What is it giving up?
What is is letting go?
Desistir não é algo que se faz. É um não movimento. Deixar morrer, deixar ir. Não dá pra registrar a desistência. É simplesmente não tentar mais.
Estou em casa agoniada mais uma vez. Tudo que não seja ficar no meu quarto está sendo sofrido pra mim. Tudo me ofende, tudo me machuca. Estou muito cansada, muito cansada, muito cansada, muito cansada. E faz tanto tempo que estou cansada de dizer isso.
Acho que estou procurando a negação das coisas, o não fazer, o não ser, o não estar. É o que eu quero agora, e por bastante tempo. Não estar, não ser nada.
Só andar nesse mundo já me cansa.
Eu só queria passar as últimas semanas de férias em casa. Sem fazer nada, nada, nada, nada.
Quero ser nada, sentir nada, fazer nada. Eu quero sumir completamente.
Mas isso me deixa triste e é impossível.
Porque todo dia eu penso que seria melhor não acordar pro dia seguinte, mas sempre acordo. E dois minutos depois, a mesma angústia, o mesmo incômodo. Não é vontade de morrer, é que uma bola enorme na minha boca me faz querer sumir o tempo todo.
Ainda assim, todo dia, por alguns minutos aleatórios, eu acredito em algumas coisas. Eu faço um ou dois planos, acho que isso ou aquilo pode funcionar. Dois minutos depois estou com raiva de novo, e nada existe de novo. Nada funciona, nada vai funcionar.
Estou tentando espremer meu pessimismo aqui, meu estado de ser há meses, meses. Ainda assim, minha força nisso tudo me impressiona. Choro pouco, me desespero pouco. Mas parece que tenho sempre um monstro atrás de mim, que eu sinto todo o tempo, todo o tempo. E às vezes lembro dele quando sorrio, quando faço alguma coisa. No meio de um sorriso, sinto dor e lembro dele. E alguma coisa me diz que nada mudou.
Eu sinto esse sabor amargo o tempo todo, o tempo todo. Essa mão na garganta. Esqueço essas coisas às vezes, mas lembro delas cada vez que faço algo que devia me alegrar e a alegria não chega. Eu fico esperando e nada vem.
Não sinto mais tristeza exatamente. Só dor. Tudo dói, qualquer coisa. Mas eu não choro mais como antes. Olho a dor, sinto ela, mastigo ela, tentando sentir alguma coisa nova, mas nada vem, Sempre a mesma coisa. Uma dor sem significado, sozinha. Dor pura, dor sem sabor, sem consistência.
Isso me lembra de uma coisa que escrevi anos atrás, sobre uma menina pra quem o dia não amanhecia e ela estava vivendo o mesmo dia há mil anos. Talvez eu esteja lá de novo. No não amanhecer.
De novo a negação. Estou sempre no não, não, não. Negativas, negações, recusas, recusas mil vezes. Nada passa.
Muitas vezes sinto que sou um corpo vedado nesse mundo. Estou aqui há muito tempo, mas nunca participei. Estive vedada todo o tempo. Nada que eu fiz ou ouvi me atingiu. É como se eu fosse uma ilustração, um desenho, um projeto. Nunca vou ganhar vida de verdade. Um rascunho eterno.
Meus sentimentos têm estado num estado de "quase" o tempo todo. Eu quase fico triste, quase choro, quase me bato, quase pego uma faca, quase quebro as coisas, quase rasgo as folhas, quase quebro algo na cabeça. Mas não. O não vem de novo, e me para. E eu continuo não sendo.
Falar das coisas sempre do lado contrário é estranho. Só vejo as coisas pelo avesso, estou sempre no avesso. Atrás da vida, a morte. Estou sempre morrendo, no processo de morrer. Nunca morta, nunca viva, sempre morrendo.
Me sinto de cabeça pra baixo, no mundo invertido. Tudo me dá as costas e eu só vejo as nucas, as costas, os cabelos. Só vejo coisas que se afastam, indo, nunca vindo, sempre se afastando. Tudo vai embora, e eu fico no avesso, sentindo o amargo, o incômodo.
É isso que eu tenho sentido, desde o início do ano. Só sinto isso. Tem como melhorar? Posso morar do outro lado?
Ao contrário, ao contrário, ao contrário.
