quarta-feira, 26 de abril de 2017

A lot (a lot)

 É apenas quarta-feira mas acho que já dá pra dizer que sobrevivi a esta semana porque aconteceu muita coisa e poucas delas fáceis.
Pra começar meu problema de não almoçar e passar fome está ficando meio sem saída. Estava me virando bem com lanchinhos e frutas, mas depois do meu descontrole com o glúten, passei a sentir uma queimação no estômago que fica pior quando estou com fome e só passa 100% assim que acabo de comer. Não demora muito, estou sentindo como se tivesse fome de novo. Não sei muito sobre isso mas acho que estou com gastrite. Desconfio disso faz tempo na verdade, desde uma época há uns meses em que eu tinha desistido de comer porque procurar coisas sem glúten e sem lactose estavam mais me estressando do que qualquer outra coisa. Nessa época, quase não comia, mas a única coisa que eu não abria mão era o café. Agora pesquise "café em jejum" no google ou só use o pensamento lógico e você vai ver como eu fiquei depois de uma semana assim.
Acho que nas últimas semanas a fome tem machucado meu estômago. Então estou fazendo um esforço pra procurar e comprar coisas sem glúten pra mim sempre pra eu não passar fome e nem acabar comendo coisas que não posso.

Bom, essa semana começou já atarefada, com prova e trabalho marcados, além das atividades normais do semestre, ler livro, fazer relatório, avaliações semanais... Por causa disso tudo comecei a ficar muito nervosa já na segunda-feira, e parei de dormir direito. Na noite de domingo pra segunda fui dormir às 5 da manhã porque não conseguia pegar no sono. No dia seguinte, fui dormir às 23:00, mas acordei às 5:00 sem motivo e agitada como sempre, e não consegui mais dormir. Hoje, quarta-feira, aconteceu a mesma coisa. Não dormir já é incômodo por si só, mas pra mim sempre foi um problema mais sério.

Ontem comecei a sentir tontura de tarde, e um calor estranho como de febre fraca. Por causa da tontura, não conseguia me concentrar nas coisas que eu tinha que fazer e nem podia ir pra casa porque ainda tinha aula. Hoje senti todas essas coisas de novo. Mas o pior disso pra mim é que sempre que não durmo direito, aumentam muito as minhas contrações involuntárias. Ontem eu estava tendo erros com tanta frequência que tive que deixar minhas amigas e ficar sozinha por um bom tempo. Quando fui sair da biblioteca, que estava cheia, tive erro na frente de várias pessoas, e acho que algumas perceberam. Fiquei muito triste com isso no dia, muito mesmo. Odeio passar esse tipo de vergonha, e estava me irritando muito como eu não conseguia evitar isso. Tentei parar um pouco no caminho e me acalmar, mas assim que voltei a andar tive erro de novo.

Hoje estive assim também, mas acho que no geral, me senti melhor. Acho que ajudou o fato de eu ter comido melhor também, porque ontem passei muita fome mesmo. Aff, como dá pra perceber estou me descuidando em muitas coisas cimplesmente por não dar importância suficiente a elas.

Mas minha semana não foi só coisa ruim, porque o cartão finalmente virou na segunda-feira, e eu estava tão ansiosa que te juro que comprei a primeira coisa já na madrugada de domingo ahhahah. Aproveitei que não estava conseguindo dormir e comprei uma caneca que estava querendo há muito tempo.
Na segunda ainda, fui de tarde no centro da cidade aqui aonde eu já tinha ido uma vez só pra olhar as roupas, e tinha ficado encantada. Além de bonitas, são MUITO mais baratas do que na minha cidade. Voltei lá na segunda super ansiosa, atrás de uma jaqueta bomber (com a qual eu fiquei obcecada no fim de semana). Primeiro achei uma preta com patches que era linda, mas tinha um forro exagerado que me engordou muito, hah. Depois vi uma preta normal, com forro perfeito, de boa qualidade e que estava 70 reais (uma bagatela). Mas tinha o fecho em metal dourado, e não suporto metal dourado em nada, hahah.
Aí saí e na outra loja achei uma que me arrancou o coração: uma bomber verde, com forro perfeito cheia de patches (das quais não sou suuper fã, mas nessa jaqueta achei que ficaram lindas) e FORRO LARANJA. Eu não cheguei a falar aqui mas eu estava obcecada com a jaqueta da Major de Ghost in the Shell desde que saíram as fotos do filme. Quando assisti o filme então, só pensava nisso, mas achava super difícil de eu encontrar porque é uma combinação meio incomum né, haha. Mas eis que eu achei numa querida lojinha por 120 reais. Fiquei tão, tão feliz. Mal posso esperar pra usar ela.

Fotinhas da jaqueta original:

Major *-*


 Ainda aconteceu mais treta essa semana mas eu acho que o post já tá grande demais. E eu preciso dormir.

