sábado, 22 de dezembro de 2018
En attendant
Passando os dias em casa, nas férias mais desejadas da minha vida.
Estou tentando ainda, me esforçando em fazer as coisas que quero e devo, e se não fosse o calor, estaria fazendo bem mais.
Depois que finalmente terminei o trabalho da faculdade que trouxe comigo pra casa, pude sair bastante pra rua com eu queria. Fui várias vezes no shopping, comprei e comi demais, o que explica a minha fatura do cartão um pouco assustadora. Estou tentando me acalmar, pensar que vou dar um jeito porque sempre dou mesmo. Mas sou uma hedonista, não posso negar.
Recebi um dinheiro legal de fim de ano dos meus pais (menos do que eu imaginei, mas) e isso me deu uma certa liberdade. Pude pagar uma dívida antiga com minha irmã, e comprar as várias coisas que comprei. Mas assim que o dinheiro saiu, eu só queria fazer minhas tatuagens. É um sonho antigo, e que cresce cada vez mais em mim como certeza de ser o único jeito de me reconciliar com minha pele.
Já disse aqui que no último ano minhas manchas pioraram de um jeito que não consigo mais usar nem camisetas, nada que mostre acima do cotovelo, e ainda assim, o que sobra me incomoda. Isso também foi parte do motivo das compras de fim de ano agora, comigo procurando qualquer coisa que cobrisse meus braços. Comprei uma blusa de manga longa, e uma camiseta xadrez que ainda vai chegar (vermelha, estava faltando ❤), além de uma jaqueta jeans preta que eu estava atrás de um modelo que me agradasse há tempos, e achei meio que de surpresa. Mas só decidi fazer essas compras depois que minha mãe praticamente não me deixou fazer as tatuagens. Ela falou várias coisas e eu só fiquei cansada e triste. E acabei desistindo também porque realmente prefiro fazer quando eu puder fazer várias de uma vez, não uma por ano, mendigando do jeito que eu faria agora. Que seja.
Essa questão com a minha pele é crucial pra mim, e tem se demonstrado meu maior problema agora. Me atrapalha e deixa triste de mil maneiras, mas só posso conviver com isso. Estou tentando aguentar o calor, usar coisas com mangas mesmo nos dias mais quentes, e protetor solar sempre, por mais que incomode.
Enfim, estou passando dias tranquilos em casa, com uma ou outra crise. Tive algumas crises de choro, e sei que ainda preciso ficar atenta com minha depressão. Consegui comprar mais do remédio, e fico feliz com isso.
Quero focar em progredir nos meus afazeres nesses 3 meses de férias e voltar pra faculdade melhor.
O natal está muito próximo e essa semana anterior é a minha preferida. Até as reportagens sobre shoppings lotados me agradam. Por mim seria sempre uma semana antes do natal. Mas também estou animada com o ano novo porque vai levar esse ano embora. Já estou preparada pra passar no conforto do meu lar. Vai ser legal.
Dill, xx.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
To exist
violent lives |
Sempre venho aqui com algo diferente no coração.
Hoje, venho de um dia muito bom, com muitos acontecimentos bons, mas não de um dia calmo. Meu coração estava perturbado desde de manhã, na verdade desde ontem à noite, quando eu me lembrei de algumas coisas que preferia não lembrar.
Lembrei de como me sentia mal aqui em casa, ofendida pela minha mãe principalmente, e da força das ofensas dela em mim. Ontem, uma palavra dela me ofendeu muito porque foi um repúdio ao meu mau humor habitual e constante lamentação, que eu sei que são difíceis pras pessoas ao meu redor. Mas sendo essa uma coisa tão minha, tão velha e parte de mim, um repúdio forte à isso acaba sendo sentido como um repúdio a mim como pessoa. Me senti indesejada, desagradável, um incômodo. E sei que era verdade, mas não em totalidade. Meu mal talvez seja pensar e levar tudo muito ao extremo e com muita força. Mudo de direção muito rápido, e de um jeito muito bruto. Acabo vendo coisas que não são verdade, pelo menos não por completo.
Não sei exatamente o que minha mãe sente sobre mim, mas acho que eu devia parar de tentar descobrir ou adivinhar, porque isso me machuca muito. Me lembrei de como imploro por qualquer reação dela, só pra checar se continua a mesma coisa. Lembrei de como minha casa pode ser uma lembrança constante de que sou fraca e inútil, e isso é fatal. Fatal mesmo. Porque ontem também lembrei de como eu às vezes acho que vou morrer cedo e ponto, não tem o que fazer e estou apenas adiando a morte. Não descarto minha morte voluntária porque hoje mais ainda sei como minha doença pode ser insuportável, e como cansa ser assim. Não me sinto vivendo, de maneira alguma. Estou sempre suportando e esperando. E me revoltando também.
Ao mesmo tempo, consigo viver. Estou aqui, passando os dias, rindo. Mas no fundo uma dor que não passa e na cabeça sempre uma coisa me alertando pra como tudo está muito errado e não tem jeito. Por isso gosto de personagens como a Vanessa Ives. Se sentir amaldiçoado é algo pesado e único no sentido que não pode ser explicado ou compartilhado.
Mas é isso, sinto que estou fadada à desgraça. Sinto isso com muita força e digo com sinceridade. Me parece muito natural que eu nunca vá ser feliz por completo, e me sinto uma idiota quando acredito que posso. Porque minhas condições não me permitem isso.
Nessas horas me pergunto qual a utilidade de uma vida como a minha.
Enfim, vim aqui porque minha vida aqui em casa está com um elefante gigante, com uma pessoa que foi instalada aqui e que está me incomodando muito, em muitos sentidos. Mas estou me preocupando em entender o que estou sentindo, e talvez por quê. É muito difícil explorar esse tipo de sentimento, que geralmente revela algo muito ruim sobre a gente.
Sempre tive uma enorme dificuldade em abrir meu ambiente familiar, física e simbolicamente. Desde abrir a minha porta à chamar alguém de fora por um nome familiar, sempre fui muito protetora e reclusa nesse ambiente que pra mim tem que ser seguro, discreto e não permitir intrusões. Nesses últimos tempos a presença de alguém que eu considero de fora na minha casa tem sido um ataque diário à essas coisas que são importantes pra mim. Me sinto sem controle, e desconsiderada também. As coisas estão sendo feitas arbitrariamente, e não sei como falar disso sem soar ciumenta, egoísta e incoveniente. Sei que estou sendo tudo isso agora. Mas a forma com que as coisas estão sendo feitas também não são das melhores.
Enfim, estou num momento muito misto, me sentindo calma e feliz em alguns momentos e muito estressada em outros.
Não gosto das coisas como estão, definitivamente, mas vejo muito pouco que eu possa fazer.
Eu queria falar que hoje foi divertido porque comprei algumas coisas bobas e felizes. Um quadro da Brigitte Bardot, um gatinho de pelúcia e uma escova progressiva pra fazer em casa.
Estou com tarefas ainda pra fazer, e tentando de certa forma seguir com elas com o mínimo de prejuízo. Hoje foi difícil porque eu estava ainda rancorosa de ontem e acho que ainda estou. Sinto que esse rancor vai se acumular nas férias, mas vou tentar lidar com isso de uma maneira que eu cresça nisso tudo.
Assim vou seguindo até morrer. É engraçado porque às vezes percebo de verdade que vou morrer e fico bem triste. Acho que minha vida vai ser triste de qualquer jeito, e quando ela acabar, vai ser triste porque isso vai ser uma certeza. De novo, não sei qual o valor de vidas como a minha. Pra mim, é muito importante registrar ao máximo como eu penso e como me sinto, porque sei que ninguém entende. Sinto que se eu não escrever, vou ter nascido, vivido e morrido em silêncio.
Peço desculpas e espero ter contribuído.
Dill, xx.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
Gone for good
Hoje foi meu último dia na faculdade presencialmente. É meio que algo decidido por mim porque talvez eu tivesse que vir na semana que vem pra pegar um trabalho e entregar um negócio mas nunca que eu volto só pra isso. Meu tempo aqui já deu.
Bom, esse ano foi horrível e difícil de várias maneiras, tenho todos os posts aqui pra provar. E eu só estou feliz por esse ano acabar logo. Quero e preciso ficar em casa, estudar lá, fazer minhas coisas mais quieta e quem sabe mais calma. Estou tentando me recuperar ainda das recaídas do meio do ano, e ainda me sinto fraca e machucada em muitos sentidos. Parece que não consigo ficar mais de 3 dias seguidos bem. Começo a me sentir fraca e estranha. Hoje eu estava assim. Me sentindo cansada, estranha e inapta pra vida em sociedade. Senti que devia ficar em casa, mas tinha coisas a fazer. Agora estou em casa, com fome, cansada e esperando que a hora de chegar em casa dê logo.
Amanhã vou numa mini-viagem com as meninas da faculdade e eu espero que seja legal. Estou sentindo falta disso, de algo que aproxime a gente. E também vou tentar aproveitar pra tentar fotografar um pouco. Estou desanimada até com a câmera do celular. Estranho como o mundo visual adquiriu um certo peso pra mim. É difícil agora levantar minha câmera, olhar pro mundo e decidir o que dali me atrai. É como eu falo aqui algumas vezes, acho que eu passei do pânico pra preguiça, do terror pra indiferença apática. Só quero que tudo suma, geralmente. Às vezes volto a me encantar, apesar disso.