P.s.: Sinto que minha agressividade é um desespero de dar forma a essas coisas. Porque tudo isso vem pra mim sem forma, sem contorno. Nada começa nem termina. Tudo fica espalhado, constante, em tudo. Não sei onde começa nem termina. De onde veio, com quem veio. Vem sozinho, sem sabor, sem forma, mas angustiante, amargo, dolorido, incômodo. Quebrar algo em mim dá forma a isso por alguns minutos. Está no nada, mas me batendo, está na minha cabeça, na minha perna. Mas do jeito que estou se começar a me bater, não vou parar.
Dill, xx.
quinta-feira, 26 de julho de 2018
terça-feira, 24 de julho de 2018
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Vindo aqui só porque já tá feio de reclamar no twitter. Meus amigos vão começar a ficar preocupados.
Estou chateada com umas coisas que não estou suportando mais, que nem aguento mais olhar ou falar sobre, e por isso não vou falar aqui. Mas que fique registrado que estou desgastada.
Fico tentando não me deixar tão pra baixo, então fico em ciclos bem curtos de desespero e esperança. Uma hora estou chorando achando tudo horrível agora e no futuro e na outra estou planejando coisas pra amanhã ou depois, pensando em ser produtiva e ressignificar as coisas. E não sei nem se isso é ruim ou está errado de alguma forma. Acho que é assim mesmo, pelo menos na minha vida. Se eu me deixar, eu sei em que estado fico, e nele é impossível de se viver. Então só posso reforçar, renovar a cada minuto minha vontade de mudar as coisas.
Nesse momento estou odiando pensar ou falar de qualquer coisa futura porque estou sentindo tudo com uma tendência bem ruim. Com tendência quero dizer algo racional mesmo; olhando as coisas agora, e sabendo de algumas coisas que vão vir, não me parece nada bom. Não sei o que vou fazer, mas vou ter que fazer alguma coisa.
Acho que eu nem devia publicar esse post, mas vou deixar pra registrar o estresse.
Will this life ever taste something else than sour?
Wish me luck, wish me dead.
Dill, xx.
Estou chateada com umas coisas que não estou suportando mais, que nem aguento mais olhar ou falar sobre, e por isso não vou falar aqui. Mas que fique registrado que estou desgastada.
Fico tentando não me deixar tão pra baixo, então fico em ciclos bem curtos de desespero e esperança. Uma hora estou chorando achando tudo horrível agora e no futuro e na outra estou planejando coisas pra amanhã ou depois, pensando em ser produtiva e ressignificar as coisas. E não sei nem se isso é ruim ou está errado de alguma forma. Acho que é assim mesmo, pelo menos na minha vida. Se eu me deixar, eu sei em que estado fico, e nele é impossível de se viver. Então só posso reforçar, renovar a cada minuto minha vontade de mudar as coisas.
Nesse momento estou odiando pensar ou falar de qualquer coisa futura porque estou sentindo tudo com uma tendência bem ruim. Com tendência quero dizer algo racional mesmo; olhando as coisas agora, e sabendo de algumas coisas que vão vir, não me parece nada bom. Não sei o que vou fazer, mas vou ter que fazer alguma coisa.
Acho que eu nem devia publicar esse post, mas vou deixar pra registrar o estresse.
Will this life ever taste something else than sour?
Wish me luck, wish me dead.
Dill, xx.
sexta-feira, 20 de julho de 2018
Gotta work
Ok, grande montanha russa emocional hoje.
Estou com muitas coisas penduradas, pra resolver, e isso tem me consumido. Já não gosto de resolver coisas normalmente, porque geralmente envolve ter que falar com outras pessoas, muitas dúvidas, expectativas, etc. Mas ultimamente, na verdade nesse ano inteiro, que tem sido o mais difícil pra mim dos últimos 3 anos, está mais difícil que o normal. Fico triste quando tenho que ligar pra tentar ver as coisas, e minha mãe querendo que eu ligue pro meu pai pra pedir isso e aquilo, coisas que não se resolvem, sintomas ruins sem diagnóstico... meus últimos dias têm sido cheios disso.
