Está acontecendo tanta coisa louca e boa ao mesmo tempo que eu nem sei se deveria vir aqui contar. Mas aqui falo comigo, então tudo bem.
Voltei muito cansada da rua hoje, com muito sono, mas fiquei bastante tempo deitada e não consegui dormir. Acho que é ansiedade pelas coisas boas que estão acontecendo.
Na semana passada tivemos um feriado enorme, e eu fiquei uns 6 ou 7 dias em casa, o que foi muito bom como sempre é. Só que eu ainda tinha trabalhos pra fazer, trabalhos grandes de final de período. Por isso fiquei um pouco tensa ao longo dos dias, tentando fazer um pouco a cada dia. Mas a procrastinação foi maior e no último dia fiquei muito atarefada e muito nervosa. Nem quero me alongar muito na descrição, mas eu tive realmente um ataque de pânico dentro de casa, o que eu acho que nunca tinha acontecido. Eu tinha que formatar um trabalho grande em abnt e não estava conseguindo por nada no mundo, mesmo tentando literalmente desde 10 da manhã. Mas eu estava sozinha, sem ninguém que soubesse presente pra me ajudar. Assisti uns 20 vídeos tutoriais de como colocar sumário e paginação, e nada funcionava. Quando deu 21h eu comecei a entrar em desespero. Eu tinha que acordar 4:30 da manhã pra pegar o ônibus, e nada de conseguir terminar. E ainda estava no processo de escrever um outro trabalho que era pro dia seguinte também.
Umas 23h eu entrei em pânico mesmo, comecei a chorar descontroladamente, com a cara dentro de uma toalha. Não conseguia parar, qualquer coisa que dava errado eu voltava a chorar. Aí eu comecei a passar mal, porque no meio dessa bagunça não consegui jantar, e estava começando a ficar fraca, e em pânico, comecei a sentir minhas pernas e braços formigando, um enjoo que parecia que ia terminar em vômito, o amargo mais forte que já senti na boca, a respiração curta do pânico. Eu percebi que se continuasse, ia desmaiar e isso me assustou mais ainda. Por causa disso, mesmo chorando comecei a tentar me acalmar, falando em voz alta pra eu me controlar e parar de chorar. Mais uma cena Charlie pra minha vida.
Aos poucos fui ficando menos elétrica, o amargo na boca diminuiu e eu fiquei me controlando o tempo que podia. Não parei de chorar, mas comecei a chorar com menos desespero. Formatei e imprimi meu trabalho chorando, jantei chorando, e me dei um tempo pra parar, mesmo sendo 23h já. Tomei banho, jantei assistindo tv, dei um abraço de boa noite na minha mãe e voltei pra escrever o segundo trabalho. Quem tem pânico e outras doenças de humor talvez conheça esse estado um pouco letárgico mas ainda muito deprimido depois de uma crise dessas. A desesperança foi um pouco de conforto pra mim, e escrevi meu trabalho com um pouco mais de calma. Fui dormir chorando ainda, e quando acordei, chorei mais enquanto fazia meu café. Acho que eu só estava muito triste mesmo por essa crise ter acontecido. Eu nunca tinha tido nada tão ruim assim, nem tão exclusivamente devido a coisas da faculdade. O horror de não conseguir terminar meu trabalho quase me fez desmaiar, e pensar que este nível de descontrole pode me tomar me deixa simplesmente triste.
Essa é uma das piores coisas das doenças mentais: você não pode controlar quem você é. Você se sente circunstância de coisas que te tomam, te tiram da realidade, te negam a realidade, e não tem nada que você possa fazer.
Mas ultimamente, pensar nisso tudo como doença, e em mim como doente tem me ajudado muito, porque ao invés de eu ficar pensando mil coisas sobre como eu deveria mudar ou ser diferente do que sou, eu tomo um pensamento igual ao que tenho quando qualquer outra doença me acomete: tenho que parar, tirar um tempo, buscar ajuda e me tratar. Têm sido muito importante pra mim deixar claro pra mim mesma que eu posso parar tudo quando precisar, e que parar assim não significa falhar.
Talvez esse seja o início de mim começando a entender que tenho uma doença e que vou conviver com ela pra sempre. Às vezes vou sumir pra me recuperar e poder voltar bem. Aceitar esses altos e baixos talvez me ajude a não ir tão baixo.
Bom, depois dessa coisa toda horrível, levei a semana com mais força do que imaginei que teria. No mesmo dia que cheguei e entreguei os dois trabalhos, descobri que teria que fazer outro trabalho pro dia seguinte. E de apresentação. Ao contrário do que eu imaginaria, consegui me comprometer com isso, e nosso grupo acabou conseguindo fazer uma apresentação muito legal considerando que tudo foi feito em menos de um dia.
