sábado, 13 de dezembro de 2014

Pensées

Olá seres.
Estive bastante pensativa hoje, pensando demais. Meio crise de ansiedade: queria fazer alguma coisa, não queria fazer nada, preguiça, sono, inquietude. Aí comecei a pensar na vida. Estava lendo a Elle, e sempre tem umas reportagens sobre estilistas novos, ou sobre antigos contando o início de carreira deles, e essas coisas sempre me inspiram muito. É de longe o que eu mais admiro na vida: pessoas que se mexem. Pessoas que fazem coisas não necessariamente novas, mas nas quais elas acreditam. Isso sempre me faz perder o ar e é tudo o que eu queria pra mim na vida. Mas ao olhar a minha vida, vejo que sou quase o oposto disso tudo: sou muito quieta, mal consigo olhar nos olhos das pessoas, e em 18 anos de vida, a primeira coisa que fiz porque eu realmente gostava foi estudar francês. Hoje eu consigo ver que tudo o que eu fiz na vida foi me ignorar, por diversos motivos. Por isso, às vezes fico com medo e mesmo com vergonha por sequer sonhar com as coisas que eu sonho. Sempre que eu saio, fico olhando as pessoas na rua e o que eu noto é que a enorme maioria das pessoas leva uma vida bem medíocre, no sentido da palavra mesmo, uma vida na média. Tem um emprego, talvez filhos, um relacionamento estável. Isso me faz pensar: quem sou eu para ser diferente? Quero dizer, o que eu fiz realmente pra merecer mais do que o que eles têm? E a reposta simplesmente é nada.  Mas a vida é uma questão de escolhas, e só estou começando a olhar pra mim agora. Estou crescendo agora, tudo o que eu não cresci todos esses anos.  Não é fácil olhar pra sua vida como ela está e decidir mudá-la, mas quando a escolha está feita, acredito que tudo se torne fácil. Porque você não tem outra opção. E é isso que estou tentando fazer agora, as escolhas certas.

Espero que você consiga fazer as melhores escolhas por você também. Acho que não tem nada mais difícil do que se amar de verdade. Eu me odeio frequentemente, e estou sempre tentando me perdoar por alguma coisa. Na verdade, por tudo. E acho que é assim com todo mundo, e por isso as pessoas são tão ruins às vezes, afinal, a pessoa que elas mais conhecem às vezes é a que mais odeiam, e isso não é fácil. Todo mundo está confuso e com medo, simplesmente.

Essa semana eu estava pensando que tenho me tornado uma pessoa meio ruim. Parece que ao contrário do que deveria acontecer, minha paciência com as pessoas só diminui, e quando eu saio, na verdade, o sentimento que mais noto em mim é desprezo por simplesmente todo mundo. Eu quase odeio as pessoas simplesmente por elas serem o que são, por não fazerem nada pra mudar as suas vidas, mas é óbvio que na verdade isso é tudo o que eu vejo em mim. A gente nasce e morre conhecendo apenas uma pessoa, que é a gente mesmo. Do resto, a gente vê o que eles querem mostrar e do jeito que a gente quer ver. E tudo o que vemos tem uma enorme parte de nós mesmos e muito pouco de outras pessoas. Sei disso, mas não tenho consciência disso a maior parte do tempo (quase sempre por escolha).
Mesmo assim, fico sempre triste quando tenho um comportamento ruim com as pessoas porque fico com medo de isso nunca terminar. Nunca tive um bom relacionamento em sociedade (haha), desde muito pequena as pessoas eram ruins comigo sem muito motivo, apenas porque eu não agradava de algum jeito, e pessoas que deveriam me proteger não fizeram isso. Ou seja, no geral, as pessoas sempre significaram pra mim perigo e decepção. Elas falavam muitas coisas ruins de mim, mas o mais importante nisso era que eu acreditava e aceitava o que eles diziam, porque na verdade era o que eu pensava de mim mesma. Acredito realmente que ninguém de fora pode criar, do nada, um sentimento dentro de você, e por isso não posso dizer "eles me fizeram insegura", "eles me fizeram infeliz". Tudo isso sempre esteve em mim e iria se manifestar mesmo que vários eventos não acontecessem.
Pode parecer que estou super bem resolvida com isso, mas óbvio que não. Ainda tenho muita raiva, e tem dias em que eu sou só raiva, mas tento sempre me lembrar de que não importa o que tenha acontecido, quem decide o que acontece comigo sou eu. E é aí que mora o real problema: o que eu quero que aconteça comigo. Às vezes quero conquistar grandes coisas, às vezes quero viajar, às vezes quero destruir meu corpo aos poucos com o que puder, e às vezes quero morrer. Às vezes quero fazer pessoas boas se sentirem mal, às vezes quero me surrar, às vezes quero curar toda a dor de todo mundo, dos que merecem isso e dos que não merecem. Tenho mil sentimentos e mil ideias, e em cada uma dessas vezes tenho o poder de escolher o que fazer. Você é 100% o que escolhe ser, acredito nisso e é isso que me dá forças. Afinal se eu fosse o que as pessoas fazem de mim, seria tudo de ruim que existe.

Não disse que eu estava bastante pensativa hoje? Fiquei queimando a cabeça sobre várias coisas, me preocupei, fiquei com raiva e agora estou chorando. Fico sempre muito triste quando lembro das coisas que aconteceram comigo, mas tudo foi necessário. Tudo o que aconteceu fez de mim quem eu sou, e apesar de vir de uma coisa ruim, sei que posso ser alguma coisa boa no final. A dor, os sentimentos, a crueldade, a raiva, nada disso é realmente ruim, são partes de nós que precisam existir pra que a gente lembre que todo mundo é igual. Somos todos muito baixos e perdidos, e tristes e felizes, desgraçados que acreditam até o último minuto que as coisas boas ainda podem acontecer. E isso, com todas as coisas feias no meio, é lindo. Como sempre digo, a beleza está em tudo, da queda mais vergonhosa ao sucesso mais estrondoso, e tudo tem muita força. Se a gente conseguir aceitar essa força e deixá-la agir através de nós, teremos e seremos tudo o que precisamos, que na verdade é muito pouco, mas é tudo.

Boa noite pessoas,
Dill, xx.

Nenhum comentário:

Postar um comentário