segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Obstacle

"But it's different now that I'm poor and aging

and I'll never see this place again"

Eu me sinto mal praticamente o tempo todo quando estou sozinha. Por isso passo todo o tempo que posso com a minha família, e a rotina de isolamento tem sido boa pra mim por permitir que eu fique perto delas. Eu fico vendo tv com a minha mãe o dia todo, e os dias são quentes e confortáveis. Eu faço carinho nas gatas e cuido da casa, e faço comida quando quero. Apesar de nos dias ruins eu não querer me mexer, tenho que fazer alguma coisa, porque estar em casa também significa estar sob regras de outras pessoas. Mas no geral estou me sentindo com sorte por ter escapado daquela rotina massante por um tempo.

Agora estou meio travada pra qualquer coisa que envolva produtividade. Não quero fazer nada. Não leio, não vejo séries nem meus filmes sozinha. Fico atrás da minha família, procurando companhia. Acho que estou querendo aproveitar todo o tempo que tiver aqui. 

Estou tentando ser menos má, e aceitar algumas coisas. Mas continuo querendo esquecer tudo, fugindo mentalmente.

Não sei se estou feliz, mas tenho sorte. Estou bem, mas por saber que esse período de calma tem prazo de validade, não consigo relaxar muito. Sinto que estou esperando me chamarem pra guerra. Faço o que consigo, e é bem pouco, mas está tudo bem.


Dill, xx.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Days

Eu não tenho mais muita noção dos meus dias, mas vivendo um de cada vez, no geral as coisas estão mais ou menos. Tenho poucos dias bons, e quase todos passo muito nervosa. Continuo tomando a medicação numa frequência bem maior que antigamente, mas penso que é o necessário agora.
Quase todo dia passo por algum episódio de agonia, com uma dor no peito muito profunda e ruim, e não sei exatamente solucionar isso. Só me dou tempo e espero passar. As coisas só ficam mal mesmo quando começo a pensar no futuro e nas minhas condições de enfrentá-lo.
Nesse semestre já pensei várias vezes em parar a faculdade, em fazer outro enem, e de vez em quando até em me internar em algum lugar, coisas que trazem aquela fantasia de melhora pelo afastamento dos problemas, mas que eu seu muito bem serem apenas fantasias. Não vai ter jeito fácil de terminar a minha faculdade, e eu só posso encarar e encarar.
Apesar disso tudo, não tenho muito do que reclamar porque tenho um ambiente estável e seguro (na maior parte do tempo), e sei que muitas pessoas estão tendo preocupações muito piores.
Estou novamente com alguns problemas financeiros mas não tão ruins quanto antes.
Sinto falta de ler mais e assistir mais filmes.

Vou seguindo aqui, tentando aprender mais e me conectar com o que amo.
Ainda tenho esperança.

Dill, xx.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

En attendant

Aconteceram muitas, muitas coisas mas vou deixar todas pra lá. Eu só queria falar da longa e dolorosa espera que estou passando nas últimas semanas (drama). Haha, e que eu passei por alguns momentos tensos, por pura loucura minha, na decisão ou não de comprar uma camisa xadrez (sim, mais uma. YOLO). Sei que o estado de nervos que fiquei pra isso foi muito além do normal, inclusive estou aprendendo muito sobre mim mesma neste período de reclusão obrigada. Mas foi nesse estado que resolvi comprar a camisa, e fiz isso. Mas depois de uma semana de nenhuma notícia de envio, percebi também que não tinha visto as medidas, e que tinha pedido o tamanho errado. Aí, comecei a ficar nervosa com o tempo de troca. E nervoso atrás de nervoso, eu já estava cansada e doida e percebendo como estava me desgastando por isso. Aí comprei a do tamanho certo pretendendo devolver a outra, e agora faz dois dias que não tenho notícias das duas compras. A loja simplesmente me odeia, foi o que concluí.

Sem nada pra fazer além de esperar e me lamentar, vim aqui desabafar e colocar fotos da dita cuja, que já vai nascer turbulenta.


Pelo menos a bicha realmente é linda. Enfim, vou definhando nessa espera até sabe-se lá quando. E ainda vou ter q recusar uma e pedir o reembolso, outro processo chato. Mas espero resolver tudo e depois só ser feliz com minha filha grunge.
E espero que ela vista bem porque tudo isso e depois ainda não gostar ia ser foda kkkkkkk.

