terça-feira, 22 de novembro de 2016
Jamais bien (never ok)
Infelizmente lá vem outro post desconexo e cheio de assunto. Fiquei a semana toda pensando em escrever aqui, mas sempre estava com a cabeça lenta, geralmente de sono. Estou sem tempo pra nada, e quando eu tinha algum era porque estava sacrificando horas de sono pra fazer alguma coisa. Por isso a cabeça lenta. Nem pensar em escrever mais um post incerto. Não tenho gostado muito do que coloco aqui porque minha cabeça está sempre confusa e triste, e acabo dizendo as coisas de um jeito diferente do que queria.
No momento estou alternando entre momentos de tristeza, ansiedade e um pouco de esperança. Acabei de tomar um chá de camomila pra ver se me ajuda a dormir. Mas de qualquer forma vou acordar às 4:30 amanhã e sei que não vou conseguir recuperar o sono direito. Queria voltar a tomar um remédio que me ajudava a dormir. Um remédio pra dormir, um remédio pra não chorar, um remédio pra conseguir sair de casa. Não gosto disso também, queria muito estar no psicólogo e no psiquiatra já, mas nunca tem vaga na agenda do hospital que eu vou. Acho que vou precisar desse tipo de acompanhamento por pelo menos metade da vida.
Falando assim, pode parecer que não vejo uma solução pra nada, mas na verdade tenho bastante esperança. Claro, isso muda muito ao longo do dia, mas acredito que eu veja as coisas mais como elas são quando acredito que posso mudar. Porque apesar de tudo sou muito forte, porque tudo pra mim é muito difícil e ainda assim posso dizer que consigo viver. Tenho vontades muito fortes em mim, só que nunca sei como externar isso. Me sinto me tirando de mim o tempo todo, sempre me sufocando, me matando o tempo inteiro, o tempo inteiro.
Tenho coisas difíceis pra fazer essa semana, e pra falar a verdade, não sei se ainda vou fazê-las. Tenho deixado meus compromissos bem em aberto. Se fica difícil demais, eu simplesmente não faço. Não me sacrifico ao extremo como antes. Talvez se eu tivesse feito isso desde sempre não estaria como estou agora.
Amanhã não vou entregar um trabalho que provavelmente vai me reprovar numa matéria em que eu já queria ter sido reprovada há muito tempo. Tenho um trabalho estranho também que parece que não vou ter que apresentar, mas existe a proposta de discussão em sala, e eu odeio falar. Eu odeio falar de verdade. De qualquer forma. Odeio chat, mensagens, comentários, e nem preciso falar de falar em voz alta. Claro que isso tudo em público, porque consigo me virar com qualquer forma discreta de expressão. Afinal de contas, tenho um blog desde os 13 anos.
Tenho outra apresentação também que talvez nem aconteça, mas caramba, sou uma doente mental, eu não lido com a realidade, eu lido com a porra da minha cabeça.
Estou incomodada há semanas com o meu rendimento, devia ter lido 5 mil coisas nesse fim de semana e feriado, mas não fiz quase nada. Em alguns momentos estava ok com isso, mas às vezes me dá um ódio, quero me bater de novo, ou chorar, ou começo a pensar em desistir de tudo, e às vezes penso até que não tem mais nada pra desistir.
Não faço ideia de como me amar, nem amar ninguém, nem nada. Odeio a garota que vejo no espelho porque ela faz tudo errado e sempre piora as coisas pra mim.
Merda, acho que deu no mesmo, e esse post está uma bagunça. Sei lá, estou muito cansada da faculdade e queria que tudo parasse agora.
Queria que tudo parasse pra sempre.
Dill.
terça-feira, 8 de novembro de 2016
Tired and cold no sense at all
Oh, oh
here she comes again
the bad thing
the sweet thing
the cursed thing
the only true thing.
Nos últimos dias estive pensando muito em potencialidades, no quanto as coisas e as pessoas podem ser e fazer. Às vezes acho que vou conseguir realizar várias coisas no meu dia a dia mas geralmente não passa do planejamento, a não ser que a coisa envolva só a mim. Bom, eu queria escrever sobre isso há uns dias atrás e não escrevi, e agora não posso mais falar disso.
Estou numa semana boa mas meio estranha, em que eu não tenho certeza do que estou fazendo. Estou tentando adiantar uns trabalhos de qualquer jeito, pra evitar a paralisia do pânico que me faz não conseguir fazer trabalhos uma semana antes do prazo.
Estou aprendendo mais coisas, pelo menos, e notando que, ao contrário do que eu pensava até pouco tempo, talvez eu não seja exatamente burra por não estar entendendo a maioria das matérias atuais da faculdade. Eu, além de não ter tido contato antes com a maioria dos autores que estou lendo agora, não sou nada boa com mudanças, e meu período de adaptação deva pelo menos três vezes mais tempo que os outros.
Aliás, hoje estive em um evento na faculdade de discussão sobre identidade de gênero, mas em um certo momento começaram a comentar sobre direito de existência, e eu me identifiquei muito com a forma que falavam da dificuldade de se viver como trans, gay, bi, ou qualquer outra dessas formas de vida. Acho que em algum momento também comentaram sobre a força de ser singular, de ser diferente, e em como as coisas ao redor sempre tentam forçar o diferente pra um dos extremos existentes, pressionar um encaixe. Uma necessidade de encaixar a si mesmo e aos outros em moldes. Me identifiquei demais com essa parte, e pela primeira vez dentro da faculdade pensei que talvez eu possa ser quem eu sou sem me preocupar. Porque 100% do meu dia eu passo tentando mudar, me forçar a fazer coisas diferente, a falar com as pessoas, a não me esconder, a tentar participar, etc. E praticamente nada disso eu faria se estivesse sendo eu mesma.
Pensei também que estou na contra-mão desse mundo de hoje: enquanto tudo quer acelerar ao máximo e oferecer formas cada vez mais extravagantes de prazer, eu gosto do devagar, da quietude, das coisas pequenas. Talvez realmente esse mundo esteja tentando me moldar pra ser mais como ele. Mas pensando bem, o mundo não precisa fazer nada porque eu já internalizei quase que completamente esses julgamentos e cobranças. Minha cabeça tem uma voz que me odeia e me acompanha o dia inteiro apontando todos os meus erros.
Apesar de achar muito bonito e ter ficado feliz com esse apontamento que fizeram no debate, as coisas não mudaram muito: continuo sentindo uma necessidade extrema de tentar ser outras coisas que não são eu. Sinto que incomodo a ordem ao meu redor, como se eu fosse um tumor social. Me sinto uma deficiente quando estou em sociedade, e em qualquer grupo, sempre sinto que qualquer um ali vale mais que eu.
E sinceramente, não sei o quanto devo ouvir a esses discursos de "seja você mesmo", "procure autenticidade" porque na verdade essas práticas são muito, muito mal vistas e condenadas.
