quarta-feira, 4 de julho de 2018
Adieu, salut.
/Ok, eu não devia estar aqui. Tenho só mais dois trabalhos pra finalizar o semestre, e um deles é pra amanhã, mas eu não tô com cabeça pra ele agora.
Estou na república, de onde vou sair hoje ainda e ir pra casa pra voltar só daqui a um mês. É pouco tempo, eu sei, mas estou me sentindo meio melancólica dessa vez. Cada período começa e termina do seu jeito, nunca é a mesma coisa, e dessa vez, depois do período mais difícil dessa jornada da graduação, estou me sentindo melancólica. Acho que foi porque alguns planos com as minhas amigas deram errado agora nesse final de semestre, e eu queria ter passado mais tempo com elas. Ainda é um pouco daquilo de eu não entender direito nossa amizade, sinto que o meu grupo se uniu um pouco pela frieza e isso interfere no jeito que a gente é umas com as outras, hah. Estou tentando relativizar isso pra não dar um tom mais triste pro fim do período. Espero que a gente evolua nisso, e fiquemos mais unidas, mas sei que a chance do contrário acontecer também é grande.
Em meio à crise de estresse pelas matérias, fazendo provas uma atrás da outra, escrevendo relatórios atrasados, desistindo de matérias, eu também voltei a ter alguns problemas em relação à república. Eu e minha amiga percebemos que o quarto em que pretendíamos ficar não vai caber duas camas, então ficamos loucas pensando o que fazer, de novo. Eu sei que não aguento mais dormir no chão. Parece besteira, mas percebi como não ter um lugar fixo pra dormir me fez ficar com uma sensação de não-lugar. Me senti muito deslocada, e como já estava passando por outras coisas muito difíceis, passei um bom tempo nessa crise de "não estou em lugar nenhum". Por isso eu não abro mão de ter uma cama minha, aqui ou onde quer que seja. Com esse problema, mais o fato de não ter máquina de lavar, começamos a considerar outra mudança. É aquilo, me pareceu horrível continuar aqui, que não é 100% mas tem muitas vantagens, mas com coisas que pesam tanto no dia-a-dia. Mas a minha rapidez em querer sair e procurar outro lugar me fez perceber que estou com uma atitude esquiva quanto ao meu lugar aqui. Eu costumava associar coragem a movimentos de saída, de libertação, de tentativa de algo novo, enfim, sempre em direção a um desconhecido. Mas com isso tudo estou percebendo o quanto é difícil olhar pra trás e dizer "é aqui que eu quero ficar". Se fixar em um lugar envolve muito investimento emocional, porque você dá a cara a tapa e também se dispõe a suportar os problemas que vão vir, porque eles vão vir. E isso envolve muita coragem. Com esse pensamento, estou vendo que talvez seja a hora de aprender a melhorar os lugares aonde estou ao invés de procurar lugares melhores. E o legal é que acho que isso tem também um valor completamente diferente. É uma construção.
Hoje especialmente estou me sentindo ok com as coisas, apesar de ter acabado de sair de uma prova em que eu estava bem triste. Ainda está tudo muito incerto e eu não faço ideia se vou passar em algumas provas. Mas vou tentar aproveitar as minhas férias e lidar com o que eu tiver que lidar.
Até breve, eu acho, já que devo ter mais tempo a partir de agora.
À bientôt,
Dill, xx.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário