, estou cansada delas, cansada das pessoas perguntando se está tudo bem, o que eu tenho, etc. Tenho que engolir isso tudo e viver incomodando menos. Só não sei como incomodar menos a mim mesma.

Dill, xx

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

HighsandLows (all the time)


Estou tendo dificuldades em parar pra escrever, e com meu humor mudando a cada meia hora, também nunca consigo prever que tipo de post vai sair. Bom, estou aqui, relativamente bem.
Estou tendo muitos problemas com meu humor, piorando agora no fim das férias. Eu acordo de um jeito e antes de almoçar, já mudei de humor (quando digo humor talvez pareça uma coisa simples ou boba, mas pra mim é como mudar a visão de vida: uma hora eu acho que estou bem, e que melhorei, vou conseguir fazer as coisas; três horas depois tenho certeza que nunca vou melhorar e vejo até as coisas que já passaram na minha vida pela pior ótica possível, que na hora me parece a real.
Isso acontece todo dia o dia inteiro. Antes das 23h eu não acredito em mais nada. A noite é a pior hora pra mim, essa semana, várias vezes quando estava me preparando pra dormir me bateu uma agonia muito grande e sem explicação, e eu começo a chorar desesperadamente. A única coisa que me faz parar de chorar é o Clonazepam, que me acalma. Só tenho conseguido dormir com ele.

Também estou achando estranho que agora, quando fico assim muito deprimida, perco o sono completamente. Esses dias fui até as 4 da manhã acordada e não teria dormido se não tivesse tomado o remédio nessa hora. Bom, claramente meus problemas voltaram e estou querendo voltar com a medicação. Hoje fui no médico com esse objetivo, mas não consegui. Agora estou procurando um psiquiatra barato por aqui.

O que me entristece nisso é o tempo que eu perco ficando triste, me isolando, me odiando, sendo agressiva com as pessoas injustamente, sendo desagradável. Isso tudo não volta, não tenho como recuperar.
De qualquer forma, até agora estou tendo um dia bom.

Saí na rua, e as coisas deram bastante errado no início. Acordei muito cedo pra uma consulta que não consegui, saí de lá, me perdi da minha irmã e fiquei mais de uma hora esperando ela pra depois descobrir que ela tinha ido embora. Fiquei muito irritada com isso, e nesses meus tempos de fraqueza emocional, tive vontade de chorar. Me segurei muito pra não chorar na rua, e consegui. Depois fiquei irritada aí liguei o foda-se e fui comprar roupas. Faz um tempo que estou achando as minhas roupas muito ruins, toda vez que saio me sinto mal vestida. Aí comprei praticamente tudo o que eu queria, com um certo equilíbrio. Me segurei pra não comprar nada muito caro (deus sabe que jaquetas são meu fraco nessa vida) e acabei o dia sabendo que estava ferrada, mas ainda estou levemente feliz. Mas sei que esse não vai ser o clima no final do mês...

Agora há pouco liguei pra ótica e soube que meu óculos novo está pronto. Apesar de estar com um pouco de medo, estou feliz e acho que vou buscar ele ainda essa semana. Aish, espero não ter cagado nada.

Eu espero realmente que as coisas melhorem a partir de agora. Apesar de saber que a parte química é muito mais que a metade do problema, sei agora que consigo me ajudar nisso, me esforçar pra não sair da linha o tempo todo, pra não estar sempre num caos.

Dill, xx.



quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Stop crying you heart out

Os últimos dois ou três dias foram bem difíceis. Se minhas férias começaram com uma vontade de aproveitar tudo ao máximo, sair bastante e ver o máximo de coisas possíveis, agora estou numa fase de recolhimento, onde eu só quero ficar tranquila.

Hoje acordei muito triste, por isso passei quase o dia todo dormindo (a base de remédio, claro) e chorando. Ainda assim, fiz bastante comida e acabei comendo bastante, o que depois me fez mal, e acabei ficando mais triste. Depois de chorar bastante e ver que não ia conseguir fazer mais que isso, voltei pro meu quarto (que eu não arrumo a cama há dois dias porque não saio dela) e resolvi assistir alguma coisa pra me distrair. Assisti Match Point e gostei muito. Eu devia assistir mais filmes.
Eu adoro o clonazepam principalmente porque em 90% das vezes ele me faz parar de chorar, mesmo que seja um choro de desespero. É o que me faz conseguir parar de chorar e dormir, desacelerar, além de parar os pensamentos também. Continua sendo difícil ficar sem o antidepressivo, mas também continuo achando que vale a pena tentar ficar assim por mais tempo. Seu eu conseguir manter uma rotina boa na faculdade sem ele, acho que fica tudo bem só com o clonazepam.

