HOje é feriado e estou na república, mas estou aproveitando pra estudar filosofia. É, sempre faço isso, não fico à toa, mas também não estudo o que devo, estudo o que eu quero, hahaha.
Está bem quente mas mesmo assim estou tomando café porque acordei às 6h (é, no feriado) e estava zumbificando completamente. Mas ainda tenho muita coisa pra aprender, ler, escrever, ouvir... acho que vou morrer estudando.
Bom, essa semana eu tinha uma apresentação pra fazer, e ela em si não era grande coisa, mas eu estava em pânico. Estava literalmente roendo unhas, tendo palpitações, e dormindo mal desde o fim de semana passado. A apresentação foi ontem e eu fui razoável. Fui melhor que na última, e consegui falar bem, apesar de ninguém ter prestado atenção. Me senti bastante bem no dia. Foi uma das raras experiências desse tipo que eu terminei ainda com o astral, moral, sei lá como chamam, "lá em cima". Quero dizer que nem fiquei revisando todos os erros da minha vida por causa disso.
Gostaria de dizer que o meu auto-controle está melhorando e que estou aprendendo a estabilizar minhas emoções e conquistar espaço e confiança no meu círculo social, mas a verdade é que eu tomei clonazepan. Tomei metade de um comprimido de 0,5mg (seriam 0,250mg, certo?) porque da última vez que tomei 0,5mg de manhã pra ir fazer uma apresentação eu fiquei desligada, meio dopada.
Dessa vez tomei menos, e fiquei ainda um pouco nervosa, mas percebi que dois sintomas foram quase anulados: o pessimismo de antes (tremedeira incontrolável, vontade de chorar, de desistir, compilação mental de tudo o que pode dar errado, etc), e o peso e "paranoia" de depois (sentimento de que fui mal, que todos perceberam isso e me acharam ridícula, que todos confirmaram o que pensavam de mim: que eu era inútil, deficiente, desajustada, etc, etc...).
Claro que fiquei muito muito feliz com isso. Esse remédio não salva ninguém, eu sei, mas ele me permitiu viver quase que só o presente (que é o que deveria acontecer, não é?). Diminuiu em uns 60%, 70%, o meu sofrimento, que é o pior.
Sabe, é a segunda apresentação que eu faço sob efeito de remédio, e em ambos os casos eu tive, pela primeira vez um aumento de confiança pra esse tipo de situação, e não uma diminuição. Toda apresentação que eu fazia eu terminava pensando que não servia mesmo pra aquilo, que eu não devia falar em público nunca mais. Eu queria morrer e me enterrar pra não passar por nada do tipo de novo. Já com o remédio, eu não fico super feliz, louca pra fazer mais apresentações, mas fico ou indiferente à situação (do tipo, "fiz o que pude, sei que posso melhorar") ou fico com uma sensação boa (tipo, "oh, até que isso foi legal").
Bom, agora estou um pouquinho preocupada porque quero tomar remédio sempre, e não sei até onde isso é certo. Os comprimidos que eu tenho, ganhei do meu pai, mas quero marcar um psiquiatra assim que possível.
De novo, me lembro que não preciso sofrer tanto. A noção de que a vida não precisa ser uma tragédia não é tão natural ou óbvia para algumas (muitas) pessoas. Mas às vezes me lembro disso, e posso tomar uma atitude.
E se eu cair, o chão ainda vai estar lá como sempre esteve.
Só quero tomar cuidado pra não ficar achando que "encontrei a resposta". Tenho mania de procurar respostas fáceis em tudo, mesmo que cada vez mais elas se mostrem impossíveis.
"I was naive and hopeful and lost
now I'm aware and driving my thoughts."
Não consigo parar de ouvir essa música do The Neighbourhood. Antes era Daddy Issues, que continua sendo a música que eu quero tocando em loop no meu caixão.
Nossa, eu falo cada coisa.
Adieu,
Dill, xx.
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