Dill, xx.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

jackies

Hoje venho com um motivo menos sério, mais entediado. Só queria falar dos meus últimos desejos de moda. Basicamente jaquetas. Falar de jaquetas pra mim é maravilhoso, essa peça de roupa que me cobre, me faz sentir protegida e forte. Nos últimos tempos, fiquei obcecada com o modelo bomber, porque era o meu sonho há bastante tempo ter uma preta e nesse mês eu finalmente consegui. As primeiras fotos aqui são de uma bem parecida com a que comprei. O resto é inspiração 💜.





Estou simples, vejam. Querendo pouca coisa, hah.

C'est tout.

Dill, xx.

terça-feira, 14 de abril de 2020

It's a new dawn

"Birds flying high, you know how I feel
Sun in the sky, you know how I feel
Breeze driftin' on by, you know how I feel

It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good

Fish in the sea, you know how I feel
River running free, you know how I feel
Blossom on the tree, you know how I feel

It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good

Dragonfly out in the Sun
You know what I mean, don't you know
Butterflies all havin' fun, you know what I mean
Sleep in peace when day is done
That's what I mean

And this old world
Is a new world
And a bold world
For me

Stars when you shine you know how I feel
Scent of the pine you know how I feel
Oh, freedom is mine
And I know how I feel


It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me

Oh, I'm feeling good"


Quis colocar essa letra da Nina Simone aqui por muitos motivos. Admiro essa mulher com muita força, por tudo que ela fez e representa. Ouço a música dela quase chorando, porque conheço o contexto tão complicado em que ela viveu e criou, e fico inundada por tudo que ela transmite. O grito por liberdade em tudo que ela fez, sem esconder a dor, a revolta, o choque em lidar com um mundo de horror em que se exigia dela beleza. Como criar em um mundo de horror? Como não criar?

Vivemos pela arte e pela abstração, uns mais que os outros, e eu estou no time dos mais. Se respiro e falo, e canto e escrevo é porque acredito que existe uma maneira de se escapar do horror diário, dos absurdos tão tolerados por nossos colegas de vida. Viver dignamente no meio da indignidade. Uma missão, quase. Um sonho. E o absurdo de sonhar com isso me parece ao mesmo tempo, imprescindível. Como viver sem isso?

Escrevo isso com medo do mundo de agora, e dos tempos que vivemos. O amanhã é um mistério pra todos, mais do que nunca. As pequenas certezas do dia a dia, enfadonhas, monótonas, se foram em grande parte, e ficamos com os vazios, as partes que nos eram queridas por serem raras e valiosas. Agora que não são raras, fica algo de confusão e uma ansiedade por algo que deveria vir em seguida. A segunda-feira, o início do semestre, os começos que aprendemos a ter como aquilo que nos trariam conquistas e merecimento e satisfação, desapareceram. Ficamos nós.

E esse nós agora, para mim, é tão, tão confuso. Não estou realmente procurando respostas, mas o questionamento já me alivia. Estou longe de clarear a cabeça, mas devo começar.

Agradeço muito as condições de vida que me permitem ter essa clareza e os meios para pensar e me questionar.

Sejamos livres. Sejamos fortes.

Dill, xx.

sexta-feira, 27 de março de 2020

'TroubledMind' since 1996

Estou precisando digerir algumas coisas e a única forma de fazer isso pra mim é escrevendo. Porque além de as coisas estares ruins, eu não estou entendendo direito a minha situação.
De novo, meu pai disse que não vai poder me dar nenhum dinheiro esse mês. Nenhum. E eu, mais uma vez, fiquei muito abalada. Todos os pensamentos surgiram de novo: como vou conseguir me manter na faculdade assim? como vou manter minha rotina, minhas compras? o quanto isso vai afetar minha independência?
Escrevendo isso agora, já entendo um pouco mais que é possível que eu continue na faculdade. Ganharei 300 reais da minha mãe por mês, mas só quando as minhas contas acabarem, o que vai demorar uns 3, 4 meses pra ficar pelo menos significantemente menor. E meu desespero vem um pouco disso: vou passar 3 meses sem comprar absolutamente nada? Eu, que não tenho mais nada pelo que viver? Estou tentando mudar essa visão minha, de que sou sozinha e não tenho nada, mas com essa pressão de ficar sem dinheiro, fica bem difícil controlar.
Estou com muita, muita raiva do meu pai agora. E mais uma vez revoltada com a minha situação. Eu não fiz nada pra causar essa situação, mas me encontro nela por depender de uma pessoa que não merece confiança. O que posso fazer?