Por isso tudo, estava muito triste nessa semana, e hoje tive que ir no médico. Eu não sei se estou muito sensível, mas odiei a forma que a médica e a recepcionista me trataram e quando estou triste essas coisas me deixam pior. Voltei bem triste de lá, bem triste mesmo. Mas fiquei um tempo assim, e comecei a pensar. Tenho tentado me parar quando começo a cair nesses buracos depressivos, porque sei que eu vou e demoro pra voltar. Estou tentando evitar essa ida. Aí fiquei pensando naquelas coisas que a gente sempre ouve mas, pelo menos eu, não acredito: que é nas fases ruins que a gente tem a oportunidade de crescer, de fazer alguma coisa com mais valor. Com certeza conseguir me manter produtiva e não violenta nessa fase tem muito mais valor pra mim do que fazer isso quando tudo está dando certo. E isso é algo que eu gosto e quero fazer. Sei que não vai ser nem está sendo nada fácil. O último período na faculdade foi horrendo de difícil pra mim, e estou me sentindo na mesma pro próximo. Estou cansada, e um tipo de cansaço espiritual, sei lá haha. Mas é aquilo, não tem o que fazer. Tenho que passar por isso tudo, e de preferência construindo coisas, crescendo nisso tudo.
É o que estou tentando fazer agora, tentando tentar mais, me esforçando pra além do confortável. Até porque o confortável ficou lá atrás, faz tempo.
Falando dessas férias, tenho sido bem menos produtiva do que queria. Não estou fazendo quase nada, vendo poucos filmes, saindo quase nunca... enfim, tá ruim, mas gosto de pensar que ainda tenho tempo.
Acho que meu principal problema, e o que eu tenho que mudar é que eu sou muito vitimista, qualquer coisa que acontece eu fico pensando que comigo é sempre assim, que eu estou pagando por ser uma pessoa ruim, etc. Isso é preguiça, acho. Trabalhar nisso é mais difícil.
Acho que já vou. Até algum otimismo no próximo post.
Dill, xx.
Estou com muitas coisas penduradas, pra resolver, e isso tem me consumido. Já não gosto de resolver coisas normalmente, porque geralmente envolve ter que falar com outras pessoas, muitas dúvidas, expectativas, etc. Mas ultimamente, na verdade nesse ano inteiro, que tem sido o mais difícil pra mim dos últimos 3 anos, está mais difícil que o normal. Fico triste quando tenho que ligar pra tentar ver as coisas, e minha mãe querendo que eu ligue pro meu pai pra pedir isso e aquilo, coisas que não se resolvem, sintomas ruins sem diagnóstico... meus últimos dias têm sido cheios disso.
Por isso tudo, estava muito triste nessa semana, e hoje tive que ir no médico. Eu não sei se estou muito sensível, mas odiei a forma que a médica e a recepcionista me trataram e quando estou triste essas coisas me deixam pior. Voltei bem triste de lá, bem triste mesmo. Mas fiquei um tempo assim, e comecei a pensar. Tenho tentado me parar quando começo a cair nesses buracos depressivos, porque sei que eu vou e demoro pra voltar. Estou tentando evitar essa ida. Aí fiquei pensando naquelas coisas que a gente sempre ouve mas, pelo menos eu, não acredito: que é nas fases ruins que a gente tem a oportunidade de crescer, de fazer alguma coisa com mais valor. Com certeza conseguir me manter produtiva e não violenta nessa fase tem muito mais valor pra mim do que fazer isso quando tudo está dando certo. E isso é algo que eu gosto e quero fazer. Sei que não vai ser nem está sendo nada fácil. O último período na faculdade foi horrendo de difícil pra mim, e estou me sentindo na mesma pro próximo. Estou cansada, e um tipo de cansaço espiritual, sei lá haha. Mas é aquilo, não tem o que fazer. Tenho que passar por isso tudo, e de preferência construindo coisas, crescendo nisso tudo.
É o que estou tentando fazer agora, tentando tentar mais, me esforçando pra além do confortável. Até porque o confortável ficou lá atrás, faz tempo.
Falando dessas férias, tenho sido bem menos produtiva do que queria. Não estou fazendo quase nada, vendo poucos filmes, saindo quase nunca... enfim, tá ruim, mas gosto de pensar que ainda tenho tempo.
Acho que meu principal problema, e o que eu tenho que mudar é que eu sou muito vitimista, qualquer coisa que acontece eu fico pensando que comigo é sempre assim, que eu estou pagando por ser uma pessoa ruim, etc. Isso é preguiça, acho. Trabalhar nisso é mais difícil.