As coisas estão mudando, como sempre estão, mas esse ano eu senti muito forte um afastamento bem grande de muitas coisas que eu era. Acho que isso também tornou tudo um pouco dolorido. Senti que perdi muito e ganhei muito pouco. Tive que correr atrás do pouco que consegui, mas já começo a me estabilizar pra construir coisas diferentes.
Apesar de tudo, no geral agora estou esperançosa e com vontade de fazer as coisas. Espero ter forças pra maioria delas e também saber a hora de parar.
Que ano que vem não tenha nada desse ano desgracento.
Até,
Dill, xx.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
Hope
Estou com muito sono, e isso é bom. Um certo cansaço é bom pra acalmar o coração às vezes.
Comecei a ouvir Kate Nash agora e me deu uma animada. Estou me preocupando bastante com a seleção de estágio que tenho essa semana, e ficando desanimada em ter que me submeter a uma avaliação. Quer dizer, coisas comuns já pesam em mim como avaliação, imagina uma avaliação de verdade. Tenho medo do que vão pedir pra eu falar, se pedirem, do quanto vou ter que falar, o que vou dizer, etc.
Inclusive nos últimos tempos estive falando um pouco mais na faculdade, mas com uma sensação muito forte de que só estava falando idiotices. Me sinto uma idiota falando, acho que me enrolo e nada do que falo faz sentido, e se faz, parece trivial, banal demais. Apesar dessas coisas não terem mais o tom de tragédia que costumavam ter, agora elas me fazem sentir cansaço, preguiça. Tenho vontade de ir embora, parar de tentar ser alguma coisa nesses espaços que exigem tanto. Não gosto de ter que me provar capaz, de ter que mostrar resultados, etc. Acho tudo muito agressivo, mas como sempre isso é mais uma questão de fraqueza e sensibilidade minha do que de agressividade no mundo, talvez.
Sigo tentando, e disso posso me orgulhar. E na verdade, estou bem melhor psicologicamente por causa do remédio, e sei que as coisas estão boas agora. Sei que o risco que corro é pouco, e posso acabar tudo sem grandes prejuízos. Acho que só estou impaciente com o semestre sempre se alongando uma semana a mais.
Bom, apesar desse post ter começado com essas agonias de faculdade, hoje foi um dia muito bom. Meu celular novo chegou hoje e eu estou tão encantada quanto poderia estar. Passei boa parte do dia configurando aplicativos, recuperando a senha de quase todos, provando minha completa falta de compromisso com senhas. A câmera é ótima, apesar de eu ter explorado pouco ela. Estou conseguindo baixar aplicativos de novo, e é ótimo.
O celular é muito simples visualmente, como eu prefiro, e eu estou muito feliz com ele. O antigo me estressava bastante, coitado. Enfim, acho que agora as coisas vão ficar mais confortáveis. Espero. Tenho que me esforçar em ser mais positiva também.
Bom, agora vou continuar mexendo no celular até dormir e acordar pras minhas obrigações de novo. Tenho saudade de me expressar, de todas as formas que eu fazia. Sinto que perdi o caminho até elas, de algum jeito.
Dill, xx.
sexta-feira, 23 de novembro de 2018
The worst, the best
Está acontecendo tanta coisa louca e boa ao mesmo tempo que eu nem sei se deveria vir aqui contar. Mas aqui falo comigo, então tudo bem.
Voltei muito cansada da rua hoje, com muito sono, mas fiquei bastante tempo deitada e não consegui dormir. Acho que é ansiedade pelas coisas boas que estão acontecendo.
Na semana passada tivemos um feriado enorme, e eu fiquei uns 6 ou 7 dias em casa, o que foi muito bom como sempre é. Só que eu ainda tinha trabalhos pra fazer, trabalhos grandes de final de período. Por isso fiquei um pouco tensa ao longo dos dias, tentando fazer um pouco a cada dia. Mas a procrastinação foi maior e no último dia fiquei muito atarefada e muito nervosa. Nem quero me alongar muito na descrição, mas eu tive realmente um ataque de pânico dentro de casa, o que eu acho que nunca tinha acontecido. Eu tinha que formatar um trabalho grande em abnt e não estava conseguindo por nada no mundo, mesmo tentando literalmente desde 10 da manhã. Mas eu estava sozinha, sem ninguém que soubesse presente pra me ajudar. Assisti uns 20 vídeos tutoriais de como colocar sumário e paginação, e nada funcionava. Quando deu 21h eu comecei a entrar em desespero. Eu tinha que acordar 4:30 da manhã pra pegar o ônibus, e nada de conseguir terminar. E ainda estava no processo de escrever um outro trabalho que era pro dia seguinte também.
Umas 23h eu entrei em pânico mesmo, comecei a chorar descontroladamente, com a cara dentro de uma toalha. Não conseguia parar, qualquer coisa que dava errado eu voltava a chorar. Aí eu comecei a passar mal, porque no meio dessa bagunça não consegui jantar, e estava começando a ficar fraca, e em pânico, comecei a sentir minhas pernas e braços formigando, um enjoo que parecia que ia terminar em vômito, o amargo mais forte que já senti na boca, a respiração curta do pânico. Eu percebi que se continuasse, ia desmaiar e isso me assustou mais ainda. Por causa disso, mesmo chorando comecei a tentar me acalmar, falando em voz alta pra eu me controlar e parar de chorar. Mais uma cena Charlie pra minha vida.
Aos poucos fui ficando menos elétrica, o amargo na boca diminuiu e eu fiquei me controlando o tempo que podia. Não parei de chorar, mas comecei a chorar com menos desespero. Formatei e imprimi meu trabalho chorando, jantei chorando, e me dei um tempo pra parar, mesmo sendo 23h já. Tomei banho, jantei assistindo tv, dei um abraço de boa noite na minha mãe e voltei pra escrever o segundo trabalho. Quem tem pânico e outras doenças de humor talvez conheça esse estado um pouco letárgico mas ainda muito deprimido depois de uma crise dessas. A desesperança foi um pouco de conforto pra mim, e escrevi meu trabalho com um pouco mais de calma. Fui dormir chorando ainda, e quando acordei, chorei mais enquanto fazia meu café. Acho que eu só estava muito triste mesmo por essa crise ter acontecido. Eu nunca tinha tido nada tão ruim assim, nem tão exclusivamente devido a coisas da faculdade. O horror de não conseguir terminar meu trabalho quase me fez desmaiar, e pensar que este nível de descontrole pode me tomar me deixa simplesmente triste.
Essa é uma das piores coisas das doenças mentais: você não pode controlar quem você é. Você se sente circunstância de coisas que te tomam, te tiram da realidade, te negam a realidade, e não tem nada que você possa fazer.
Mas ultimamente, pensar nisso tudo como doença, e em mim como doente tem me ajudado muito, porque ao invés de eu ficar pensando mil coisas sobre como eu deveria mudar ou ser diferente do que sou, eu tomo um pensamento igual ao que tenho quando qualquer outra doença me acomete: tenho que parar, tirar um tempo, buscar ajuda e me tratar. Têm sido muito importante pra mim deixar claro pra mim mesma que eu posso parar tudo quando precisar, e que parar assim não significa falhar.
Talvez esse seja o início de mim começando a entender que tenho uma doença e que vou conviver com ela pra sempre. Às vezes vou sumir pra me recuperar e poder voltar bem. Aceitar esses altos e baixos talvez me ajude a não ir tão baixo.
Bom, depois dessa coisa toda horrível, levei a semana com mais força do que imaginei que teria. No mesmo dia que cheguei e entreguei os dois trabalhos, descobri que teria que fazer outro trabalho pro dia seguinte. E de apresentação. Ao contrário do que eu imaginaria, consegui me comprometer com isso, e nosso grupo acabou conseguindo fazer uma apresentação muito legal considerando que tudo foi feito em menos de um dia.
Isso foi na quinta-feira já, e eu acho que boa parte do que segurou minha animação essa semana foi a black friday. Esse é o primeiro ano em que eu realmente planejei coisas pra comprar na black friday, e estava olhando preços há um bom tempo. O que eu queria há mais tempo eram os boxes da primeira temporada de Penny dreadful e de Mr robot. Só essas coisas já me deixariam muito muito feliz, mas eu também comecei a pensar em comprar umas hqs, sem saber exatamente qual.
Acabou que comprei a hq bem antes da black friday, dia 20, e foi Alias. É, realizei meu sonho da hq de Jessica Jones. Estou muito feliz.
E tem mais coisa: já há um tempo minha mãe tinha dito que me daria um celular novo, e no início eu não acreditei muito, mas depois ela confirmou e eu fiquei esperando a black friday igual uma louca. E como se isso já não fosse bom o suficiente, enquanto eu ainda estava fazendo hora esperando dar meia-noite pra comprar o celular, minha irmã avisou que o celular que eu queria estava disponível no site da operadora dela que aceita pontos como desconto. Meu celular que custaria 800 reais saiu por 300 e alguma coisa. Eu nem acreditei. Acho que só minha mãe está tão feliz quanto eu, haha.
Acabou que depois de meia-noite mesmo eu só comprei os boxes de Penny e Mr robot. Eu vou ficar muito doida quando eles chegarem. Finalmente ❤❤❤
Quando meu celular chegar então, nem sei.