Talvez seja então uma questão de não esperar aceitação; nenhuma aceitação além da sua própria. É, acho que o erro não está na coisa de ser autêntico, mas em esperar que fazendo isso, vamos receber parabenizações pela nossa coragem e elogios pelo nosso eu.
Talvez seja uma questão de se apaixonar por você mesmo e não precisar do amor de mais ninguém. Isso me parece bastante coerente.
Estou com muito, muito sono (como deve dar pra notar pela narrativa).
Adieu,
Dill, xx.
P.s.: Estou ouvindo essa música agora. Algumas vezes meu coração só aceita esse tipo de música. Me parece a aceitação ao mesmo tempo de uma tragédia e da beleza do mundo; algo pesado, mas natural. Cosmos surgindo do Caos, esse tipo de coisa.
domingo, 6 de novembro de 2016
Update
Wowie. Estou em casa no momento, e as coisas estão relativamente calmas, mas na verdade muita coisa está na expectativa e devia estar na fase preparatória. Sério, estou com tanta coisa pra fazer, tanto assunto inacabado que há três dias não desligo meu notebook porque tenho tipo 8 abas abertas com artigos ou textos pra ler que ou eu ainda não terminei, ou ainda tenho que trabalhar.
Tenho pelo menos 3 trabalhos próximos, dois deles de apresentação. Eu realmente espero que dessa vez seja menos sofrido, mas só posso esperar pra ver.
Na semana passada, resolvi fazer um "experimento" comigo e tomar o clonazepam todo dia, 0,250mg. Fiz isso, e os resultados foram bem além do que eu esperava. Porque o que eu esperava era talvez uma melhora no lado social, ter menos medo de falar com as pessoas, etc. E isso aconteceu, me senti mais propensa a falar em vários momentos, e até em aula, algumas vezes me peguei planejando alguma coisa pra falar, e a coisa era quase coerente (quase, hehe). Mas além dessas coisas, eu percebi uma melhora enorme no meu aprendizado. E tá aí uma coisa que eu nunca tinha notado: meu nervosismo atrapalha meus estudos. Só nessa semana percebi que quando estou em sala de aula, fico num comportamento mental de fuga, o que explica minha dificuldade em "colar" os assuntos. Sempre sentia que as coisas faziam sentido em "micro", mas não em "macro". Por eemplo, as frases do professor faziam sentido, eu entendia do que se tratava, mas se você me pedisse pra eu explicar o assunto da aula, eu não conseguia passar nem perto. Eu não conseguia organizar nada mentalmente, agora imagino que pelo estresse da ansiedade em sala. Pensando em como me sinto, parece que quando estou em sala, fico 100% focada em aguentar estar ali, e isso suga toda a minha energia e atenção. Fico mais preocupada em perceber se tem alguém olhando pra mim, tentando falar comigo e responder essa pessoa direito do que em entender a aula. Não sei se faço essa seleção conscientemente, porque na verdade meus estudos são mais importantes do que a minha vida social pra mim, mas infelizmente aprendi que as consequências de não dar atenção a vida social são bem maiores (ou mais sofridas).
Com o remédio, consegui entender duas aulas de duas matérias que, juro, eu não tinha entendido uma aula sequer nesse semestre. Eu estava boiando demais, e achava que era por causa da matéria em si, mais abstrata, mas nunca ia imaginar que controlando minha ansiedade eu ia entender melhor, aprender melhor. Isso foi muito bom, me senti muito feliz com essa possibilidade de melhorar meu rendimento na faculdade, que eu estou achando muito baixo.
Mas aconteceu uma coisa que eu não sei explicar: na quinta-feira, depois de já estar me sentindo cansada além do normal na terça, e meio triste na quarta, tive uma queda bem grande, e chorei bastante. Minha colega de quarto não estava lá, então pelo menos pude chorar a vontade. Fiquei bem mal, sem energia mental pra nada. Não sei se isso tem alguma ligação com o remédio. Porque eu tenho me sentido assim há um tempo já, querendo que o semestre acabe logo. Parece que já tinha que ter acabado, sabe? Estou me sentindo meio esgotada.
Pelo menos estão vindo bastante feriados, e dias sem aula.
Sei lá. Queria que as coisas estivessem num ritmo mais calmo.
Bom, amanhã vou acordar cedo, fazer o que der e depois sair com minha irmã. Espero que eu consiga relaxar.
Tenho tanta coisa pra ler, tanta coisa pra aprender e entender. Tudo cobra demais, e não vejo muito sentido nisso.
Tomei o remédio agora, espero acordar melhor amanhã.
Boa noite,
Dill, xx.
Tenho pelo menos 3 trabalhos próximos, dois deles de apresentação. Eu realmente espero que dessa vez seja menos sofrido, mas só posso esperar pra ver.
Na semana passada, resolvi fazer um "experimento" comigo e tomar o clonazepam todo dia, 0,250mg. Fiz isso, e os resultados foram bem além do que eu esperava. Porque o que eu esperava era talvez uma melhora no lado social, ter menos medo de falar com as pessoas, etc. E isso aconteceu, me senti mais propensa a falar em vários momentos, e até em aula, algumas vezes me peguei planejando alguma coisa pra falar, e a coisa era quase coerente (quase, hehe). Mas além dessas coisas, eu percebi uma melhora enorme no meu aprendizado. E tá aí uma coisa que eu nunca tinha notado: meu nervosismo atrapalha meus estudos. Só nessa semana percebi que quando estou em sala de aula, fico num comportamento mental de fuga, o que explica minha dificuldade em "colar" os assuntos. Sempre sentia que as coisas faziam sentido em "micro", mas não em "macro". Por eemplo, as frases do professor faziam sentido, eu entendia do que se tratava, mas se você me pedisse pra eu explicar o assunto da aula, eu não conseguia passar nem perto. Eu não conseguia organizar nada mentalmente, agora imagino que pelo estresse da ansiedade em sala. Pensando em como me sinto, parece que quando estou em sala, fico 100% focada em aguentar estar ali, e isso suga toda a minha energia e atenção. Fico mais preocupada em perceber se tem alguém olhando pra mim, tentando falar comigo e responder essa pessoa direito do que em entender a aula. Não sei se faço essa seleção conscientemente, porque na verdade meus estudos são mais importantes do que a minha vida social pra mim, mas infelizmente aprendi que as consequências de não dar atenção a vida social são bem maiores (ou mais sofridas).
Com o remédio, consegui entender duas aulas de duas matérias que, juro, eu não tinha entendido uma aula sequer nesse semestre. Eu estava boiando demais, e achava que era por causa da matéria em si, mais abstrata, mas nunca ia imaginar que controlando minha ansiedade eu ia entender melhor, aprender melhor. Isso foi muito bom, me senti muito feliz com essa possibilidade de melhorar meu rendimento na faculdade, que eu estou achando muito baixo.
