quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

I think I'll be Alright


 HA-HA!
Oi galerinha. Olha, eu estava lendo o meu último post antes de escrever este e, nossa... como eu estava estressada kkkk com razão.   Bom, agora eu finalmente estou de férias, de verdade, pra sempre (eu gosto de acreditar que é pra sempre). Eu estou uns 70% menos estressada do que há três semanas atrás.
No início das férias, tipo na primeira semana, foi um pouco difícil eu acostumar que eu não teria mais que sofrer todo dia. Eu continuei chorando por uma semana mesmo nas férias já, porque eu não conseguia entender que tinha passado, sabe?  Mas agora já estou bem diferente, acho que não chorei nenhuma vez nessa semana :D yeyy!
Eu ainda estou tendo aulas em dois cursos que eu faço, mas lá é muito diferente da escola. Primeiro porque eu gosto do que estou aprendendo, e segundo que eu não falo com ninguém lá, mas também não desprezo nenhum deles. São pessoas legais. Ainda é um pouco difícil ir aos cursos, porque eu tenho uma certa dificuldade de sair de casa. Eu fico muito muito nervosa e é sempre difícil, mas a cada dia que eu consigo ir tento ficar feliz com isso. E quando eu volto já não dói mais.
Ah, e tem o Natal chegando também, né. A melhor época do ano *o*.  Por mim sempre seria duas semanas antes do Natal, pra sempre kkkkk. As luzes na rua... tão legal.  Só não gosto dessa correria de compras que tem. Isso enfeia muito o Natal. Taí duas coisas que o consumismo estraga: o Natal e a Moda. São coisas que sem o consumismo são profundas e bonitas, mas com ele ficam feias e rasas :(
Bom, esse post como todos os outros não teve o menor objetivo, era só pra dar uma introdução às minhas férias, que já estão sendo bem legais. Nessa semana eu vou na casa da minha amiga passar o dia lá, e acho que vou sair um pouco também... descobrir alguns sebos, olhar as coisas. No Natal isso vale a pena.
Ah, e eu estou bem ansiosa pela semana que vem porque eu vou pintar umas partes do meu cabelo de verde :) kkkkkk, to doida pra ver como vai ficar.  Estou morrendo de medo de ficar feio também, né, mas se ficar, a tinta preta custa 6 reais. Haha, reze pelo meu cabelo, s'il vous plaît.

Eu não acredito que alguém realmente leia essas coisas daqui, mas se você leu, obrigada pessoinha!
Desejo-lhe todos o travesseiros do mundo (isso é muito bom)!
Viva o presente, porque o futuro não existe e o passado não muda.
Se perdoar é o primeiro passo :)

Huaklo, vous tous!
Bucaneira, XX.

sábado, 2 de novembro de 2013

O Retorno de Mim


Nooossa, esse bolg ainda tá aqui. Meda. Mas legal, achei que o Google já tivesse excluído.
Bom, nem sei quanto tempo passou desde a última postagem... mas o que importa é que agora eu tenho uma coisa boa pra contar: eu vou terminar o ensino médio. Finalmente. Sério. Nem acredito. Falta tipo, um mês pra acabar tanta coisa ruim na minha vida, que eu nem sei como reagir (mentira, sei sim). Acho que vou sair por aí, andar sozinha, ver as coisas e ver se elas estão diferentes porque eu terminei o colégio. Eu não vou participar da minha formatura, porque eu não me sinto bem em eventos de turma. Eu sempre me sinto um peso ali, porque ninguém gosta de mim (sério, não é modo de falar). Não é que me odeiem, mas tipo, eu não sou nada ali, sou tipo um vaso de samambaia (sem ofensas, samambaias). Aí geralmente eu fico triste pensando que quando eu for embora, ninguém vai me abraçar, dar tchau, ou sequer notar que eu fui. E também, quando tiram fotos de turma, eu me sinto um peso, porque eu posso ver eles olhando aquela foto dali a alguns anos, pensando: "quem é essa aqui??". E não vão se lembrar de mim. Então eu vou ser aquela coisa estranha, o incômodo da foto. Então, querido, prefiro sair e comprar uma casquinha.

