sábado, 22 de dezembro de 2018
En attendant
Passando os dias em casa, nas férias mais desejadas da minha vida.
Estou tentando ainda, me esforçando em fazer as coisas que quero e devo, e se não fosse o calor, estaria fazendo bem mais.
Depois que finalmente terminei o trabalho da faculdade que trouxe comigo pra casa, pude sair bastante pra rua com eu queria. Fui várias vezes no shopping, comprei e comi demais, o que explica a minha fatura do cartão um pouco assustadora. Estou tentando me acalmar, pensar que vou dar um jeito porque sempre dou mesmo. Mas sou uma hedonista, não posso negar.
Recebi um dinheiro legal de fim de ano dos meus pais (menos do que eu imaginei, mas) e isso me deu uma certa liberdade. Pude pagar uma dívida antiga com minha irmã, e comprar as várias coisas que comprei. Mas assim que o dinheiro saiu, eu só queria fazer minhas tatuagens. É um sonho antigo, e que cresce cada vez mais em mim como certeza de ser o único jeito de me reconciliar com minha pele.
Já disse aqui que no último ano minhas manchas pioraram de um jeito que não consigo mais usar nem camisetas, nada que mostre acima do cotovelo, e ainda assim, o que sobra me incomoda. Isso também foi parte do motivo das compras de fim de ano agora, comigo procurando qualquer coisa que cobrisse meus braços. Comprei uma blusa de manga longa, e uma camiseta xadrez que ainda vai chegar (vermelha, estava faltando ❤), além de uma jaqueta jeans preta que eu estava atrás de um modelo que me agradasse há tempos, e achei meio que de surpresa. Mas só decidi fazer essas compras depois que minha mãe praticamente não me deixou fazer as tatuagens. Ela falou várias coisas e eu só fiquei cansada e triste. E acabei desistindo também porque realmente prefiro fazer quando eu puder fazer várias de uma vez, não uma por ano, mendigando do jeito que eu faria agora. Que seja.
Essa questão com a minha pele é crucial pra mim, e tem se demonstrado meu maior problema agora. Me atrapalha e deixa triste de mil maneiras, mas só posso conviver com isso. Estou tentando aguentar o calor, usar coisas com mangas mesmo nos dias mais quentes, e protetor solar sempre, por mais que incomode.
Enfim, estou passando dias tranquilos em casa, com uma ou outra crise. Tive algumas crises de choro, e sei que ainda preciso ficar atenta com minha depressão. Consegui comprar mais do remédio, e fico feliz com isso.
Quero focar em progredir nos meus afazeres nesses 3 meses de férias e voltar pra faculdade melhor.
O natal está muito próximo e essa semana anterior é a minha preferida. Até as reportagens sobre shoppings lotados me agradam. Por mim seria sempre uma semana antes do natal. Mas também estou animada com o ano novo porque vai levar esse ano embora. Já estou preparada pra passar no conforto do meu lar. Vai ser legal.
Dill, xx.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
To exist
violent lives |
Sempre venho aqui com algo diferente no coração.
Hoje, venho de um dia muito bom, com muitos acontecimentos bons, mas não de um dia calmo. Meu coração estava perturbado desde de manhã, na verdade desde ontem à noite, quando eu me lembrei de algumas coisas que preferia não lembrar.
Lembrei de como me sentia mal aqui em casa, ofendida pela minha mãe principalmente, e da força das ofensas dela em mim. Ontem, uma palavra dela me ofendeu muito porque foi um repúdio ao meu mau humor habitual e constante lamentação, que eu sei que são difíceis pras pessoas ao meu redor. Mas sendo essa uma coisa tão minha, tão velha e parte de mim, um repúdio forte à isso acaba sendo sentido como um repúdio a mim como pessoa. Me senti indesejada, desagradável, um incômodo. E sei que era verdade, mas não em totalidade. Meu mal talvez seja pensar e levar tudo muito ao extremo e com muita força. Mudo de direção muito rápido, e de um jeito muito bruto. Acabo vendo coisas que não são verdade, pelo menos não por completo.
