Eu estou tentando escrever deitada agora, e espero que isso não dê muito errado.
Bom, vim de uma semana muito louca, muito mesmo, onde eu passei quanse o tempo todo me perguntando o que eu estava fazendo. Eu acabei, meio que de última hora, me colocando na participação de um evento da faculdade, específico do meu curso. Era com algo que eu gosto, mas que me obrigava a me movimentar perto das pessoas o tempo todo, estar com elas e pior, que chamava atenção. Eu nem sei com consegui fazer isso, na verdade. Até agora acho louco que eu tenha tentado e tenha conseguido, com algum grau de sucesso.
Faz bastante tempo que eu adquiri esse hábito, acho que de uma decisão, de simplesmente dizer sim pras coisas que eu quero, sem pensar muito na dificuldade ou em como vai ser difícil. Claro que peso a potencialidade de traumas envolvidos, mas sendo uma coisa levemente segura, eu aceito a oportunidade. Fico feliz com esse jeito novo de ser, porque pelo menos tenho coisas que me orgulho de ter conseguido fazer. Não exatamente pelo que elas são, mas pela dificuldade pessoal que tenho com elas. Às vezes me arrependo, ou largo tudo lá na frente, mas de qualquer forma, ainda conta pra mim como experiência.
No caso dessa semana foi assim: aceitei porque envolvia algo que eu gostava e era uma oportunidade de treinar, uma experiência pra mim. Durante os dias do evento, foi bem difícil pra mim, porque várias vezes fiquei sozinha, sem nenhuma das minhas amigas. Várias vezes estive em pânico, e tive muitos, muitos "erros", que aliás voltaram a acontecer com uma frequência alta. Tomei clonazepan todos os dias da semana, e só assim consegui fazer as coisas. O lado ruim, claro, foi a exaustão. Fiquei com muito sono todo dia, mas aguentei até o final.
Quando a semana acabou, achei que fosse me sentir imediatamente bem, mas a parte de edição foi bem pior. De repente, comecei a achar tudo o que fiz horrível, e na verdade estou com essa sensação até agora. Vi que devia ter tomado mil cuidados a mais, ter sido mais ativa procurando coisas interessantes. Uma parte me agradou muito, mas outras foram uma decepção bem grande. Vou ficar sem entrar no facebook pelo máximo de tempo possível agora porque quero passar bem longe de tudo isso. Quero esquecer do que fiz até que tenha passado tempo suficiente pra eu lembrar disso com carinho.
Com isso, várias vezes durante essa semana fiquei me perguntando por quê me meto nesse tipo de situação. Eu me pergunto porque muitas vezes, na hora do confronto, do pânico, me sinto muito triste comigo mesma, como se eu ter me colocado ali fosse um ato irresponsável ou de auto-ódio. Porque tudo isso complica muito minha vida. Lidar com as pessoas, com as expectativas delas e as minhas, com a responsabilidade e o peso horrível da exposição pública são coisas dificílimas pra mim, que me fazem sofrer de verdade.
Acho que tudo isso é porque eu ainda não encontrei um jeito de ser o que eu quero sem as partes ruins. Mas nem acredito que seja possível, sinceramente, porque na maioria das vezes eu quero coisas contraditórias. Reconhecimento e anonimato, amor e impessoalidade, sucesso e descomprometimento, etc. Então não sei se procuro por algo que sequer é possível, mas sigo insatisfeita.
Porque depois dessa semana o lado bom do orgulho de ter sobrevivido, de me sentir resistente apesar de não estar inteira, se mistura ao pavor da reprovação, da necessidade da exposição e do que pode vir dela, à criação de laços que são agradáveis no sentido que nascem considerações entre mim e outras pessoas, mas que vem colados numa possibilidade de cobranças futuras.
No geral, estou me sentindo bastante cansada das pessoas e do mundo. Acho que falei isso nos meus últimos 3 posts, então é uma crise longa. Tenho gostado de ficar muito tempo sem falar e sem ouvir, sem ser notada e de pensar em futuros agradáveis. Readquiri minha obsessão pela Califórinia, e tenho gostado de passar muito tempo imaginando um futuro lá. Se eu seguir a linha das últimas coisas acontecendo na minha vida, é bem provável que eu consiga.
Isso é talvez a melhor coisa de não ter ou não dar muito valor aos laços: estou sempre pronta pra ir embora e nunca tenho medo (ao menos não paralisante) de recomeçar, como for preciso.
"I know someday I'll find it
Well, I at least expect it"
Dill, xx.
Nenhum comentário:
Postar um comentário