quinta-feira, 12 de abril de 2018

Bad news



Acho que já posso dizer que essa foi a pior semana que tive desde o semestre passado. Foi muito, muito difícil em vários aspectos e estou precisando esvaziar meu coração aqui no blog (que também me ajuda a pensar).

Pra começar, quando eu ainda estava em casa na semana passada, eu fui num alergista depois de muitos anos porque minha alergia tem piorado há um bom tempo, e eu estava querendo voltar com o tratamento com vacinas que eu cheguei a fazer quando era pequena. Ele não dura a vida toda claro, então meio que já era esperado que eu e minha irmã teríamos que voltar a usar a vacina. Até aí tudo bem, mas minha  mãe resolveu ir comigo sem que eu pedisse, mas não quis ser grossa falando pra ela não ir. Até essa hora a gente tava se dando ainda. Mas já durante o caminho passei uns estresses com ela, o de sempre e ela já começou a reclamar que sempre faz as coisas por mim e que eu sou ingrata, bláblá. Quando chegamos em casa a coisa piorou muito porque eu liguei pra saber do preço da vacina e era bem caro, mas ela já estava relativamente disposta a pagar sem problemas. Mas eu fui pra casa logo no fim de semana do pagamento que é o período em que minha mãe lembra que é pobre. E ela não gosta disso. Sério, ela passa o mês inteiro oferecendo pagar uber pra mim e minhas irmãs, pagar lanche, faz química no cabelo dela e o caralho, mas quando chegam as contas e o pagamento ela começa a acusar todo mundo de estar gastando muito. Começa a cobrar tudo o que ela ofereceu ao longo do mês (passagem que ela dá pra eu ir pra rodoviária, ou dinheiro que eu estava sem pra comer na rua, etc) falando que a gente pode muito bem se virar com o que a gente ganha, que não estamos sabendo gastar o dinheiro, que eu compro muita roupa... mas dessa vez específica o que mais me irritou foi ela ameaçando pela milésima vez cortar minha mesada. Tem tanta coisa aí que me desgasta que chega a ser difícil falar.
Me irrita a irresponsabilidade com que ela trata nosso dinheiro, principalmente o meu que dependo totalmente do que eu ganho já que fico longe, em outra cidade, sem ninguém pra me ajudar. Eu me viro todo mês com o que eu tenho pagando cada coisinha, cada café na faculdade, cada doce, passagem de ônibus (faz um tempo que não estou mais aceitando dela por que sei que ela vai me cobrar do nada no fim do mês e eu talvez não tenha como pagar), frutas, leite, tudo. Aí ela vai e com a maior facilidade diz que vai parar de me dar o dinheiro (que ela chama de "ajuda" sendo que é imprescindível pra mim que vivo contando centavos em fim de mês), e dessa vez ela chegou a falar "e quiser me devolver o que eu dei esse mês pode me dar já". Sendo que EU NÃO TENHO COMO ABRIR MÃO DESSE DINHEIRO. Eu tenho conta pra pagar, todo mês. Ela não pode simplesmente sumir com minha única renda, mas é o que ela fica ameaçado fazer. Isso não é a primeira, terceira, quinta vez que ela faz isso. E é sempre do mesmo jeito, uma chantagem emocional, e ela nunca liga pra como vai fazer a gente se sentir. Ela nunca pergunta como a gente está, o que a gente acha, e isso não é só com dinheiro, é com tudo. Dessa vez eu cansei desse comportamento dela, e fiquei muito, muito mal com isso. Já em casa comecei a ter crises de choro, não conseguia fazer as coisas normalmente. E isso teve influência do segundo problema da semana.
Eu fui obrigada, de novo, a parar meu antidepressivo de uma maneira um tanto brusca. Nessa confusão de semestre, eu não consegui marcar consulta de jeito nenhum porque todos os psiquiatras aos quais eu tenho acesso não atendem sexta-feira, que é meu único dia possível pra resolver essas coisas. Ainda tentei ir na Policlínica na emergência, porque já tinham me receitado por lá antes. Mas fui, num dia horrível de calor, pra ser escorraçada pela atendente do balcão em 2 minutos, porque de acordo com ela os médicos da emergência, que são clínicos gerais, estavam proibidos de prescrever remédios psiquiátricos. E ainda ficou duvidando que eu já tinha conseguido meu remédio por lá, dizendo que eles não faziam isso. Enfim, fui embora triste e com raiva, sendo que nesse ponto eu já estava há alguns dias sem o remédio e já estava começando a ficar triste/apática.