Acho que já vou. Até algum otimismo no próximo post.
Dill, xx.
quinta-feira, 12 de julho de 2018
Hi.
Estou voltando aqui com o semestre acabado. Finalmente.
Vim pra casa ainda com dois trabalhos pra fazer, e apesar dos dois terem sido meio sofridos, eu gostei muito dos dois. Às vezes tenho momentos de orgulho na faculdade, quando escrevo alguma coisa que gosto, ou algo assim. Enfim, consegui terminar esse semestre, e nem acredito que estou dizendo isso. E mais: pelo que estou vendo, não reprovei em nenhuma das matérias que levei até o fim (desisti de uma, clássico). Teve um ponto no meio do semestre que eu achei que ia reprovar em até 3 matérias. Uma está ótimo. Mais 8 pro currículo verdinho.
Bom, estou no meio das férias e meio que numa batalha entre aproveitar meu tempo pra não fazer absolutamente nada ou fazer as coisas que eu tenho que fazer. Tenho coisas pra resolver que só podem ser resolvidas nas férias, e agora que estou nelas, só quero deitar e mexer na internet. Fiquei essa semana inteira adiando ir no médico, mas acho que finalmente vou amanhã. E o pior é que está fazendo um frio meio desanimador pra quem já não quer sair. Mas, enfim, vou ter que ir.
Essa semana só consegui sair pra passear um dia, e fiquei meio estressada nele. Acho que um pouco por expectativa, mas também por estar meio doente e ter passado o dia andando com dor de cabeça e nariz entupido. Também acho que me acostumei a sair sozinha, porque tenho ficado sem paciência quando saio com outras pessoas. Também fiquei bem triste porque estou querendo muito um casaco novo, mas estou, como sempre, endividada. É o mesmo problema de antes: minhas jaquetas sintéticas estragaram todas, e agora eu estou sem nenhuma. Na verdade, estou sem nenhum casaco preto. Eu, sem casaco preto. Estou sobrevivendo apenas, hahah. Enfim, continuo secando jaquetas de couro no pinterest e sonhando com uma vida independente.
Estou um pouco preocupada com a minha saúde porque tenho estado muito cansada, todos os dias. Provavelmente estou com anemia ou algo do tipo. E está sendo um pouco ruim também porque continuo ansiosa como sempre, então tenho dificuldade pra dormir e acordo cedo por causa da ansiedade, e passo o dia super cansada. Espero conseguir dar mais atenção pra minha saúde.
Já estou cansada, então boa noite.
Dill, xx.
Vim pra casa ainda com dois trabalhos pra fazer, e apesar dos dois terem sido meio sofridos, eu gostei muito dos dois. Às vezes tenho momentos de orgulho na faculdade, quando escrevo alguma coisa que gosto, ou algo assim. Enfim, consegui terminar esse semestre, e nem acredito que estou dizendo isso. E mais: pelo que estou vendo, não reprovei em nenhuma das matérias que levei até o fim (desisti de uma, clássico). Teve um ponto no meio do semestre que eu achei que ia reprovar em até 3 matérias. Uma está ótimo. Mais 8 pro currículo verdinho.
Bom, estou no meio das férias e meio que numa batalha entre aproveitar meu tempo pra não fazer absolutamente nada ou fazer as coisas que eu tenho que fazer. Tenho coisas pra resolver que só podem ser resolvidas nas férias, e agora que estou nelas, só quero deitar e mexer na internet. Fiquei essa semana inteira adiando ir no médico, mas acho que finalmente vou amanhã. E o pior é que está fazendo um frio meio desanimador pra quem já não quer sair. Mas, enfim, vou ter que ir.
Essa semana só consegui sair pra passear um dia, e fiquei meio estressada nele. Acho que um pouco por expectativa, mas também por estar meio doente e ter passado o dia andando com dor de cabeça e nariz entupido. Também acho que me acostumei a sair sozinha, porque tenho ficado sem paciência quando saio com outras pessoas. Também fiquei bem triste porque estou querendo muito um casaco novo, mas estou, como sempre, endividada. É o mesmo problema de antes: minhas jaquetas sintéticas estragaram todas, e agora eu estou sem nenhuma. Na verdade, estou sem nenhum casaco preto. Eu, sem casaco preto. Estou sobrevivendo apenas, hahah. Enfim, continuo secando jaquetas de couro no pinterest e sonhando com uma vida independente.
