sexta-feira, 2 de novembro de 2018

possibilities


Estou um pouco presa no meu quarto agora por causa de visitas então vou tentar escrever aqui.
Passei essa semana em casa porque fiquei doente, e já faz alguns anos que qualquer gripe me deixa bastante incapacitada, de cama mesmo. Fiquei assim e cancelei a semana, e claro que estou amando. Faz tempo que eu estaria em casa se pudesse, mas agora esse período estendido de férias no meio do semestre começa a me parecer estranho e uma certa apreensão está surgindo. Tenho que estudar, e várias atividades começam a surgir no horizonte. A maioria ainda por vir, mas não sei se estou preparada pra elas. Ainda assim, acho que meu semestre vai terminar menos pior do que imaginei. Talvez eu repita só 3 matérias ou algo assim. Espero.
Não que eu esteja ligando muito, já faz tempo que assumi o risco de perder esse semestre inteiro. Fiquei muito mal emocionalmente, me esgotei mesmo. Agora que voltei com o medicamento, acredito que vou conseguir lidar com as atividades de fim de semestre bem. Espero.
Tenho me dividido entre medo do semestre e animação com o natal. Acho que nunca valorizei minha família e minha casa como agora. Sei agora como é ficar sem isso, e o que eu não sabia sobre mim mesma, o quanto eu sou diretamente dependente desse ambiente.
Ao mesmo tempo que me sinto à vontade em quase lugar nenhum porque sinto necessidade de ter uma certa intimidade com as pessoas dali, não procuro nem dou espaço pra desenvolver essa intimidade, e acabo como estou: 3 anos na mesma cidade sem estabelecer laços relevantes (um ou dois existem).
Há um tempo eu fiquei pensando bastante sobre possibilidades. Eu repensei muito profundamente o que é possibilidade na minha vida, do jeito que ela é. É engraçado e meio triste, mas minha vida é muito particular, muito mesmo. Eu sou a junção de condições específicas e não muito boas, e apesar de sempre ter sabido disso, eu meio que pensava a minha vida fora disso, talvez como uma forma de ser caridosa comigo mesma, tentar "ir além", crescer. Mas o que eu tentava colocar como chance de crescimento, agora me parece só ilusão mesmo. E o ruim é que isso é muito sedutor, parece muito certo também. Me parece quase cruel não acreditar que eu seja algo diferente do que as minhas condições desenham, mas tenho cada vez mais achado que cruel mesmo é pensar fora da minha realidade. Sem dúvida, me machuquei bastante tentando ser outras coisas, parecer outras coisas ou me sentir como outras coisas. Todas deram errado, ao meu ver, e acho que sempre deixei um sabor amargo ao meu redor, pra mim e pros outros. Já quando sou verdadeira, de qualquer maneira que seja, sinto que trago coisas boas, mesmo que negativas em sua natureza, são coisas negativas que podem gerar identificação e conforto a outros iguais. E isso tem muito valor pra mim.
Tem sido muito difícil pra mim ultimamente sentir que estou fazendo a coisa certa. Fico o tempo todo pensando fora daquela situação, porque sinto que deveria estar em outro lugar. E isso é tão ruim quanto parece. Não consigo produzir no aqui e agora porque estou em todos os outros lugares. Queria muito me centrar mais, estar mais comigo e com o que sou, e produzir a a partir daí, sem medo.
Enfim, não sei se estou viajando muito, mas eu acho que estou vendo mais que eu deveria gastar meu tempo e energia sendo eu mesma e tudo o que sou e deixar de focar no que posso ou queria ser. Os fracassos acumularam prejuízos e eu já tomei o suficiente. Quero ficar mais quieta e ver mais verdade, ser mais verdade.

Não sei se vou tentar estudar hoje ainda, talvez sim. Queria que fosse menos sofrido.
Ah, tenho que deixa registrado que amo meus remédios, amo a medicina e a farmacologia. Mas odeio médicos. É isto.
Estou feliz com o início de novembro, e com as coisas que podem acontecer. Vou trabalhar pra manter as coisas bem. Percebi que minha vontade nunca diminuiu, só minhas forças. Fiquei fraca, mas ainda desejava violentamente, como sou.

Soyons vrais. 

Dill, xx


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