segunda-feira, 7 de maio de 2018

Update

Eu queria muito fazer esse post direitinho.

Acho que devo começar dizendo que o meu período de carma-azar-inferno astral-uruca ainda está em vigor, mas cada vez menos. Esse foi o pior semestre da minha faculdade e o pior da vida desde o ensino médio, talvez. Passei muita, muita coisa ruim nesses últimos meses, nada muito grava em si, mas o frcasso constante e diário, o sentimento forte de solidão e falta de vontade foram muito fortes mesmo. Eu estive vazia de tudo, só sentia raiva e tristeza.

Não quero contar acontecimentos aqui, mas quero dizer que as coisas estão mudando, e amanhã acredito que grande parte do meu estresse vai diminuir. Eu finalmente vou me mudar de república, e vou pra uma 100 vezes melhor, mais bem localizada, bem no meio da cidade. Vou poder pelo menos passear, ver coisas diferentes sempre. Estou muito feliz com o apartamento, com o lugar, com as pessoas que tem nele (vamo ser só 4 lá, ao invés de 7 como estávamos aqui).

Com isso estou me despedindo de caminhos, de paisagens, de ônibus que não vou mais pegar, etc.  Ainda bem que tenho facilidade em deixar as coisas. Me sinto bem em recomeços, principalmente pra sair de uma situação horrível como é o caso.

Mas eu continuo com muitos problemas. Desde que parei meu remédio, tudo tem me atingido mais, como sempre. Só voltei a ser o que sou. E é difícil como sempre. O que mais me dói talvez seja estar sempre caindo, sempre prestes a ficar mal. Mas questões pontuais também têm me afetado.

Eu já falei aqui que eu estou muito sozinha esse semestre, como nunca estive na faculdade. Sério, sinto como se não tivesse amigo nenhum na faculdade, e isso talvez não seja mentira. Meu grupo de amigas tem uma dinâmica muito diferente de outros grupos da minha turma. Parece que nos juntamos por conveniência, não por afinidade. Estou em várias matérias com elas, mas elas simplesmente me ignoram. Entram na sala e sentam do outro lado, nem olham ou procuram por mim (como amigos fariam naturalmente). Hoje mesmo passei uma aula de 4 horas com uma dessas "amigas" sentadas do outro lado, e ela nem olhou pra mim, mesmo sabendo que eu estava lá. Antes eu super corria atrás delas, ficava junto pra qualquer coisa, também pra não me movimentar sozinha na faculdade (tenho medo, vergonha, não gosto de ser vista sozinha), mas agora não faço questão. Se elas vêm falar comigo, ótimo, continuo adorando elas, mas não quero mais agir sozinha como amiga.

Isso não diminui minha tristeza em estar sozinha o tempo inteiro. Voltei a ficar como no ensino médio, tendo medo de intervalos, hora de almoço, de situações onde as pessoas se juntam em grupo pra fazer alguma coisa. Eu não tenho ninguém. Fico literalmente vagando por lá, subindo e descendo andares sem necessidade só pra não ser vista parada, sozinha. Quando canso, vou pro banheiro, como sempre.
Também vou pra longe às vezes, pego o ônibus da faculdade e fico sem saber onde descer, só pra passar a hora pra próxima aula. Não tenho com quem falar, e ninguém se importa, ninguém nota.

O ruim disso tudo é que na verdade isso só é um reflexo da minha postura no mundo. Eu não me abro, não busco amizades, não consigo falar, conversar. Quando começo a pensar essas coisas fico sem saída, porque não sei como ser nesse mundo. Eu nasci assim, nasci errada, e não sei como fazer isso dar certo. Sinto que depois de 22 anos eu continuo não tendo nada, sendo sozinha e incapaz de me comunicar. Não sei o que fazer. Mudar pra mim ainda é muito assustador porque tenho medo de me violentar, de me machucar como antes. Fiquei muito tempo mal, paguei muito caro por me abandonar daquele jeito. Mas a coisa é que sofro também quando não faço nada, e continuo sendo assim.

Ultimamente estou a base de remédios, pra dormir, pra parar de chorar, pra parar de sentir raiva. É tudo o que me resta agora.

Não consigo aceitar que algumas pessoas são criadas pra dar errado assim. Não tenho papel aqui, e sinto que só prolongo sofrimento. Faço coisas legais no caminho, sim, mas a que custo?

Pra mim viver continua sendo prejuízo, sofrido demais.

Não sei o que fazer.



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