Não sei exatamente o que minha mãe sente sobre mim, mas acho que eu devia parar de tentar descobrir ou adivinhar, porque isso me machuca muito. Me lembrei de como imploro por qualquer reação dela, só pra checar se continua a mesma coisa. Lembrei de como minha casa pode ser uma lembrança constante de que sou fraca e inútil, e isso é fatal. Fatal mesmo. Porque ontem também lembrei de como eu às vezes acho que vou morrer cedo e ponto, não tem o que fazer e estou apenas adiando a morte. Não descarto minha morte voluntária porque hoje mais ainda sei como minha doença pode ser insuportável, e como cansa ser assim. Não me sinto vivendo, de maneira alguma. Estou sempre suportando e esperando. E me revoltando também.
Ao mesmo tempo, consigo viver. Estou aqui, passando os dias, rindo. Mas no fundo uma dor que não passa e na cabeça sempre uma coisa me alertando pra como tudo está muito errado e não tem jeito. Por isso gosto de personagens como a Vanessa Ives. Se sentir amaldiçoado é algo pesado e único no sentido que não pode ser explicado ou compartilhado.
Mas é isso, sinto que estou fadada à desgraça. Sinto isso com muita força e digo com sinceridade. Me parece muito natural que eu nunca vá ser feliz por completo, e me sinto uma idiota quando acredito que posso. Porque minhas condições não me permitem isso.
Nessas horas me pergunto qual a utilidade de uma vida como a minha.
Enfim, vim aqui porque minha vida aqui em casa está com um elefante gigante, com uma pessoa que foi instalada aqui e que está me incomodando muito, em muitos sentidos. Mas estou me preocupando em entender o que estou sentindo, e talvez por quê. É muito difícil explorar esse tipo de sentimento, que geralmente revela algo muito ruim sobre a gente.
Sempre tive uma enorme dificuldade em abrir meu ambiente familiar, física e simbolicamente. Desde abrir a minha porta à chamar alguém de fora por um nome familiar, sempre fui muito protetora e reclusa nesse ambiente que pra mim tem que ser seguro, discreto e não permitir intrusões. Nesses últimos tempos a presença de alguém que eu considero de fora na minha casa tem sido um ataque diário à essas coisas que são importantes pra mim. Me sinto sem controle, e desconsiderada também. As coisas estão sendo feitas arbitrariamente, e não sei como falar disso sem soar ciumenta, egoísta e incoveniente. Sei que estou sendo tudo isso agora. Mas a forma com que as coisas estão sendo feitas também não são das melhores.
Enfim, estou num momento muito misto, me sentindo calma e feliz em alguns momentos e muito estressada em outros.
Não gosto das coisas como estão, definitivamente, mas vejo muito pouco que eu possa fazer.
Eu queria falar que hoje foi divertido porque comprei algumas coisas bobas e felizes. Um quadro da Brigitte Bardot, um gatinho de pelúcia e uma escova progressiva pra fazer em casa.
Estou com tarefas ainda pra fazer, e tentando de certa forma seguir com elas com o mínimo de prejuízo. Hoje foi difícil porque eu estava ainda rancorosa de ontem e acho que ainda estou. Sinto que esse rancor vai se acumular nas férias, mas vou tentar lidar com isso de uma maneira que eu cresça nisso tudo.
Assim vou seguindo até morrer. É engraçado porque às vezes percebo de verdade que vou morrer e fico bem triste. Acho que minha vida vai ser triste de qualquer jeito, e quando ela acabar, vai ser triste porque isso vai ser uma certeza. De novo, não sei qual o valor de vidas como a minha. Pra mim, é muito importante registrar ao máximo como eu penso e como me sinto, porque sei que ninguém entende. Sinto que se eu não escrever, vou ter nascido, vivido e morrido em silêncio.
Peço desculpas e espero ter contribuído.
Dill, xx.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
Gone for good
Hoje foi meu último dia na faculdade presencialmente. É meio que algo decidido por mim porque talvez eu tivesse que vir na semana que vem pra pegar um trabalho e entregar um negócio mas nunca que eu volto só pra isso. Meu tempo aqui já deu.
