sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Drugs


Está muito tarde e eu com certeza já devia estar dormindo. Mas queria falar umas coisas.
Amanhã devo acordar cedo pra sair com minhas irmãs, e já estou com sono, literalmente. Vou ter que tomar muito café.
Desde que cheguei em casa estou me sentindo meio confusa, atordoada. Acho que em parte é por causa da ansiedade que eu estava justamente de vir pra casa logo, e agora que estou aqui fico ainda nesse ritmo da ansiedade, da antecipação, como se algo ainda estivesse pra acontecer.
E isso é parte do problema que está me incomodando um pouco também: por causa da minha ansiedade/pânico quase constantes e a necessidade de estudar ou simplesmente estar acordada pras coisas tem me feito usar muitas coisas pra me colocar nos estados que eu preciso. Ou seja, estou me dopando sempre, todo dia, e isso me incomoda um pouco. Claro que prefiro poder controlar meus estados, mas não posso deixar de sentir que estou fazendo mal pro meu corpo tomando clonazepam e grandes quantidades de café ao mesmo tempo.
Eu tinha começado um post que acho que não publiquei, aonde eu falava que estou tendo dificuldades com os acontecimentos do meu dia-a-dia. Existir sob os olhos, sob a imaginação, o pensamento dos outros tem sido muito pesado pra mim, não sei dizer por quê.
Dia 01/09 eu escrevi: "Apesar disso, ainda tenho dificuldade em encarar coisas do dia-a-dia. Nesse semestre, talvez pela exaustão emocional de tudo que aconteceu no último, eu estou simplesmente tentando esquecer tudo. Cada dia que vivo tento esquecer na mesma noite e acordar sem saber de nada. Finjo, não penso, deixo a maioria das coisas o mais longe possível. Se existisse um jeito de apagar a memória diariamente, eu faria. Acumular as sensações de fracasso e falha de todo dia é uma das coisas que mais me destrói. E estou sentindo dificuldade exatamente nisso hoje.
Estou repassando quase sem parar em alguns momentos, coisas que aconteceram na semana, principalmente no final. Eu repasso palavras, expressões, vejo tudo de novo e de novo e de novo, o suficiente pra tirar um significado ruim de quase qualquer coisa."
É assim que eu tenho estado sem os remédios, cafés e etc. Agora, enquanto escrevo, o remédio e o sono me fazem ficar afastada das sensações, como eu quero. Mas ao mesmo tempo, isso me prejudica porque acabo não conseguindo pensar, planejar ou raciocinar tão bem. Vou deixando tudo passar, tudo ir embora, mas uma hora vou encontrar tudo e tenho medo de ser demais de novo.

Eu não sei o que estou sentindo direito por causa de tudo que eu tomo, mas tenho estado muito ansiosa e triste. Hoje eu fiquei muito triste aqui em casa e chorei muito, sem motivo evidente. Estou sempre sofrendo por coisas invisíveis e sem nome, coisas que não sei o quê, como ou quando. Até o meu sofrimento é meio perdido.
Mas nada é tão ruim, e enquanto não estou chorando ou me desesperando, estou tendo momentos bons, e agora que é início de mês estou podendo realizar alguns sonhos de algum tempo. Ontem de madrugada finalmente comprei um tripé pra usar com a minha câmera. Tenho me sentido muito sem criatividade pra fotografia, e principalmente não tenho gostado do que fotografo. Estou tentando entender, e acho que passei de uma fase de registrar o que eu via pra uma fase de criar o que eu vejo, e estou querendo mais criar fotos do que simplesmente clicar. Mas não acho que sou muito boa em criar. De qualquer forma, tenho sentido falta de um tripé há muito tempo, e pude (mais ou menos) comprar agora. Quando chegar vou poder fazer minhas fotos *o*.
Hoje também realizei um sonho de algum tempo: comprei uma roseira pra mim. Eu estava meio doida por um planta já há um tempo, e vi uma roseira de um rosa claro que achei perfeita. Trouxe ela hoje. Procurei já algo sobre cuidados com roseiras e espero conseguir criar essa. Vai ser linda, aonde quer que eu coloque ela.

Eu ia tentar ler alguma coisa da faculdade agora, mas estou muito cansada mesmo. Acho que vou desistir.

Neste exato momento não me sito triste ou ansiosa. Não sinto nada na verdade. Tenho estado bastante assim, me distanciando propositalmente, cada vez mais. Não sei onde posso ir com isso.
Sigo enfrentando o impossível todo dia, rejeitando afeição e me sentindo presa, atrasada. Mas tudo isso tem como ser visto de um jeito diferente. Às vezes eu consigo ver isso e é muito bom. Mas quando some, nunca me lembro. É como se à noite eu esquecesse da existência do dia. E tudo é noite até que o dia volte.
Estou tentando me lembrar. Preciso lembrar.

Dill, xx.

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