segunda-feira, 11 de julho de 2016

Help me

staring at chaos like it's home


[Eu devia ter começado a escrever esse post antes, mas tudo bem. 
Hoje foi um dia difícil, porque mais uma vez me causei um constrangimento público, daqueles que pra metade da população não seria problema algum, mas que pra mim é motivo pra eu me trancar no banheiro por duas horas e ficar me olhando no espelho imaginando mil mortes pra mim mesma.
Assim que aconteceu fiquei paralisada de medo, ataque de pânico mesmo, taquicardia, falta de ar, sensação de morte iminente. Mas estou tentando trabalhar isso melhor (desde tipo, 5 anos de idade), e depois de algumas horas de pânico, dois chás de camomila, um calmante e muita meditação e leitura de frases com as quais eu me identifique, estou menos pior. Claro que não queria ir pra aula amanhã, porque evitar confrontos seria a melhor coisa, mas acho que vou fazer o meu melhor no meu pior e ver como me saio. 
Engraçado é que isso acontece agora, num período em que estou relativamente bem-sucedida no espaço da faculdade. Tenho um grupo bem estável de amigas com as quais ando o tempo todo agora, nunca estou sozinha. Procuro (e estou conseguindo) rir mais das coisas com naturalidade e achar empolgante as formas de interação do dia-a-dia. E então, de repente acontece alguma coisa, como hoje, que deixa bem evidente toda a minha falta de jeito pra vida social, e eu paraliso, entro em pânico, e não posso deixar de ter uma sensação de reconhecimento, no sentido de ver a verdade que sempre esteve ali e eu estava fingindo não ver. É como se a cortina frágil da normalidade que estava cobrindo meus dias de repente caísse, e eu visse a mesma paisagem que eu vi por toda a minha vida. Então eu me sinto mal, mas ao mesmo tempo aliviada, porque posso então parar de sorrir sem vontade, parar de fingir que quero estar perto das pessoas, e outras mil coisas que faço apenas pra sobreviver.
Não posso mesmo deixar de sentir que essa sou eu de verdade: essa coisa frágil, desajustada, de certa forma ruim, inocente, maldosa, rejeitada e violenta. Me sinto muitas vezes destinada a estar sozinha, acho que por isso, por mais que eu me sinta bem em estar ajustada em um certo meio (social geralmente), simplesmente me parece que alguma coisa está errada. Algo não está onde devia estar, e chego mesmo a sentir que algo irá se vingar de mim por estar fugindo ao roteiro. Mas já falei isso aqui antes e tenho que falar de novo que eu tenho que parar de esperar que coisas ruins aconteçam. 

Mas, esperando ou não, elas acontecem, e eu me sinto naturalmente (porque já estou habituada) melancólica e profundamente triste por ver a confirmação da minha deficiência incurável que me destina a viver nesse canto escuro e sujo onde sempre estive. 

Bom, o que mais me enristece no momento é que não importa o quanto eu escreva neste velho blog, amanhã eu ainda vou ter que acordar e me deslocar até um lugar que me faz me sentir a pior coisa do mundo. Porque é o que eu tenho agora.

Não tinha muito objetivo nesse post, talvez amanhã eu escreva mais.]

Toujours Dill,
l'étrange Dill, xx.

 

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