Me sinto cansada, idiota e inútil. Não posso fazer nada por mim nem pelas pessoas a minha volta agora. Só posso esperar, e quando começar o semestre (o que não tem data), dar o meu melhor. Me assusta eu não ter condições pra isso.
Fora isso, estou me sentindo muito desiludida. Pensando aqui, estou praticamente na mesma situação de 4 anos atrás. Eu sei que a faculdade é um investimento de longo prazo, mas os custos só aumentam e aumentam e aumentam. Mas é tudo que eu tenho.

Ontem fiquei muito triste pensando em como eu sempre fui ambiciosa e sonhadora, e agora, aos 24 anos, desempregada, ainda estudante, sem renda própria, deprimida, tomando remédios, quase sem amigos, e com uma vida bastante vazia pra uma pessoa da minha idade, fico pensando se ainda dá tempo. Bom, pelo menos pra fazer as coisas de um jeito bonito, no tempo certo. Nesse ponto, eu não sei o que está certo ou errado, o que é aceitável ou não pra uma vida. Não sei se acertei ao entrar na faculdade. Principalmente em uma tão distante. Tenha 90% de certeza que cometi um erro indo estudar longe.
E, de novo, me irrita lidar, e chorar pelos mesmos motivos desde os 12 anos.

Fica difícil achar algum valor na minha vida, em me manter viva com isso tudo em mente.

Dill, xx.

sábado, 14 de março de 2020

Currently

Nem sei exatamente o que quero falar aqui.
Os últimos dias têm sido bons, comigo em casa, escolhendo fazer bem pouco. Mas quando consigo, leio meu livro que chegou, o primeiro livro que comprei para a faculdade (e estou no 8o período). Fico assistindo muita tv, basicamente programas de investigação e os Simpsons.
Há uma semana, eu estava em uma crise muito, muito feia, e basicamente me dopando com 2 rivotris por dia. Agora já faz uns dois dias que eu não tomava nenhum. Mas acabei tomando hoje porque fui sair pelo bairro com minha irmã mais velha (coisa que nunca mais faço), e fiquei muito nervosa e irritada. Só na ida já quase chorei e voltei, mas consegui ir até o mercado e voltar.
Não quero falar muito disso aqui, mas minha irmã mais velha tem me irritado muito, pelo egoísmo dela, pela grosseria desnecessária que ela dirige a mim muitas vezes. Não posso confiar nela agora, e isso é muito triste pra mim porque minhas irmãs sempre foram as melhores pessoas do mundo pra mim, as mais próximas que tenho. Agora sinto que é perigoso dar confiança a ela, e não vou mais dar. Fiz isso com minha mãe por um longo tempo, e sinto que foi melhor.
Mas isso me preocupa muito porque tenho a sensação de que eu só perco e perco pessoas na minha vida. Nos últimos anos, já me sentia triste por não fazer amigos, e ultimamente tenho perdido eles. Neste momento tenho uma amiga no mundo. Uma. E minhas irmãs, que cada vez mais têm seguido seu caminho, um caminho que muitas vezes não posso acompanhar. Estou ansiosa para voltar à psicóloga e discutir isso com ela, porque eu não sei mais lidar com a solidão em que vivo. É sufocante, e me faz querer morrer.
Apesar desses problemas difíceis, tenho me esforçado muito muito pra recuperar o equilíbrio e traçar planos pra continuar. Continuo com a dúvida se posso sonhar com uma vida normal, e ainda não sei a resposta. Eu sou eu, com tudo o que tenho e todos os enormes vazios que eu vejo. Sinto que isso é mais um problema de olhar do que de condições, pois meu olhar sempre deprecia tudo, e se isso for o problema, eu preciso aprender a tratar a mim. Criar alguma autoestima, algum amor em algum lugar de mim. Tirar esse medo que me afoga em tudo.
Hoje andando na rua, nervosa, lembrei de como eu sou a maior parte do tempo na outra cidade, aonde estou sempre sozinha. E lembrei que vou voltar pra lá muito em breve. Pra esse rotina anônima, vazia, preocupada.
Tenho que falar com a psicóloga também sobre esse medo de abandono terrível que me banha, e me afoga em qualquer mínima insegurança que surge. Principalmente a insegurança com o meu corpo e a finitude dele.

