Love issues, heart issues.
Estou passando um final de semana na república depois de dois seguidos voltando pra casa. Apesar de amar ir pra casa, claro, viajar todo fim de semana me cansa muito, então estou tomando um descanso muito bem-vindo.
Hoje acordei com um tempo chuvoso, sem sol, e surpreendentemente fresco, e pude ficar sozinha no quarto pensando confortavelmente nos últimos tempos.
Sinto que cresci muito nos últimos dois anos de faculdade, mais do que achei que cresceria na minha vida. Porque eu sempre tive uma expectativa de vida muito baixa pra mim. Não que eu achasse exatamente que iria morrer cedo, mas sempre me pareceu natural não esperar que eu fosse viver muito tempo, nunca consegui me ver pra além dos 20 anos. E agora que passei dos 20, não consigo me imaginar nos 30. Parece que só consigo trabalhar com uma extensão de 5 anos no máximo, hah.
Com isso, ao mesmo tempo que fico muito feliz me surpreendendo com o quanto eu fiz com o que eu tinha, que de início era bem ruim, agora sinto que estou num momento um pouco estagnado, encontrando coisas que são barreiras maiores que as anteriores.
Porque acho que meus problemas anteriores na vida partiam das pessoas, das coisas. Eu não me sentia aceita, me sentia odiada, não me sentia amada, etc. As pessoas eram más comigo e eu "simplesmente" reagia a isso com todos os sintomas que preencheram e preenchem a minha vida. Já agora, sinto que passei um pouco disso. Não que eu tenha me tornado uma extrovertida que confia nas pessoas, se sente amada, etc. Acho que consigo ver que sou diferente da maioria das pessoas porque tive uma vida diferente, e nasci diferente. Ainda me sinto rancorosa com esse fato, não é como se eu fosse feliz e realizada sendo estranha. Mas acho que consigo conversar com essa estranheza e me confortar dentro dela.
Com isso, sinto como se eu passasse de uma fase que dá abertura pra outras, e aí surgem novos problemas. Diferente de antes, sinto agora que as principais questões que estão me perturbando vem de mim mesma. Sinto que não consigo me aproximar das pessoas, não consigo confiar. E não é como outras coisas como sair, ir em festas, coisas que eu não quero. Eu quero confiar, saber me abrir mais. Porque eu sei que sou arisca e arredia, sou difícil de lidar em quase todos os aspectos. Se eu me assusto (o que é frequente), qualquer possibilidade de contato é reduzida a quase zero, me fecho completamente. Sinto isso acontecer todos os dias. E acho que é esse ponto que me entristece: vejo que continuo com medo das pessoas, ainda sou assustada, machucada. As coisas ainda doem em mim e muitas vezes tenho medo que mesmo que aconteçam mil coisas boas comigo, essas coisas ruins continuem a me machucar e me impedir de me abrir e crescer emocionalmente.
Porque acredito em crescimento emocional, e detesto o sentimento muito recorrente de que sou infantil nesse sentido. Me sinto imatura perto das outras pessoas que parecem lidar tão bem com o que sentem e encontrar conexão com os outros também de forma fácil.
Muitas coisas são difíceis pra mim há muito tempo, e isso tem me cansado. Fico triste quando não vejo o que fazer, que é esse caso. Me sinto desconfortável e triste de estar como estou, mas ao mesmo tempo o pavor que sinto de me abrir com outras pessoas, de me expor emocionalmente acaba me fazendo ficar presa no meio dessas duas coisas.
Não escrevi esse post pra encontrar uma solução, porque sei que não sou eu e meu teclado que vamos resolver isso. Mas eu preciso colocar em palavras que preciso trabalhar minha confiança em mim e nos outros. Acho que só esforço e coragem podem me tirar de onde estou. E não sei se tenho isso.
E às vezes, fazendo as contas, penso que o custo-benefício disso tudo é muito baixo pra mim.
À bientôt,
Dill, xx.
P.S.: Vou colocar uma música que eu estava ouvindo por acaso enquanto escrevia esse post, e acho que ela tem muito a ver com tentar confiar nos outros.
"I'm looking for a place
I'm searching for a face
Is anybody here I know?
Cause nothing's going right
And everything is a mess
And no one likes to be alone
Isn't anyone trying to find me?
Won't somebody come take me home?
It's a damn cold night
Trying to figure out this life
Won't you take me by the hand, take me somewhere new?
I don't know who you are
But I... I'm with you
I'm with you
Why is everything so confusing?
Maybe I'm just out of my mind."
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