Enfim, deu pra perceber o contraste enorme entre as coisas que aconteceram essa semana. Talvez o remédio esteja me ajudando a manejar melhor as crises também. Eu só espero que eu diminua o número de crises, e que elas sejam o menos danosas possível.
Às vezes, pensar bastante sobre as coisas e escrever me ajuda, mas às vezes atrapalha também. Estou tentando me deixar respirar mais.
Espero que tudo fique bem 💓.
Dill, xx
Voltei muito cansada da rua hoje, com muito sono, mas fiquei bastante tempo deitada e não consegui dormir. Acho que é ansiedade pelas coisas boas que estão acontecendo.
Na semana passada tivemos um feriado enorme, e eu fiquei uns 6 ou 7 dias em casa, o que foi muito bom como sempre é. Só que eu ainda tinha trabalhos pra fazer, trabalhos grandes de final de período. Por isso fiquei um pouco tensa ao longo dos dias, tentando fazer um pouco a cada dia. Mas a procrastinação foi maior e no último dia fiquei muito atarefada e muito nervosa. Nem quero me alongar muito na descrição, mas eu tive realmente um ataque de pânico dentro de casa, o que eu acho que nunca tinha acontecido. Eu tinha que formatar um trabalho grande em abnt e não estava conseguindo por nada no mundo, mesmo tentando literalmente desde 10 da manhã. Mas eu estava sozinha, sem ninguém que soubesse presente pra me ajudar. Assisti uns 20 vídeos tutoriais de como colocar sumário e paginação, e nada funcionava. Quando deu 21h eu comecei a entrar em desespero. Eu tinha que acordar 4:30 da manhã pra pegar o ônibus, e nada de conseguir terminar. E ainda estava no processo de escrever um outro trabalho que era pro dia seguinte também.
Umas 23h eu entrei em pânico mesmo, comecei a chorar descontroladamente, com a cara dentro de uma toalha. Não conseguia parar, qualquer coisa que dava errado eu voltava a chorar. Aí eu comecei a passar mal, porque no meio dessa bagunça não consegui jantar, e estava começando a ficar fraca, e em pânico, comecei a sentir minhas pernas e braços formigando, um enjoo que parecia que ia terminar em vômito, o amargo mais forte que já senti na boca, a respiração curta do pânico. Eu percebi que se continuasse, ia desmaiar e isso me assustou mais ainda. Por causa disso, mesmo chorando comecei a tentar me acalmar, falando em voz alta pra eu me controlar e parar de chorar. Mais uma cena Charlie pra minha vida.
Aos poucos fui ficando menos elétrica, o amargo na boca diminuiu e eu fiquei me controlando o tempo que podia. Não parei de chorar, mas comecei a chorar com menos desespero. Formatei e imprimi meu trabalho chorando, jantei chorando, e me dei um tempo pra parar, mesmo sendo 23h já. Tomei banho, jantei assistindo tv, dei um abraço de boa noite na minha mãe e voltei pra escrever o segundo trabalho. Quem tem pânico e outras doenças de humor talvez conheça esse estado um pouco letárgico mas ainda muito deprimido depois de uma crise dessas. A desesperança foi um pouco de conforto pra mim, e escrevi meu trabalho com um pouco mais de calma. Fui dormir chorando ainda, e quando acordei, chorei mais enquanto fazia meu café. Acho que eu só estava muito triste mesmo por essa crise ter acontecido. Eu nunca tinha tido nada tão ruim assim, nem tão exclusivamente devido a coisas da faculdade. O horror de não conseguir terminar meu trabalho quase me fez desmaiar, e pensar que este nível de descontrole pode me tomar me deixa simplesmente triste.
Essa é uma das piores coisas das doenças mentais: você não pode controlar quem você é. Você se sente circunstância de coisas que te tomam, te tiram da realidade, te negam a realidade, e não tem nada que você possa fazer.
Mas ultimamente, pensar nisso tudo como doença, e em mim como doente tem me ajudado muito, porque ao invés de eu ficar pensando mil coisas sobre como eu deveria mudar ou ser diferente do que sou, eu tomo um pensamento igual ao que tenho quando qualquer outra doença me acomete: tenho que parar, tirar um tempo, buscar ajuda e me tratar. Têm sido muito importante pra mim deixar claro pra mim mesma que eu posso parar tudo quando precisar, e que parar assim não significa falhar.
Talvez esse seja o início de mim começando a entender que tenho uma doença e que vou conviver com ela pra sempre. Às vezes vou sumir pra me recuperar e poder voltar bem. Aceitar esses altos e baixos talvez me ajude a não ir tão baixo.
Bom, depois dessa coisa toda horrível, levei a semana com mais força do que imaginei que teria. No mesmo dia que cheguei e entreguei os dois trabalhos, descobri que teria que fazer outro trabalho pro dia seguinte. E de apresentação. Ao contrário do que eu imaginaria, consegui me comprometer com isso, e nosso grupo acabou conseguindo fazer uma apresentação muito legal considerando que tudo foi feito em menos de um dia.
Isso foi na quinta-feira já, e eu acho que boa parte do que segurou minha animação essa semana foi a black friday. Esse é o primeiro ano em que eu realmente planejei coisas pra comprar na black friday, e estava olhando preços há um bom tempo. O que eu queria há mais tempo eram os boxes da primeira temporada de Penny dreadful e de Mr robot. Só essas coisas já me deixariam muito muito feliz, mas eu também comecei a pensar em comprar umas hqs, sem saber exatamente qual.
Acabou que comprei a hq bem antes da black friday, dia 20, e foi Alias. É, realizei meu sonho da hq de Jessica Jones. Estou muito feliz.
E tem mais coisa: já há um tempo minha mãe tinha dito que me daria um celular novo, e no início eu não acreditei muito, mas depois ela confirmou e eu fiquei esperando a black friday igual uma louca. E como se isso já não fosse bom o suficiente, enquanto eu ainda estava fazendo hora esperando dar meia-noite pra comprar o celular, minha irmã avisou que o celular que eu queria estava disponível no site da operadora dela que aceita pontos como desconto. Meu celular que custaria 800 reais saiu por 300 e alguma coisa. Eu nem acreditei. Acho que só minha mãe está tão feliz quanto eu, haha.
Acabou que depois de meia-noite mesmo eu só comprei os boxes de Penny e Mr robot. Eu vou ficar muito doida quando eles chegarem. Finalmente ❤❤❤
Quando meu celular chegar então, nem sei.
Enfim, deu pra perceber o contraste enorme entre as coisas que aconteceram essa semana. Talvez o remédio esteja me ajudando a manejar melhor as crises também. Eu só espero que eu diminua o número de crises, e que elas sejam o menos danosas possível.
Às vezes, pensar bastante sobre as coisas e escrever me ajuda, mas às vezes atrapalha também. Estou tentando me deixar respirar mais.
Espero que tudo fique bem 💓.
Dill, xx
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
Can't love
I was born to sing and cry about love
but never really live it
to me, it is forbidden
blocked, denied
it's not meant to be
I was born to feel love and explode over it
to feel it so deeply
for everyone and everything
that sometimes I get to feel
every pain
every smile
every kiss
every loss
all at the same time
and I suffer
Love show itself to me through pain, mostly
and I cannot yet find a way to make it easy
I cannot find a way to make it possible
to me,
to others
And so loneliness becomes the only option
the only thing I have, on my own
And so my life seems very little
some foolish, fragile thing
And this soul
desperate to find hope in anything
begging to be fooled
becomes more and more tired
And I become afraid of the end
the end of me
afraid of my tragic life
to become marked by a tragic end
where I get stuck in an endless horror story
for eternity to come.
but never really live it
to me, it is forbidden
blocked, denied
it's not meant to be
I was born to feel love and explode over it
to feel it so deeply
for everyone and everything
that sometimes I get to feel
every pain
every smile
every kiss
every loss
all at the same time
and I suffer
Love show itself to me through pain, mostly
and I cannot yet find a way to make it easy
I cannot find a way to make it possible
to me,
to others
And so loneliness becomes the only option
the only thing I have, on my own
And so my life seems very little
some foolish, fragile thing
And this soul
desperate to find hope in anything
begging to be fooled
becomes more and more tired
And I become afraid of the end
the end of me
afraid of my tragic life
to become marked by a tragic end
where I get stuck in an endless horror story
for eternity to come.
sábado, 10 de novembro de 2018
healing
Volto aqui no meio dos meus dias, no meio de um processo de cura e descanso. Na verdade um meio descanso porque continuo na faculdade, no dia a dia de viajar e estar entre os lugares. Mas estou revendo muita coisa nisso tudo, minha maneira de pensar e encarar as coisas principalmente. Fico mudando de opinião 4 vezes por dia, sobre desistir ou não, voltar semestre que vem ou não, pedir transferência, trancar a faculdade, etc. Fico o dia inteiro tentando ver se consigo suportar continuar. Semana passada, seria impossível. Hoje, é diferente. E a cada dia é diferente. Estou tentando me respeitar, ter mais atenção comigo e querer ficar bem. Essa semana que voltei pra faculdade percebi que nessa longa crise eu me esqueci completamente das pessoas que estão comigo na outra cidade. O que mais pesou pra mim desde o início de tudo de ruim que aconteceu foi o fato de eu me sentir extremamente sozinha lá, muito mesmo. Ainda me sinto bastante assim, mas muita coisa está ficando mais clara pra mim. Primeiro que eu não me abro pras minhas amigas, que poderiam ser mais próximas se eu me esforçasse mais nisso. E é engraçado porque acabei descobrindo que uma dessas amigas, a que mais estava se afastando do grupo, está passando por algo muito parecido.
