sábado, 19 de outubro de 2019

TooAfraid


Tenho evitado pensar nas coisas, como sempre. Me acostumei com isso, com essa forma de fugir das coisas, e isso não é muito bom. Porque a verdade é que as coisas continuam lá.
Estou passando um tempo em casa, e por isso, sofrendo menos, mas mais uma vez o fim do ano vem chegando e eu estou cansada e com medo de não aguentar as coisas.
O medo da fase de estágio está voltando e eu fico pensando no pior.
Quando começo a ficar com medo assim, só quero me enrolar e ficar quieta. Tenho medo dessa infantilidade, da minha fragilidade que sempre volta com muita força. Às vezes preciso de apoio até pra respirar, preciso saber que tem alguém ali.
Continuo sem saber construir, perdida em relação ao que tenho que fazer ou ser.

Eu não sei como, mas aparentemente estou acumulando mais medo ao longo da vida quando sempre achei que aconteceria o contrário. Sempre tive muitos sonhos, e sonhos grandes, e eles têm diminuído e se tornado objetivos simples como sobreviver e ter algum conforto. Manter a família perto.

A verdade é que ainda não me recuperei do baque enorme do ano passado. Perdi muita coisa, e foi tudo muito pesado. Às vezes esqueço disso e tenho pressa, quero estar bem, produtiva. Mas hoje tenho condição de fazer menos, ainda que eu sinta que preciso me arriscar mais.
Estou cansada de sentir tanto medo. Mas sigo, mesmo sem saber pra onde.

Dill, xx.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Update (hopeful)

Ontem tive um dia muito bom, o melhor em algum tempo. Tenho estado menos nervosa eu acho, tentando dar lugar às coisas e encarar as realidades que eu posso suportar. Percebo que estou sempre tentando me aproximar de coisas que no fundo eu acredito que são impossíveis pra mim, o que acaba só gerando experiências de incapacidade. Nos últimos meses, tenho tentado me conformar com os cantos e com o anonimato, me arriscando menos talvez. Não sei se isso é bom, mas acho que só estou procurando formas seguras de viver.
Hoje estou com bastante sono, e tenho estado assim, meio bocejante, mas o que tem me incomodado é a dificuldade de dormir e relaxar de noite.
Não consigo deitar relaxada, e olha que estou evitando o café exagerado nos últimos dias. Espero que isso passe.

Ontem fui na casa de uma amiga que estava um pouco mal e acabamos nos divertindo muito. Fico ainda com a impressão de ter incomodado, de ter sido invasiva, mas tento me conformar com a impossibilidade de se saber o que se passa no outro. Tenho de modo geral tentado demonstrar mais o carinho que sinto pelas pessoas, o que me dá menos trabalho que me aproximar de desconhecidos.
Enfim, hoje vou pra casa e espero estar menos cansada. Meus fins de semana em casa têm sido muito corridos, muito mesmo, e quando eu pisco estou de volta à outra cidade. Mas sempre vale a pena, apesar de eu ter algumas oscilações de humor no meio do caminho. Em casa, tudo é mais tranquilo eu acho.
Tenho umas coisas pra ir buscar lá, mais uma camisa xadrez que comprei e um caderninho que vou usar como diário de terapia. Eu acho pela primeira vez que exagerei na compra de camisas xadrez, apesar de saber que vou usar todas até rasgarem. Esse mês comprei uma cinza e uma vermelha, e mês passado comprei uma preta e branca. Todas perfeitas e úteis, mas acho que agora tenho que dar um tempo disso.
Estou louca pra umas gargantilhas chegarem, que comprei num site estrangeiro. Eu amo demais investir na minha estética punk rock.

Enfim, acho que é o primeiro post com alguma coerência que eu faço, e isso é bom. Espero conseguir voltar aos poucos. Tenho tantas coisas que gostaria de fazer em breve, que preciso me organizar e seguir em frente.
Com coragem e paciência, sempre.

Dill, xx.