Mas aconteceu uma coisa que eu não sei explicar: na quinta-feira, depois de já estar me sentindo cansada além do normal na terça, e meio triste na quarta, tive uma queda bem grande, e chorei bastante. Minha colega de quarto não estava lá, então pelo menos pude chorar a vontade. Fiquei bem mal, sem energia mental pra nada. Não sei se isso tem alguma ligação com o remédio. Porque eu tenho me sentido assim há um tempo já, querendo que o semestre acabe logo. Parece que já tinha que ter acabado, sabe? Estou me sentindo meio esgotada.
Pelo menos estão vindo bastante feriados, e dias sem aula.
Sei lá. Queria que as coisas estivessem num ritmo mais calmo.
Bom, amanhã vou acordar cedo, fazer o que der e depois sair com minha irmã. Espero que eu consiga relaxar.
Tenho tanta coisa pra ler, tanta coisa pra aprender e entender. Tudo cobra demais, e não vejo muito sentido nisso.
Tomei o remédio agora, espero acordar melhor amanhã.
Boa noite,
Dill, xx.
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
Drugs
Okok, venho escrever rapidinho numa pausa entre os meus estudos.
HOje é feriado e estou na república, mas estou aproveitando pra estudar filosofia. É, sempre faço isso, não fico à toa, mas também não estudo o que devo, estudo o que eu quero, hahaha.
Está bem quente mas mesmo assim estou tomando café porque acordei às 6h (é, no feriado) e estava zumbificando completamente. Mas ainda tenho muita coisa pra aprender, ler, escrever, ouvir... acho que vou morrer estudando.
Bom, essa semana eu tinha uma apresentação pra fazer, e ela em si não era grande coisa, mas eu estava em pânico. Estava literalmente roendo unhas, tendo palpitações, e dormindo mal desde o fim de semana passado. A apresentação foi ontem e eu fui razoável. Fui melhor que na última, e consegui falar bem, apesar de ninguém ter prestado atenção. Me senti bastante bem no dia. Foi uma das raras experiências desse tipo que eu terminei ainda com o astral, moral, sei lá como chamam, "lá em cima". Quero dizer que nem fiquei revisando todos os erros da minha vida por causa disso.
Gostaria de dizer que o meu auto-controle está melhorando e que estou aprendendo a estabilizar minhas emoções e conquistar espaço e confiança no meu círculo social, mas a verdade é que eu tomei clonazepan. Tomei metade de um comprimido de 0,5mg (seriam 0,250mg, certo?) porque da última vez que tomei 0,5mg de manhã pra ir fazer uma apresentação eu fiquei desligada, meio dopada.
Dessa vez tomei menos, e fiquei ainda um pouco nervosa, mas percebi que dois sintomas foram quase anulados: o pessimismo de antes (tremedeira incontrolável, vontade de chorar, de desistir, compilação mental de tudo o que pode dar errado, etc), e o peso e "paranoia" de depois (sentimento de que fui mal, que todos perceberam isso e me acharam ridícula, que todos confirmaram o que pensavam de mim: que eu era inútil, deficiente, desajustada, etc, etc...).
Claro que fiquei muito muito feliz com isso. Esse remédio não salva ninguém, eu sei, mas ele me permitiu viver quase que só o presente (que é o que deveria acontecer, não é?). Diminuiu em uns 60%, 70%, o meu sofrimento, que é o pior.
Sabe, é a segunda apresentação que eu faço sob efeito de remédio, e em ambos os casos eu tive, pela primeira vez um aumento de confiança pra esse tipo de situação, e não uma diminuição. Toda apresentação que eu fazia eu terminava pensando que não servia mesmo pra aquilo, que eu não devia falar em público nunca mais. Eu queria morrer e me enterrar pra não passar por nada do tipo de novo. Já com o remédio, eu não fico super feliz, louca pra fazer mais apresentações, mas fico ou indiferente à situação (do tipo, "fiz o que pude, sei que posso melhorar") ou fico com uma sensação boa (tipo, "oh, até que isso foi legal").
Bom, agora estou um pouquinho preocupada porque quero tomar remédio sempre, e não sei até onde isso é certo. Os comprimidos que eu tenho, ganhei do meu pai, mas quero marcar um psiquiatra assim que possível.
De novo, me lembro que não preciso sofrer tanto. A noção de que a vida não precisa ser uma tragédia não é tão natural ou óbvia para algumas (muitas) pessoas. Mas às vezes me lembro disso, e posso tomar uma atitude.
E se eu cair, o chão ainda vai estar lá como sempre esteve.
Só quero tomar cuidado pra não ficar achando que "encontrei a resposta". Tenho mania de procurar respostas fáceis em tudo, mesmo que cada vez mais elas se mostrem impossíveis.
"I was naive and hopeful and lost
now I'm aware and driving my thoughts."
Não consigo parar de ouvir essa música do The Neighbourhood. Antes era Daddy Issues, que continua sendo a música que eu quero tocando em loop no meu caixão.
Nossa, eu falo cada coisa.
Adieu,
Dill, xx.
HOje é feriado e estou na república, mas estou aproveitando pra estudar filosofia. É, sempre faço isso, não fico à toa, mas também não estudo o que devo, estudo o que eu quero, hahaha.
Está bem quente mas mesmo assim estou tomando café porque acordei às 6h (é, no feriado) e estava zumbificando completamente. Mas ainda tenho muita coisa pra aprender, ler, escrever, ouvir... acho que vou morrer estudando.
Bom, essa semana eu tinha uma apresentação pra fazer, e ela em si não era grande coisa, mas eu estava em pânico. Estava literalmente roendo unhas, tendo palpitações, e dormindo mal desde o fim de semana passado. A apresentação foi ontem e eu fui razoável. Fui melhor que na última, e consegui falar bem, apesar de ninguém ter prestado atenção. Me senti bastante bem no dia. Foi uma das raras experiências desse tipo que eu terminei ainda com o astral, moral, sei lá como chamam, "lá em cima". Quero dizer que nem fiquei revisando todos os erros da minha vida por causa disso.
Gostaria de dizer que o meu auto-controle está melhorando e que estou aprendendo a estabilizar minhas emoções e conquistar espaço e confiança no meu círculo social, mas a verdade é que eu tomei clonazepan. Tomei metade de um comprimido de 0,5mg (seriam 0,250mg, certo?) porque da última vez que tomei 0,5mg de manhã pra ir fazer uma apresentação eu fiquei desligada, meio dopada.
Dessa vez tomei menos, e fiquei ainda um pouco nervosa, mas percebi que dois sintomas foram quase anulados: o pessimismo de antes (tremedeira incontrolável, vontade de chorar, de desistir, compilação mental de tudo o que pode dar errado, etc), e o peso e "paranoia" de depois (sentimento de que fui mal, que todos perceberam isso e me acharam ridícula, que todos confirmaram o que pensavam de mim: que eu era inútil, deficiente, desajustada, etc, etc...).