Estou um pouco preocupada com a minha saúde porque tenho estado muito cansada, todos os dias. Provavelmente estou com anemia ou algo do tipo. E está sendo um pouco ruim também porque continuo ansiosa como sempre, então tenho dificuldade pra dormir e acordo cedo por causa da ansiedade, e passo o dia super cansada. Espero conseguir dar mais atenção pra minha saúde.
Já estou cansada, então boa noite.
Dill, xx.
quarta-feira, 4 de julho de 2018
Adieu, salut.
/Ok, eu não devia estar aqui. Tenho só mais dois trabalhos pra finalizar o semestre, e um deles é pra amanhã, mas eu não tô com cabeça pra ele agora.
Estou na república, de onde vou sair hoje ainda e ir pra casa pra voltar só daqui a um mês. É pouco tempo, eu sei, mas estou me sentindo meio melancólica dessa vez. Cada período começa e termina do seu jeito, nunca é a mesma coisa, e dessa vez, depois do período mais difícil dessa jornada da graduação, estou me sentindo melancólica. Acho que foi porque alguns planos com as minhas amigas deram errado agora nesse final de semestre, e eu queria ter passado mais tempo com elas. Ainda é um pouco daquilo de eu não entender direito nossa amizade, sinto que o meu grupo se uniu um pouco pela frieza e isso interfere no jeito que a gente é umas com as outras, hah. Estou tentando relativizar isso pra não dar um tom mais triste pro fim do período. Espero que a gente evolua nisso, e fiquemos mais unidas, mas sei que a chance do contrário acontecer também é grande.
Em meio à crise de estresse pelas matérias, fazendo provas uma atrás da outra, escrevendo relatórios atrasados, desistindo de matérias, eu também voltei a ter alguns problemas em relação à república. Eu e minha amiga percebemos que o quarto em que pretendíamos ficar não vai caber duas camas, então ficamos loucas pensando o que fazer, de novo. Eu sei que não aguento mais dormir no chão. Parece besteira, mas percebi como não ter um lugar fixo pra dormir me fez ficar com uma sensação de não-lugar. Me senti muito deslocada, e como já estava passando por outras coisas muito difíceis, passei um bom tempo nessa crise de "não estou em lugar nenhum". Por isso eu não abro mão de ter uma cama minha, aqui ou onde quer que seja. Com esse problema, mais o fato de não ter máquina de lavar, começamos a considerar outra mudança. É aquilo, me pareceu horrível continuar aqui, que não é 100% mas tem muitas vantagens, mas com coisas que pesam tanto no dia-a-dia. Mas a minha rapidez em querer sair e procurar outro lugar me fez perceber que estou com uma atitude esquiva quanto ao meu lugar aqui. Eu costumava associar coragem a movimentos de saída, de libertação, de tentativa de algo novo, enfim, sempre em direção a um desconhecido. Mas com isso tudo estou percebendo o quanto é difícil olhar pra trás e dizer "é aqui que eu quero ficar". Se fixar em um lugar envolve muito investimento emocional, porque você dá a cara a tapa e também se dispõe a suportar os problemas que vão vir, porque eles vão vir. E isso envolve muita coragem. Com esse pensamento, estou vendo que talvez seja a hora de aprender a melhorar os lugares aonde estou ao invés de procurar lugares melhores. E o legal é que acho que isso tem também um valor completamente diferente. É uma construção.
Hoje especialmente estou me sentindo ok com as coisas, apesar de ter acabado de sair de uma prova em que eu estava bem triste. Ainda está tudo muito incerto e eu não faço ideia se vou passar em algumas provas. Mas vou tentar aproveitar as minhas férias e lidar com o que eu tiver que lidar.
Até breve, eu acho, já que devo ter mais tempo a partir de agora.
À bientôt,
Dill, xx.
quinta-feira, 21 de junho de 2018
Busy busy
Ok, disse pra mim mesma que ia estudar psicometria agora mas quero fazer esse post logo. Semana passada foi pesada pra mim, e não consegui vir aqui. Essa semana também foi cheia, mas eu estou planejando melhor as coisas e me esforçando de verdade pra salvar o que ainda dá desse período.
