quinta-feira, 31 de maio de 2018

Remember this

Estou vivendo mais uma crise. No meio disso, estou tentando identificar o que me faz mal aqui, como sair disso, e evitar voltar. Fico tentando identificar pontos onde eu me destruo, porque saber, conhecer as coisas como elas são é uma das únicas maneiras de se interferir de verdade num problema. Estou tentando ser sincera no meu olhar.
Quero passar um tempo sem voltar pra casa, apesar de esse nome ser meio vago pra mim agora. Estou sem um lugar pra chamar de casa já há algum tempo. Fico entre as coisas, viajando entre um espaço e outro, sem conseguir construir nada de concreto em nenhum dos dois. E o caminho já se tornou muito exaustivo pra mim. Tenho a impressão de estar sempre perdendo tudo, pra depois recuperar um pouco e perder tudo de novo. Tenho momentos onde me sinto em um contexto, em uma rede, mas é sempre momentâneo, e pouco tempo depois estou sem lugar.
Me sinto sem endereço, sem lugar, sem espaço. Uso espaços que não são constantes, não são meus de verdade, e isso é inquietante pra mim, de forma que nunca consigo ficar realmente bem.
E nesses últimos meses o que mais tem me ocorrido é que eu não tenho nada. Nada é meu. Apesar de eu estar sempre irresponsavelmente comprando, de eu me alimentar, ter uma certa quantia de dinheiro pra sobreviver, minha relação com essas coisas não é de posse, é de permissão. Sinto que só tenho o que tenho porque me permitiram, me concederam, e ainda assim, de forma instável porque sinto que posso perder qualquer coisa a qualquer momento. O jeito que minha mãe se porta comigo e as coisas que ela fala deixam isso bem claro. Nada é meu. Eu não tenho nada.
E ser uma garota de 22 anos sem absolutamente nada seu, pra mim, é muito frustrante. A sensação de fracasso que eu tenho sentido na vida só tem crescido no último ano, e cada vez mais eu sinto que sou um nada.
Tenho uma personalidade esquiva por natureza, de forma que nunca me implico nas coisas, nunca me envolvo porque não consigo aguentar a exposição. Tentar as coisas é um investimento acima de tudo pessoal, no sentido de pessoa. porque você investe a si mesmo acima de tudo. E pra mim, que sempre pensei ter e ser muito pouco, investir tudo é uma completa insanidade.
Com esse post eu só queria deixar uma coisa pra mim, pra que eu me lembre das coisas como elas são, da minha realidade crua.
Sempre vivi em refúgios, físicos e mentais, da minha realidade, e acho que a maioria de nós faz isso. Sempre fantasiei muito porque minha realidade é vazia. Acho que nunca aguentei olhar pro nada porque ele reflete a mim mesma, a pior parte de mim; o meu todo.
Eu só queria lembrar de não voltar pra casa esperando reconhecer aqui um lugar, porque esse lugar está gasto e se desgastando. Me dói muito perceber que o meu lugar aqui está enfraquecido e se enfraquecendo, e que eu não tenho como me manter investindo nele sem perder muito do outro lado. Talvez tudo isso seja sobre uma escolha, sobre aonde devo estar, e me implicar nessa presença.

Eu só não quero voltar pra casa esperando coisas que não vou ter, porque não as tenho mais.

 Se posso citar algo de otimista sobre isso, deixo Fernando pessoa falar:

"Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."

Dill, xx.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Hiver

Seguindo a minha terapia de abstinência de Damien Rice e companhia, estou melhor agora. Hoje é sexta, eu não tenho aula e estou sozinha no apartamento que estou dividindo agora com minha amiga e mais duas pessoas.
Eu estou tranquila, ainda bem. Apesar de ter duas avaliações na semana que vem, e outras matérias pra correr atrás.
Tirei 4 em uma prova que eu jurava que ia tirar 6. Ainda acho que tem alguma coisa errada, mas estou com cada vez mais preguiça de correr atrás disso pra checar. Não sei o que fazer nisso.
Estou fazendo tudo devagar e aos pouquinhos aqui.