Au revoir,

Dill, xx.

sábado, 22 de abril de 2017

Staring at the roof


Nesse sábado atarefado pós-feriado estou com muita coisa pra fazer, então resolvi postar aqui logo cedo.
Ontem foi um dia ótimo, onde eu juro que fiquei o dia inteiro no cama, levantando pra comer e ir no banheiro. Até tentei fazer alguma coisa, mas estava me sentindo super cansada, e as tentativas estavam apenas me fazendo sentir culpada, então abracei a inércia. O ruim foi que a internet aqui na república tem ficado muito lenta, e ontem foi o pior dia. Queria ter visto algo na Netflix, mas com a velocidade discada que estava, foi impossível.

Bom, o semestre segue sem grandes avarias a minha pessoa, apesar de eu ter uma atividade um pouco assustadora semana que vem. Apesar disso, estou lidando cada vez melhor com fracassos, e me tornando mais forte.
De resto, pouca coisa tem acontecido. Estou esperando ansiosamente o cartão virar esse mês porque estou louca atrás de uma jaqueta nova, hah.
Na verdade estou louca atrás de um monte de coisa, e ainda nem decidi direito o que vou comprar primeiro e o que vou deixar pra depois. As jaquetas estão muito caras, então talvez eu tenha que abrir mão disso por outras coisas.

Ontem e anteontem eu me descontrolei bastante na dieta e acabei comendo glúten e lactose. Acho que foi porque as coisas que eu como normalmente quando quero comer coisas gostosas estavam me fazendo meio mal, aí acabei extravasando no glúten. Óbvio que passei mal de novo, fiquei me sentindo muito cansada e com dor de cabeça. Hoje estou começando a desinchar também, porque tinha ganhado minhas bochechas tudo de volta. Aliás, se tem um motivo que me segura pra não comer glúten são as minhas bochechas, haha. Realmente odeio ficar com a cara redonda.

De resto, acho que estou tranquila. Acho que me entendi comigo depois da fase de início de semestre tentando agradar todo mundo. A frase que eu mais falo agora é Fuck this.

Adeus,
Dill, xx.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Les bons temps


Depois do último post pouca coisa aconteceu de fato, e a maioria das novidades da última semana foram na verdade atividades da faculdade que aumentaram em quantidade.
Mas eu fui pra casa nesse fim de semana e pude matar a saudade de tudo lá. Minhas gatas, minhas irmãs *o*. Foi ótimo passar um tempo com elas.
No sábado, finalmente (finalmente!) fomos no cinema ver Ghost in the Shell, que eu estava doida pra ver desde a estreia. Depois de uma confusão tão grande que me dá preguiça de descrever aqui, conseguimos ver o filme. E ainda vimos com uma amiga minha com quem eu não ia no cinema há muito tempo. Íamos muito quando éramos pré-adolescentes, e foi legal relembrar isso. Acabamos encontrando um amigo meu que já é um irmão, e ficou tudo em família.
Comi muita batata frita nesse dia, e não só não me arrependo como comeria de novo. Estou um pouco viciada em batata frita talvez, hah.

No cinema tinha uns materiais de divulgação de GITS lindos demais, e o melhor era um triângulo que tinha a Johansson dentro, e era iluminado com uma luz azul, parecia um holograma, sei lá, só sei que era lindo demais. Tiramos bastante foto com ele graças a Àrtemis, haha.

Eu e minha irmã vimos um pôster maravilhoso do filme atrás da bilheteria do cinema e eu resolvi perguntar sobre ele. Achei que não estava mais disponível, mas descobri que não só estava disponível como ele vinha grátis na compra de qualquer pipoca no cinema. Acabamos comprando duas pipocas médias que ninguém aguentou comer só por causa do pôster, hahaha. Mas agora eu tenho um pôster épico na parede do meu quarto que me dá até saudade *o*.

Além disso, na sexta-feira minha irmã recebeu o celular novo que ela tinha comprado pela internet, que aliás foi uma compra incrível graças a um site que eu recomendei pra ela (sou perigosamente boa em conselhos pra compras). Aí o celular antigo dela veio pra mim, e é muito melhor do que eu imaginei. Eu não via muita diferença entre o dela e o meu, mas tem muita. Estou encantada.

Na sexta-feira também fui no neurologista finalmente (estava marcado desde dezembro), e gostei muito porque a doutora foi a primeira que eu senti que levou a sério e me deu um pouco de respostas pros meu problemas motores. Ela disse que pode ser de causa emocional (que pra mim é o mais plausível, por causa das situações que me causam isso), ou neuro-anatômica, que no caso seria algum tipo de lesão, ou curto-circuito. Ela disse também que poderia ser uma epilepsia branda, coisa que eu já tinha lido e suspeitava um pouco. Bom, agora tenho dois exames pra fazer que vão detectar alguma lesão cerebral, se tiver. Se não, posso descartar essa hipótese física e começar a procurar tratamento emocional. Não sei como seria isso exatamente, mas sei que estou mais perto de resolver isso, e isso me tranquiliza um pouco.