Agora falando da minha casa, eu estou realmente a beira de um ataque. Quer dizer, eu tenho um ataque quase todo dia mesmo. Eu acho que estou criando um câncer no pé de tanta raiva. Culpa da minha mãe (e minha também, tá.). O problema é que nós somos tipos completamente diferentes de pessoas, e o que tem acontecido é que ela simplesmente não desiste de falar mal do que eu como. Tudo porque há tipo quase um ano já eu resolvi não comer mais carne. Ó Deus. Se eu soubesse. Teria feito a mesma coisa.
Eu sei que não me alimento bem. Mas antes de ela começar a me encher, eu até estava tentando mudar, acrescentar coisas à minha alimentação, talz... mas quando ela começou a falar, falar, falar, falar, eu perdi a vontade de viver. Porque eu sempre gostei de comer. Sério, tenho uma verdadeira alma de gordo. Pra mim, refeições são as melhores partes do dia, principalmente café-da-manhã e lanche. Por isso eu estou quase tendo um treco, porque agora em todas as minhas refeições ela começa a falar exatamente as mesmas coisas. E fala, e fala, e fala, e fala...  Eu me estresso tanto que nem sinto mais o gosto da comida. Também, ela fica me chamando de idiota, não pára de olhar pro meu prato e comentar que ela conhece um filho-de-não-se-quem que como mais que eu "e-ele-é-só-um-bebê". Sério, minha vontade é quebrar tudo na cozinha. Tipo, literalmente, porque eu tenho uns ataques de fúria assim. Imagina você indo fazer fazer sua coisa preferida e todo dia vir alguém pra estragar isso. Uma vez eu comecei a jogar um monte de balde pela casa, rodo, vassoura nos armário e o caramba. Minha mãe quase me matou, mas aquilo teve outros motivos, eu estava muuito deprimida e revoltada porque minha mãe só fazia reclamar que eu não mudava porque não queria, e falava, e falava, falava, falava...
Bom, eu estou realmente me esforçando pra não fazer nada drástico, mas já está até difícil segurar os palavrões com ela, e olha que eu não xingo. Mas Jesus, é muita raiva. Acho que eu tenho que fazer terapia mesmo, isso deve ser clínico.

Por enquanto, eu continuo esperando as provas de fim de ano, rezando pra passar, chorando de raiva, quebrando as coisas no meu quarto mesmo já que na cozinha não pode... assim eu vou levando a vida pro ralo.

Adieu, personnes. Não desistam da vida, por favor. Não importa o quanto ruim esteja. É só questão de lutar pelo que vale a pena e olhar para as coisas boas. Viva hoje, lute amanhã.
Espero que você seja feliz, seja você quem for :D

Bucaneira de volta, XX.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Como se encaixar no século XXI


Não pense, criança! Sons estranhos bagunçam sua mente...
Não pense, vá assistir um pouco de tv.
Vá se impressionar com a crueldade deste mundo.
Perca a razão, ou venda-a
e compre a mais nova personalidade disponível.

Acredite neles!
Não ouse questionar
Comporte-se, comporte-se!
Boas notas, boa mente.
Seja a criancinha inteligente
seus pais ficariam tão orgulhosos.

Orgulho é bom!
Seja melhor que os outros.
Derrube seus irmãos e irmãs,
mas não se esqueça de adorar Jesus na igreja no domingo.

Está tudo bem, está tudo ótimo!
Contanto que você tenha tudo o que quer.
Quem liga para a Somália?
Jesus certamente também não liga
Jogue seus jogos, criança
Cresça e estude
mas não demais, não demais!

Arranje um emprego, alimente o Estado.
Ame o seu Estado
o SEU Estado.
Não se importe com os outros
eles são de outra igreja,
não tem nada a ver com você.

Está tudo bem, está tudo ótimo!
O Sistema é bom, ele faz seu filho feliz.
E agora chega a sua hora de dizer

Não pense, criança! Não pense!
Assista um pouco de tv, não ouse questionar.
Comporte-se! Comporte-se!
Seja a criancinha inteligente
eu ficaria tão feliz!