Isso juntou com a briga com a minha mãe e acabou que meu fim de semana foi horrível. Eu fiquei muito chateada e ressentida mesmo com a minha mãe, e ainda estou porque voltei a ver nela o que eu via antes: uma pessoa impulsiva, irresponsável. que não se importa com os sentimentos dos outros de forma alguma. Nem conseguia mais falar com ela depois disso, eu nem discutia, só dava respostas curtas, qualquer coisa que fizesse ela calar a boca. No dia que eu fui embora eu literalmente nem olhei na cara dela. Toda vez que tive que falar com ela eu olhava pra qualquer outro lugar, menos pra ela.
Ela inventou de me levar no ponto de ônibus e eu já estava sem energia pra discutir, então deixei ela ir. Foi um pouco bom porque eu falei as coisas que achava pra ela. Não acredito que ela tenha entendido, porque ela nunca entende, mas pelo menos consegui falar. Com isso, eu já estava chorando no ponto de ônibus, fui chorando no ônibus, etc. Passei o início da semana assim, sempre que eu lembrava disso começava a chorar.  Eu acho ridículo como minha mãe não tem a menor consideração por mim e minhas irmãs, pelo fato de nós termos doenças emocionais.

Bom, pra fechar esse assunto merda, eu decidi que vou tentar economizar ao máximo o dinheiro dela a partir de agora. Estou comendo menos, vou pedir menos coisa, vou recusar tudo que ela oferecer, etc. Se ela quer o dinheiro dela, que fique com ela. Ela quer fazer pose de generosa e não quer receber a conta. Que fique com o dinheiro.

Foi nesse astral maravilhoso que eu cheguei em vr no domingo (vim até mais cedo porque não suportava mais ficar em casa chorando), mas pela primeira vez desde que comecei a faculdade eu cheguei nessa cidade e tive uma sensação de estar chegando em casa. Assim que desci do ônibus no meu bairro parei de sentir vontade de chorar como eu estava 24h. Ainda chorei ao longo da semana, toda vez que eu lembrava, mas sem o peso de quando estava em casa.

Agora acho que grande parte disso passou, já sei o que fazer e como passei uma semana horrível, decidi que não vou ficar mais assim. Tive que cancelar alguns planos de aula de pilates, terapia, e agora sem o remédio também, eu estava bem preocupada em como eu ia fazer sem essas coisas. O pilates nem cheguei a fazer, mas minha mãe estava falando que ia pagar, mesmo depois da briga por dinheiro. Ela é retardada, ou simplesmente perversa.

Vou procurar algumas coisas/lugares legais aqui pra eu poder fazer alguma coisa terapêutica que me ajude a lidar com tudo.
Ah eu disse que minha semana foi horrível porque os efeitos de abstinência do antidepressivo estão bem fortes. Além do choro diário, eu passei a semana sentindo tonturas muito muito fortes, a ponto de não conseguir ficar em pé às vezes, e isso tendo que andar o dia inteiro na faculdade. Faltei algumas aulas por isso, e na quarta-feira eu nem fui porque não parava de chorar e estava me sentindo um lixo.

Não à toa porque ainda teve mais problema: faz mais de uma semana que eu não faço ideia do que está acontecendo com a minha pele. Primeiro ela encheu de espinhas, tão grandes e inflamadas que meu rosto doía e eu nem conseguia contar quantas espinhas eram, de tantas. Depois disso e até agora, minha pele está muito sensível, e desenvolvendo muitos cravos. Ela está com uma sensação e aparência de grossa, e cheia de machucados "sarando" o tempo todo, o que deixa ruim até de usar maquiagem. Na quarta feira cheguei a me arrumar pra ir na faculdade, mas depois de ver como minha pele ficou com a base me senti um lixo e tirei tudo pra ficar em casa.

Pra terminar a narração de desgraça, essa semana eu também me senti muito sozinha na faculdade. Estou fazendo várias matérias onde minhas amigas não estão, ou faltam e não me avisam, o que pra mim é estranho. Isso quando não me ignoram bem ao lado delas, como falei no outro post. Essa semana me senti como no meu primeiro semestre de novo. Andando perdida pela faculdade, sem ter onde ficar, com vergonha de ser vista sozinha o tempo todo, gastando tempo dentro do banheiro, etc. Não sei o que fazer direito sobre o ambiente da faculdade. Tenho muita preguiça, vergonha, pânico de iniciar contato com as pessoas, e me entristece perceber isso no meu 5o semestre. É como eu sou, mas também sei que dá pra melhorar.

No momento estou torcendo pra que os sintomas do remédio diminuiam na próxima semana pra eu parar de me sentir enjoada, com dor de cabeça e tonta o tempo todo, e poder voltar a render alguma coisa. Estou perdida nas matérias, cada dia mais. Mas semana que vem vou me esforçar pra fazer tudo dar certo. Eu sei que consigo, as circunstâncias dos últimos tempos é que têm sido horríveis.

Agora é esperar a onda de azar passar e trabalhar, trabalhar.

Realmente espero voltar aqui com melhores notícias.

Dill, xx.

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