Isso foi na quinta-feira já, e eu acho que boa parte do que segurou minha animação essa semana foi a black friday. Esse é o primeiro ano em que eu realmente planejei coisas pra comprar na black friday, e estava olhando preços há um bom tempo. O que eu queria há mais tempo eram os boxes da primeira temporada de Penny dreadful e de Mr robot. Só essas coisas já me deixariam muito muito feliz, mas eu também comecei a pensar em comprar umas hqs, sem saber exatamente qual.
Acabou que comprei a hq bem antes da black friday, dia 20, e foi Alias. É, realizei meu sonho da hq de Jessica Jones. Estou muito feliz.
E tem mais coisa: já há um tempo minha mãe tinha dito que me daria um celular novo, e no início eu não acreditei muito, mas depois ela confirmou e eu fiquei esperando a black friday igual uma louca. E como se isso já não fosse bom o suficiente, enquanto eu ainda estava fazendo hora esperando dar meia-noite pra comprar o celular, minha irmã avisou que o celular que eu queria estava disponível no site da operadora dela que aceita pontos como desconto. Meu celular que custaria 800 reais saiu por 300 e alguma coisa. Eu nem acreditei. Acho que só minha mãe está tão feliz quanto eu, haha.
Acabou que depois de meia-noite mesmo eu só comprei os boxes de Penny e Mr robot. Eu vou ficar muito doida quando eles chegarem. Finalmente ❤❤❤
Quando meu celular chegar então, nem sei.
Enfim, deu pra perceber o contraste enorme entre as coisas que aconteceram essa semana. Talvez o remédio esteja me ajudando a manejar melhor as crises também. Eu só espero que eu diminua o número de crises, e que elas sejam o menos danosas possível.
Às vezes, pensar bastante sobre as coisas e escrever me ajuda, mas às vezes atrapalha também. Estou tentando me deixar respirar mais.
Espero que tudo fique bem 💓.
Dill, xx
sexta-feira, 23 de novembro de 2018
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
Can't love
I was born to sing and cry about love
but never really live it
to me, it is forbidden
blocked, denied
it's not meant to be
I was born to feel love and explode over it
to feel it so deeply
for everyone and everything
that sometimes I get to feel
every pain
every smile
every kiss
every loss
all at the same time
and I suffer
Love show itself to me through pain, mostly
and I cannot yet find a way to make it easy
I cannot find a way to make it possible
to me,
to others
And so loneliness becomes the only option
the only thing I have, on my own
And so my life seems very little
some foolish, fragile thing
And this soul
desperate to find hope in anything
begging to be fooled
becomes more and more tired
And I become afraid of the end
the end of me
afraid of my tragic life
to become marked by a tragic end
where I get stuck in an endless horror story
for eternity to come.
but never really live it
to me, it is forbidden
blocked, denied
it's not meant to be
I was born to feel love and explode over it
to feel it so deeply
for everyone and everything
that sometimes I get to feel
every pain
every smile
every kiss
every loss
all at the same time
and I suffer
Love show itself to me through pain, mostly
and I cannot yet find a way to make it easy
I cannot find a way to make it possible
to me,
to others
And so loneliness becomes the only option
the only thing I have, on my own
And so my life seems very little
some foolish, fragile thing
And this soul
desperate to find hope in anything
begging to be fooled
becomes more and more tired
And I become afraid of the end
the end of me
afraid of my tragic life
to become marked by a tragic end
where I get stuck in an endless horror story
for eternity to come.
sábado, 10 de novembro de 2018
healing
Volto aqui no meio dos meus dias, no meio de um processo de cura e descanso. Na verdade um meio descanso porque continuo na faculdade, no dia a dia de viajar e estar entre os lugares. Mas estou revendo muita coisa nisso tudo, minha maneira de pensar e encarar as coisas principalmente. Fico mudando de opinião 4 vezes por dia, sobre desistir ou não, voltar semestre que vem ou não, pedir transferência, trancar a faculdade, etc. Fico o dia inteiro tentando ver se consigo suportar continuar. Semana passada, seria impossível. Hoje, é diferente. E a cada dia é diferente. Estou tentando me respeitar, ter mais atenção comigo e querer ficar bem. Essa semana que voltei pra faculdade percebi que nessa longa crise eu me esqueci completamente das pessoas que estão comigo na outra cidade. O que mais pesou pra mim desde o início de tudo de ruim que aconteceu foi o fato de eu me sentir extremamente sozinha lá, muito mesmo. Ainda me sinto bastante assim, mas muita coisa está ficando mais clara pra mim. Primeiro que eu não me abro pras minhas amigas, que poderiam ser mais próximas se eu me esforçasse mais nisso. E é engraçado porque acabei descobrindo que uma dessas amigas, a que mais estava se afastando do grupo, está passando por algo muito parecido.