Claro que fiquei muito muito feliz com isso. Esse remédio não salva ninguém, eu sei, mas ele me permitiu viver quase que só o presente (que é o que deveria acontecer, não é?). Diminuiu em uns 60%, 70%, o meu sofrimento, que é o pior.
Sabe, é a segunda apresentação que eu faço sob efeito de remédio, e em ambos os casos eu tive, pela primeira vez um aumento de confiança pra esse tipo de situação, e não uma diminuição. Toda apresentação que eu fazia eu terminava pensando que não servia mesmo pra aquilo, que eu não devia falar em público nunca mais. Eu queria morrer e me enterrar pra não passar por nada do tipo de novo. Já com o remédio, eu não fico super feliz, louca pra fazer mais apresentações, mas fico ou indiferente à situação (do tipo, "fiz o que pude, sei que posso melhorar") ou fico com uma sensação boa (tipo, "oh, até que isso foi legal").
Bom, agora estou um pouquinho preocupada porque quero tomar remédio sempre, e não sei até onde isso é certo. Os comprimidos que eu tenho, ganhei do meu pai, mas quero marcar um psiquiatra assim que possível.
De novo, me lembro que não preciso sofrer tanto. A noção de que a vida não precisa ser uma tragédia não é tão natural ou óbvia para algumas (muitas) pessoas. Mas às vezes me lembro disso, e posso tomar uma atitude.
E se eu cair, o chão ainda vai estar lá como sempre esteve.
Só quero tomar cuidado pra não ficar achando que "encontrei a resposta". Tenho mania de procurar respostas fáceis em tudo, mesmo que cada vez mais elas se mostrem impossíveis.
"I was naive and hopeful and lost
now I'm aware and driving my thoughts."
Não consigo parar de ouvir essa música do The Neighbourhood. Antes era Daddy Issues, que continua sendo a música que eu quero tocando em loop no meu caixão.
Nossa, eu falo cada coisa.
Adieu,
Dill, xx.
terça-feira, 25 de outubro de 2016
Lamauvaisetête
Resolvi publicar isso aqui que estava no rascunho. Voilà:
/Estava estudando até pouco tempo atrás mas comecei a ficar nervosa, então aproveitei pra vir escrever.
Estou em casa, e vou ficar essa semana inteira aqui por causa de um evento lá na faculdade. Estou muito feliz de poder ficar aqui, não só por saudades da minha família, mas também porque ironicamente, tenho muito pouco tempo pra estudar quando estou indo pra faculdade. Na verdade, eu tenho descoberto e redescoberto que não sei estudar. E que cada coisa, assunto, tem um jeito diferente de ser estudado, o que me dá bastante trabalho já que eu sou a maior ilustração de inércia em forma de gente: sabe aquilo de o carro frear, e devido a inércia, continuar a se movimentar na direção que estava indo? Essa é a definição das minhas cabeçadas na vida. Eu vejo que estou fazendo a coisa errada, penso que devia parar de fazer isso e fazer diferente, mas continuo, por um bom tempo, fazendo as mesmas coisas, indo na mesma direção.
Bom, tenho tentado descobrir novas formas de estudar, e no geral, me dedicar mais. Hoje eu acabei enrolando muito aqui, e agora a noite fiquei com muita coisa pra fazer. Vou ter que deixar pra amanhã.
Estou planejando a compra do meu próximo celular agora, mas estou com uma dúvida crudelíssima: não sei se peço um celular ou uma câmera semiprofissional (a Canon T5, muito provavelmente). Meu celular está velho, e estava até dando uns erros muito brabos ultimamente, mas eu descobri que eram por causa do cartão de memória (??) e depois que eu troquei, ficou bom. Mas ele não tem uma boa câmera, e isso me irrita muito. A frontal é quase inútil, coitada, mas eu ainda consigo usar e as vezes até sai uma foto ~razoável~. Por isso eu queria um celular novo, e estive vendo uns modelos com câmeras muito boas por volta de 700 reais (que eu espero conseguir na black friday por 600).
Mas aí bate o meu sonho que tem quase a mesma idade que eu: uma câmera semiprofissional, de preferência da Canon. Antigamente, meu sonho imaculado era a T3i, mas tenho visto cada vez menos delas vendendo, aí estou com medo de comprar um modelo antigo que talvez comecem a parar de produzir. Por isso estou pesquisando agora a T5, mais recente. Pelo que vi, elas são muito parecidas, e já são tão boas que acho que a diferença varia mesmo é de fotógrafo pra fotógrafo.
Bom, eu sempre gostei de fotografia, e faz muito (muito) tempo que tenho sonhado com uma câmera dessas, mas além de serem bem caras (tenho achado a T5 por 1.580, isso porque é super promoção), eu sempre tive um medinho de comprar e não usar. De ficar com vergonha de tirar fotos com ela na rua, sei lá. Sou muito tímida, e às vezes tenho vergonha até de pegar um celular pra tirar foto de alguma coisa, imagina uma câmera grande dessas. Infelizmente, elas chamam atenção.
Tenho encontrado algumas T5 pouco usadas na internet por pouco mais de 1.000, o que eu até conseguiria pagar. Então fiquei pensando que posso comprar, mas aí vou ter que ficar com meu celular velho. Porque óbvio que meus pais não tem dinheiro pra comprar os dois (nem um talvez, pra ser sincera), e mesmo se eu comprasse a câmera, eu teria que pagar metade da parcela com a minha mesada. E eu ficaria um ano com pouco dinheiro pra comer, sair ou comprar roupas, cosméticos, qualquer coisa que eu quisesse na verdade, porque tudo isso sai da minha mesada. E geralmente isso me deixa bem mal-humorada. Mas, por outro lado, teria, finalmente, minha câmera.
Eu acho que a fotografia seria uma ótima forma de eu me expressar, e eu tenho procurado isso. Mas de novo, tenho medo de não conseguir me adaptar ao uso, e fazer meus pais pagarem uma coisa super cara pra no final me sentir uma idiota mimada que ficou batendo cabeça por uma câmera que ela nem sabia usar.
Não sei o que fazer mesmo, vou ter que esperar o tempo, as promoções, e falar com meu pais. Escrevi isso aqui mais pra me ajudar a pensar mesmo, por favor ignore meus dilemas materialistas.
Ontem eu quase liguei o notebook tarde da noite pra vir escrever aqui porque tive um pensamento um pouco mais claro sobre algo que eu estava sentindo há um tempo já. Quando eu vejo pessoas do meu meio social, principalmente as da minha idade fazendo alguma coisa, eu imediata e inconscientemente começo a tentar "imitá-los". Quero dizer que começo a tentar reproduzir não só o comportamento deles, mas a motivação. Eu começo a me esforçar pra ser igual a eles em todos os aspectos, mas nunca consigo reproduzir com fidelidade uma emoção sequer que eu vejo as pessoas terem em sociedade.
