quinta-feira, 21 de junho de 2018

Busy busy

Ok, disse pra mim mesma que ia estudar psicometria agora mas quero fazer esse post logo. Semana passada foi pesada pra mim, e não consegui vir aqui. Essa semana também foi cheia, mas eu estou planejando melhor as coisas e me esforçando de verdade pra salvar o que ainda dá desse período.
Tenho 4 provas na semana que vem (sim QUATRO), e por isso, já vou começar a estudar hoje. Estou querendo acreditar no milagre de não reprovar em nenhuma matéria, apesar da pouca chance.

Essa semana foi estranha porque apesar de eu estar super nervosa pra uma apresentação que fiz hoje, quinta-feira, eu estive mais tranquila quanto a estar sozinha. Eu falei aqui em vários posts sobre o quanto estava me deixando triste me perceber constantemente sozinha na faculdade. Acho que agora posso dizer que aceitei isso, e estou entendendo que posso ser produtiva e levar um dia-a-dia mais leve quando eu não fico buscando apoio em outras pessoas. Não esperar que minhas amigas viessem falar comigo, ou pensar se elas vinham nas aulas me fez ficar mais tranquila, e percebi que isso não me impede em nada de fazer minhas coisas. Queria muito dizer que estou mais independente, mas não tenho certeza disso. Com o tempo, vou ver como eu fico. Mas estou tentando aprender a ocupar a universidade, estar lá com o peso de estar por mim mesma. Sabe, até hoje me sinto acuada na universidade, como se eu não merecesse estar lá. Sinto que não tenho as qualidades que os outros têm ou algo assim; estou sempre me sentindo em desvantagem. Por isso acho muito importante eu aprender a estar lá sozinha, pra quem sabe eu ir aprendendo a estar presente.
Faz anos que eu tenho o costume de não olhar pras pessoas a minha volta. Sempre que entro em um lugar, olho pro chão, pra parede, mas nunca pras pessoas. Só olho pra quem eu tenha que lidar diretamente. Eu posso parar ao lado de um amigo e não reconhecer ele simplesmente porque eu anulo as partes do meu campo visual que tenham pessoas. "Aprendi" isso na época do colégio, porque olhar pras pessoas frequentemente faziam elas me notarem, e geralmente eu era obrigada a ver risos, piadas, dedos apontando, etc. Não sei dizer quantas vezes isso aconteceu. Pode ter sido raro, mas me impactou de um jeito que até hoje evito olhares ao máximo; é como se ao não ver as pessoas eu esperasse que elas não me vissem.
Enfim, quis falar disso porque nessa semana eu percebi que a simples aproximação do meu campo visual dos grupos de pessoas que eu tenho medo me causa uma sensação de realidade. Não sei explicar direito, mas numa aula eu me senti "por acaso" mais perto do grupo de pessoas que mais fala na sala, pessoas que eu sempre vejo de longe, falando, rindo, vivendo. Quando olhei pra elas tão perto foi estranho porque eu me senti presente pela primeira vez em muito tempo. Eu senti que estava ali. Não exatamente com elas, não tem a ver com minha aproximação com aquelas pessoas, mas é como se na minha cabeça, elas frequentassem o ambiente da faculdade de verdade, enquanto eu... não sei dizer. É quase como se eu fosse um espírito, não sei, como se eu fosse algo diferente deles. Uma coisa diferente destinada a viver diferente, ma não de um jeito bom. Algo excluído.

Isso me fez perceber que é uma boa hora pra parar esse meu hábito de não olhar pras pessoas quando elas estão mais perto, e também de não temer a aproximação. É estranho como até as cores me impressionaram, a escala. As pessoas são maiores de perto, hahaha. Parece óbvio, mas pra mim que estive afastada por tanto, tanto tempo, essas coisas são surpreendentes.  Sinto isso tudo também na minha fotografia, que me incomoda muito pelo afastamento. Sempre tiro fotos afastadas, e geralmente de pessoas de costas. Meu receio em participar, em estar presente aparece muito claro nas minhas fotos. Acho que estou sempre procurando o jeito menos existente de existir, o que é impossível. Mas gostei de perceber isso.

Enfim, realmente tenho que estudar e dormir.

Até,
Dill, xx.

Um comentário:

  1. A maioria dos com quem nos cremos em comunhão comum e acintosamente nos acentua a solidão.
    GK

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