Bom, assim tenho passado os dias, e espero manter e aumentar minhas forças.
Vou ser feliz o tempo todo, custe o que custar.

Dill, xx.

quinta-feira, 5 de março de 2020

The crash

Em uma fase de grande perda material, estou tentando digerir tudo isso e ao mesmo tempo valorizar as coisas que eu tenho. Sou apaixonada pelas coisas que tenho, uma materialista mesmo. Tal qual pequena sereia, me vejo possuidora de tesouros que só valem o que valem pra mim e mais ninguém. Escolho e adquiro cada coisa com muita racionalidade e paixão, e me lembro da história de cada coisa. Onde comprei, quanto custou, a embalagem original. Minha relação com tudo o que tenho é de cuidado e sentimento.
Agora, depois de uma fase de readaptação que já exigiu de mim grande mudança, me vejo em uma fase de perda, que atingiu minha família de surpresa, e ainda estamos pensando em como resolver totalmente. Vejam, o problema não é tão grande. Acredito que as coisas serão pagas e vão seguir. O que está muito ameaçado aqui é a minha independência e liberdade, e o que me preocupa é que eu não acho que isso tem a mesma importância para o resto da família que tem pra mim.
Estou profundamente acostumada a fazer minhas escolhas sem aprovação próxima de outras pessoas. Eu recebo o que recebo, escolho o que quero e como pagar, e pago. Ultimamente, tenho escolhido mais o que não comprar, e quanto guardar e como guardar. E outra parte amarga desse último golpe de surpresa é que ele vem logo depois de eu me equilibrar consideravelmente nas minhas contas, como não fazia há anos e anos. Minha previsão era de ótimos meses à frente, e agora a incerteza total me desespera.
Pra mim, perder esta liberdade de escolha conquistada há tanto tempo, essa liberdade e certo anonimato em que eu poderia viver da maneira que achasse melhor dentro da minha realidade, me parece sufocante ao máximo, insuportável pro meu coração e orgulho materialistas. Não me orgulho disso, só escolho ver as coisas como são. Procuro diminuir esses sentimentos em mim ao máximo, olhar as realidades à volta que lutam com tão menos que eu. Mas no fim eu tenho uma vida pra viver, e sobre ela eu gosto e gostaria de manter o máximo, máximo de liberdade.
Enquanto escrevo aqui, minha dor fica menor, e quem sabe em dois ou três dias eu veja a solução e o futuro de um jeito mais calmo.
A preocupação de ser um peso ainda me persegue bem de perto, mas a proximidade da minha realização profissional diminui um pouco isso, e eu procuro simplesmente acreditar.

Nesse momento tenho dois rivotris agindo em mim e a trilha sonora de Noviça rebelde nos meus ouvidos e coração. Acho que por hoje estou salva.
O amanhã eu enfrento amanhã.

Still trying,
Dill, xx.

domingo, 23 de fevereiro de 2020

Meus últimos pensamentos aqui:

Hoje voltando pra casa sozinha depois de uma tentativa ruim de sair mais, percebi que estou muito cansada de sofrer, e que acho que já sofri o suficiente. Apesar disso, sei que isso não vai parar porque não tenho controle sobre a vida ou sobre mim mesma, considerando que tenho coisas físicas que me fazem quem sou.
Fico pensando agora no quanto estou tentando, e apesar de ficar feliz em perceber que minha promessa de nunca me matar seguir firme, fico presa nesse presente ruim em que não faço mais ideia do que fazer, do que tentar, por onde ir.
Desistir agora me machucaria muito, e o preço de continuar (financeira e emocionalmente) está se tornando gigante, surreal, e não sei mais qual seria o limite do aceitável aqui.
Estou tentando ser mais sincera também, e demonstrar mais meu descontentamento pra mim mesma e para os outros, pois tenho direito a algum espaço nesse mundo, por menor que seja.

