Nem sei exatamente o que quero falar aqui.
Os últimos dias têm sido bons, comigo em casa, escolhendo fazer bem pouco. Mas quando consigo, leio meu livro que chegou, o primeiro livro que comprei para a faculdade (e estou no 8o período). Fico assistindo muita tv, basicamente programas de investigação e os Simpsons.
Há uma semana, eu estava em uma crise muito, muito feia, e basicamente me dopando com 2 rivotris por dia. Agora já faz uns dois dias que eu não tomava nenhum. Mas acabei tomando hoje porque fui sair pelo bairro com minha irmã mais velha (coisa que nunca mais faço), e fiquei muito nervosa e irritada. Só na ida já quase chorei e voltei, mas consegui ir até o mercado e voltar.
Não quero falar muito disso aqui, mas minha irmã mais velha tem me irritado muito, pelo egoísmo dela, pela grosseria desnecessária que ela dirige a mim muitas vezes. Não posso confiar nela agora, e isso é muito triste pra mim porque minhas irmãs sempre foram as melhores pessoas do mundo pra mim, as mais próximas que tenho. Agora sinto que é perigoso dar confiança a ela, e não vou mais dar. Fiz isso com minha mãe por um longo tempo, e sinto que foi melhor.
Mas isso me preocupa muito porque tenho a sensação de que eu só perco e perco pessoas na minha vida. Nos últimos anos, já me sentia triste por não fazer amigos, e ultimamente tenho perdido eles. Neste momento tenho uma amiga no mundo. Uma. E minhas irmãs, que cada vez mais têm seguido seu caminho, um caminho que muitas vezes não posso acompanhar. Estou ansiosa para voltar à psicóloga e discutir isso com ela, porque eu não sei mais lidar com a solidão em que vivo. É sufocante, e me faz querer morrer.
Apesar desses problemas difíceis, tenho me esforçado muito muito pra recuperar o equilíbrio e traçar planos pra continuar. Continuo com a dúvida se posso sonhar com uma vida normal, e ainda não sei a resposta. Eu sou eu, com tudo o que tenho e todos os enormes vazios que eu vejo. Sinto que isso é mais um problema de olhar do que de condições, pois meu olhar sempre deprecia tudo, e se isso for o problema, eu preciso aprender a tratar a mim. Criar alguma autoestima, algum amor em algum lugar de mim. Tirar esse medo que me afoga em tudo.
Hoje andando na rua, nervosa, lembrei de como eu sou a maior parte do tempo na outra cidade, aonde estou sempre sozinha. E lembrei que vou voltar pra lá muito em breve. Pra esse rotina anônima, vazia, preocupada.
Tenho que falar com a psicóloga também sobre esse medo de abandono terrível que me banha, e me afoga em qualquer mínima insegurança que surge. Principalmente a insegurança com o meu corpo e a finitude dele.
Bom, assim tenho passado os dias, e espero manter e aumentar minhas forças.
Vou ser feliz o tempo todo, custe o que custar.
Dill, xx.
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