quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Talking to her


 Ok, let's talk about my fears. Porque hoje, assim como nos últimos dias estou num pico de ansiedade tremendo. Não consigo parar de comer e ficar triste, não só por isso, mas por todo o resto. Minhas aulas voltam na segunda-feira e eu não estou me sentindo bem com isso, naturalmente. A verdade é que lá é tudo muito difícil e a minha maior emoção ainda é medo. Por mais que eu tente de várias formas estabelecer a raiva em mim como emoção principal, na maioria das vezes tudo o que eu tenho é o medo. Pânico aterrorizador e paralisante, é o que eu sinto quase sempre. Não posso explicar como isso é cansativo e destruidor.
Eu fico tentando mascarar, ou pelo menos pintar de um jeito mais bonito as coisas que acontecem comigo porque tudo o que eu aprendi até hoje me deu uma noção de que tudo tem que ser bonito: é a ordem natural das coisas. O que é bonito é verdadeiro e bom. Acho que por isso tenho esse desespero quando as coisas dão errado ou um novo acontecimento me lembra do quão baixa, inútil e sem significado é a minha vida. E se você, ao ler esses adjetivos que atribuo a minha vida sentiu algo como ofensa ou repúdio, significa que você é iludido como eu. Porque uma vida baixa, inútil e sem significado ainda é alguma coisa. É vida, e essas características já a tornam valiosa (no sentido de que tem algum valor), porque as coisas não precisam ser bonitas pra existir. Uma vida sem amor ainda é uma vida, e tem o direito de existir, como todo o resto. Um dos meus vários problemas e vícios é julgar tudo, querer dividir as coisas em bonito e feio, bom e mau, e querer excluir, desintegrar tudo o que cai fora do belo, digno de existência.
Ao mesmo tempo que em mim existe uma força enorme que repudia quase totalmente tudo o que eu sou, existe uma pequena parte que eu sinto gritar todos os dias que só quer existir. E o desastre que eu sou nasce exatamente dessa guerra gigante entre querer matar e viver.
Eu falo em morte o tempo todo, e só comecei a notar isso nos últimos tempos, onde tenho pessoas ao meu redor pra me chamar atenção a isso. Eu vejo e prevejo morte o tempo todo, e principalmente desejo morte. De verdade, tenho uma forte atração por destruição, porque tudo que a morte deixa é o silêncio. É paz. E pra quem viveu e vive tanto tempo em guerra como eu, o silêncio é o único paraíso que pode existir. Sempre sinto pena das pessoas que desejam paz mais do que amor, sucesso ou qualquer outra coisa. Porque o desejo pela paz só vem depois de muita dor. Amor, alegria, entusiasmo são pra crianças. Coisas divertidas, mas tão perigosas e instáveis que só algo muito imaturo ou irresponsável pode desejar.

Bom, desculpe a confusão desse post, mas quando as coisas estão muito complicadas eu preciso escrever pra pensar. Eu estive me sentindo muito, muito ansiosa e em pânico, sentindo que eu tinha muito pra falar, mas sem conseguir parar pra me ouvir. Às vezes, esse é o único jeito de falar com ela.

Dill, xx.


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