sexta-feira, 14 de novembro de 2014

C'est tout


 Yeya, estou fazendo esse post agora porque sei que se eu deixar pra depois isso vai teminar comigo à meia-noite escrevendo besteiras e já triste pensando no sono de amanhã. Não que eu não vá escrever besteiras agora.
Bon, acabei de voltar do curso pra onde eu quase não fui, mas ainda bem que fui porque foi bem legal. Foi pouca gente, teve matéria nova, e me pediram pra ler um texto. Ah, e um milagre: o ônibus veio muito super rápido, não fiquei 4 segundos parada no ponto. Obrigada por ser legal, vida!  E também fez um pouco de frio hoje, o que foi especialmente o motivo de eu ter resolvido sair, e pude me vestir melhor.

Tenho estudado bastante nos últimos dias, apesar de não ser muito disciplinada. Meus estudos são uma meio estranhos, eu mudo de matéria toda hora, no meio visito facebook, mas no geral tem funcionado. Falta só um mês, um mês e estou livre. Tenho que me dedicar, se eu não me esforçar nessa reta final vou me odiar por não ter tentado. Chega disso.

Acho que não tenho mais coisas pra falar. Hoje o pessoal do curso começou a conversar umas coisas e ficou todo mundo lá dando opinião e eu quieta com a minha cara de sempre. É nessas horas que eu penso como eu vou me virar na vida, hahaha.

Queria ter coisas bonitas pra dizer aqui, mas acho que não tenho. Esses dias vi uma frase: "Tough times doesn't last, tough people do.", e achei muito legal. "Tempos difíceis não duram, pessoas difíceis sim", tradução porca, mas. A vida é isso mesmo, manter sua voz, manter sua integridade. Por falar em integridade, hoje estava dando V de Vingança na tv. Sempre choro com a cena da carta da Valerie. Chorei no filme, quase chorei na HQ... pra mim aquilo é tipo a mensagem da vida, tudo o que existe.  Vou deixar a carta aqui:

"Sei que não há como convencê-la de que isto não é um truque mas não faz mal. Sou eu. Meu nome é Valerie. Não creio que viverei muito tempo e quero falar sobre a minha vida. Esta é a única biografia que eu vou escrever e faço isso em papel higiênico. Nasci em Nottingham, em 1985. Não me lembro muito da infância, mas eu me lembro da chuva. Minha avó tinha uma fazenda e ela dizia que Deus estava na chuva. Fui aprovada no exame para o curso secundário. Na escola, conheci minha primeira namorada. Seu nome era Sarah. Foram seus pulsos. Eles eram lindos. Achei que nos amaríamos para sempre. O professor dizia que era uma fase da adolescência que superaríamos. A Sarah superou. Eu não superei. Em 2002, eu me apaixonei por uma garota chamada Christina. Naquele ano, contei aos meu pais. Não poderia ter feito isso sem a Chris segurando minha mão. Meu pai não olhou para mim. Disse-me para ir embora e nunca mais voltar. Minha mãe não falou nada. Mas eu só contei a verdade a eles. Isso foi egoísmo demais? Nossa integridade vale tão pouco, mas é tudo o que temos. É o mais importante em nós. Mantendo nossa integridade, somos livres. Sempre soube o que queria da vida. Em 2015, eu estrelei meu primeiro filme, As Dunas de Sal. Foi o papel mais importante da minha vida, não pela carreira, mas porque assim conheci a Ruth. Na primeira vez em que nos beijamos, eu soube que nunca mais iria querer beijar outros lábios. Nós nos mudamos para um apartamento em Londres. Ela plantou Scarlet Carsons para mim na janela e nosso apartamento sempre cheirava a rosas. Foram os melhores anos da minha vida. Mas a guerra dos EUA foi piorando e, no fim, chegou a Londres. Depois disso, não havia mais rosas... Não para todos. O significado das palavras começou a mudar. Palavras como "colateral" e "rendição" inspiravam medo... Enquanto ganhavam força "Nórdica Chama" e "Artigos de Submissão". Lembro-me de como "diferente" virou "perigoso". Ainda não entendo por que nos odeiam tanto. Eles levaram a Ruth enquanto ela comprava comida. Nunca chorei tanto na minha vida. Não demorou para virem me buscar. Parece estranho terminar a vida em um lugar tão horrível... Mas durante três anos eu tive rosas e não pedi desculpas a ninguém. Eu morrerei aqui. Cada pedacinho do meu ser perecerá. Cada pedacinho... Menos um. O da integridade. É pequeno e frágil... E é a única coisa que vale a pena ter. Nós jamais devemos perdê-lo. Nem deixar que o tomem de nós. Espero que, quem quer que você seja, escape daqui. Espero que o mundo mude e a vida fique melhor. Mas o que mais quero é que entenda a minha mensagem...Quando falo que mesmo sem conhecer você... E mesmo que talvez jamais conheça você... Ria com você, chore com você... Ou beije você... Eu amo você. De todo o coração... Eu amo você.
Valerie"


 Isso é tudo, não é? Tudo o que importa de verdade.

Boa noite,
Bucaneira, xx.

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