Acho que não quero falar mais nada.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Writing is

Estou tentando seguir depois de uma queda profunda. Acho que a proximidade com meu aniversário me deixou bem mal.
Mas minha família me levou pra comemorar, e fiquei muito feliz. Assisti Aves de Rapina e no dia seguinte saímos pra comer. Minha irmã comprou uma camisa preta pra mim de um modelo que eu estava querendo há muito tempo.
Estou feliz no momento por isso. E estou focando em não perder o controle de novo. Sei que vou precisar muito em breve.
O dia inteiro fico inquieta em casa, tentando ter ideias e desistindo de me concentrar em qualquer coisa academicamente produtiva.
Quero que as coisas deem certo mas ao mesmo tempo acho que já esperei demais.

Estou feliz com as mudanças estéticas que tenho feito. Estou passando para uma fase mais "gótica" e mudado um pouco minhas roupas. Sigo com o sonho do cabelo longuíssimo, que está cada vez mais difícil de controlar, e basicamente deixando tudo preto.

Mais uma vez quero acreditar que esse ano vai ser diferente e vou fazer progressos de verdade. Mas pensando esses dias, acho que eu preciso também tomar mais consciência dos progressos que eu já fiz na vida e faço todo dia. Porque às vezes me lembro de um acontecimento bom e nem consigo entender aonde ele se encaixa na minha vida. Parece que não pertence a mim.

Sinto que tenho tido muito medo de escrever ultimamente. Essa atividade de introspecção e consciência que é escrever tem me assustado bastante. Apesar de eu saber que quando escrevo sobre as coisas, elas se tornam mais reais e menos monstruosas.

Enfim, estou me sentindo em uma grande fila de espera. Como se não acontecesse nada, mas sei que vou sentir muita falta desses dias daqui a uns meses. Isso também me assusta e entristece. Sei pra onde vou voltar e tenho que ser forte de novo.

Espero voltar em menos tempo.

Dill, xx.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Depois de muito tempo, volto aqui. Não gosto mais de escrever sobre o que acontece de diferente comigo... tenho tentado na verdade perceber as semelhanças e as constantes nos problemas que passo.
Com isso, percebi muita coisa nessas férias, que têm sido um pouco inconstantes (como eu).
Meu humor tem mudado muito com os dias, e principalmente, tudo tem me machucado. Tudo me ofende e me machuca demais, por menor que seja a ofensa. E isso me faz me perguntar por quê.
Pensando melhor nos sentimentos que me atingem, percebi que acima de tudo, talvez na raiz da maioria dos meus problemas, está uma certeza forte de que não sou amada, e que cedo ou tarde algo que eu fizer vai ser insuportável para as pessoas à minha volta e elas vão me abandonar. Por isso, em cada ofensa eu vejo na verdade uma ameaça de abandono, e o desespero da solidão e da morte que ela ameaça trazer me atingem com tudo.
É difícil explicar isso, e tenho certeza que é muito complicado pra minha família. Mas mesmo assim, tento me proteger e tomar algumas atitudes melhores.
Tento me afastar quando necessário, e tento refletir bastante sobre as coisas, digerir mesmo.
Agora mesmo, ouvi coisas que acho desnecessárias, e vim pro meu quarto. Acho que é o melhor.

Apesar dessas coisas, estou tentando fazer progressos. Esse ano comecei a me organizar financeiramente, e apesar do pouco tempo já vejo resultados. Esse mês foi excelente, nem acredito que paguei todas as contas, fiz compra no DÉBITO e ainda sobrou um pouquinho.
Comprei hoje a única roupa desse mês, uma camisa preta de viscose com um caimento per fei to. Preta, muito preta. Pra eu vestir com o resto das minhas roupas pretas. Estou mergulhando no mono-cromatismo com força.
Fora isso, comprei uma choker, e espero que chegue. Inclusive estou apaixonada por chokers, e vou me planejar pra ir comprando umas diferentes, aos poucos. A minha desse mês junto com a camisa preta foram meus presentes de aniversário.

Eu só quero perdoar e aprender com os meus erros. Às vezes esqueço do meu compromisso com a vida e vacilo, me ataco e machuco. Mas sei que sempre poso voltar e fazer a escolha de novo. Não sei se liberdade é realmente uma escolha, até onde ela pode ser feita, mas tentar fazer isso é sempre importante.

Tento manter esse compromisso comigo, com meus pés e minhas mãos,meus olhos e minha garganta. Que deles nada de ruim venha e que eu saiba lidar com o que possa acontecer a eles.

Dill, xx