domingo, 17 de fevereiro de 2019

Running thoughts


Estou meio agitada, com o coração acelerado e meio nervosa, acho que por causa do remédio. Fico tentando equilibrar com o outro remédio, mas continuo agitada, até pra dormir. O bom é que as crises de choro pararam totalmente, e estou feliz por isso.
Tive alguns problemas técnicos essa semana com o notebook e o cartão da minha câmera e fiquei preocupada em ter que comprar outro. Estou precisando de uma calça nova e meu fone de ouvido está estranho há meses, estou só esperando ele estragar de vez. Vou ter que equilibrar isso tudo com o início do semestre. Que aliás, já começa a me assustar. Até a minha vontade de desistir já está atacando.
Acho que minha melhor reação é resistir por teimosia. Teimosia corajosa, sabe? Sei que sou forte no sentido em que já aguentei muita coisa, mas muitas vezes me acho completamente fraca. É bem difícil eu ver um equilíbrio entre essas duas coisas, e esses extremos sempre me fazem mal.
Hoje em alguns momentos me senti triste e fiquei pensando que é bem difícil sentir o tempo todo que tenho que me desculpar por quem eu sou. Sinto que sou ofensiva, que quem eu sou é uma ofensa. Minha feiura, minhas manchas, minha vergonha, minha violência. Meu extremo desajuste. Tudo isso... acho que sinto que tudo o que apresento ao mundo é ofensivo em alguma medida.
Talvez por isso eu sinta que mereço repreensão.
Talvez por isso eu procure castigos em quase tudo.

Acho que só incito no mundo o que eu acho que mereço. Mas dói muito quando recebo.
Uma das coisas que ficou muito clara pra mim no ano passado é que não sei amar. Não sei o que é amor, nem desconfio. Mas também sinto pela primeira vez que quero aprender. Chegar numa espécie de extremo pela primeira vez me mostrou que qualquer coisas vale a pena pra tentar se salvar porque perder essa luta mental é sofrido demais. Acho que não consigo aguentar ser uma tragédia.
Virar uma história triste me assusta. Não é por vaidade, eu acho. Ou talvez seja. Virar palavras de pena me assusta muito.

A minha mania ou ímpeto de produzir coisas bonitas tem diminuído, não pensei muito ainda no por quê. Não sei se cansei, se não vejo mais razão nisso. Acho que também estou começando a ver outros tipos de beleza.
A beleza da confiança genuína, da entrega física e mental às pessoas e ao mundo. Essa beleza que sempre me foi desconhecida pela primeira vez talvez não esteja me aterrorizando.
O jeito que eu caí ano passado, como eu sucumbi a tudo me colocou numa posição aonde pela primeira vez a minha única opção era me abrir. Era isso ou morrer. Senti isso muito claramente, era isso ou morrer.
Ao mesmo tempo, consegui pedir amor de uma maneira ingênua que talvez eu só tenha feito quando era criança. Percebi o quanto de amor existe na minha vida pequena, e os pontos em que isso me sustenta. O medo do amor, a falta dele... tudo isso me marcou e andou comigo, me formou. Mas ainda sou muitos pontos obscuros.

Não sei o que eu queria dizer aqui. Só estava com o coração acelerado e um pouco triste por ser doente. Só posso seguir em frente.

Espero que sejamos fortes.

Dill, xx.

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