Tenho 4 provas na semana que vem (sim QUATRO), e por isso, já vou começar a estudar hoje. Estou querendo acreditar no milagre de não reprovar em nenhuma matéria, apesar da pouca chance.
Essa semana foi estranha porque apesar de eu estar super nervosa pra uma apresentação que fiz hoje, quinta-feira, eu estive mais tranquila quanto a estar sozinha. Eu falei aqui em vários posts sobre o quanto estava me deixando triste me perceber constantemente sozinha na faculdade. Acho que agora posso dizer que aceitei isso, e estou entendendo que posso ser produtiva e levar um dia-a-dia mais leve quando eu não fico buscando apoio em outras pessoas. Não esperar que minhas amigas viessem falar comigo, ou pensar se elas vinham nas aulas me fez ficar mais tranquila, e percebi que isso não me impede em nada de fazer minhas coisas. Queria muito dizer que estou mais independente, mas não tenho certeza disso. Com o tempo, vou ver como eu fico. Mas estou tentando aprender a ocupar a universidade, estar lá com o peso de estar por mim mesma. Sabe, até hoje me sinto acuada na universidade, como se eu não merecesse estar lá. Sinto que não tenho as qualidades que os outros têm ou algo assim; estou sempre me sentindo em desvantagem. Por isso acho muito importante eu aprender a estar lá sozinha, pra quem sabe eu ir aprendendo a estar presente.
Faz anos que eu tenho o costume de não olhar pras pessoas a minha volta. Sempre que entro em um lugar, olho pro chão, pra parede, mas nunca pras pessoas. Só olho pra quem eu tenha que lidar diretamente. Eu posso parar ao lado de um amigo e não reconhecer ele simplesmente porque eu anulo as partes do meu campo visual que tenham pessoas. "Aprendi" isso na época do colégio, porque olhar pras pessoas frequentemente faziam elas me notarem, e geralmente eu era obrigada a ver risos, piadas, dedos apontando, etc. Não sei dizer quantas vezes isso aconteceu. Pode ter sido raro, mas me impactou de um jeito que até hoje evito olhares ao máximo; é como se ao não ver as pessoas eu esperasse que elas não me vissem.
Enfim, quis falar disso porque nessa semana eu percebi que a simples aproximação do meu campo visual dos grupos de pessoas que eu tenho medo me causa uma sensação de realidade. Não sei explicar direito, mas numa aula eu me senti "por acaso" mais perto do grupo de pessoas que mais fala na sala, pessoas que eu sempre vejo de longe, falando, rindo, vivendo. Quando olhei pra elas tão perto foi estranho porque eu me senti presente pela primeira vez em muito tempo. Eu senti que estava ali. Não exatamente com elas, não tem a ver com minha aproximação com aquelas pessoas, mas é como se na minha cabeça, elas frequentassem o ambiente da faculdade de verdade, enquanto eu... não sei dizer. É quase como se eu fosse um espírito, não sei, como se eu fosse algo diferente deles. Uma coisa diferente destinada a viver diferente, ma não de um jeito bom. Algo excluído.
Isso me fez perceber que é uma boa hora pra parar esse meu hábito de não olhar pras pessoas quando elas estão mais perto, e também de não temer a aproximação. É estranho como até as cores me impressionaram, a escala. As pessoas são maiores de perto, hahaha. Parece óbvio, mas pra mim que estive afastada por tanto, tanto tempo, essas coisas são surpreendentes. Sinto isso tudo também na minha fotografia, que me incomoda muito pelo afastamento. Sempre tiro fotos afastadas, e geralmente de pessoas de costas. Meu receio em participar, em estar presente aparece muito claro nas minhas fotos. Acho que estou sempre procurando o jeito menos existente de existir, o que é impossível. Mas gostei de perceber isso.
Enfim, realmente tenho que estudar e dormir.
Até,
Dill, xx.
Tenho 4 provas na semana que vem (sim QUATRO), e por isso, já vou começar a estudar hoje. Estou querendo acreditar no milagre de não reprovar em nenhuma matéria, apesar da pouca chance.