Eu sou tão fria que às vezes nem acredito. Porque parece que só eu sou assim, me sinto uma pessoa impossível. Pra mim, o jeito que as pessoas agem umas com as outras em público não faz o menor sentido. E como eu disse, mesmo assim ( acho que por isso), quando vejo esses comportamentos perto de mim, minha primeira reação é tentar naturalizá-los em mim.
Se eu vejo fotos de pessoas que eu conheço saindo, indo em barzinhos a noite, começo a tentar pensar que eu gosto de sair de noite, que eu gosto de bar, que eu devia começar a beber. Todos esses comportamentos não são em nada naturais a mim, e, mesmo assim, quando estou perto de pessoas diferentes de mim, sempre me pego tentando ser elas.
Não consigo entender muito o por quê disso. Talvez eu ainda esteja na paranoia de não ser notada, e esteja procurando me enquadrar pra "sumir na multidão". Porque eu nem preciso dizer que ainda tenho muito medo da vida social. Ainda tenho ansiedade social, ainda sinto que vou morrer se alguém falar comigo, etc.
Mas eu não entendo ainda totalmente isso. Porque eu abro mão de mim mesma tão fácil, tão rápido. Quando encontro qualquer coisa diferente de mim, jogo tudo o que eu sou fora sem nem pensar sobre isso. Acho que por isso não consigo conversar sobre mim quando estou conhecendo alguém: nessas situações eu não sou nada, não sou ninguém, sou uma folha em branco onde vou botar o que a outra pessoa quiser. Odeio isso.
Porque a verdade é que eu sinto que o que eu sou não é aceito de forma alguma. Eu sou uma pessoa naturalmente violenta, e com isso quero dizer que a violência é o meu traço mais significante. Eu não ajo com violência, mas ao mesmo tempo a violência está em tudo o que sou e faço.
Eu não sou nada leve, doce, ou agradável. Se eu fosse alguma coisa da natureza seria uma nuvem de tempestade, com relâmpagos e tudo.
Aliás, notei esses dias como eu sinto falta de extravasar minha violência. Nas poucas vezes que eu me "solto" e falo alguma coisa mais sincera, geralmente recebo uns olhares arregalados ou risadas frias.
Ao mesmo tempo, não é de hoje que eu noto que eu faço amizade com as pessoas mais diferentes de mim, e que tenho medo das pessoas mais iguais a mim. Quanto mais a pessoa parece comigo, e parece que pode ser minha amiga-alma gêmea mais eu me afasto.
E de novo, eu não entendo completamente o por quê.
Acho que vou continuar esse pensamento outro dia.
/Estava estudando até pouco tempo atrás mas comecei a ficar nervosa, então aproveitei pra vir escrever.
Estou em casa, e vou ficar essa semana inteira aqui por causa de um evento lá na faculdade. Estou muito feliz de poder ficar aqui, não só por saudades da minha família, mas também porque ironicamente, tenho muito pouco tempo pra estudar quando estou indo pra faculdade. Na verdade, eu tenho descoberto e redescoberto que não sei estudar. E que cada coisa, assunto, tem um jeito diferente de ser estudado, o que me dá bastante trabalho já que eu sou a maior ilustração de inércia em forma de gente: sabe aquilo de o carro frear, e devido a inércia, continuar a se movimentar na direção que estava indo? Essa é a definição das minhas cabeçadas na vida. Eu vejo que estou fazendo a coisa errada, penso que devia parar de fazer isso e fazer diferente, mas continuo, por um bom tempo, fazendo as mesmas coisas, indo na mesma direção.
Bom, tenho tentado descobrir novas formas de estudar, e no geral, me dedicar mais. Hoje eu acabei enrolando muito aqui, e agora a noite fiquei com muita coisa pra fazer. Vou ter que deixar pra amanhã.
Estou planejando a compra do meu próximo celular agora, mas estou com uma dúvida crudelíssima: não sei se peço um celular ou uma câmera semiprofissional (a Canon T5, muito provavelmente). Meu celular está velho, e estava até dando uns erros muito brabos ultimamente, mas eu descobri que eram por causa do cartão de memória (??) e depois que eu troquei, ficou bom. Mas ele não tem uma boa câmera, e isso me irrita muito. A frontal é quase inútil, coitada, mas eu ainda consigo usar e as vezes até sai uma foto ~razoável~. Por isso eu queria um celular novo, e estive vendo uns modelos com câmeras muito boas por volta de 700 reais (que eu espero conseguir na black friday por 600).
Mas aí bate o meu sonho que tem quase a mesma idade que eu: uma câmera semiprofissional, de preferência da Canon. Antigamente, meu sonho imaculado era a T3i, mas tenho visto cada vez menos delas vendendo, aí estou com medo de comprar um modelo antigo que talvez comecem a parar de produzir. Por isso estou pesquisando agora a T5, mais recente. Pelo que vi, elas são muito parecidas, e já são tão boas que acho que a diferença varia mesmo é de fotógrafo pra fotógrafo.
Bom, eu sempre gostei de fotografia, e faz muito (muito) tempo que tenho sonhado com uma câmera dessas, mas além de serem bem caras (tenho achado a T5 por 1.580, isso porque é super promoção), eu sempre tive um medinho de comprar e não usar. De ficar com vergonha de tirar fotos com ela na rua, sei lá. Sou muito tímida, e às vezes tenho vergonha até de pegar um celular pra tirar foto de alguma coisa, imagina uma câmera grande dessas. Infelizmente, elas chamam atenção.
Tenho encontrado algumas T5 pouco usadas na internet por pouco mais de 1.000, o que eu até conseguiria pagar. Então fiquei pensando que posso comprar, mas aí vou ter que ficar com meu celular velho. Porque óbvio que meus pais não tem dinheiro pra comprar os dois (nem um talvez, pra ser sincera), e mesmo se eu comprasse a câmera, eu teria que pagar metade da parcela com a minha mesada. E eu ficaria um ano com pouco dinheiro pra comer, sair ou comprar roupas, cosméticos, qualquer coisa que eu quisesse na verdade, porque tudo isso sai da minha mesada. E geralmente isso me deixa bem mal-humorada. Mas, por outro lado, teria, finalmente, minha câmera.
Eu acho que a fotografia seria uma ótima forma de eu me expressar, e eu tenho procurado isso. Mas de novo, tenho medo de não conseguir me adaptar ao uso, e fazer meus pais pagarem uma coisa super cara pra no final me sentir uma idiota mimada que ficou batendo cabeça por uma câmera que ela nem sabia usar.
Não sei o que fazer mesmo, vou ter que esperar o tempo, as promoções, e falar com meu pais. Escrevi isso aqui mais pra me ajudar a pensar mesmo, por favor ignore meus dilemas materialistas.
Ontem eu quase liguei o notebook tarde da noite pra vir escrever aqui porque tive um pensamento um pouco mais claro sobre algo que eu estava sentindo há um tempo já. Quando eu vejo pessoas do meu meio social, principalmente as da minha idade fazendo alguma coisa, eu imediata e inconscientemente começo a tentar "imitá-los". Quero dizer que começo a tentar reproduzir não só o comportamento deles, mas a motivação. Eu começo a me esforçar pra ser igual a eles em todos os aspectos, mas nunca consigo reproduzir com fidelidade uma emoção sequer que eu vejo as pessoas terem em sociedade.
