Depois de muito tempo, volto aqui. Não gosto mais de escrever sobre o que acontece de diferente comigo... tenho tentado na verdade perceber as semelhanças e as constantes nos problemas que passo.
Com isso, percebi muita coisa nessas férias, que têm sido um pouco inconstantes (como eu).
Meu humor tem mudado muito com os dias, e principalmente, tudo tem me machucado. Tudo me ofende e me machuca demais, por menor que seja a ofensa. E isso me faz me perguntar por quê.
Pensando melhor nos sentimentos que me atingem, percebi que acima de tudo, talvez na raiz da maioria dos meus problemas, está uma certeza forte de que não sou amada, e que cedo ou tarde algo que eu fizer vai ser insuportável para as pessoas à minha volta e elas vão me abandonar. Por isso, em cada ofensa eu vejo na verdade uma ameaça de abandono, e o desespero da solidão e da morte que ela ameaça trazer me atingem com tudo.
É difícil explicar isso, e tenho certeza que é muito complicado pra minha família. Mas mesmo assim, tento me proteger e tomar algumas atitudes melhores.
Tento me afastar quando necessário, e tento refletir bastante sobre as coisas, digerir mesmo.
Agora mesmo, ouvi coisas que acho desnecessárias, e vim pro meu quarto. Acho que é o melhor.
Apesar dessas coisas, estou tentando fazer progressos. Esse ano comecei a me organizar financeiramente, e apesar do pouco tempo já vejo resultados. Esse mês foi excelente, nem acredito que paguei todas as contas, fiz compra no DÉBITO e ainda sobrou um pouquinho.
Comprei hoje a única roupa desse mês, uma camisa preta de viscose com um caimento per fei to. Preta, muito preta. Pra eu vestir com o resto das minhas roupas pretas. Estou mergulhando no mono-cromatismo com força.
Fora isso, comprei uma choker, e espero que chegue. Inclusive estou apaixonada por chokers, e vou me planejar pra ir comprando umas diferentes, aos poucos. A minha desse mês junto com a camisa preta foram meus presentes de aniversário.
Eu só quero perdoar e aprender com os meus erros. Às vezes esqueço do meu compromisso com a vida e vacilo, me ataco e machuco. Mas sei que sempre poso voltar e fazer a escolha de novo. Não sei se liberdade é realmente uma escolha, até onde ela pode ser feita, mas tentar fazer isso é sempre importante.
Tento manter esse compromisso comigo, com meus pés e minhas mãos,meus olhos e minha garganta. Que deles nada de ruim venha e que eu saiba lidar com o que possa acontecer a eles.
Dill, xx
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