Essa semana foi estranha porque apesar de eu estar super nervosa pra uma apresentação que fiz hoje, quinta-feira, eu estive mais tranquila quanto a estar sozinha. Eu falei aqui em vários posts sobre o quanto estava me deixando triste me perceber constantemente sozinha na faculdade. Acho que agora posso dizer que aceitei isso, e estou entendendo que posso ser produtiva e levar um dia-a-dia mais leve quando eu não fico buscando apoio em outras pessoas. Não esperar que minhas amigas viessem falar comigo, ou pensar se elas vinham nas aulas me fez ficar mais tranquila, e percebi que isso não me impede em nada de fazer minhas coisas. Queria muito dizer que estou mais independente, mas não tenho certeza disso. Com o tempo, vou ver como eu fico. Mas estou tentando aprender a ocupar a universidade, estar lá com o peso de estar por mim mesma. Sabe, até hoje me sinto acuada na universidade, como se eu não merecesse estar lá. Sinto que não tenho as qualidades que os outros têm ou algo assim; estou sempre me sentindo em desvantagem. Por isso acho muito importante eu aprender a estar lá sozinha, pra quem sabe eu ir aprendendo a estar presente.
Faz anos que eu tenho o costume de não olhar pras pessoas a minha volta. Sempre que entro em um lugar, olho pro chão, pra parede, mas nunca pras pessoas. Só olho pra quem eu tenha que lidar diretamente. Eu posso parar ao lado de um amigo e não reconhecer ele simplesmente porque eu anulo as partes do meu campo visual que tenham pessoas. "Aprendi" isso na época do colégio, porque olhar pras pessoas frequentemente faziam elas me notarem, e geralmente eu era obrigada a ver risos, piadas, dedos apontando, etc. Não sei dizer quantas vezes isso aconteceu. Pode ter sido raro, mas me impactou de um jeito que até hoje evito olhares ao máximo; é como se ao não ver as pessoas eu esperasse que elas não me vissem.
Enfim, quis falar disso porque nessa semana eu percebi que a simples aproximação do meu campo visual dos grupos de pessoas que eu tenho medo me causa uma sensação de realidade. Não sei explicar direito, mas numa aula eu me senti "por acaso" mais perto do grupo de pessoas que mais fala na sala, pessoas que eu sempre vejo de longe, falando, rindo, vivendo. Quando olhei pra elas tão perto foi estranho porque eu me senti presente pela primeira vez em muito tempo. Eu senti que estava ali. Não exatamente com elas, não tem a ver com minha aproximação com aquelas pessoas, mas é como se na minha cabeça, elas frequentassem o ambiente da faculdade de verdade, enquanto eu... não sei dizer. É quase como se eu fosse um espírito, não sei, como se eu fosse algo diferente deles. Uma coisa diferente destinada a viver diferente, ma não de um jeito bom. Algo excluído.
Isso me fez perceber que é uma boa hora pra parar esse meu hábito de não olhar pras pessoas quando elas estão mais perto, e também de não temer a aproximação. É estranho como até as cores me impressionaram, a escala. As pessoas são maiores de perto, hahaha. Parece óbvio, mas pra mim que estive afastada por tanto, tanto tempo, essas coisas são surpreendentes. Sinto isso tudo também na minha fotografia, que me incomoda muito pelo afastamento. Sempre tiro fotos afastadas, e geralmente de pessoas de costas. Meu receio em participar, em estar presente aparece muito claro nas minhas fotos. Acho que estou sempre procurando o jeito menos existente de existir, o que é impossível. Mas gostei de perceber isso.
Enfim, realmente tenho que estudar e dormir.
Até,
Dill, xx.
sábado, 9 de junho de 2018
En reposant
Hoje é sábado, e estou longe de casa. Quis ficar dessa vez tanto por causa dos estresses da última vez quanto por estar muito cansada. Em algumas semanas, não gosto nem de pensar em ir na rodoviária pegar o ônibus. Às vezes é muito cansativo, às vezes é animador.
Bom, dessa vez fiquei aqui e graças a deus o fim de semana está passando rápido. Já é quase de noite, e logo vai ser domingo. Estou com bastante coisa pra estudar e fazer, e até rendi bastante ontem, mas hoje resolvi tirar o dia pra mim. Estou sem fazer nada desde de manhã. Estou dormindo e acordando bem tarde. Hoje estou com bastante sono, mas não quis tomar café porque ontem meu estômago reagiu meio mal. Talvez amanhã.
Aliás, fiquei muito feliz que nesse fim de semana eu comprei coisas pra fazer café em casa aqui, finalmente. Comprei coador, filtro, e pó de café (a melhor parte). O coador de café foi meio burrice porque quando cheguei em casa já tinha um aqui, e eu simplesmente não tinha visto. Tenho que prestar mais atenção nisso, sempre olhar os armários antes de ir às compras.