Peguei um resfriado na semana passada porque esqueci que não posso dormir de cabelo molhado quando está frio assim. Estou até agora sem respirar direito, mas pelo menos os espirros pararam.
Por falar nisso, o frio parece ter chegado (espero que fique), e eu devo dizer que esse ano estou atrasada. Não comprei jaqueta ainda e essa semana eu dei adeus definitivo a minha única jaqueta de couro sintético restante. Ela já estava descascando por dentro, mas essa semana começou a chegar por fora da jaqueta e já está rachada atrás. Não dá mais :( 
Essa é a 3a jaqueta sintética que eu tenho, e tive que jogar todas fora porque não dá pra usar mais depois que descascam. Isso tem me irritado, e decidi que assim que puder vou comprar uma de couro de verdade, porque apesar dos contras óbvios (pele de boi né), eu acho que vai ser melhor pro meu bolso que vai parar de sangrar a cada ano e meio pra essas lojas de departamento que vendem couro sintético por preços absurdos, e também pelo lixo todo que isso gera, já que eu tenho intenção de ter jaquetas perfecto a vida toda. Não dá pra passar a vida comprando isso todo ano.

Enfim, além de estar mais uma vez desejando a tradicional perfecto, eu também tenho estado apaixonada e até em dúvida entre uma de couro e uma jeans com forro de "pele de ovelha" (sintética, claro). Essas jaquetas são mais fáceis de encontrar em bazar, mas ultimamente as lojas de departamento também estão fazendo. Algumas bem pobrezinhas, com pelinho só na gola, mas algumas estão bem forradas. Experimentei uma e é tão quentinha que a vontade é sair correndo com ela, hahah. Ser pobre é ter que abrir mão de coisas o tempo todo né, então estou tendo que fazer escolhas, e nesse assunto, infelizmente ainda acho que a perfecto é melhor pra mim, porque preto é mil vezes mais fácil de usar pra mim.
Anyways, queria deixar umas fotos aqui das jaquetas que eu queria nesse inverno:






Umas bbs. Quem sabe até o fim do inverno não consigo as duas? haha.

Dill, xx.

terça-feira, 22 de maio de 2018

Is this even life

Hi there.
Está cada vez mais difícil pra mim sair do twitter pra escrever uma coisa mais longa aqui. Enfim, hoje eu vim.

Depois de muita desgraça, meus dias melhoraram. Eu estava muito abatida e cansada emocionalmente, mas já estou muito melhor e estou aprendendo novas formas de lidar com isso. Percebi que as músicas que ouço regulam muito meu emocional, e por isso estou evitando ouvir coisas muito tristes (que são a grande maioria das minhas músicas). Estou tentando ouvir mais foo fighters do que Damien rice, basicamente.
Isso tem sido bom pra mim, sinto que não estou caindo tão fundo quanto eu caía, e nem tão frequentemente também. Sabe, coisas ruins continuam acontecendo e meus problemas continuam me incomodando, mas pelo menos não estou tendo crises de choro no meio do dia, ou chorando até dormir, esse tipo de coisa.

Mas como eu sempre volto aqui mais pra contar problema... as coisas estão relativamente bem, nada de catastrófico está acontecendo, mas eu tenho estado muito, muito insatisfeita com as coisas. Pela primeira vez, eu penso em tentar voltar pra minha cidade, ou em largar as matérias, coisas assim. Estou muito cansada do jeito que as coisas são na minha vida.
Eu sempre me senti imatura emocionalmente, mas tem sido cada vez pior pra mim. Eu odeio me sentir uma "adulta" de 22 anos que não é próxima de ninguém, e que não consegue gerar proximidade de jeito nenhum. Fico triste todo dia por me ver perdendo oportunidades de construir alguma coisa, mas eu não consigo, é inimaginável pra mim.
Essas coisas me fazem querer terminar logo a faculdade e encontrar o emprego mais quieto possível, e viver uma vida discreta até a morte. E eu disse discreta, não insignificante. Acho que tem áreas de trabalho em que a comunicação é menos necessária, pelo menos uma comunicação extensa. Porque o que me incomoda é ter que gerar intimidade pelo tempo que vou ficar por perto das pessoas. Mas aí caio em mim e lembro que tudo na vida precisa dessas aberturas. Aí fico sem saber o que fazer.