Eu não sei nem como explicar o que tudo que aconteceu e está acontecendo significa pra mim, o quanto eu cresci nisso tudo. Claro que ainda não sei como vou ficar quando eu estiver estabilizada, mas neste momento o que fica mais claro pra mim é o valor das pessoas. Ultimamente só de pensar no quanto amo minha família, começo a chorar muito. Fico lá na outra cidade pensando nelas aqui em casa, no quanto eu queria só ouvir a voz delas no fim do dia, conversar, perguntar como foi o dia. Essas coisas têm me feito uma falta cortante. Nunca ficou tão claro pra mim a necessidade de pessoas que se importem com a gente no dia a dia. Olhar alguém no olho e se ver sendo olhado, ser procurado por mensagens ou pela voz. Tudo isso me faz falta lá, mas tenho pensando no quanto muitas coisas estavam disponíveis e eu não aproveitei.
É tudo muito complicado porque eu ainda me sinto muito travada em relação ao que sinto e ao quanto posso compartilhar com os outros. Mas me sinto mais sensibilizada pra enxergar valor nas relações e nas possibilidades delas.
Enfim, poderia falar bem mais sobre isso mas me desconcentrei um pouco no meio do post e agora estou com sono.
Sigo assim, tentando me dar tempo e fazer o que eu tenho dar certo. Não devo nada a ninguém mas quero plantar um futuro com menos arrependimentos e mais sinceridade.
Dill, xx.
domingo, 4 de novembro de 2018
Just hi
Só quis vir escrever aqui porque estou me sentindo bem e relativamente tranquila. Tenho feito pouca coisa além de buscar recolocar prazer no meu dia a dia. Claro que ainda estou vendo as coisas da faculdade, mas sempre o mínimo possível. Estou tomando meus remédios, tentando tomar decisões melhores e indo devagar.
Queria ter saído mais nessa semana porque saí ontem e percebi que queria ter passeado bem mais. Mas isso é bom, minha vontade de ir pra rua e visitar lugares está voltando. Ainda não consegui levar minha câmera e tirar fotos, mas espero que isso volte também.
Ontem consegui ir no shopping e comprar umas coisas que estava precisando já que finalmente o mês virou. Fui comprar basicamente remédios, que estou tomando bastante. Estou um pouco preocupada com minhas contas, que apesar de não estarem super fora do possível, não estão confortáveis. Mas como falta um mês pra acabar o semestre, estou pensando positivamente que isso vai melhorar também.
Estou tentando comprar coisas pequenas e ficar feliz com isso. Ontem comprei meias, dois pares com tema de café. Um é de copinhos de café e a outra é de uma lontra dizendo que ama café "like no otter". Sim, é uma piadinha 💓.
Ontem fiquei lembrando de como eu costumava salvar muitas fotos de inspiração de roupas e volta e meia fazia um post aqui com as últimas. Nunca mais salvei essas fotos, perdi o hábito. Estou tentando retomar, porque gosto muito.
Enfim, não tinha muito o que falar mesmo. Queria ter comprado mais ontem, haha mas ainda bem que não comprei. O mês acabou de começar.
Percebi agora que faltam 4 semanas só pra acabar o semestre. Espero ter forças e que tudo dê certo.
E principalmente, foda-se tudo porque é isso aí.
Dill, xx.
Queria ter saído mais nessa semana porque saí ontem e percebi que queria ter passeado bem mais. Mas isso é bom, minha vontade de ir pra rua e visitar lugares está voltando. Ainda não consegui levar minha câmera e tirar fotos, mas espero que isso volte também.
Ontem consegui ir no shopping e comprar umas coisas que estava precisando já que finalmente o mês virou. Fui comprar basicamente remédios, que estou tomando bastante. Estou um pouco preocupada com minhas contas, que apesar de não estarem super fora do possível, não estão confortáveis. Mas como falta um mês pra acabar o semestre, estou pensando positivamente que isso vai melhorar também.
Estou tentando comprar coisas pequenas e ficar feliz com isso. Ontem comprei meias, dois pares com tema de café. Um é de copinhos de café e a outra é de uma lontra dizendo que ama café "like no otter". Sim, é uma piadinha 💓.
Ontem fiquei lembrando de como eu costumava salvar muitas fotos de inspiração de roupas e volta e meia fazia um post aqui com as últimas. Nunca mais salvei essas fotos, perdi o hábito. Estou tentando retomar, porque gosto muito.
Enfim, não tinha muito o que falar mesmo. Queria ter comprado mais ontem, haha mas ainda bem que não comprei. O mês acabou de começar.
Percebi agora que faltam 4 semanas só pra acabar o semestre. Espero ter forças e que tudo dê certo.
E principalmente, foda-se tudo porque é isso aí.
Dill, xx.
sexta-feira, 2 de novembro de 2018
possibilities
Estou um pouco presa no meu quarto agora por causa de visitas então vou tentar escrever aqui.
Passei essa semana em casa porque fiquei doente, e já faz alguns anos que qualquer gripe me deixa bastante incapacitada, de cama mesmo. Fiquei assim e cancelei a semana, e claro que estou amando. Faz tempo que eu estaria em casa se pudesse, mas agora esse período estendido de férias no meio do semestre começa a me parecer estranho e uma certa apreensão está surgindo. Tenho que estudar, e várias atividades começam a surgir no horizonte. A maioria ainda por vir, mas não sei se estou preparada pra elas. Ainda assim, acho que meu semestre vai terminar menos pior do que imaginei. Talvez eu repita só 3 matérias ou algo assim. Espero.
Não que eu esteja ligando muito, já faz tempo que assumi o risco de perder esse semestre inteiro. Fiquei muito mal emocionalmente, me esgotei mesmo. Agora que voltei com o medicamento, acredito que vou conseguir lidar com as atividades de fim de semestre bem. Espero.
Tenho me dividido entre medo do semestre e animação com o natal. Acho que nunca valorizei minha família e minha casa como agora. Sei agora como é ficar sem isso, e o que eu não sabia sobre mim mesma, o quanto eu sou diretamente dependente desse ambiente.
Ao mesmo tempo que me sinto à vontade em quase lugar nenhum porque sinto necessidade de ter uma certa intimidade com as pessoas dali, não procuro nem dou espaço pra desenvolver essa intimidade, e acabo como estou: 3 anos na mesma cidade sem estabelecer laços relevantes (um ou dois existem).
Há um tempo eu fiquei pensando bastante sobre possibilidades. Eu repensei muito profundamente o que é possibilidade na minha vida, do jeito que ela é. É engraçado e meio triste, mas minha vida é muito particular, muito mesmo. Eu sou a junção de condições específicas e não muito boas, e apesar de sempre ter sabido disso, eu meio que pensava a minha vida fora disso, talvez como uma forma de ser caridosa comigo mesma, tentar "ir além", crescer. Mas o que eu tentava colocar como chance de crescimento, agora me parece só ilusão mesmo. E o ruim é que isso é muito sedutor, parece muito certo também. Me parece quase cruel não acreditar que eu seja algo diferente do que as minhas condições desenham, mas tenho cada vez mais achado que cruel mesmo é pensar fora da minha realidade. Sem dúvida, me machuquei bastante tentando ser outras coisas, parecer outras coisas ou me sentir como outras coisas. Todas deram errado, ao meu ver, e acho que sempre deixei um sabor amargo ao meu redor, pra mim e pros outros. Já quando sou verdadeira, de qualquer maneira que seja, sinto que trago coisas boas, mesmo que negativas em sua natureza, são coisas negativas que podem gerar identificação e conforto a outros iguais. E isso tem muito valor pra mim.
Tem sido muito difícil pra mim ultimamente sentir que estou fazendo a coisa certa. Fico o tempo todo pensando fora daquela situação, porque sinto que deveria estar em outro lugar. E isso é tão ruim quanto parece. Não consigo produzir no aqui e agora porque estou em todos os outros lugares. Queria muito me centrar mais, estar mais comigo e com o que sou, e produzir a a partir daí, sem medo.
Enfim, não sei se estou viajando muito, mas eu acho que estou vendo mais que eu deveria gastar meu tempo e energia sendo eu mesma e tudo o que sou e deixar de focar no que posso ou queria ser. Os fracassos acumularam prejuízos e eu já tomei o suficiente. Quero ficar mais quieta e ver mais verdade, ser mais verdade.
Não sei se vou tentar estudar hoje ainda, talvez sim. Queria que fosse menos sofrido.
Ah, tenho que deixa registrado que amo meus remédios, amo a medicina e a farmacologia. Mas odeio médicos. É isto.
Estou feliz com o início de novembro, e com as coisas que podem acontecer. Vou trabalhar pra manter as coisas bem. Percebi que minha vontade nunca diminuiu, só minhas forças. Fiquei fraca, mas ainda desejava violentamente, como sou.
Soyons vrais.