Na semana passada, consegui algo que eu queria há muuito tempo: tirei minha carteira de trabalho! Consegui agendar aqui mesmo aonde estudo, mas até o momento em que tirei eu não estava confiante; demorei muito pra conseguir agendar isso em algum lugar, então meio que estava esperando que desse alguma coisa errada. Mas não deu, e eu tenho carteira agoraa 💓. Espero conseguir alguma vaga temporária no final do ano, talvez. Na verdade, com a urgência dos meus problemas financeiros eu estava pensando em procurar um emprego mesmo, apesar dos prejuízos. Acontece que o estresse da falta de dinheiro acabou equiparando a minha situação com o trabalho de se conciliar faculdade e emprego. Mas não decidi isso, e ainda estou parada.
Tenho estado mais focada em tentar salvar esse semestre horrível. Está tudo muito difícil, mas estou correndo muito atrás, e tendo alguns sucessos. Só espero não reprovar em mais de uma matéria. Acho difícil que eu passe em todas.
Bom, estou bem feliz que não tive nenhuma crise mental nesse fim de semana até agora. Sigo com meus problemas, meus incômodos de sempre no dia-a-dia.
Ainda não consigo me sentir à vontade na faculdade, nem no meu grupo de amigas, nem em lugar nenhum que não seja a minha casa ou sozinha na república. Não sei se tem solução pra isso que não seja na terapia, hah. Hoje estou lidando melhor com isso, mas na maioria dos dias é muito pesado.
Enfim, acho que só queria dizer essas coisas mesmo. Estou descansando, me dando um tempo. Talvez eu volte mais forte.
Dill, xx.
Bom, dessa vez fiquei aqui e graças a deus o fim de semana está passando rápido. Já é quase de noite, e logo vai ser domingo. Estou com bastante coisa pra estudar e fazer, e até rendi bastante ontem, mas hoje resolvi tirar o dia pra mim. Estou sem fazer nada desde de manhã. Estou dormindo e acordando bem tarde. Hoje estou com bastante sono, mas não quis tomar café porque ontem meu estômago reagiu meio mal. Talvez amanhã.
Aliás, fiquei muito feliz que nesse fim de semana eu comprei coisas pra fazer café em casa aqui, finalmente. Comprei coador, filtro, e pó de café (a melhor parte). O coador de café foi meio burrice porque quando cheguei em casa já tinha um aqui, e eu simplesmente não tinha visto. Tenho que prestar mais atenção nisso, sempre olhar os armários antes de ir às compras.
Na semana passada, consegui algo que eu queria há muuito tempo: tirei minha carteira de trabalho! Consegui agendar aqui mesmo aonde estudo, mas até o momento em que tirei eu não estava confiante; demorei muito pra conseguir agendar isso em algum lugar, então meio que estava esperando que desse alguma coisa errada. Mas não deu, e eu tenho carteira agoraa 💓. Espero conseguir alguma vaga temporária no final do ano, talvez. Na verdade, com a urgência dos meus problemas financeiros eu estava pensando em procurar um emprego mesmo, apesar dos prejuízos. Acontece que o estresse da falta de dinheiro acabou equiparando a minha situação com o trabalho de se conciliar faculdade e emprego. Mas não decidi isso, e ainda estou parada.
Tenho estado mais focada em tentar salvar esse semestre horrível. Está tudo muito difícil, mas estou correndo muito atrás, e tendo alguns sucessos. Só espero não reprovar em mais de uma matéria. Acho difícil que eu passe em todas.
Bom, estou bem feliz que não tive nenhuma crise mental nesse fim de semana até agora. Sigo com meus problemas, meus incômodos de sempre no dia-a-dia.
Ainda não consigo me sentir à vontade na faculdade, nem no meu grupo de amigas, nem em lugar nenhum que não seja a minha casa ou sozinha na república. Não sei se tem solução pra isso que não seja na terapia, hah. Hoje estou lidando melhor com isso, mas na maioria dos dias é muito pesado.
Enfim, acho que só queria dizer essas coisas mesmo. Estou descansando, me dando um tempo. Talvez eu volte mais forte.
Dill, xx.
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