Eu sou tão fria que às vezes nem acredito. Porque parece que só eu sou assim, me sinto uma pessoa impossível. Pra mim, o jeito que as pessoas agem umas com as outras em público não faz o menor sentido. E como eu disse, mesmo assim ( acho que por isso), quando vejo esses comportamentos perto de mim, minha primeira reação é tentar naturalizá-los em mim.
Se eu vejo fotos de pessoas que eu conheço saindo, indo em barzinhos a noite, começo a tentar pensar que eu gosto de sair de noite, que eu gosto de bar, que eu devia começar a beber. Todos esses comportamentos não são em nada naturais a mim, e, mesmo assim, quando estou perto de pessoas diferentes de mim, sempre me pego tentando ser elas.
Não consigo entender muito o por quê disso. Talvez eu ainda esteja na paranoia de não ser notada, e esteja procurando me enquadrar pra "sumir na multidão". Porque eu nem preciso dizer que ainda tenho muito medo da vida social. Ainda tenho ansiedade social, ainda sinto que vou morrer se alguém falar comigo, etc.
Mas eu não entendo ainda totalmente isso. Porque eu abro mão de mim mesma tão fácil, tão rápido. Quando encontro qualquer coisa diferente de mim, jogo tudo o que eu sou fora sem nem pensar sobre isso. Acho que por isso não consigo conversar sobre mim quando estou conhecendo alguém: nessas situações eu não sou nada, não sou ninguém, sou uma folha em branco onde vou botar o que a outra pessoa quiser. Odeio isso.
Porque a verdade é que eu sinto que o que eu sou não é aceito de forma alguma. Eu sou uma pessoa naturalmente violenta, e com isso quero dizer que a violência é o meu traço mais significante. Eu não ajo com violência, mas ao mesmo tempo a violência está em tudo o que sou e faço.
Eu não sou nada leve, doce, ou agradável. Se eu fosse alguma coisa da natureza seria uma nuvem de tempestade, com relâmpagos e tudo.
Aliás, notei esses dias como eu sinto falta de extravasar minha violência. Nas poucas vezes que eu me "solto" e falo alguma coisa mais sincera, geralmente recebo uns olhares arregalados ou risadas frias.
Ao mesmo tempo, não é de hoje que eu noto que eu faço amizade com as pessoas mais diferentes de mim, e que tenho medo das pessoas mais iguais a mim. Quanto mais a pessoa parece comigo, e parece que pode ser minha amiga-alma gêmea mais eu me afasto.
E de novo, eu não entendo completamente o por quê.
Acho que vou continuar esse pensamento outro dia.
Choices
See I'm stuck in a city but I belong in the field.
Olha dessa vez faz muito tempo mesmo que não entro aqui. E nem foi por falta de tempo. Fiquei a semana passada inteira em casa, e na verdade tentei escrever aqui duas vezes, mas não estava conseguindo escrever nada coerente. Não sei por quê, tenho estado assim, com a cabeça meio confusa. Começo a escrever e quando vejo estou escrevendo uma coisa bem nada a ver e nem eu estou gostando do que estou escrevendo.
Bom, hoje vim escrever meio sem objetivo também, só pra quebrar a fase de não escrever. Na verdade estou me sentindo meio mal.
Depois de vários dias em casa, veio o que eu já esperava: uma dificuldade dos infernos de voltar pro dia-a-dia na faculdade. Tentei me lembrar que eu ia voltar o tempo todo, pra ver se ajudava na hora do choque, e ajudou mesmo, acho que fiquei menos impactada. Mesmo assim, neste momento, estou com o coração pesado. É terça-feira e amanhã eu tenho muitas aulas, tenho trabalho pra entregar quinta-feira, e duas apresentações grandes pra semana que vem, que vão exigir trabalhos escritos pra cada uma. Eu odeio esse tipo de coisa. Odeio de verdade. Nunca me adaptei a trabalhos, sempre fui fã de provas, se dá pra dizer alguma coisa assim. Trabalho em grupo então. Nem vou comentar. Mas eu fico pensando às vezes em como as coisas exigem muito das pessoas. Meu dia a dia é muito corrido, muito mesmo, e me parece que estou sempre atrás, sempre correndo atrás de alguma coisa muito mais rápida que eu. Nunca li o suficiente, entendi o suficiente, escrevi, fiz, pensei o suficiente. Está sempre faltando alguma coisa e eu não consigo respirar no meio disso tudo.
Nessas horas que eu não sei se estou fazendo a coisa certa na vida. Acho que comecei a escrever um post aqui sobre isso, mas apaguei. Porque não posso deixar de notar que, apesar de saber que sempre odiei escola, e principalmente o modelo escolar de educação, fui eu quem estudou sozinha pra passar pra uma faculdade. E agora, no meio do meu segundo período de faculdade, eu não entendo direito por que fiz isso. Sempre quis estudar psicologia, disso eu sei. E acho que se existir um motivo coerente pra eu estar na faculdade é isso: preciso do diploma pra atuar como psicóloga. Mas ainda assim, eu acho que existem outros desejos em mim, talvez mais forte que a psicologia, mas que eu nunca dei vazão. E acho que foi por medo de querer.
Sabe, até hoje a melhor definição de dúvida pra mim é uma que eu li num dicionário infantil: dúvida é quando você sabe exatamente o que quer, mas acha que deveria querer outra coisa.
Não acredito que eu não saiba o que quero. Eu ou qualquer outra pessoa. Acho que eu tenho é muito medo de querer uma coisa muito louca, tão louca que poderia até me fazer feliz. Porque a felicidade, então, é mais apavorante ainda. Lembro daquelas piadas do Twitter do tipo "deus me livre ser feliz" e fico pensando o quanto eu tenho corrido atrás da minha infelicidade. Quer dizer, por que eu, com tantos lugares no mundo pra ir, tanta coisa pra fazer diferente, fui me colocar logo na faculdade? Sei que a faculdade parece uma escolha muito óbvia pra maioria das pessoas, mas por que fiz essa escolha pra mim? Por que fui me colocar num dos lugares que mais odeio? Não posso deixar de notar essa ironia gritante. Eu fico pensando se as outras pessoas são assim também. Se elas se colocam em lugares horríveis pra pelo menos sofrer uma dor que elas escolheram. Porque acho que é isso que eu faço. Talvez eu tenha aprendido com a minha vida até agora, que o sofrimento está sempre presente, não importa o que aconteça. Mas se ele não é inevitável, talvez eu possa prevê-lo, medi-lo, calculá-lo e ajustá-lo no meu dia-a-dia. Posso arranjar um trabalho e sofrer de 9 às 18. Talvez isso torne a dor um pouco mais palpável, um pouco mais lógica, não sei. Talvez mais controlável. Talvez pareçamos menos ridículos se parecermos no controle. Só não sei se vale a pena viver fingindo só pra não ser ridículo.