Isso tudo acaba fazendo a minha vida um lugar onde nada nunca acontece. Nada. Tudo é parado, solitário, frio. E por mais que eu tente, e muitas vezes consiga dar beleza à isso, meus dias são em maioria ruins, comigo me sentindo sozinha e incapaz. Uma deficiente social.

Como eu disse, eu não sei o que fazer quanto a isso, nunca sei. As poucas coisas que acontecem na minha vida são puro acaso, um arranjo perfeito de coisas em um momento propício. Não se vive assim.

Dill, xx.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Update

Eu queria muito fazer esse post direitinho.

Acho que devo começar dizendo que o meu período de carma-azar-inferno astral-uruca ainda está em vigor, mas cada vez menos. Esse foi o pior semestre da minha faculdade e o pior da vida desde o ensino médio, talvez. Passei muita, muita coisa ruim nesses últimos meses, nada muito grava em si, mas o frcasso constante e diário, o sentimento forte de solidão e falta de vontade foram muito fortes mesmo. Eu estive vazia de tudo, só sentia raiva e tristeza.

Não quero contar acontecimentos aqui, mas quero dizer que as coisas estão mudando, e amanhã acredito que grande parte do meu estresse vai diminuir. Eu finalmente vou me mudar de república, e vou pra uma 100 vezes melhor, mais bem localizada, bem no meio da cidade. Vou poder pelo menos passear, ver coisas diferentes sempre. Estou muito feliz com o apartamento, com o lugar, com as pessoas que tem nele (vamo ser só 4 lá, ao invés de 7 como estávamos aqui).

Com isso estou me despedindo de caminhos, de paisagens, de ônibus que não vou mais pegar, etc.  Ainda bem que tenho facilidade em deixar as coisas. Me sinto bem em recomeços, principalmente pra sair de uma situação horrível como é o caso.

Mas eu continuo com muitos problemas. Desde que parei meu remédio, tudo tem me atingido mais, como sempre. Só voltei a ser o que sou. E é difícil como sempre. O que mais me dói talvez seja estar sempre caindo, sempre prestes a ficar mal. Mas questões pontuais também têm me afetado.

Eu já falei aqui que eu estou muito sozinha esse semestre, como nunca estive na faculdade. Sério, sinto como se não tivesse amigo nenhum na faculdade, e isso talvez não seja mentira. Meu grupo de amigas tem uma dinâmica muito diferente de outros grupos da minha turma. Parece que nos juntamos por conveniência, não por afinidade. Estou em várias matérias com elas, mas elas simplesmente me ignoram. Entram na sala e sentam do outro lado, nem olham ou procuram por mim (como amigos fariam naturalmente). Hoje mesmo passei uma aula de 4 horas com uma dessas "amigas" sentadas do outro lado, e ela nem olhou pra mim, mesmo sabendo que eu estava lá. Antes eu super corria atrás delas, ficava junto pra qualquer coisa, também pra não me movimentar sozinha na faculdade (tenho medo, vergonha, não gosto de ser vista sozinha), mas agora não faço questão. Se elas vêm falar comigo, ótimo, continuo adorando elas, mas não quero mais agir sozinha como amiga.