Eu não sei nem como explicar o que tudo que aconteceu e está acontecendo significa pra mim, o quanto eu cresci nisso tudo. Claro que ainda não sei como vou ficar quando eu estiver estabilizada, mas neste momento o que fica mais claro pra mim é o valor das pessoas. Ultimamente só de pensar no quanto amo minha família, começo a chorar muito. Fico lá na outra cidade pensando nelas aqui em casa, no quanto eu queria só ouvir a voz delas no fim do dia, conversar, perguntar como foi o dia. Essas coisas têm me feito uma falta cortante. Nunca ficou tão claro pra mim a necessidade de pessoas que se importem com a gente no dia a dia. Olhar alguém no olho e se ver sendo olhado, ser procurado por mensagens ou pela voz. Tudo isso me faz falta lá, mas tenho pensando no quanto muitas coisas estavam disponíveis e eu não aproveitei.
É tudo muito complicado porque eu ainda me sinto muito travada em relação ao que sinto e ao quanto posso compartilhar com os outros. Mas me sinto mais sensibilizada pra enxergar valor nas relações e nas possibilidades delas.
Enfim, poderia falar bem mais sobre isso mas me desconcentrei um pouco no meio do post e agora estou com sono.
Sigo assim, tentando me dar tempo e fazer o que eu tenho dar certo. Não devo nada a ninguém mas quero plantar um futuro com menos arrependimentos e mais sinceridade.
Dill, xx.
domingo, 4 de novembro de 2018
Just hi
Só quis vir escrever aqui porque estou me sentindo bem e relativamente tranquila. Tenho feito pouca coisa além de buscar recolocar prazer no meu dia a dia. Claro que ainda estou vendo as coisas da faculdade, mas sempre o mínimo possível. Estou tomando meus remédios, tentando tomar decisões melhores e indo devagar.
Queria ter saído mais nessa semana porque saí ontem e percebi que queria ter passeado bem mais. Mas isso é bom, minha vontade de ir pra rua e visitar lugares está voltando. Ainda não consegui levar minha câmera e tirar fotos, mas espero que isso volte também.
Ontem consegui ir no shopping e comprar umas coisas que estava precisando já que finalmente o mês virou. Fui comprar basicamente remédios, que estou tomando bastante. Estou um pouco preocupada com minhas contas, que apesar de não estarem super fora do possível, não estão confortáveis. Mas como falta um mês pra acabar o semestre, estou pensando positivamente que isso vai melhorar também.
Estou tentando comprar coisas pequenas e ficar feliz com isso. Ontem comprei meias, dois pares com tema de café. Um é de copinhos de café e a outra é de uma lontra dizendo que ama café "like no otter". Sim, é uma piadinha 💓.
Ontem fiquei lembrando de como eu costumava salvar muitas fotos de inspiração de roupas e volta e meia fazia um post aqui com as últimas. Nunca mais salvei essas fotos, perdi o hábito. Estou tentando retomar, porque gosto muito.
Enfim, não tinha muito o que falar mesmo. Queria ter comprado mais ontem, haha mas ainda bem que não comprei. O mês acabou de começar.
Percebi agora que faltam 4 semanas só pra acabar o semestre. Espero ter forças e que tudo dê certo.
E principalmente, foda-se tudo porque é isso aí.
Dill, xx.
Queria ter saído mais nessa semana porque saí ontem e percebi que queria ter passeado bem mais. Mas isso é bom, minha vontade de ir pra rua e visitar lugares está voltando. Ainda não consegui levar minha câmera e tirar fotos, mas espero que isso volte também.
Ontem consegui ir no shopping e comprar umas coisas que estava precisando já que finalmente o mês virou. Fui comprar basicamente remédios, que estou tomando bastante. Estou um pouco preocupada com minhas contas, que apesar de não estarem super fora do possível, não estão confortáveis. Mas como falta um mês pra acabar o semestre, estou pensando positivamente que isso vai melhorar também.
Estou tentando comprar coisas pequenas e ficar feliz com isso. Ontem comprei meias, dois pares com tema de café. Um é de copinhos de café e a outra é de uma lontra dizendo que ama café "like no otter". Sim, é uma piadinha 💓.
Ontem fiquei lembrando de como eu costumava salvar muitas fotos de inspiração de roupas e volta e meia fazia um post aqui com as últimas. Nunca mais salvei essas fotos, perdi o hábito. Estou tentando retomar, porque gosto muito.