Bom, acho que me atrapalhei um pouco aqui, mas eu queria falar disso porque, como falei, tenho me sentido mal com a faculdade. Não tenho talento nenhum pra viver coisas que não fazem sentido pra mim. Sou muito revoltada com qualquer coisa que tente "ser porque é" ao meu redor, e acho isso bom e ruim ao mesmo tempo. Porque ao mesmo tempo que me sinto feliz por parecer mais autêntica (pra mim mesma, não pros outros), me sinto muito triste por parecer sempre sozinha nisso. Ninguém questiona, e principalmente, não gostam de quem questiona muito as coisas. Eu percebo o desconforto que eu sou pra muitas pessoas, porque geralmente acabo falando coisas muito duras que, não raro, são os fundamentos da vida dessas pessoas.
Eu considero a visão crítica quase um talento, como ver através das coisas, mas ao mesmo tempo, sei que além de isso não ser tão grande coisa, é algo muito difícil de domar e de ser aproveitado pro bem.
Acho que o que eu queria dizer com tudo isso é que eu devia buscar algum sentido nas coisas que faço. Mas ao mesmo tempo, não sei se estou exigindo demais das coisas. Porque todo mundo parece bem satisfeito com as coisas do jeito que são.
Ou talvez eu só esteja entendendo tudo errado. Não seria a primeira vez. Não sou muito boa em viver nesse mundo.
Le Dill, xx.
P.s.: Muito tempo que não coloco nenhum vídeo aqui. Vou colocar Nightcall, que canaliza tão bem a noite na cidade que quase assusta. Estava na trilha sonora de Drive, um filme muito bom onde a noite também foi muito bem representada. Apesar de ter escolhido essa música, estou ouvindo Mr. Brightside, que me traz um conforto por soar um pouco como os anos 90.
sábado, 8 de outubro de 2016
La semaine noir
Yey. J'ai finalement trouvé un peu de temps pour venir écrire ici. Je suis chez moi maintenant et suis bien contente, en considerant le dernière semaine.
C'était une vraimente étrange semaine.
A semana já começou mal no domingo mesmo. Não vou descrever tudo passo a passo como aconteceu, mas de manhã eu notei que minha gata não estava bem. Minha mãe já tinha mencionado que ela não estava comendo durante a semana, e só no domingo de manhã eu notei que não tinha visto ela desde que eu tinha voltado, na sexta à noite. Por isso, fui ver como ela estava. Quando peguei ela e coloquei no chão da cozinha, ela caiu, como que desmaiando, sem força nenhuma nas patas. A partir daí começamos a correr, ligando pra táxi, veterinário. E nesse domingo ainda era dia de votação. Todo plano pro dia se desfez, e eu e minha irmã fomos levar nossa gata no veterinário. Levamos ela viva, e parecendo relativamente bem, mas ela acabou morrendo de tarde, depois que tínhamos deixado ela internada lá. Eu já tinha chorado em casa, lá no veterinário, e chorei mais em casa, quando soube da notícia. Ela estava com a gente há 12 anos, pelas nossas contas. Sempre morri de medo do dia que ela fosse morrer, e nos últimos dois anos eu olhava pra ela às vezes e pensava que ela estava velhinha e não iria durar pra sempre, mas não conseguia imaginar ela morrendo. Estou com muita saudade dela, desde o primeiro dia. Mas acho que já reagi melhor do que quando Tony morreu. Pelo menos no caso dela conseguimos correr, levar ela no veterinário. Só queria ter ficado com ela até o final, talvez. De qualquer forma, sei que cuidamos bem dela na enorme maioria do tempo, e acho que ela foi feliz com a gente. Enfim, Tica vai estar sempre comigo de todas as maneiras.
A semana então começou assim, e eu no dia seguinte tive que viajar pra ir pra faculdade, como sempre. E foi uma semana chuvosa, de ventos frios, pessoas doentes e gripadas. Minhas amigas perderam ônibus, não podiam ir às aulas por algum motivo. Coisas estranhas continuaram acontecendo ao longo da semana, e minhas amigas perceberam também. Mas, apesar de tudo, eu consegui sobreviver e estou melhor agora.
Essa semana consegui fazer um trabalho difícil pra faculdade, e fiquei orgulhosa de mim. Tentei bastante fazer as coisas que eu tinha que fazer.
Nossa, aconteceu tanta coisa, na verdade. Sempre está acontecendo muita coisa agora, e isso é bom, no geral. Acho que nunca mais odiei a minha vida, só às vezes as coisas pesam, mas eu sei que poso fazer escolhas pra deixar tudo mais leve. Continuo colocando meu bem-estar em primeiro lugar. Minhas amigas até riem de mim porque fico falando que nada vale a minha paz, e isso é verdade. Não sou a pessoa mais relaxada do mundo, na verdade sou uma nervosa louca, às vezes neurótica, ansiosa patológica, mas, por isso mesmo, pude desenvolver mecanismos de controle pra mim no que para os outros é o caos, e pra mim é a vida. Nada vale a minha paz. Porque eu preciso da minha mente intacta, e sei que mantendo isso, posso reconstruir qualquer coisa que venha a quebrar.
Estou especialmente animada no momento porque nessa semana que vai começar não vou ter os trabalhos semanais que estavam me matando toda semana. Quarta-feira é feriado, e vou poder ficar na república estudando, e depois vir pra casa na sexta. Depois disso, pelo que estou vendo, vou poder ficar uma semana em casa por conta de um evento na faculdade. Já estou feliz pensando no tanto que vou poder adiantar de matéria nesse tempo. Estou lendo 3 livros no momento, mas na verdade tinha que estar lendo uns 7. Espero conseguir, haha.
Ontem vim pra casa já pensando em fazer um bolo do qual eu vi a receita no youtube que era basicamente um absurdo de chocolate. Bolo de chocolate com recheio e cobertura, tudo chocolate. Fiz ontem, e no dia eu não gostei, mas hoje o bolo está bem melhor, e até pouco tempo atrás estava tendo problemas em parar de comê-lo, haha. Ficou lindo, escuro e cheio de recheio. Eu realmente amo cozinhar e comer.
Ah, na semana passada também tinha, finalmente comprado uma bolsa nova. Sou dessas pessoas de uma bolsa só, pelo menos é o que eu gostaria de ter. Na verdade tenho 4, por pura necessidade de adaptação às ocasiões. Se pudesse teria uma só. Por isso, sempre tenho uma que é a que eu mais uso: preta, média, de couro. Pois bem, a bolsa que eu estava usando como a de sempre estava muito feia já, e fui obrigada a comprar outra (acho muito feio couro descascando, mesmo). Acabei comprando minha primeira bolsa carteiro da vida, aquelas estilo satchel, linda demais. Sério, é muito linda e fica mais ainda com as roupas. Não sei por quê fiquei tão em dúvida quando fui comprar, é perfeita. Bom, etou bem feliz que vou poder ficar despreocupada com bolsa por um bom tempo.