Isso não diminui minha tristeza em estar sozinha o tempo inteiro. Voltei a ficar como no ensino médio, tendo medo de intervalos, hora de almoço, de situações onde as pessoas se juntam em grupo pra fazer alguma coisa. Eu não tenho ninguém. Fico literalmente vagando por lá, subindo e descendo andares sem necessidade só pra não ser vista parada, sozinha. Quando canso, vou pro banheiro, como sempre.
Também vou pra longe às vezes, pego o ônibus da faculdade e fico sem saber onde descer, só pra passar a hora pra próxima aula. Não tenho com quem falar, e ninguém se importa, ninguém nota.

O ruim disso tudo é que na verdade isso só é um reflexo da minha postura no mundo. Eu não me abro, não busco amizades, não consigo falar, conversar. Quando começo a pensar essas coisas fico sem saída, porque não sei como ser nesse mundo. Eu nasci assim, nasci errada, e não sei como fazer isso dar certo. Sinto que depois de 22 anos eu continuo não tendo nada, sendo sozinha e incapaz de me comunicar. Não sei o que fazer. Mudar pra mim ainda é muito assustador porque tenho medo de me violentar, de me machucar como antes. Fiquei muito tempo mal, paguei muito caro por me abandonar daquele jeito. Mas a coisa é que sofro também quando não faço nada, e continuo sendo assim.

Ultimamente estou a base de remédios, pra dormir, pra parar de chorar, pra parar de sentir raiva. É tudo o que me resta agora.

Não consigo aceitar que algumas pessoas são criadas pra dar errado assim. Não tenho papel aqui, e sinto que só prolongo sofrimento. Faço coisas legais no caminho, sim, mas a que custo?

Pra mim viver continua sendo prejuízo, sofrido demais.

Não sei o que fazer.



segunda-feira, 23 de abril de 2018

Bad news 2 (over)

Yeye.
Se eu tivesse vindo escrever dois dias atrás ia ser uma depressão só esse post. Agora estou melhor, melhorando.
Incrível como só pensar nas coisas de um jeito diferente muda elas completamente. A realidade é mental mesmo. Uma decisão muda o impacto das coisas, e então as coisas mudam.

Eu estava numa fase muito braba até um tempo atrás. Muito mesmo. Cheguei a começar a questionar minha superstição porque tudo estava simplesmente dando tão errado que eu só queria entender por quê.
Minha experiência de vida é em maioria com problemas da minha própria cabeça, então quando questões "de verdade" aparecem, vindas do mundo, tendo que ser resolvidas no mundo, bem digamos que eu me lasco.
Essa semana foi pesada pra mim em mil aspectos, mas acho que a desgraça começou domingo passado. Na verdade foi na sexta, que eu fui numa festa com uns migos em Copacabana. Sim, uma festa de verdade. Sem lugar pra sentar, apenas bebidas pra consumir, gente se pegando do nada, etc hahaha. Quando eu morrer, vão poder falar tudo de mim, menos que eu não tentei.  Enfim, era uma festa boa, de verdade, porque o tema era principalmente rock (apesar de ter uma pista menor de pop no andar de cima). As músicas foram muito, muito boas, de verdade. Tocou tudo que eu ouço, Black keys, Blink, Linkin Park, SOAD, enfim, acho que umas 7 músicas lá eu não reconheci. Só que as coisas foram meio estranhas, eu me estressei um pouco em casa com meu amigo porque ele meio que atrasou a gente e ele nunca se desculpa por essas coisas, não se responsabiliza por causar problemas pros outros, e deve ser a décima vez que ele me atrasa pra uma coisa que é importante pra mim. Nós acabamos perdendo o ônibus da hora que devíamos pegar e acabamos ficando uma hora e pouca no ponto, com fome e ainda longe da festa. Chegamos 2 e pouca da manhã, sendo que a festa começava às 23h. É.
Enfim, teve esse estresse de antes, e quando chegamos foi como eu disse, eu nunca tinha ido numa festa mas sempre quis saber como é, se é uma coisa que eu realmente não gosto ou que só me faltava experimentar. Durante a festa ainda eu percebi que não é pra mim. Eu não odiei, eu gostei mais ou menos, mas cara, eu só pensava em como eu queria ir visitar um museu viu. Sério, hahaha.