Bom, esse ano foi horrível e difícil de várias maneiras, tenho todos os posts aqui pra provar. E eu só estou feliz por esse ano acabar logo. Quero e preciso ficar em casa, estudar lá, fazer minhas coisas mais quieta e quem sabe mais calma. Estou tentando me recuperar ainda das recaídas do meio do ano, e ainda me sinto fraca e machucada em muitos sentidos. Parece que não consigo ficar mais de 3 dias seguidos bem. Começo a me sentir fraca e estranha. Hoje eu estava assim. Me sentindo cansada, estranha e inapta pra vida em sociedade. Senti que devia ficar em casa, mas tinha coisas a fazer. Agora estou em casa, com fome, cansada e esperando que a hora de chegar em casa dê logo.
Amanhã vou numa mini-viagem com as meninas da faculdade e eu espero que seja legal. Estou sentindo falta disso, de algo que aproxime a gente. E também vou tentar aproveitar pra tentar fotografar um pouco. Estou desanimada até com a câmera do celular. Estranho como o mundo visual adquiriu um certo peso pra mim. É difícil agora levantar minha câmera, olhar pro mundo e decidir o que dali me atrai. É como eu falo aqui algumas vezes, acho que eu passei do pânico pra preguiça, do terror pra indiferença apática. Só quero que tudo suma, geralmente. Às vezes volto a me encantar, apesar disso.
As coisas estão mudando, como sempre estão, mas esse ano eu senti muito forte um afastamento bem grande de muitas coisas que eu era. Acho que isso também tornou tudo um pouco dolorido. Senti que perdi muito e ganhei muito pouco. Tive que correr atrás do pouco que consegui, mas já começo a me estabilizar pra construir coisas diferentes.
Apesar de tudo, no geral agora estou esperançosa e com vontade de fazer as coisas. Espero ter forças pra maioria delas e também saber a hora de parar.
Que ano que vem não tenha nada desse ano desgracento.
Até,
Dill, xx.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
Hope
Estou com muito sono, e isso é bom. Um certo cansaço é bom pra acalmar o coração às vezes.
Comecei a ouvir Kate Nash agora e me deu uma animada. Estou me preocupando bastante com a seleção de estágio que tenho essa semana, e ficando desanimada em ter que me submeter a uma avaliação. Quer dizer, coisas comuns já pesam em mim como avaliação, imagina uma avaliação de verdade. Tenho medo do que vão pedir pra eu falar, se pedirem, do quanto vou ter que falar, o que vou dizer, etc.
Inclusive nos últimos tempos estive falando um pouco mais na faculdade, mas com uma sensação muito forte de que só estava falando idiotices. Me sinto uma idiota falando, acho que me enrolo e nada do que falo faz sentido, e se faz, parece trivial, banal demais. Apesar dessas coisas não terem mais o tom de tragédia que costumavam ter, agora elas me fazem sentir cansaço, preguiça. Tenho vontade de ir embora, parar de tentar ser alguma coisa nesses espaços que exigem tanto. Não gosto de ter que me provar capaz, de ter que mostrar resultados, etc. Acho tudo muito agressivo, mas como sempre isso é mais uma questão de fraqueza e sensibilidade minha do que de agressividade no mundo, talvez.
Sigo tentando, e disso posso me orgulhar. E na verdade, estou bem melhor psicologicamente por causa do remédio, e sei que as coisas estão boas agora. Sei que o risco que corro é pouco, e posso acabar tudo sem grandes prejuízos. Acho que só estou impaciente com o semestre sempre se alongando uma semana a mais.
Bom, apesar desse post ter começado com essas agonias de faculdade, hoje foi um dia muito bom. Meu celular novo chegou hoje e eu estou tão encantada quanto poderia estar. Passei boa parte do dia configurando aplicativos, recuperando a senha de quase todos, provando minha completa falta de compromisso com senhas. A câmera é ótima, apesar de eu ter explorado pouco ela. Estou conseguindo baixar aplicativos de novo, e é ótimo.
O celular é muito simples visualmente, como eu prefiro, e eu estou muito feliz com ele. O antigo me estressava bastante, coitado. Enfim, acho que agora as coisas vão ficar mais confortáveis. Espero. Tenho que me esforçar em ser mais positiva também.
Bom, agora vou continuar mexendo no celular até dormir e acordar pras minhas obrigações de novo. Tenho saudade de me expressar, de todas as formas que eu fazia. Sinto que perdi o caminho até elas, de algum jeito.
Dill, xx.
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