Agora vou dormir, coisa que já devia estar fazendo. Estou numa correria bem grande, então mal posso esperar pelos feriados.

Até,

Dill, xx.

sábado, 1 de abril de 2017

Remember who you are.


O bom-senso, o relógio e minha consciência dizem que eu já deveria estar dormindo, mas prometi pra mim mesma que ia escrever esse post hoje.

O nervosismo do semestre já tinha começado a bater hoje de manhã. Acordei às 6:40 no sábado, sendo que, como eu disse, estava extremamente cansada. Quando tenho muita coisa pra resolver não adianta, sempre acordo super cedo, como se meu corpo me arrastasse pra resolver logo as coisas.

Bom, acho que tenho que encontrar o verdadeiro assunto desse post. Por causa dos remédios tenho me sentido muito mais aberta às pessoas do que em qualquer época da minha vida. Estou sorrindo mais, sendo simpática, olhando as pessoas nos olhos, etc. Com isso tudo, por alguns dias pensei que eu tinha me tornado essa pessoa. Uma pessoa mais leve, mais agradável. Mas ontem, tentei me aproximar mais de uma pessoa nova, ou seja, ir além dos sorrisos, seguradas de porta, e bom-dias, e a coisa não demorou a ficar ruim. Quero dizer, não demorou pra que eu tocasse em assuntos desagradáveis, os mesmos assuntos de sempre. Não vou citar exatamente o que eu disse, mas fiquei pensando por que diabos eu penso que contar a minha história, me apresentar, é contar minhas tragédias? Sempre caio na mesma coisa. Se estou tentando conhecer alguém, em pouco tempo estou contando como a escola foi difícil pra mim, como sempre fui triste, se duvidar dou até um jeito de insinuar que tomo remédios.
Talvez eu esteja preparando meu colchão pra uma queda que eu sempre prevejo. Porque com certeza eu tenho mais medo de incluir uma pessoa no meu círculo social que tenha sido atraída por coisas que eu não sou mas dei a impressão de ser e depois, fatalmente, perder essa pessoa. Eu me sentiria muito envergonhada por esse tipo de rejeição. Acho que me derramo, escancaro na frente das pessoas porque penso algo como "se ela não se assustar e fugir com isso, provavelmente podemos ficar juntas". Quando se trata de pessoas, não sei lidar com relações nubladas, onde eu não entendo com quem estou lidando e nem a pessoa sabe realmente quem eu sou. Eu não finjo. No máximo tento aliviar esteticamente a minha vida, mas em todo o resto sou o mias sincera possível. E é nisso que eu estava pensando: quem eu sou.

Nunca penso em mim como uma pessoa agradável ou leve. Definitivamente não sou o tipo de pessoa que você tem orgulho de apresentar pra todo mundo. Sou estranha, pra caramba, e sei disso. Já descrevi vários problemas meus aqui várias vezes, porque pra mim é muito, muito importante que eu saiba quem eu sou. E essa semana, com os remédios, experiências sociais bem-sucedidas, eu estava esquecendo disso. Sei lá, estava me sentindo super bem, mas às vezes, meio estranha. Quando me percebi falando das minhas partes ruins pra um estranho de novo, lembrei de quem eu sou. E não gostei disso.

Sou rancorosa da minha história, e sei disso. Sempre me pego voltando, reclamando das mesmas coisas e esperando alguma coisa nova sair delas. Um pedido de desculpas, um cuidado que não tive, uma salvação antecipada que evitasse problemas mais sérios. Mas é claro que nada acontece, mas mesmo assim continuo parada na frente do mesmo lugar esperando ver coisas novas. Acho que preciso dar fim à essa parte, acabar com esse luto do colégio ruim, da infância triste. Mas nisso existem dois problemas: 1- eu não sei como fazer isso, e 2- eu nem sei se isso é possível. Quero dizer, dar fim ao nosso passado de bosta é desejo de uns 70% da população, né?
Bom, é a primeira vez que enxergo esse luto, essa remoagem de sentimentos como algo ruim e que eu preciso tirar de mim. E acho que isso já é alguma coisa. Desconectar a tristeza da minha personalidade é um projeto antigo em mim. Mas também acho que muita coisa precisa acontecer pra sobrepor tudo isso. Bem ou mal, minha vida até agora foi mais da metade ruim, e não dá pra enganar a balança. Ela obviamente está pendendo pro lado ruim.

Mas preciso me lembrar de quem eu sou. Que eu sou desagradável à maioria, que eu sou violenta, irônica, má muitas vezes. Não sou fácil, e nem gostaria de ser. Acho que eu precisava disso hoje: respirar e lembrar que a vida é divertida porque eu sei rir da desgraça.


Dill, xx.