Bom, fomos pra casa, e contando de um jeito curto, eu comecei a passar mal e não parei mais. Vomitei o dia inteiro, mesmo, eu não conseguia nem beber água, tive febre que não baixava, não conseguia comer e dormia muito pouco. Acabei tendo que ir no pronto-socorro e tomar remédio pra enjoo na veia. Só aí comecei a me sentir um pouco melhor, consegui comer e a febre começou a passar. Sei que eu perdi o fim de semana inteiro nisso, porque cheguei na sexta, fui pra festa, comecei a morrer e só comecei a esboçar saúde no domingo à noite. Acabei ficando em casa até segunda por falta de condições né, mas ainda voltei mal pra faculdade. Passei uma semana do capeta, principalmente no início. Eu fiquei muito ruim, tendo crises de ansiedade igual antes, andando perdida sem conseguir chegar nos lugares por medo, vergonha de ficar parada (é), etc. Tava tão ruim que quando chegou o fim de semana fiquei até feliz que eu ia ficar em casa.

Mas aí fiquei 4 dias na república, sem nada de concreto pra fazer. Até anteontem eu estava me sentindo péssima por causa dos problemas aqui da república, mas como eu falei no início do post eu meio que resolvi as coisas na minha cabeça e acho que vou conseguir tomar atitudes melhores a partir de agora. Cansei de levar na cabeça aqui, de ver gente se colocando acima das outras, autoridade sem motivo, etc. Pra mim isso acabou.

Enfim, acho que só queria contar essas coisas. Juntando o último post com esse vocẽ entende o que eu quero dizer com fase ruim né.
Espero que tenha acabado de vez.

Bury those horses.

Dill, xx.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Bad news



Acho que já posso dizer que essa foi a pior semana que tive desde o semestre passado. Foi muito, muito difícil em vários aspectos e estou precisando esvaziar meu coração aqui no blog (que também me ajuda a pensar).