Dill, xx
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
Strike 2
Estou doente em casa hoje. É segunda-feira. Amanhã provavelmente vou apresentar um trabalho que já foi adiado duas vezes e eu não aguento mais. Tenho uma prova pra qual não estudei, estou tonta de cansaço pela gripe. Devia estar lendo e escrevendo dois trabalhos. Não estou conseguindo fazer muito além de ficar deitada ou em pé. Não sei como vou apresentar amanhã assim, espero um milagre durante a noite.
Está frio e cinzento, como eu gosto, mas ultimamente tenho ficado meio pra baixo nesse tempo, porque parece que encurta meu dia. Queria que esse semestre acabasse amanhã. Queria melhorar logo.
Na quinta à noite vim pra casa, desistindo de uma aula e uma prova na sexta. Não estou ligando mais pra quase nada. Realmente não ligo. Talvez esse semestre seja completamente inútil e eu repita em tudo.
Ma quarta tive uma crise de choro como não tinha em bastante tempo. Não conseguia parar. Desisti por isso também. Minha depressão chegou num ponto crítico. Não consigo fazer mais nada.
Ainda bem que ainda tenho uma família que cuida de mim, apesar de tudo. Na sexta já pude comprar o remédio e voltei com a Paroxetina. Espero não parar tão cedo, talvez nunca mais. Tenho quase 0 esperanças em resolver minha depressão. É como sou.
Consegui o remédio bem barato, muito feliz por isso. Espero conseguir comprar sozinha na maioria dos meses. Só queria poder tomar meus remédios sem dever explicações a outras pessoas.
Vou tentar passar o resto do meu dia dividindo meu tempo estrategicamente entre dormir/deitar e fazer alguma coisa.
Às vezes só quero que tudo dê errado logo pra eu poder desistir e dormir.
Waathever.
Dill, xx.
Está frio e cinzento, como eu gosto, mas ultimamente tenho ficado meio pra baixo nesse tempo, porque parece que encurta meu dia. Queria que esse semestre acabasse amanhã. Queria melhorar logo.
Na quinta à noite vim pra casa, desistindo de uma aula e uma prova na sexta. Não estou ligando mais pra quase nada. Realmente não ligo. Talvez esse semestre seja completamente inútil e eu repita em tudo.
Ma quarta tive uma crise de choro como não tinha em bastante tempo. Não conseguia parar. Desisti por isso também. Minha depressão chegou num ponto crítico. Não consigo fazer mais nada.
Ainda bem que ainda tenho uma família que cuida de mim, apesar de tudo. Na sexta já pude comprar o remédio e voltei com a Paroxetina. Espero não parar tão cedo, talvez nunca mais. Tenho quase 0 esperanças em resolver minha depressão. É como sou.
Consegui o remédio bem barato, muito feliz por isso. Espero conseguir comprar sozinha na maioria dos meses. Só queria poder tomar meus remédios sem dever explicações a outras pessoas.
Vou tentar passar o resto do meu dia dividindo meu tempo estrategicamente entre dormir/deitar e fazer alguma coisa.
Às vezes só quero que tudo dê errado logo pra eu poder desistir e dormir.
Waathever.
Dill, xx.
domingo, 21 de outubro de 2018
Way out
Achei que devia vir escrever aqui. São 23h e pouca e vou acordar extremamente cedo amanhã, que é daqui a pouco. Sempre a mesma coisa. Tenho essa rotina de ter uma pequena crise nas noites de domingo.
Estou bastante nervosa, e embora eu tenda a achar que é pelas coisas que vou ter nessa semana (algumas coisas na faculdade) eu acho que é mais o café que eu tomei de tarde achando que ia conseguir estudar alguma coisa ainda. Vou criar uma regra pessoal de não tomar café aos domingos.
Tive que tomar um rivotril agora e o sono deve começar a chegar. Estou num misto de nervosismo e desleixo com as coisas da faculdade essa semana, e isso é o melhor sentimento que eu alcanço em meses. Pelo menos voltei com uns 15% de animação, por essa semana que passei em casa. E hoje o sentimento de ter que pegar o ônibus amanhã não está me matando tanto. Só bastante.
Sempre ruim me afastar daqui, mas estive repensando tudo (como sempre) e acho que preciso mudar meu rumo totalmente. Estou no processo ainda de entender isso mas é verdade que faz tempo que eu sei que não sou normal e isso sempre me causa muita dor. Muita mesmo. Nas minhas piores crises, o pensamento de que sou anormal agarra na minha cabeça e me rasga por dentro. Sempre choro muito, entro em desespero. Sou anormal em vários níveis, mas com certeza primeiramente fisicamente. Tenho o corpo inteiro manchado e não sei se já falei isso aqui. Literalmente cheio de manchas intermináveis, que eu já passei pela fase de ter raiva por meus pais não perceberem o quanto eu precisava resolver isso, pela fase de tentar sozinha resolver isso (o que me desgastou muito, financeira e emocionalmente), e agora acho que estou começando a entender como isso simplesmente faz parte de mim.
Não estou falando de achar isso bonito ou algo assim, porque pra mim unir o senso comum com o que eu vivo ainda é impossível. Mas falo de perceber que eu sou diferente e pela primeira vez dizer que minha vivência vai ser diferente e limitada em algumas coisas sem o peso mortal disso. Porque acho que é isso, sempre que chegava nessa conclusão eu percebia que preferia morrer. Viver castrada, quebrada, pra mim é impossível. Na verdade, não acho que ninguém consiga viver se sentindo assim, se vendo assim. O jeito é criar outra visão de você.
Não acho que estou conseguindo me explicar muito bem, mas eu quero dizer que nos últimos dias tenho ficado mais calma em saber que não vou viver como a maioria, e acho que está tudo bem. Na verdade existem várias outras coisas possíveis, e mesmo algumas só possíveis pra mim. Não é fácil, e continuo me vendo como uma certa tragédia, mas acho que começo a encontrar meu valor no meio disso. Tem muita coisa que eu posso ser aqui, muita mesmo.
Claro que algumas coisas ainda vão ser difíceis, mas acho que talvez minha vontade quase constante de morrer passe, ou diminua.
É estranho perceber agora que tudo o que eu sentia era realmente vontade de morrer, destruir tudo o que eu sou. Acho que pra mim o maior dos horrores sempre foi ser eu mesma.
Estou tentando explicar como eu posso ter uma vida anormal e tranquila.
Eu sempre me voltei pra biografias de filósofos e poetas quando procurava algum conforto por identificação porque só vidas pautadas pelo sofrimento me trazem identificação. Sofrimento constante, legítimo, expresso e sentido é a maior parte da minha vida. Nunca deixei de sentir o peso que é ser tudo o que sou ao mesmo tempo, e na maioria das vezes isso me matava. Eu morria e ficava morta por tempos até voltar a acreditar que poderia ser outras coisas, ou pensar em um problema enquanto esquecia o outro.
Enfim, essas biografias sempre me confortaram pelo fato de mostrarem pessoas que foram produtivas, geralmente não apesar do que eram, mas por causa do que eram. Existir de um jeito quebrado não te permite a vida inteira, mas te permite a vida partida. Olhar as tragédias, os horrores, seus maiores medos nos olhos e sobreviver todo dia é algo que tem muito valor, e isso tem que ser dito. Não somos menos por sermos incomuns. Sempre me refiro a mim como errada, e talvez ainda leve muito tempo até que essa palavra não me martele a cabeça, mas começo a ver valor no viver diferente.
Acho que me sinto um pouco mais animada também pra tentar esses modos de vida, com o que eu preciso.
Eu sempre estive tão focada em me manter tentando que não percebia que talvez a resposta fosse parar de tentar.
Estou muito ansiosa ainda, apesar do remédio, mas não quero mais escrever aqui. Vou publicar, por mais doido que esteja, e sei que vou ter que terminar esse pensamento mais tarde.
No momento estou tentando me importar menos, pensar no Natal chegando e tomar decisões melhores todos os dias. Não sei se consigo. Mas estou cansada de evitar a dor, de fingir e carregar meu cadáver por todo lado. Queria ao menos uma vez estar viva.
Dill, xx.
sábado, 20 de outubro de 2018
too tired to feel [anything at all]
So fucking sad all the time
feels like I'm watching the same day [rise]
over and over again
Always staring at the same fucking wall.
Acho que tentei escrever aqui umas 3 vezes já. Ainda naquela dificuldade de parar pra escrever algo mais longo que duas frases.
Algumas coisas boas aconteceram, algumas ruins, o de sempre. Nada catastrófico, nada maravilhoso. Continuo muito cansada, mas as causas pode ser várias e eu fico sem saber.
Essa semana estou em casa, todos os dias mesmo, porque não tive aula. Vim planejando descansar e colocar um pouco os estudos em dias mas acho que não fiz nenhum dos dois direito. Estou muito cansada, dormindo tarde e tomando café demais pra tentar fazer o dia render no final, e com todas as coisas que eu tenho que fazer me assombrando, não consegui relaxar direito também.
Comi glúten duas vezes nessa semana, o que foi muito, muito burro. Estou ridícula, com a barriga inchada, morta de cansaço e com todos os outros efeitos de alergia. Não posso reclamar tanto porque não me deu muita espinha dessa vez, isso eu tenho que falar.
