terça-feira, 5 de maio de 2015

O direito divino, a tristeza eterna


Sempre que me sinto muito chateada me dá vontade de vir escrever no blog, mas quando eu entro e vejo a grande página branca me sinto bem ridícula por reclamar aqui. Sei lá, de uns tempos pra cá, nunca me sinto muito chateada mesmoo com as coisas, só fico meio de saco cheio ou triste. Acho que por já ter passado por uns momentos bem ruins, acabo subestimando as coisas pelas quais estou passando, o que também não é bom.

Estou me sentindo mal há muitos dias, hoje notei que provavelmente pela proximidade de uma prova importante. E quando eu começo a ficar mal, tudo fica mal junto porque o que eu mais tenho são problemas semi-resolvidos, como caixas no chão que eu tropeço todo dias, mas não caio, então tá beleza.
Por isso tenho comido demais, tenho estado desanimada pra estudar, e nos últimos dias, mais agravados tenho ficado com vontade de chorar por tudo. Sabe quando você tá tão triste que abre a geladeira e vê que acabou a margarina e dá vontade de chorar? Sem frescura, dá vontade de chorar mesmo, como se uma coisa séria tivesse acontecido. Vi num post do tumblr uma vez que esse era um dos sintomas da depressão e na ilustração um bonequinho chorava porque o cereal dele tinha amolecido, haha. I get you, dude.

Hoje, na rua, quase chorei umas duas vezes porque não conseguia comprar comida, e nem decidir o que eu queria comer na verdade, eu só queria comer (qualquer problema na minha vida termina em mim comendo demais). Quando ficou quente e eu não queria tirar a jaqueta, quase chorei. Quando a caixa deu uma risadinha porque eu me atrapalhei pra pegar a batata no balcão, eu fiquei com muita raiva e queria literalmente bater nela. Aliás, quis bater em umas 4 pessoas hoje, de verdade. E em todas as vezes, quando eu vi que não podia bater nelas, quase chorei. E, não sei se por crueldade do universo, ou por questões de atração energética, as coisas pareceram dar especialmente errado comigo hoje. Pelo menos foi essa a impressão, umas coisas que eu queria eu não consegui, e fiquei muito triste.

Tudo tem me incomodado ultimamente. E como sempre quando estou mal, eu começo a pensar que vou ser assim pra sempre. Eu acho que ainda me culpo muito por algumas coisas que aconteceram, e é sempre difícil. Acho que me odeio em algumas partes.

Eu não sei o que eu espero que aconteça se eu continuo fazendo as mesmas coisas. Eu fico esperando as coisas se curvarem a mim como se eu tivesse algum direito divino sobre as coisas. Como eu eu tivesse um direito à felicidade, porque eu sempre acho um absurdo que eu não tenha as coisas que eu quero. Eu sou o tipo de pessoa que simplesmente consegue as coisas, pelo menos as pequenas coisas. Não que eu mereça de verdade, mas eu de alguma forma, arranco o que eu quero de tudo, porque eu acho que é meu só por eu querer. Claro que não com tudo, mas sou assim com algumas coisas, e isso é meio ruim. O bom disso, é que eu sinto que sou mais obstinada que a maioria das pessoas, e principalmente, eu não aceito viver uma vida medíocre. Pelo menos a minha concepção de medíocre. Porque tenho certeza que minha vida parece uma merda pra muitas pessoas. Mas para mim, eu não aceito nada menos que incrível, e isso ao mesmo tempo que me move, me faz estar boa parte do tempo infeliz ou ansiosa, esperando conseguir, mudar ou deixar alguma coisa. Viver sempre numa expectativa, num holograma, me faz evitar a realidade, e me acostumar a não aceitar as coisas. Sou impaciente, irritada, e bem ruim com as pessoas, porque as pessoas são falhas, e eu não aceito falhas. Em ninguém, incluindo a mim mesma.

Espero que minha mente não se quebre, e eu fique louca de vez.
Só sei que estou bem cansada de chorar pelas mesmas coisas.

Dill, xx

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