Ame o Estado, alimente o Estado.
Está tudo bem!
Só não esqueça de adorar Jesus na igreja aos domingos.
 

domingo, 30 de setembro de 2012

Untitled

Instável como um coração machucado
ela está sempre no limite
entre o bem e o mal
E a queda é algo que está sempre lá
esperando para a acolher
quando ela se destrair

De repente se manter de pé se torna difícil
e respirar a machuca.
A vida pesa em seus ombros
como quilos de desespero.

Tão fraca, vive no automático.
Não vê, não sente, não sabe.

Tentando se destrair
para não pensar na vida.
Não se pergunta nada...
tem medo das respostas.

Se esconde nas dúvidas
onde a ignorância é uma bênção
dada áqueles que temem a verdade.

Mas então ela não sabe mais por quê vive.
Mas continua, por puro costume
esperando algo acontecer
anda por aí, esperando um milgare.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Nothing ahead, nothing behind.

Hoola!  Hoje estou meio triste... normal pra mim. Parece que de tempos em tempos me bate uma coisa, sabe. A saudade aperta do nada, muito chato isso. Mas como dizem, quem é vivo sempre aparece, né. Fazer o quê. O "engraçado" é que eu sempre fico triste pelo mesmo motivo. Por mais que o tempo passe, não muda nada. Tudo bem, acho que já consigo lidar melhor com tudo, mas eu ainda me pego pensando em como seria bom se eu pudesse voltar no tempo, e ficar por lá mesmo. Mas logo eu percebo que não adiantaria nada, e que na verdade, não é isso que eu quero. Agora, quando eu penso em como era a minha vida há três ou quatro anos atrás, eu percebo que na verdade, era tudo uma enorme mentira. Uma mentira boa, mas era mentira. Minha família parecia normal. Parecia que eu era mentalmente saudável. Parecia que eu era feliz. Mas era tudo falso. Literalmente. Não dá pra sair falando qualquer coisa em um blog, mas o que eu posso contar é que em 2010 minha vida sofreu uma graande reviravolta. Mas foi uma reviravolta pra baixo. Sério, foi tipo beem desesperador. De repende minha família desmoronou, sabe? Ficar dentro de casa era um inferno, e nesse mesmo ano, eu também saí do colégio que eu mais gostei na vida e fui para o que eu mais odiava no mundo. Então era um inferno ficar em casa, e quase pior na escola.
Eu não queria ficar em lugar nenhum, e toda segunda-feira (quando eu ficava pior) eu pensava em pegar um ônibus pra outro lugar, qualquer um, contanto que eu não conhecesse. Eu me lembro da sensação de ficar no colégio. Era horrível. Eu tremia desde antes de entrar lá. A hora do recreio, então, parecia o caminho pro abatedouro. Todo recreio era a mesma coisa: eu ficava muuuito nervosa, gelada e rígida, com medo da turma do terceiro ano. Eles eram um idiotas que ficavam zoando todos que pareciam vulneráveis quando não tinham mais sobre o que conversar. Eles só mexeram comigo uma vez, mas depois disso, eu quase entrava em pânico todo recreio. Só conseguia ficar pensando se eles estavam olhando pra mim, se eles tinham me visto, e se passava alguém do meu lado eu achava que era um deles e quase congelava de medo. Não tinha amigos lá, e andar sozinha (hoje eu vejo) foi a coisa mais burra que já fiz.  Imbecis como aqueles, covardes, adoram pessoas como eu, sozinhas. Eu tento não sentir raiva de pessoas do meu passado, mas sinceramente, deles eu não sei quando vou poder dizer que esqueci ou me recuperei.