Semana passada, comecei alguns esforços pra resolver coisas velhas, e sigo neles. Estou tomando anticoncepcional pras espinhas e usando pomada pras manchas, com a chatice extrema de ser obrigada a tomar banho todo dia de manhã.
Está sendo muito ruim essa coisa do glúten, sinto que o abatimento físico está me atrapalhando a medir e julgar as coisas. Talvez eu estivesse mais animada, ou tendo mais momentos de animação. Mas também estou nessa apatia depressiva há meses, então não sei. Não sinto muita coisa ultimamente e sou capaz de passar o dia inteiro com a mesma expressão. Sorrir me cansa, falar me cansa. Me esforço pra mudar isso, mas nem sempre dá. Tem dia que pesa muito.
Hoje, quando finalmente consegui fechar um trabalho longo que me assombrou a semana toda, resolvi sair. Fiquei a semana toda plantada em casa, em uma rotina estranha, limpando um pouco a casa, levando meu notebook e os textos pra todos os lugares, mesmo que nem sempre eu conseguisse ler de verdade. Como disse, fiquei tomando muito café, e coincidência ou não, minha gastrite estava muito ruim nessa semana, então tive que tomar muito leite junto com todo o café. Assisti um ou dois filmes com as minhas irmãs, queria ter assistido mais mil coisas mas não consegui ainda. Quando tenho tempo, estou tão cansada (provavelmente mais pelo glúten mesmo) que não consigo manter a atenção em nada.
Sempre estou procurando um jogo novo pra viciar, e essa semana cismei um pouco com paciência, de cartas. Gosto muito, mas tem muitas variantes e fico irritada em não encontrar exatamente o mesmo jogo em outros lugares. Mas tenho jogado muito, mesmo quando não devia. Acontece de eu ficar exausta na cama à noite jogando, quando claramente deveria ir dormir. Inclusive cheguei há pouco tempo da rua falando que ia dormir, mas é sempre assim: quando estou em casa fico um pouco apreensiva, como se eu quisesse ficar o máximo de tempo consciente, me divertindo, porque sei que logo vou ter que ir de novo. Às vezes sinto que as viagens levam muito de mim.
Como comecei a contar, hoje eu finalmente saí, e mesmo absolutamente não podendo, fui comprar. Acabei comprando uma blusa só, muito menos do que eu queria comprar. Não estou ligando.
O dia foi estranho, minha família ficou meio que brigando desde cedo, por causa de limpeza de casa, o que eu odeio. Com o cansaço que já estou, fui ficando quieta e fiquei assim quase o dia todo. Agora estou no meu quarto e pretendo ficar por aqui.
A blusa que eu comprei eu estava de olho há muito tempo, muito mesmo, e da última vez que fui na loja eu tinha provado ela e tirado umas fotos no celular que ficaram me assombrando. Ela é branca, e estou estranhando essa minha fase de camisetas brancas. Estou gostando de coisas muito básicas, e voltando um pouco pro branco. Sempre volto pro preto.
Não sei se tenho muito mais pra falar. Cada vez mais o final do semestre se aproxima e eu vou ficando esperançosa. Quero que esse semestre acabe, pra sempre, não me importa o que acontecer com as matérias ou não. Estou cansada e preciso recuperar a vontade, e sei que vou. Esses dias em casa me ajudaram muito me dando um tempo da exposição constante da faculdade. Quando fico bem quieta no meu canto consigo lembrar que dá pra reverter as coisas, dá pras coisas serem boas de novo.
Keep it up or whatever.
Dill, xx
feels like I'm watching the same day [rise]
over and over again
Always staring at the same fucking wall.
Acho que tentei escrever aqui umas 3 vezes já. Ainda naquela dificuldade de parar pra escrever algo mais longo que duas frases.
Algumas coisas boas aconteceram, algumas ruins, o de sempre. Nada catastrófico, nada maravilhoso. Continuo muito cansada, mas as causas pode ser várias e eu fico sem saber.
Essa semana estou em casa, todos os dias mesmo, porque não tive aula. Vim planejando descansar e colocar um pouco os estudos em dias mas acho que não fiz nenhum dos dois direito. Estou muito cansada, dormindo tarde e tomando café demais pra tentar fazer o dia render no final, e com todas as coisas que eu tenho que fazer me assombrando, não consegui relaxar direito também.
Comi glúten duas vezes nessa semana, o que foi muito, muito burro. Estou ridícula, com a barriga inchada, morta de cansaço e com todos os outros efeitos de alergia. Não posso reclamar tanto porque não me deu muita espinha dessa vez, isso eu tenho que falar.
Semana passada, comecei alguns esforços pra resolver coisas velhas, e sigo neles. Estou tomando anticoncepcional pras espinhas e usando pomada pras manchas, com a chatice extrema de ser obrigada a tomar banho todo dia de manhã.
Está sendo muito ruim essa coisa do glúten, sinto que o abatimento físico está me atrapalhando a medir e julgar as coisas. Talvez eu estivesse mais animada, ou tendo mais momentos de animação. Mas também estou nessa apatia depressiva há meses, então não sei. Não sinto muita coisa ultimamente e sou capaz de passar o dia inteiro com a mesma expressão. Sorrir me cansa, falar me cansa. Me esforço pra mudar isso, mas nem sempre dá. Tem dia que pesa muito.
Hoje, quando finalmente consegui fechar um trabalho longo que me assombrou a semana toda, resolvi sair. Fiquei a semana toda plantada em casa, em uma rotina estranha, limpando um pouco a casa, levando meu notebook e os textos pra todos os lugares, mesmo que nem sempre eu conseguisse ler de verdade. Como disse, fiquei tomando muito café, e coincidência ou não, minha gastrite estava muito ruim nessa semana, então tive que tomar muito leite junto com todo o café. Assisti um ou dois filmes com as minhas irmãs, queria ter assistido mais mil coisas mas não consegui ainda. Quando tenho tempo, estou tão cansada (provavelmente mais pelo glúten mesmo) que não consigo manter a atenção em nada.
Sempre estou procurando um jogo novo pra viciar, e essa semana cismei um pouco com paciência, de cartas. Gosto muito, mas tem muitas variantes e fico irritada em não encontrar exatamente o mesmo jogo em outros lugares. Mas tenho jogado muito, mesmo quando não devia. Acontece de eu ficar exausta na cama à noite jogando, quando claramente deveria ir dormir. Inclusive cheguei há pouco tempo da rua falando que ia dormir, mas é sempre assim: quando estou em casa fico um pouco apreensiva, como se eu quisesse ficar o máximo de tempo consciente, me divertindo, porque sei que logo vou ter que ir de novo. Às vezes sinto que as viagens levam muito de mim.
Como comecei a contar, hoje eu finalmente saí, e mesmo absolutamente não podendo, fui comprar. Acabei comprando uma blusa só, muito menos do que eu queria comprar. Não estou ligando.
O dia foi estranho, minha família ficou meio que brigando desde cedo, por causa de limpeza de casa, o que eu odeio. Com o cansaço que já estou, fui ficando quieta e fiquei assim quase o dia todo. Agora estou no meu quarto e pretendo ficar por aqui.
A blusa que eu comprei eu estava de olho há muito tempo, muito mesmo, e da última vez que fui na loja eu tinha provado ela e tirado umas fotos no celular que ficaram me assombrando. Ela é branca, e estou estranhando essa minha fase de camisetas brancas. Estou gostando de coisas muito básicas, e voltando um pouco pro branco. Sempre volto pro preto.
Não sei se tenho muito mais pra falar. Cada vez mais o final do semestre se aproxima e eu vou ficando esperançosa. Quero que esse semestre acabe, pra sempre, não me importa o que acontecer com as matérias ou não. Estou cansada e preciso recuperar a vontade, e sei que vou. Esses dias em casa me ajudaram muito me dando um tempo da exposição constante da faculdade. Quando fico bem quieta no meu canto consigo lembrar que dá pra reverter as coisas, dá pras coisas serem boas de novo.
Keep it up or whatever.
Dill, xx
sábado, 6 de outubro de 2018
still trying
Estou em casa, aonde hoje posso dizer que amo estar, e tenho vindo todo fim de semana. Me sinto meio mal pelo dinheiro que gasto da minha família, mas nessa crise que tenho passado, estar na outra cidade aos fins de semana estava sendo muito danoso pra mim. Estou tentando me manter o mais afastada possível.
Mesmo assim, as coisas melhoraram muito essa semana, muito mesmo. Estou conseguindo voltar a tentar fazer as coisas, correndo atrás do que preciso, como deve ser.
Como todo fim de semana, nesse vim pra casa com muitas coisas a serem feitas, e como cheguei na sexta à noite e saí logo cedo hoje, quando voltei comecei a sentir a ansiedade crescendo pelas coisas que ainda não comecei. Na verdade as coisas estão iniciadas, mas estou tentando fazer como deve ser, e isso leva tempo e trabalho. Infelizmente, minha ansiedade cresceu muito enquanto eu pensava nessas coisas, e fiquei daquele jeito, desconcentrada, sem respirar direito. É tarde, e não queria tomar um clonazepam, com medo de me dar muito sono. Mas tive que tomar, se não, não estaria nem escrevendo aqui. Enfim, estou mais calma agora e espero conseguir ler um pouco antes de encerrar o dia mesmo.