Pra começar, quando eu ainda estava em casa na semana passada, eu fui num alergista depois de muitos anos porque minha alergia tem piorado há um bom tempo, e eu estava querendo voltar com o tratamento com vacinas que eu cheguei a fazer quando era pequena. Ele não dura a vida toda claro, então meio que já era esperado que eu e minha irmã teríamos que voltar a usar a vacina. Até aí tudo bem, mas minha  mãe resolveu ir comigo sem que eu pedisse, mas não quis ser grossa falando pra ela não ir. Até essa hora a gente tava se dando ainda. Mas já durante o caminho passei uns estresses com ela, o de sempre e ela já começou a reclamar que sempre faz as coisas por mim e que eu sou ingrata, bláblá. Quando chegamos em casa a coisa piorou muito porque eu liguei pra saber do preço da vacina e era bem caro, mas ela já estava relativamente disposta a pagar sem problemas. Mas eu fui pra casa logo no fim de semana do pagamento que é o período em que minha mãe lembra que é pobre. E ela não gosta disso. Sério, ela passa o mês inteiro oferecendo pagar uber pra mim e minhas irmãs, pagar lanche, faz química no cabelo dela e o caralho, mas quando chegam as contas e o pagamento ela começa a acusar todo mundo de estar gastando muito. Começa a cobrar tudo o que ela ofereceu ao longo do mês (passagem que ela dá pra eu ir pra rodoviária, ou dinheiro que eu estava sem pra comer na rua, etc) falando que a gente pode muito bem se virar com o que a gente ganha, que não estamos sabendo gastar o dinheiro, que eu compro muita roupa... mas dessa vez específica o que mais me irritou foi ela ameaçando pela milésima vez cortar minha mesada. Tem tanta coisa aí que me desgasta que chega a ser difícil falar.
Me irrita a irresponsabilidade com que ela trata nosso dinheiro, principalmente o meu que dependo totalmente do que eu ganho já que fico longe, em outra cidade, sem ninguém pra me ajudar. Eu me viro todo mês com o que eu tenho pagando cada coisinha, cada café na faculdade, cada doce, passagem de ônibus (faz um tempo que não estou mais aceitando dela por que sei que ela vai me cobrar do nada no fim do mês e eu talvez não tenha como pagar), frutas, leite, tudo. Aí ela vai e com a maior facilidade diz que vai parar de me dar o dinheiro (que ela chama de "ajuda" sendo que é imprescindível pra mim que vivo contando centavos em fim de mês), e dessa vez ela chegou a falar "e quiser me devolver o que eu dei esse mês pode me dar já". Sendo que EU NÃO TENHO COMO ABRIR MÃO DESSE DINHEIRO. Eu tenho conta pra pagar, todo mês. Ela não pode simplesmente sumir com minha única renda, mas é o que ela fica ameaçado fazer. Isso não é a primeira, terceira, quinta vez que ela faz isso. E é sempre do mesmo jeito, uma chantagem emocional, e ela nunca liga pra como vai fazer a gente se sentir. Ela nunca pergunta como a gente está, o que a gente acha, e isso não é só com dinheiro, é com tudo. Dessa vez eu cansei desse comportamento dela, e fiquei muito, muito mal com isso. Já em casa comecei a ter crises de choro, não conseguia fazer as coisas normalmente. E isso teve influência do segundo problema da semana.
Eu fui obrigada, de novo, a parar meu antidepressivo de uma maneira um tanto brusca. Nessa confusão de semestre, eu não consegui marcar consulta de jeito nenhum porque todos os psiquiatras aos quais eu tenho acesso não atendem sexta-feira, que é meu único dia possível pra resolver essas coisas. Ainda tentei ir na Policlínica na emergência, porque já tinham me receitado por lá antes. Mas fui, num dia horrível de calor, pra ser escorraçada pela atendente do balcão em 2 minutos, porque de acordo com ela os médicos da emergência, que são clínicos gerais, estavam proibidos de prescrever remédios psiquiátricos. E ainda ficou duvidando que eu já tinha conseguido meu remédio por lá, dizendo que eles não faziam isso. Enfim, fui embora triste e com raiva, sendo que nesse ponto eu já estava há alguns dias sem o remédio e já estava começando a ficar triste/apática.

Isso juntou com a briga com a minha mãe e acabou que meu fim de semana foi horrível. Eu fiquei muito chateada e ressentida mesmo com a minha mãe, e ainda estou porque voltei a ver nela o que eu via antes: uma pessoa impulsiva, irresponsável. que não se importa com os sentimentos dos outros de forma alguma. Nem conseguia mais falar com ela depois disso, eu nem discutia, só dava respostas curtas, qualquer coisa que fizesse ela calar a boca. No dia que eu fui embora eu literalmente nem olhei na cara dela. Toda vez que tive que falar com ela eu olhava pra qualquer outro lugar, menos pra ela.
Ela inventou de me levar no ponto de ônibus e eu já estava sem energia pra discutir, então deixei ela ir. Foi um pouco bom porque eu falei as coisas que achava pra ela. Não acredito que ela tenha entendido, porque ela nunca entende, mas pelo menos consegui falar. Com isso, eu já estava chorando no ponto de ônibus, fui chorando no ônibus, etc. Passei o início da semana assim, sempre que eu lembrava disso começava a chorar.  Eu acho ridículo como minha mãe não tem a menor consideração por mim e minhas irmãs, pelo fato de nós termos doenças emocionais.

Bom, pra fechar esse assunto merda, eu decidi que vou tentar economizar ao máximo o dinheiro dela a partir de agora. Estou comendo menos, vou pedir menos coisa, vou recusar tudo que ela oferecer, etc. Se ela quer o dinheiro dela, que fique com ela. Ela quer fazer pose de generosa e não quer receber a conta. Que fique com o dinheiro.