Mas voltando aos tempos atuais, eu fico pensando que não valeria a pena voltar de qualquer forma. Prefiro a minha tristeza real que uma falsa felicidade. Agora que eu vejo como eram ridículas aquelas cenas de família feliz, de pai amoroso e de casal feliz que meus pais faziam, eu penso que nunca voltaria prara aquele tempo, ou sequer reviveria tudo aquilo. Como era tudo falso, eu não teria para o quê voltar. As coisas simplesmente mudaram, ou melhor, nunca foram. Eu mesma mudei. O que eu quero não existe mais,nem nunca existiu, não tem passado feliz pra sentir falta. Eu me identifiquei muito com uma coisa que o Frodo disse, no Livro O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei: "Não existe um retorno de verdade. Embora eu possa voltar, o Condado não será mais o mesmo, pois eu não serei mais o mesmo. Fui ferido por faca, ferrão e dente, sem falar no fardo que carreguei por tanto tempo. Quando poderei descansar?".

E em matéria de colégio eu até era feliz de verdade, mas aquilo também passou. E por pior que tenham sido (e estejam sendo) as mihas experiências depois que saí de lá, estou aprendendo muita coisa. Aprendi que ser feliz é uma coisa que não existe senão no imaginário das pessoas. Sério. Não é uma visão pessimista ou desesperada da vida, é simplesmente verdade. Não acredito que esse mundo foi feito para a felicidade. Nem acredito que somos daqui. Não me sinto como uma "coisa" da Terra, sei que vim de outro lugar, e espero voltar pra lá bem rápido. Inclusive, isso explicaria essa saudade constante de algo que eu sinto desde sempre. Parece que não importa onde ou como eu esteja, nunca está bom. E eu não acredio que eu seja incorfomada ou dessas pessoas revoltadas com tudo, que não aceitam a vida. Eu simplesmente não pertenço à este lugar. Eu não sou daqui. Não tenho prazer em estar aqui, nem nessa forma de vida pesada e frágil. Eu sei que sou alguma outra coisa em algum outro lugar, e não é aqui. Tenho um sentimento estranho dentro de mim, uma saudade enorme de casa, de uma casa que eu não posso descrever nem lembrar, que eu apenas sinto. Por isso eu sei que é verdade. Os olhos e a memória são falhos, se enganam. Mas os sentimentos não. São sinceros e únicos. Por isso eu sei que é verdade.

Bom, eu queria falar mais coisas, mas vou terminar dando um recadinho sobre a felicidade: cuidado onde você a coloca. Vou dar um exemplo de outro livro: Vida Feliz, de Joana de Ângelis: "Não a coloque (a felicidade) nas coisas, nos lugares, nem nas pessoas a fim de que não decepciones. A felicidade é um estado íntimo, defluente do bem-estar que a vida digna e sem sobressaltos proporciona."  É isso aí. Os vícios, por exemplo, são uma distração que nós criamos para não encarar os problemas da vida. Eu sou uma que posso me dizer viciada em moda. E eu sou bem cara-de-pau porque tenho a perfeita noção de que a uso como distração, desculpa... uma coisa que me faça sentir bem, pelo menos por instantes. Uma coisa que eu conheça e me sinta segura dentro. É isso que os vícios fazem. Ou melhor, é para isso que usamos os vícios: pra nos prendermos numa mentira linda, onde tudo é perfeito e controlável, e nada é real. Existe algo melhor para pessoas covardes como nós?

P.S: Desculpem pelo post longo, precisava desabafar. Escrever faz bem. Acho que vou imprimir isso em uma camiseta. :D

So long, guys,
Bucaneira.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Sobre o amor e a felicidade

Onde está toda auquela alegria? Onde está toda aquela diversão das embalagens?
Eu compro aquela roupa, mas isso não cura a minha dor.
Me parece que neste mundo, vivemos em busca de algo que ninguém nunca encontrou. Não consigo imaginar quem mostrou a felicidade aos seres humanos, mas de qualquer forma deve ter sido algo muito forte, pois nos deixou loucos até hoje.  Nós trabalhamos, comemos ou deixamos de comer para sermos felizes. Temos de ser, temos de ter, temos de fazer.  E esquecemos de nos perguntar: por quê tudo isso?