Apesar disso(ou por causa disso?), estou meio chateada com meus gastos. Não estou conseguindo juntar dinheiro como queria ainda, e continuo me atrapalhando com as contas, gastando demais antes da hora. Acho que daqui a uns dois meses as coisas vão se desenrolar. Eu estava querendo comprar uma jaqueta do curso e da faculdade, mas isso vai ter que esperar, e muito. Se acontecer, haha. Por falarem frustrações financeiras, meu celular está dando vários erros, e eu acho que vou ter que comprar um bem furreca pra substituir ele, porque é o que eu provavelmente posso pagar agora.
Bom, acho que vou dormir agora. Sinto que esse post ficou muito mal escrito e talvez eu edite amanhã.
Agora vou ler, ler, ler pra amanhã acordar e ler um pouco mais.
Bisouss,
Dill, xx.
C'était une vraimente étrange semaine.
A semana já começou mal no domingo mesmo. Não vou descrever tudo passo a passo como aconteceu, mas de manhã eu notei que minha gata não estava bem. Minha mãe já tinha mencionado que ela não estava comendo durante a semana, e só no domingo de manhã eu notei que não tinha visto ela desde que eu tinha voltado, na sexta à noite. Por isso, fui ver como ela estava. Quando peguei ela e coloquei no chão da cozinha, ela caiu, como que desmaiando, sem força nenhuma nas patas. A partir daí começamos a correr, ligando pra táxi, veterinário. E nesse domingo ainda era dia de votação. Todo plano pro dia se desfez, e eu e minha irmã fomos levar nossa gata no veterinário. Levamos ela viva, e parecendo relativamente bem, mas ela acabou morrendo de tarde, depois que tínhamos deixado ela internada lá. Eu já tinha chorado em casa, lá no veterinário, e chorei mais em casa, quando soube da notícia. Ela estava com a gente há 12 anos, pelas nossas contas. Sempre morri de medo do dia que ela fosse morrer, e nos últimos dois anos eu olhava pra ela às vezes e pensava que ela estava velhinha e não iria durar pra sempre, mas não conseguia imaginar ela morrendo. Estou com muita saudade dela, desde o primeiro dia. Mas acho que já reagi melhor do que quando Tony morreu. Pelo menos no caso dela conseguimos correr, levar ela no veterinário. Só queria ter ficado com ela até o final, talvez. De qualquer forma, sei que cuidamos bem dela na enorme maioria do tempo, e acho que ela foi feliz com a gente. Enfim, Tica vai estar sempre comigo de todas as maneiras.
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encore là. |
A semana então começou assim, e eu no dia seguinte tive que viajar pra ir pra faculdade, como sempre. E foi uma semana chuvosa, de ventos frios, pessoas doentes e gripadas. Minhas amigas perderam ônibus, não podiam ir às aulas por algum motivo. Coisas estranhas continuaram acontecendo ao longo da semana, e minhas amigas perceberam também. Mas, apesar de tudo, eu consegui sobreviver e estou melhor agora.
Essa semana consegui fazer um trabalho difícil pra faculdade, e fiquei orgulhosa de mim. Tentei bastante fazer as coisas que eu tinha que fazer.
Nossa, aconteceu tanta coisa, na verdade. Sempre está acontecendo muita coisa agora, e isso é bom, no geral. Acho que nunca mais odiei a minha vida, só às vezes as coisas pesam, mas eu sei que poso fazer escolhas pra deixar tudo mais leve. Continuo colocando meu bem-estar em primeiro lugar. Minhas amigas até riem de mim porque fico falando que nada vale a minha paz, e isso é verdade. Não sou a pessoa mais relaxada do mundo, na verdade sou uma nervosa louca, às vezes neurótica, ansiosa patológica, mas, por isso mesmo, pude desenvolver mecanismos de controle pra mim no que para os outros é o caos, e pra mim é a vida. Nada vale a minha paz. Porque eu preciso da minha mente intacta, e sei que mantendo isso, posso reconstruir qualquer coisa que venha a quebrar.
Estou especialmente animada no momento porque nessa semana que vai começar não vou ter os trabalhos semanais que estavam me matando toda semana. Quarta-feira é feriado, e vou poder ficar na república estudando, e depois vir pra casa na sexta. Depois disso, pelo que estou vendo, vou poder ficar uma semana em casa por conta de um evento na faculdade. Já estou feliz pensando no tanto que vou poder adiantar de matéria nesse tempo. Estou lendo 3 livros no momento, mas na verdade tinha que estar lendo uns 7. Espero conseguir, haha.
Ontem vim pra casa já pensando em fazer um bolo do qual eu vi a receita no youtube que era basicamente um absurdo de chocolate. Bolo de chocolate com recheio e cobertura, tudo chocolate. Fiz ontem, e no dia eu não gostei, mas hoje o bolo está bem melhor, e até pouco tempo atrás estava tendo problemas em parar de comê-lo, haha. Ficou lindo, escuro e cheio de recheio. Eu realmente amo cozinhar e comer.
Ah, na semana passada também tinha, finalmente comprado uma bolsa nova. Sou dessas pessoas de uma bolsa só, pelo menos é o que eu gostaria de ter. Na verdade tenho 4, por pura necessidade de adaptação às ocasiões. Se pudesse teria uma só. Por isso, sempre tenho uma que é a que eu mais uso: preta, média, de couro. Pois bem, a bolsa que eu estava usando como a de sempre estava muito feia já, e fui obrigada a comprar outra (acho muito feio couro descascando, mesmo). Acabei comprando minha primeira bolsa carteiro da vida, aquelas estilo satchel, linda demais. Sério, é muito linda e fica mais ainda com as roupas. Não sei por quê fiquei tão em dúvida quando fui comprar, é perfeita. Bom, etou bem feliz que vou poder ficar despreocupada com bolsa por um bom tempo.
Apesar disso(ou por causa disso?), estou meio chateada com meus gastos. Não estou conseguindo juntar dinheiro como queria ainda, e continuo me atrapalhando com as contas, gastando demais antes da hora. Acho que daqui a uns dois meses as coisas vão se desenrolar. Eu estava querendo comprar uma jaqueta do curso e da faculdade, mas isso vai ter que esperar, e muito. Se acontecer, haha. Por falarem frustrações financeiras, meu celular está dando vários erros, e eu acho que vou ter que comprar um bem furreca pra substituir ele, porque é o que eu provavelmente posso pagar agora.
Bom, acho que vou dormir agora. Sinto que esse post ficou muito mal escrito e talvez eu edite amanhã.
Agora vou ler, ler, ler pra amanhã acordar e ler um pouco mais.
Bisouss,
Dill, xx.
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