Eu compro aquela roupa, mas isso não cura a minha dor.
Me parece que neste mundo, vivemos em busca de algo que ninguém nunca encontrou. Não consigo imaginar quem mostrou a felicidade aos seres humanos, mas de qualquer forma deve ter sido algo muito forte, pois nos deixou loucos até hoje. Nós trabalhamos, comemos ou deixamos de comer para sermos felizes. Temos de ser, temos de ter, temos de fazer. E esquecemos de nos perguntar: por quê tudo isso?
Por quê ser triste é tão feio? Por quê não podemos fracassar às vezes, dizer coisas estúpidas, agir como idiotas? Somos idiotas!
Por quê temos sempre que sorrir, por quê temos sempre que estar bem? Seguimos um modelo completamente imaginário de felicidade, onde os únicos imperfeitos que vemos somos nós mesmos. Por quê não falamos de nossos defeitos, escancaramos nossos erros, falamos a verdade? Onde está a verdade nisso tudo? Onde está o amor?
Sim, o amor. Talvez a única coisa realmente boa que a humanidade tem, a expressão mais próxima da felicidade, da qual experimentamos apenas alguns lapsos ao longo da vida. Sensações, momentos onde nos conectamos com a nossa verdadeira origem e essência. Talvez seja essa nossa verdadeira busca. Estamos atrás do amor.
Assim, andamos desesperados durante todos esses anos, buscando reproduzi-lo de qualquer forma, em qualquer lugar ou coisa. Porém, nossos espíritos, violentos e ignorantes, incapazes de compreender algo sublime e puro como o amor, criaram uma violenta sede de coisas que julgamos ser ou representar a felicidade: sucesso, imagem, poder. Nos desviamos de nossa origem, buscando o amor na Terra, quando ele está no céu.
E após tantos séculos, chegam os tempos onde conseguiremos levantar nossos olhos, e pela primeira vez conseguiremos entender: o amor só vem do amor. Espíritos realmente felizes não buscam o amor, pois o tem dentro de si. Entendem que o que veem por fora é uma extensão do que trazem por dentro, por isso não são loucos ou desesperados, e a calma é apenas uma consequência de sua fé no Todo.
E isso é o verdadeiro amor. Aí mora a felicidade.
De: Bucaneira T.
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