Por quê ser triste é tão feio?  Por quê não podemos fracassar às vezes, dizer coisas estúpidas, agir como idiotas? Somos idiotas!
Por quê temos sempre que sorrir, por quê temos sempre que estar bem?  Seguimos um modelo completamente imaginário de felicidade, onde os únicos imperfeitos que vemos somos nós mesmos.  Por quê não falamos de nossos defeitos, escancaramos nossos erros, falamos a verdade?  Onde está a verdade nisso tudo? Onde está o amor?

Sim, o amor. Talvez a única coisa realmente boa que a humanidade tem, a expressão mais próxima da felicidade, da qual experimentamos apenas alguns lapsos ao longo da vida. Sensações, momentos onde nos conectamos com a nossa verdadeira origem e essência. Talvez seja essa nossa verdadeira busca. Estamos atrás do amor.

Assim, andamos desesperados durante todos esses anos, buscando reproduzi-lo de qualquer forma, em qualquer lugar ou coisa.  Porém, nossos espíritos, violentos e ignorantes, incapazes de compreender algo sublime e puro como o amor, criaram uma violenta sede de coisas que julgamos ser ou representar a felicidade: sucesso, imagem, poder.  Nos desviamos de nossa origem, buscando o amor na Terra, quando ele está no céu.

E após tantos séculos, chegam os tempos onde conseguiremos levantar nossos olhos, e pela primeira vez conseguiremos entender: o amor só vem do amor. Espíritos realmente felizes não buscam o amor, pois o tem dentro de si. Entendem que o que veem por fora é uma extensão do que trazem por dentro, por isso não são loucos ou desesperados, e a calma é apenas uma consequência de sua fé no Todo.

E isso é o verdadeiro amor. Aí mora a felicidade.






De: Bucaneira T.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Some of my notes.

E então mais uma vez ela travou. E foi buscar na estagnação o tempo que precisava para pensar. O futuro batia á sua porta, mas ela estava decidida á não deixá-lo entrar. Não queria nada novo, estava tão bem como estava, pensou ela.  Mas não pÔde deixar de sentir algo como uma vergonha imensa, pois sabia claramente que não estava bem. Nunca esteve. Na verdade, na busca por esse "bem", havia parado onde estava.  Pensou que talvez, o que procurava não existia. Que tudo era uma grande mentira, e que a culpa era das pessoas á sua volta.  Encontrou na revolta um conforto, e uma posição superior á de todo o resto, onde ela era apenas uma vítima de um sistema errado e injusto.

Claro, é bem mais fácil ser arrogante, escurecer suas roupas e sua vida, do que seguir em frente.  Mas um futuro insistente continuava a bater na porta, que ela continuava a bloquear.  Enquanto tudo á sua volta se tranformava, ela se mantinha intacta e imutável. De seu buraco escuro, assistiu o mundo tomar uma outra forma, e tudo se tornar irreconhecivelmente novo.  Quando finalmente, o cansaço venceu seu medo e loucura, a porta á sua frente se abriu.  Porém nada mais a esperava lá. 

Absorta em repassar seus argumentos, razões e revoltas para si mesma, não percebera que as batidas haviam cessado.  Nada mais a esperava lá. 
Notou que a vida e as pessoas haviam continuado sem ela. Sentiu-se rejeitada e injustiçada. Pensava na frieza das pessoas que a haviam deixado, como uma mala que nada tem de útil dentro, e que se pode descartar sem dificuldade.


Ela, então, apenas se sentou no chão sujo e frio, com seus olhos vidrados na escuridão lá fora. Por alguns momentos uma confusão enorme tomou sua mente, espírito e coração. Via agora o quão vazia era sua vida, e o quanto havia sido ignorante.  Havia deixado seu egoísmo levar o pouco que tinha, e assistido passivamente sua vida se desmanchar na sua frente.
Com esses pensamentos, ela apenas pôde deixar que as lágrimas lavassem seu rosto e aliviassem seu coração. Permirtir-se sentir antigas dores reprimidas, agora vindo á tona tão atropeladas que faziam-na perder o controle das mãos e do coração.

Enfim, o tempo terminou por trazer a sensatez, há muito perdida em sua juventude ignorante.  Então deixou-se levar por um sono calmo, onde ela enxergava tudo pela primeira vez, pois pela primeira vez realmente desejava ver.