Nos últimos dias também acho que passei por uma transformação, ou uma contra-reforma, hah. Acho que tinha falado aqui que depois do assalto, eu, pra minha surpresa, mudei muito. Além de quase voltar pra síndrome do pânico, eu estava o tempo inteiro muito irritada com tudo. Tudo mesmo, com as pessoas, com o jeito como as coisas funcionam, com a sociedade em geral e o jeito que ela é. Engraçado, só de escrever isso já quase começo a chorar. É que tudo isso estava me magoando muito, o jeito como as pessoas se tratam e como ninguém está seguro hora alguma. Isso se tornou muito claro pra mim depois do assalto. Não existe, pra mim, nada, nenhuma lei que impeça coisas ruins ou péssimas, trágicas, de acontecerem comigo, com amigos meus ou com minha família. Estar vivo é estar vulnerável, isso é claro pra mim agora. E quando percebi isso, entrei em pânico. A ideia de que tudo pode acontecer a qualquer momento não é só assustadora, é exaustiva também. Computar 200.000 possibilidades pra uma ação só é muita coisa; eu estava entrando num estado de vigilância pessimista que eu conheço muito bem do meu ensino médio. E eu prefiro uma coisa ruim que seja pelo menos uma novidade do que essa tristeza que eu desgastei e que me desgastou.
Bom, passei um bom tempo assim, falando em sair do país o tempo todo, até pensando em como eu poderia fazer isso agora, andando na rua literalmente magoada com todo mundo a ponto de chorar na rua.
Sou assim desde pequena: apesar de passar uma imagem agressiva e mesmo falar sobre agressividade como modo de vida, etc, eu nunca entendi a violência. Pra mim é completamente ilógico machucar qualquer coisa viva de propósito. Isso sempre me parece absurdo, não importa quantas vezes eu veja ou ouça falar sobre isso. E quando a coisa chega mais perto, apesar de eu sempre falar ferozmente em vingança e reações violentas de resposta, eu sempre paraliso. Eu fico atônita e confusa, porque no fundo, não tenho como entender esse tipo de coisa. Por que machucar alguém quando você sabe que esse vai ser o resultado?

Depois de muito tempo sendo um poço de pessimismo, e de sessões constantes de choro e medo, eu meio que acordei. Lembrei que existem outras coisas fora disso. A sociedade não faz só violência; também faz arte. Eu gostava de escrever "Art will save me" antes mesmo de entender o significado disso. Não sei ainda se entendo, mas acordei pra ver que o ser humano é capaz de fazer uma conexão desinteressada com a natureza e com seus semelhantes, de fazer coisas que não tem outro objetivo se não admirar, engrandecer as coisas naturais. Lembrei da música, dos museus, da fotografia, da leitura.
Ontem eu vi um documentário que me despertou muito isso; era sobre a vida de Botso Korishelli. O jeito que ele levava a vida me tocou muito e eu chorei várias vezes ao longo do documentário. Porque a conexão que ele tinha com as coisas é o que me fazia falta. Ver o jeito que ele vivia me deu um ar, como se eu fosse tirada de um poço. Depois disso, eu decidi que não quero mais ser tão violenta quanto antes. Entendo minha agressividade; ela veio em resposta a muitas coisas que aconteceram e eu achava que precisava dela pra sobreviver. Mas, ironicamente, acho que isso também estava me mantando. Sei que dizem muito isso e poucas pessoas acreditam, mas eu realmente sinto que quando sou violenta, a pessoas a quem eu mais machuco sou eu mesma. Porque eu sou o mais contrário disso. Não entendo a violência, pra mim ela só é aceitável artisticamente.

Agora estou com esse novo norte, o de tentar deixar minha agressividade ou seja, minha insegurança. Não quero mais ter que ameaçar pra me sentir segura.


Dill, xx