Hoje fui no shopping com a minha irmã, o que foi muito bom porque senti que a gente não fazia isso há um tempo, pelo menos só nós duas. Eu estava querendo comprar blusas básicas, porque toda vez que o verão volta eu simplesmente me esqueço de como me vestir. E nesse verão mais particularmente, com as últimas decaídas de ânimo que tive, tenho estado muito triste pelas minhas manchas, sentindo elas mais graves. Não estou conseguindo usar quase nada sem mangas, no mínimo até o cotovelo eu tento cobrir. Meu braço está com manchas fortes, e eu tenho odiado mostrar isso. Estou passando muito calor com isso, usando mangas longas mesmo embaixo do sol quente, e adicionando o fato de que me sinto esquisita e penso que estão reparando no meu jeito estranho de vestir.
Com isso, voltei a cuidar da minha pele (coisa que por volta de um ano e pouco atrás eu tinha desistido por completo, abandonando quase todos os cuidados que sempre tive, o que com certeza piorou as coisas) e estou usando um clareador relativamente barato que dá resultados muito bons, mas envolve uma rotina incômoda que estou aprendendo a naturalizar. Já estou vendo resultados, e tentando me sentir um pouco bonita de novo.
Até o mês passado eu não estava conseguindo me olhar direito em espelhos, muito menos tirar fotos. Não estava suportando meu rosto. Mas estou feliz por ter encontrado caminhos, que estou tentando manter na minha vida através dos compromissos necessários.
Enfim, fui comprar roupas com o objetivo de encontrar coisas leves que cobrissem meus braços até os cotovelos, e encontrei promoções muito boas na Forever. Das últimas vezes que fui lá encontrei preços bons, e tenho gostado muito, até porque é umas das lojas com melhores opções de parcelamento. Acabei fazendo uma compra bem maior do que pensei, mas saí muito muito feliz porque apesar do dinheiro gasto, comprei tudo que estava me fazendo falta. Comprei duas t-shirts, uma branca e uma preta, as duas com caimento perfeito para o verão. Também achei um gorro na promoção, e apesar de ser início de verão, gostei muito da compra, porque eu estava desejando um gorro confortável há algum tempo. Ele encaixa tão bem na minha cabeça que eu nem acredito. É difícil encontrar coisas que caibam na minha cabeça, hah. Também levei uma regata preta básica, pra usar por baixo das minhas camisas xadrez. Regata preta com uma camisa xadrez por cima têm sido meu uniforme de dias quente, e eu queria mudar, hah.
Vi muitas coisas bonitas no caminho também, coisas que não comprei mas que me alegram. Sou dessas pessoas que acreditam na estética.
No final da semana começou a fazer frio, tanto na outra cidade quanto aqui, e hoje posso dizer que está frio. É claro que estou feliz com isso. O frio me conforta muito. As roupas me abraças e eu me sinto segura dentro delas. O verão me obriga a me expor (o que acaba sendo impossível por causa das manchas). Às vezes me meto nessas discussões bobas sobre tempo, e sempre acabo sendo agressiva demais ao falar do calor. Claramente me ressinto de não poder me conectar com isso que une a maioria das pessoas. Sol, calor, tudo isso é muito expositivo e literalmente agressivo pra mim, mas eu não pareço superar essa impossibilidade.
Enfim, queria descrever cada peça que comprei, colocar fotos aqui e etc. Mas é claro que não tenho tempo pra isso, então deixo meu relato amoroso de que são incríveis e quero cuidar muito bem delas. E espero não ter ferrado tanto com a fatura do cartão.
Pensando sobre outras coisas, é complicado porque não entendo direito ainda o que aconteceu, nem as consequências em mim. Talvez tenha bem mais aqui, além do que já posso ver.
Queria poder sentir com sinceridade, e acreditar em coisas impossíveis. Mas não consigo; não computo possibilidades. E por isso, não consigo criá-las. Depender de uma inclinação do mundo em sua direção não é um meio produtivo de vida. Estou tentando todo dia.
Dill, xx
quinta-feira, 27 de setembro de 2018
I always come back with something different in my heart
Eu sempre volto aqui diferente. Com algo diferente a dizer. Por mais que às vezes eu escreva a mesma coisa.
Hoje eu acordei cedo pra uma aula que eu pensei ser 9h mas era 11h. Como consequência, estou sentada na cama desde que tomei café. Inclusive já estou almoçando em sequência.
Tomei meu café, bastante, e acho que me deu fome.
Hoje excepcionalmente vou pra aula com o texto lido. Depois vou ter 4 horas e pouca de tempo livre, mas não sei se venho pra casa ou fico na faculdade estudando. Às vezes planejo uma coisa com a coragem que tenho em casa, e quando chego lá estou fraca demais pra enfrentar olhares humanos.
Estou tentando voltar aos poucos com a fotografia. É engraçado porque eu acabo fazendo o mesmo caminho do início: primeiro (re)criando um olhar curioso, aproveitando melhor as oportunidades, procurando ver mais cenários ao meu redor. Tudo é uma moldura, o tempo todo, é realmente só uma questão de ver. Como sempre digo, a fotografia está quase inteiramente dentro do fotógrafo. Bom, tenho voltado a tirar fotos com o celular como fazia no início, porque é o que está sempre à mão. Espero ir voltando a ter a curiosidade e um pouco de pretensão que eu descobri ser necessário também, haha. Acho que você precisa acreditar que tem algo a dizer antes de realmente fazê-lo.
Está quase na hora de sair e estou me sentindo meio frágil. Mas é aquilo, eu sempre vou, do jeito que estiver.
Nunca sei direito o que fazer, só tento ter alguns momentos de alegria no meio, pra continuar no caminho.
Nada aconteceu, mas as possibilidades sempre me assustam.
Não queria escrever nada de especial, como dá pra ver. Sigo com um incômodo generalizado, mas hoje em especial me sinto um pouco mais forte. A semana está acabando e isso é sempre bom. Um fim do mundo de cada vez.
Dill, xx.
Hoje eu acordei cedo pra uma aula que eu pensei ser 9h mas era 11h. Como consequência, estou sentada na cama desde que tomei café. Inclusive já estou almoçando em sequência.
Tomei meu café, bastante, e acho que me deu fome.
Hoje excepcionalmente vou pra aula com o texto lido. Depois vou ter 4 horas e pouca de tempo livre, mas não sei se venho pra casa ou fico na faculdade estudando. Às vezes planejo uma coisa com a coragem que tenho em casa, e quando chego lá estou fraca demais pra enfrentar olhares humanos.
Estou tentando voltar aos poucos com a fotografia. É engraçado porque eu acabo fazendo o mesmo caminho do início: primeiro (re)criando um olhar curioso, aproveitando melhor as oportunidades, procurando ver mais cenários ao meu redor. Tudo é uma moldura, o tempo todo, é realmente só uma questão de ver. Como sempre digo, a fotografia está quase inteiramente dentro do fotógrafo. Bom, tenho voltado a tirar fotos com o celular como fazia no início, porque é o que está sempre à mão. Espero ir voltando a ter a curiosidade e um pouco de pretensão que eu descobri ser necessário também, haha. Acho que você precisa acreditar que tem algo a dizer antes de realmente fazê-lo.
Está quase na hora de sair e estou me sentindo meio frágil. Mas é aquilo, eu sempre vou, do jeito que estiver.
Nunca sei direito o que fazer, só tento ter alguns momentos de alegria no meio, pra continuar no caminho.
Nada aconteceu, mas as possibilidades sempre me assustam.
Não queria escrever nada de especial, como dá pra ver. Sigo com um incômodo generalizado, mas hoje em especial me sinto um pouco mais forte. A semana está acabando e isso é sempre bom. Um fim do mundo de cada vez.
Dill, xx.
terça-feira, 25 de setembro de 2018
To write, to die.
Eu tenho escrito muito, em vários lugares diferentes, com a minha introspecção crescendo, e é engraçado como cada lugar meio que pede uma coisa diferente de mim. Aqui, por mais que eu não queira, sempre tenho uma coisa de começar os posts contando sobre os últimos acontecimentos, por mais desinteressantes que sejam. É como se eu falasse com uma pessoa específica que vejo de tempos em tempos, e a quem eu devesse um certo boletim de explicações. Ou talvez seja também uma forma de manter um registro da minha vida aqui. Não sei. De qualquer forma, tenho escrito em vários lugares, inclusive e principalmente na minha cabeça. Fico boa parte do dia criando narrativas, descrevendo o que acontece comigo como se fosse um livro. Gosto muito disso, porque deixa as coisas mais interessantes, eu acho. É que na vida real, minha decisão de fazer um café em casa ou sair pra tomar na rua é extremamente desinteressante, não importa a ninguém. Mas nos livros, nas narrativas, isso é quase tão importante quanto o que "acontece de verdade", porque envolve pensamentos, decisões, intenções. Tomo café em casa porque estou precisando economizar? Porque gosto de ter esse momento comigo mesma, num processo meio ritualístico que remete a uma vida doméstica, em família? Estou com pressa porque o dia vai ser cheio e me sinto acumulada? Isso tudo importa e é descrito em volta de um acontecimento banal, pelo menos nos livros, e pensar em forma de narrativa me ajuda a dar um pouco de importância às pequenas decisões de todo dia.