Enfim, não tinha muito o que falar mesmo. Queria ter comprado mais ontem, haha mas ainda bem que não comprei. O mês acabou de começar.
Percebi agora que faltam 4 semanas só pra acabar o semestre. Espero ter forças e que tudo dê certo.
E principalmente, foda-se tudo porque é isso aí.
Dill, xx.
sexta-feira, 2 de novembro de 2018
possibilities
Estou um pouco presa no meu quarto agora por causa de visitas então vou tentar escrever aqui.
Passei essa semana em casa porque fiquei doente, e já faz alguns anos que qualquer gripe me deixa bastante incapacitada, de cama mesmo. Fiquei assim e cancelei a semana, e claro que estou amando. Faz tempo que eu estaria em casa se pudesse, mas agora esse período estendido de férias no meio do semestre começa a me parecer estranho e uma certa apreensão está surgindo. Tenho que estudar, e várias atividades começam a surgir no horizonte. A maioria ainda por vir, mas não sei se estou preparada pra elas. Ainda assim, acho que meu semestre vai terminar menos pior do que imaginei. Talvez eu repita só 3 matérias ou algo assim. Espero.
Não que eu esteja ligando muito, já faz tempo que assumi o risco de perder esse semestre inteiro. Fiquei muito mal emocionalmente, me esgotei mesmo. Agora que voltei com o medicamento, acredito que vou conseguir lidar com as atividades de fim de semestre bem. Espero.
Tenho me dividido entre medo do semestre e animação com o natal. Acho que nunca valorizei minha família e minha casa como agora. Sei agora como é ficar sem isso, e o que eu não sabia sobre mim mesma, o quanto eu sou diretamente dependente desse ambiente.
Ao mesmo tempo que me sinto à vontade em quase lugar nenhum porque sinto necessidade de ter uma certa intimidade com as pessoas dali, não procuro nem dou espaço pra desenvolver essa intimidade, e acabo como estou: 3 anos na mesma cidade sem estabelecer laços relevantes (um ou dois existem).
Há um tempo eu fiquei pensando bastante sobre possibilidades. Eu repensei muito profundamente o que é possibilidade na minha vida, do jeito que ela é. É engraçado e meio triste, mas minha vida é muito particular, muito mesmo. Eu sou a junção de condições específicas e não muito boas, e apesar de sempre ter sabido disso, eu meio que pensava a minha vida fora disso, talvez como uma forma de ser caridosa comigo mesma, tentar "ir além", crescer. Mas o que eu tentava colocar como chance de crescimento, agora me parece só ilusão mesmo. E o ruim é que isso é muito sedutor, parece muito certo também. Me parece quase cruel não acreditar que eu seja algo diferente do que as minhas condições desenham, mas tenho cada vez mais achado que cruel mesmo é pensar fora da minha realidade. Sem dúvida, me machuquei bastante tentando ser outras coisas, parecer outras coisas ou me sentir como outras coisas. Todas deram errado, ao meu ver, e acho que sempre deixei um sabor amargo ao meu redor, pra mim e pros outros. Já quando sou verdadeira, de qualquer maneira que seja, sinto que trago coisas boas, mesmo que negativas em sua natureza, são coisas negativas que podem gerar identificação e conforto a outros iguais. E isso tem muito valor pra mim.
Tem sido muito difícil pra mim ultimamente sentir que estou fazendo a coisa certa. Fico o tempo todo pensando fora daquela situação, porque sinto que deveria estar em outro lugar. E isso é tão ruim quanto parece. Não consigo produzir no aqui e agora porque estou em todos os outros lugares. Queria muito me centrar mais, estar mais comigo e com o que sou, e produzir a a partir daí, sem medo.
Enfim, não sei se estou viajando muito, mas eu acho que estou vendo mais que eu deveria gastar meu tempo e energia sendo eu mesma e tudo o que sou e deixar de focar no que posso ou queria ser. Os fracassos acumularam prejuízos e eu já tomei o suficiente. Quero ficar mais quieta e ver mais verdade, ser mais verdade.
Não sei se vou tentar estudar hoje ainda, talvez sim. Queria que fosse menos sofrido.
Ah, tenho que deixa registrado que amo meus remédios, amo a medicina e a farmacologia. Mas odeio médicos. É isto.
Estou feliz com o início de novembro, e com as coisas que podem acontecer. Vou trabalhar pra manter as coisas bem. Percebi que minha vontade nunca diminuiu, só minhas forças. Fiquei fraca, mas ainda desejava violentamente, como sou.
Soyons vrais.
Dill, xx
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