terça-feira, 25 de outubro de 2016

Lamauvaisetête

Resolvi publicar isso aqui que estava no rascunho. Voilà:

/Estava estudando até pouco tempo atrás mas comecei a ficar nervosa, então aproveitei pra vir escrever.
Estou em casa, e vou ficar essa semana inteira aqui por causa de um evento lá na faculdade. Estou muito feliz de poder ficar aqui, não só por saudades da minha família, mas também porque ironicamente, tenho muito pouco tempo pra estudar quando estou indo pra faculdade. Na verdade, eu tenho descoberto e redescoberto que não sei estudar. E que cada coisa, assunto, tem um jeito diferente de ser estudado, o que me dá bastante trabalho já que eu sou a maior ilustração de inércia em forma de gente: sabe aquilo de o carro frear, e devido a inércia, continuar a se movimentar na direção que estava indo? Essa é a definição das minhas cabeçadas na vida. Eu vejo que estou fazendo a coisa errada, penso que devia parar de fazer isso e fazer diferente, mas continuo, por um bom tempo, fazendo as mesmas coisas, indo na mesma direção.
Bom, tenho tentado descobrir novas formas de estudar, e no geral, me dedicar mais. Hoje eu acabei enrolando muito aqui, e agora a noite fiquei com muita coisa pra fazer. Vou ter que deixar pra amanhã.

Estou planejando a compra do meu próximo celular agora, mas estou com uma dúvida crudelíssima: não sei se peço um celular ou uma câmera semiprofissional (a Canon T5, muito provavelmente). Meu celular está velho, e estava até dando uns erros muito brabos ultimamente, mas eu descobri que eram por causa do cartão de memória (??) e depois que eu troquei, ficou bom. Mas ele não tem uma boa câmera, e isso me irrita muito. A frontal é quase inútil, coitada, mas eu ainda consigo usar e as vezes até sai uma foto ~razoável~. Por isso eu queria um celular novo, e estive vendo uns modelos com câmeras muito boas por volta de 700 reais (que eu espero conseguir na black friday por 600).
Mas aí bate o meu sonho que tem quase a mesma idade que eu: uma câmera semiprofissional, de preferência da Canon. Antigamente, meu sonho imaculado era a T3i, mas tenho visto cada vez menos delas vendendo, aí estou com medo de comprar um modelo antigo que talvez comecem a parar de produzir. Por isso estou pesquisando agora a T5, mais recente. Pelo que vi, elas são muito parecidas, e já são tão boas que acho que a diferença varia mesmo é de fotógrafo pra fotógrafo.
Bom, eu sempre gostei de fotografia, e faz muito (muito) tempo que tenho sonhado com uma câmera dessas, mas além de serem bem caras (tenho achado a T5 por 1.580, isso porque é super promoção), eu sempre tive um medinho de comprar e não usar. De ficar com vergonha de tirar fotos com ela na rua, sei lá. Sou muito tímida, e às vezes tenho vergonha até de pegar um celular pra tirar foto de alguma coisa, imagina uma câmera grande dessas. Infelizmente, elas chamam atenção.
Tenho encontrado algumas T5 pouco usadas na internet por pouco mais de 1.000, o que eu até conseguiria pagar. Então fiquei pensando que posso comprar, mas aí vou ter que ficar com meu celular velho. Porque óbvio que meus pais não tem dinheiro pra comprar os dois (nem um talvez, pra ser sincera), e mesmo se eu comprasse a câmera, eu teria que pagar metade da parcela com a minha mesada. E eu ficaria um ano com pouco dinheiro pra comer, sair ou comprar roupas, cosméticos, qualquer coisa que eu quisesse na verdade, porque tudo isso sai da minha mesada. E geralmente isso me deixa bem mal-humorada. Mas, por outro lado, teria, finalmente, minha câmera.
Eu acho que a fotografia seria uma ótima forma de eu me expressar, e eu tenho procurado isso. Mas de novo, tenho medo de não conseguir me adaptar ao uso, e fazer meus pais pagarem uma coisa super cara pra no final me sentir uma idiota mimada que ficou batendo cabeça por uma câmera que ela nem sabia usar.
Não sei o que fazer mesmo, vou ter que esperar o tempo, as promoções, e falar com meu pais. Escrevi isso aqui mais pra me ajudar a pensar mesmo, por favor ignore meus dilemas materialistas.

Ontem eu quase liguei o notebook tarde da noite pra vir escrever aqui porque tive um pensamento um pouco mais claro sobre algo que eu estava sentindo há um tempo já. Quando eu vejo pessoas do meu meio social, principalmente as da minha idade fazendo alguma coisa, eu imediata e inconscientemente começo a tentar "imitá-los". Quero dizer que começo a tentar reproduzir não só o comportamento deles, mas a motivação. Eu começo a me esforçar pra ser igual a eles em todos os aspectos, mas nunca consigo reproduzir com fidelidade uma emoção sequer que eu vejo as pessoas terem em sociedade.
Eu sou tão fria que às vezes nem acredito. Porque parece que só eu sou assim, me sinto uma pessoa impossível. Pra mim, o jeito que as pessoas agem umas com as outras em público não faz o menor sentido. E como eu disse, mesmo assim ( acho que por isso), quando vejo esses comportamentos perto de mim, minha primeira reação é tentar naturalizá-los em mim.
Se eu vejo fotos de pessoas que eu conheço saindo, indo em barzinhos a noite, começo a tentar pensar que eu gosto de sair de noite, que eu gosto de bar, que eu devia começar a beber. Todos esses comportamentos não são em nada naturais a mim, e, mesmo assim, quando estou perto de pessoas diferentes de mim, sempre me pego tentando ser elas.
Não consigo entender muito o por quê disso. Talvez eu ainda esteja na paranoia de não ser notada, e esteja procurando me enquadrar pra "sumir na multidão". Porque eu nem preciso dizer que ainda tenho muito medo da vida social. Ainda tenho ansiedade social, ainda sinto que vou morrer se alguém falar comigo, etc.
Mas eu não entendo ainda totalmente isso. Porque eu abro mão de mim mesma tão fácil, tão rápido. Quando encontro qualquer coisa diferente de mim, jogo tudo o que eu sou fora sem nem pensar sobre isso. Acho que por isso não consigo conversar sobre mim quando estou conhecendo alguém: nessas situações eu não sou nada, não sou ninguém, sou uma folha em branco onde vou botar o que a outra pessoa quiser. Odeio isso.
Porque a verdade é que eu sinto que o que eu sou não é aceito de forma alguma. Eu sou uma pessoa naturalmente violenta, e com isso quero dizer que a violência é o meu traço mais significante. Eu não ajo com violência, mas ao mesmo tempo a violência está em tudo o que sou e faço.
Eu não sou nada leve, doce, ou agradável. Se eu fosse alguma coisa da natureza seria uma nuvem de tempestade, com relâmpagos e tudo.
Aliás, notei esses dias como eu sinto falta de extravasar minha violência. Nas poucas vezes que eu me "solto" e falo alguma coisa mais sincera, geralmente recebo uns olhares arregalados ou risadas frias.
Ao mesmo tempo, não é de hoje que eu noto que eu faço amizade com as pessoas mais diferentes de mim, e que tenho medo das pessoas mais iguais a mim. Quanto mais a pessoa parece comigo, e parece que pode ser minha amiga-alma gêmea mais eu me afasto.

E de novo, eu não entendo completamente o por quê.
Acho que vou continuar esse pensamento outro dia.

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