quarta-feira, 20 de junho de 2012

Nothing ahead, nothing behind.

Hoola!  Hoje estou meio triste... normal pra mim. Parece que de tempos em tempos me bate uma coisa, sabe. A saudade aperta do nada, muito chato isso. Mas como dizem, quem é vivo sempre aparece, né. Fazer o quê. O "engraçado" é que eu sempre fico triste pelo mesmo motivo. Por mais que o tempo passe, não muda nada. Tudo bem, acho que já consigo lidar melhor com tudo, mas eu ainda me pego pensando em como seria bom se eu pudesse voltar no tempo, e ficar por lá mesmo. Mas logo eu percebo que não adiantaria nada, e que na verdade, não é isso que eu quero. Agora, quando eu penso em como era a minha vida há três ou quatro anos atrás, eu percebo que na verdade, era tudo uma enorme mentira. Uma mentira boa, mas era mentira. Minha família parecia normal. Parecia que eu era mentalmente saudável. Parecia que eu era feliz. Mas era tudo falso. Literalmente. Não dá pra sair falando qualquer coisa em um blog, mas o que eu posso contar é que em 2010 minha vida sofreu uma graande reviravolta. Mas foi uma reviravolta pra baixo. Sério, foi tipo beem desesperador. De repende minha família desmoronou, sabe? Ficar dentro de casa era um inferno, e nesse mesmo ano, eu também saí do colégio que eu mais gostei na vida e fui para o que eu mais odiava no mundo. Então era um inferno ficar em casa, e quase pior na escola.
Eu não queria ficar em lugar nenhum, e toda segunda-feira (quando eu ficava pior) eu pensava em pegar um ônibus pra outro lugar, qualquer um, contanto que eu não conhecesse. Eu me lembro da sensação de ficar no colégio. Era horrível. Eu tremia desde antes de entrar lá. A hora do recreio, então, parecia o caminho pro abatedouro. Todo recreio era a mesma coisa: eu ficava muuuito nervosa, gelada e rígida, com medo da turma do terceiro ano. Eles eram um idiotas que ficavam zoando todos que pareciam vulneráveis quando não tinham mais sobre o que conversar. Eles só mexeram comigo uma vez, mas depois disso, eu quase entrava em pânico todo recreio. Só conseguia ficar pensando se eles estavam olhando pra mim, se eles tinham me visto, e se passava alguém do meu lado eu achava que era um deles e quase congelava de medo. Não tinha amigos lá, e andar sozinha (hoje eu vejo) foi a coisa mais burra que já fiz.  Imbecis como aqueles, covardes, adoram pessoas como eu, sozinhas. Eu tento não sentir raiva de pessoas do meu passado, mas sinceramente, deles eu não sei quando vou poder dizer que esqueci ou me recuperei.

Mas voltando aos tempos atuais, eu fico pensando que não valeria a pena voltar de qualquer forma. Prefiro a minha tristeza real que uma falsa felicidade. Agora que eu vejo como eram ridículas aquelas cenas de família feliz, de pai amoroso e de casal feliz que meus pais faziam, eu penso que nunca voltaria prara aquele tempo, ou sequer reviveria tudo aquilo. Como era tudo falso, eu não teria para o quê voltar. As coisas simplesmente mudaram, ou melhor, nunca foram. Eu mesma mudei. O que eu quero não existe mais,nem nunca existiu, não tem passado feliz pra sentir falta. Eu me identifiquei muito com uma coisa que o Frodo disse, no Livro O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei: "Não existe um retorno de verdade. Embora eu possa voltar, o Condado não será mais o mesmo, pois eu não serei mais o mesmo. Fui ferido por faca, ferrão e dente, sem falar no fardo que carreguei por tanto tempo. Quando poderei descansar?".

E em matéria de colégio eu até era feliz de verdade, mas aquilo também passou. E por pior que tenham sido (e estejam sendo) as mihas experiências depois que saí de lá, estou aprendendo muita coisa. Aprendi que ser feliz é uma coisa que não existe senão no imaginário das pessoas. Sério. Não é uma visão pessimista ou desesperada da vida, é simplesmente verdade. Não acredito que esse mundo foi feito para a felicidade. Nem acredito que somos daqui. Não me sinto como uma "coisa" da Terra, sei que vim de outro lugar, e espero voltar pra lá bem rápido. Inclusive, isso explicaria essa saudade constante de algo que eu sinto desde sempre. Parece que não importa onde ou como eu esteja, nunca está bom. E eu não acredio que eu seja incorfomada ou dessas pessoas revoltadas com tudo, que não aceitam a vida. Eu simplesmente não pertenço à este lugar. Eu não sou daqui. Não tenho prazer em estar aqui, nem nessa forma de vida pesada e frágil. Eu sei que sou alguma outra coisa em algum outro lugar, e não é aqui. Tenho um sentimento estranho dentro de mim, uma saudade enorme de casa, de uma casa que eu não posso descrever nem lembrar, que eu apenas sinto. Por isso eu sei que é verdade. Os olhos e a memória são falhos, se enganam. Mas os sentimentos não. São sinceros e únicos. Por isso eu sei que é verdade.

Bom, eu queria falar mais coisas, mas vou terminar dando um recadinho sobre a felicidade: cuidado onde você a coloca. Vou dar um exemplo de outro livro: Vida Feliz, de Joana de Ângelis: "Não a coloque (a felicidade) nas coisas, nos lugares, nem nas pessoas a fim de que não decepciones. A felicidade é um estado íntimo, defluente do bem-estar que a vida digna e sem sobressaltos proporciona."  É isso aí. Os vícios, por exemplo, são uma distração que nós criamos para não encarar os problemas da vida. Eu sou uma que posso me dizer viciada em moda. E eu sou bem cara-de-pau porque tenho a perfeita noção de que a uso como distração, desculpa... uma coisa que me faça sentir bem, pelo menos por instantes. Uma coisa que eu conheça e me sinta segura dentro. É isso que os vícios fazem. Ou melhor, é para isso que usamos os vícios: pra nos prendermos numa mentira linda, onde tudo é perfeito e controlável, e nada é real. Existe algo melhor para pessoas covardes como nós?

P.S: Desculpem pelo post longo, precisava desabafar. Escrever faz bem. Acho que vou imprimir isso em uma camiseta. :D

So long, guys,
Bucaneira.

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