Foi nesse astral maravilhoso que eu cheguei em vr no domingo (vim até mais cedo porque não suportava mais ficar em casa chorando), mas pela primeira vez desde que comecei a faculdade eu cheguei nessa cidade e tive uma sensação de estar chegando em casa. Assim que desci do ônibus no meu bairro parei de sentir vontade de chorar como eu estava 24h. Ainda chorei ao longo da semana, toda vez que eu lembrava, mas sem o peso de quando estava em casa.

Agora acho que grande parte disso passou, já sei o que fazer e como passei uma semana horrível, decidi que não vou ficar mais assim. Tive que cancelar alguns planos de aula de pilates, terapia, e agora sem o remédio também, eu estava bem preocupada em como eu ia fazer sem essas coisas. O pilates nem cheguei a fazer, mas minha mãe estava falando que ia pagar, mesmo depois da briga por dinheiro. Ela é retardada, ou simplesmente perversa.

Vou procurar algumas coisas/lugares legais aqui pra eu poder fazer alguma coisa terapêutica que me ajude a lidar com tudo.
Ah eu disse que minha semana foi horrível porque os efeitos de abstinência do antidepressivo estão bem fortes. Além do choro diário, eu passei a semana sentindo tonturas muito muito fortes, a ponto de não conseguir ficar em pé às vezes, e isso tendo que andar o dia inteiro na faculdade. Faltei algumas aulas por isso, e na quarta-feira eu nem fui porque não parava de chorar e estava me sentindo um lixo.

Não à toa porque ainda teve mais problema: faz mais de uma semana que eu não faço ideia do que está acontecendo com a minha pele. Primeiro ela encheu de espinhas, tão grandes e inflamadas que meu rosto doía e eu nem conseguia contar quantas espinhas eram, de tantas. Depois disso e até agora, minha pele está muito sensível, e desenvolvendo muitos cravos. Ela está com uma sensação e aparência de grossa, e cheia de machucados "sarando" o tempo todo, o que deixa ruim até de usar maquiagem. Na quarta feira cheguei a me arrumar pra ir na faculdade, mas depois de ver como minha pele ficou com a base me senti um lixo e tirei tudo pra ficar em casa.

Pra terminar a narração de desgraça, essa semana eu também me senti muito sozinha na faculdade. Estou fazendo várias matérias onde minhas amigas não estão, ou faltam e não me avisam, o que pra mim é estranho. Isso quando não me ignoram bem ao lado delas, como falei no outro post. Essa semana me senti como no meu primeiro semestre de novo. Andando perdida pela faculdade, sem ter onde ficar, com vergonha de ser vista sozinha o tempo todo, gastando tempo dentro do banheiro, etc. Não sei o que fazer direito sobre o ambiente da faculdade. Tenho muita preguiça, vergonha, pânico de iniciar contato com as pessoas, e me entristece perceber isso no meu 5o semestre. É como eu sou, mas também sei que dá pra melhorar.

No momento estou torcendo pra que os sintomas do remédio diminuiam na próxima semana pra eu parar de me sentir enjoada, com dor de cabeça e tonta o tempo todo, e poder voltar a render alguma coisa. Estou perdida nas matérias, cada dia mais. Mas semana que vem vou me esforçar pra fazer tudo dar certo. Eu sei que consigo, as circunstâncias dos últimos tempos é que têm sido horríveis.

Agora é esperar a onda de azar passar e trabalhar, trabalhar.

Realmente espero voltar aqui com melhores notícias.

Dill, xx.

sábado, 7 de abril de 2018

It`s not like I`ve never been here before
It`s notlike  I don`t remember the bitterness
the pain
the mourning
It`s just that I don`t know how to face it this time.

I`m old
too old to keep seeing the same happen again and again

And now, this tired soulhas to face again
the dawn of it`s worse days
How to be brave at this point, I wonder

Coming back here,
coming back to this grave
is not like taking a walk outside
or breathing some dirty air.
It`s more like having my lungs shrinking
giving me the time to realize how hard it is
and how harder it is going to get

This heart is exhausted,
that I can tell.