Ultimamente, se minha vida fosse um livro ou um filme, seria aquele típico início, onde o personagem se encontra preso em uma rotina vazia e sem significado, quase esperando algo acontecer pra mudar tudo. A grande diferença é que na vida real a mudança raramente vem sem uma atitude que cause isso.
Há pouco tempo, consegui marcar um psicólogo, minha mãe decidiu deixar (apesar de ser a minha irmã quem vai pagar, pelo que entendi). Isso me aliviou muito, agora mesmo que eu entre nas crises de novo, pensar que tenho um dia marcado em que vou poder pedir e receber ajuda tira todo o peso de fatalidade que sinto nessas horas.
Meu dia-a-dia continua insegura, apático e auto-destrutivo, aonde eu faço o mínimo pra continuar. Continuo tentando viver os dias separadamente, como pingentes muito distantes entre si unidos por uma corrente fraca. Não gosto de saber que tudo o que vivo está na mesma vida, tanto vazio no mesmo lugar.
É estranho como o vazio também pode encher, sufocar.
Eu com certeza me sinto sufocada.
Dill, xx.
Ultimamente, se minha vida fosse um livro ou um filme, seria aquele típico início, onde o personagem se encontra preso em uma rotina vazia e sem significado, quase esperando algo acontecer pra mudar tudo. A grande diferença é que na vida real a mudança raramente vem sem uma atitude que cause isso.
Há pouco tempo, consegui marcar um psicólogo, minha mãe decidiu deixar (apesar de ser a minha irmã quem vai pagar, pelo que entendi). Isso me aliviou muito, agora mesmo que eu entre nas crises de novo, pensar que tenho um dia marcado em que vou poder pedir e receber ajuda tira todo o peso de fatalidade que sinto nessas horas.
Meu dia-a-dia continua insegura, apático e auto-destrutivo, aonde eu faço o mínimo pra continuar. Continuo tentando viver os dias separadamente, como pingentes muito distantes entre si unidos por uma corrente fraca. Não gosto de saber que tudo o que vivo está na mesma vida, tanto vazio no mesmo lugar.
É estranho como o vazio também pode encher, sufocar.
Eu com certeza me sinto sufocada.
Dill, xx.
quinta-feira, 20 de setembro de 2018
Depois desse tempo todo nesse semestre e no anterior que foram os mais sofridos pra mim até agora, finalmente cheguei a conclusão que estou em depressão de novo. Não foi fácil chegar a isso porque dessa vez tem sido diferente; se antes minhas crises constantes de choro, de desespero e minha impossibilidade de fazer as coisas deixavam bem claro pra mim que alguma coisa estava muito errada, agora eu estou passando por uma longa fase de apatia e faltas. Falta de vontade da maioria das coisas. Estou perdendo até o pouco que eu tinha de vontade, coisas que sempre me moviam a fazer algo agora estão tristemente paradas, e eu olho pra elas sem conseguir fazer nada mais que olhar.
Também estou vivendo um esgotamento progressivo desde o início do ano, mesmo que eu tenha sentido uma boa melhora há um tempo. Mas fico constantemente lutando por muito pouco, pela pouca vontade de fazer algo pelo dia seguinte, pela semana seguinte.
Como já falei aqui, tenho chorado pouco apesar disso, porque estou simplesmente apática, meio morta. Esse é realmente o período mais parecido com o ensino médio que eu já tive desde que saí de lá. Lembro de me sentir exatamente assim. Uma tristeza enorme e constante, um peso cada vez maior nos dias, difíceis de se seguirem, mas ao mesmo tempo, eu continua ininterruptamente. Não faltava um dia de aula. E da mesma forma, período após período estou aqui, cada vez um pouco mais vazia.
Não sei se foi uma boa ideia escrever agora porque eu estou tão esgotada que não consigo colocar as ideias em ordem, do que escrever primeiro ou depois.
Só sei que isso tudo está muito, muito mal, e eu continuo sem saber o que fazer porque não posso pagar um psicólogo, não posso pagar os antidepressivos, não posso usar o psicólogo grátis daqui nem de casa porque nunca estou constantemente em nenhum desses lugares.
É aqui que estou agora.
Também estou vivendo um esgotamento progressivo desde o início do ano, mesmo que eu tenha sentido uma boa melhora há um tempo. Mas fico constantemente lutando por muito pouco, pela pouca vontade de fazer algo pelo dia seguinte, pela semana seguinte.
Como já falei aqui, tenho chorado pouco apesar disso, porque estou simplesmente apática, meio morta. Esse é realmente o período mais parecido com o ensino médio que eu já tive desde que saí de lá. Lembro de me sentir exatamente assim. Uma tristeza enorme e constante, um peso cada vez maior nos dias, difíceis de se seguirem, mas ao mesmo tempo, eu continua ininterruptamente. Não faltava um dia de aula. E da mesma forma, período após período estou aqui, cada vez um pouco mais vazia.
Não sei se foi uma boa ideia escrever agora porque eu estou tão esgotada que não consigo colocar as ideias em ordem, do que escrever primeiro ou depois.
Só sei que isso tudo está muito, muito mal, e eu continuo sem saber o que fazer porque não posso pagar um psicólogo, não posso pagar os antidepressivos, não posso usar o psicólogo grátis daqui nem de casa porque nunca estou constantemente em nenhum desses lugares.
É aqui que estou agora.
domingo, 16 de setembro de 2018
The damaged heart can't sleep at night
É sempre muito ruim vir aqui com um monte de coisas pra fazer, como estou agora. Minha cabeça fica indo longe e voltando, mas queria me concentrar aqui um pouco.
É domingo e estou em casa pelo segundo fim de semana seguido, apesar de nesse eu ter tido quase tempo nenhum livre. Cheguei literalmente ontem e vou embora amanhã cedo, pelo que vejo. Passei um tempo com minha irmã, e apesar de ter vindo no ônibus fazendo uma lista bem grande de afazeres pro fim de semana, não fiz nada relacionado a faculdade. Ontem à noite comecei a ficar muito nervosa com isso, porque minha ansiedade sempre piora de noite. Machuquei meus dedos de tanto roer as unhas de novo, e aliás, estou com tipo duas unhas úteis só. Estou assim há mais ou menos um mês eu acho, a ansiedade crescendo ao longo do avanço do semestre. As coisas estão aumentando e estou fazendo bem pouco, indo pouco nas aulas e me mantendo afastada de corpo e mente da faculdade. Essa fuga mental das coisas é a pior pra mim, porque não importa aonde eu esteja, com ou sem tempo, tenho sentido muita dificuldade de mergulhar nas matérias, ler textos inteiros, compreender os assuntos e construir em cima deles. Estou muito alheia à tudo da faculdade, claramente querendo ir embora. Já faz tempo que quero ir embora.
Mas estou tentando fazer essas coisas ficarem mais toleráveis, de algumas maneiras. É um esforço gigantesco pra mim não me deixar desesperar, pensar numa coisa de cada vez. Tudo vem em um turbilhão que parece impossível de controlar e eu tenho que fazer muita força todo dia pra não ser engolida.
Achei que hoje ia ser muito difícil, mas até que estou levando o dia.
Lavei o cabelo hoje, fiz exercícios, ascendi um incenso no quarto, vim escrever aqui. Estou tentando.
Ontem foi um dia legal. Como sempre, assim que venho pra casa quero ir pro shopping, me vestir e passear. Continuo sem conseguir ou querer tirar fotos, mas quero sempre sair e ver coisas, comprar o máximo possível, comer e esquecer sempre. Tudo o que der.
Ontem saí com minha irmã, olhei quase todas as lojas de roupas, quis comprar uma blusa que não consegui, mas comprei uma camisa xadrez. Mais uma pra coleção. Dessa vez é uma preta, do jeito que sempre quis. Estava sentindo falta de algo preto pra me cobrir, já que tenho me sentido muito mal com meu corpo. Tenho a impressão que as minhas manchas pioraram muito nesse ano, me parecem mais escuras e em maior quantidade. Não consigo mais usar blusas sem manga, e mesmo as camisetas me incomodam um pouco. Estou me sentindo muito mal com isso, por isso queria muito algo novo pra me cobrir no verão.
Às vezes me pergunto se as pessoas percebem como estou mal. Não sei se essas coisas são visíveis, mas eu não tenho conseguido olhar muito pro meu rosto, nunca mais tirei fotos direito, etc. Sinto meu rosto abatido, cansado. Me pergunto se isso é visível ou é uma daquelas fases que depois quando a gente olha fotos não entende por quê nos víamos de um jeito ou de outro.
Bom, ontem também fui comprar brincos novos já que usar os meus que dão alergia está ficando impossível. Consegui achar uns de metal que acho que não dão alergia, e por um preço bem barato. Comprei 3 por menos de 8 reais. Já vão me aliviar, e se realmente não me derem alergia, vou deixar todos os outros. Fiquei feliz com isso, porque comprei eles depois de estar um pouco triste por não ter podido comprar a camiseta que eu queria. Era bordada e rasgada, com escrita punk. Uma pena, mas esse mês realmente tenho que ter cuidado.
Bom, não sei mais o que eu queria dizer aqui. Estou lendo o livro de Objetos cortantes basicamente porque a série me chocou e foi me impactando progressivamente depois que a terminei. Não conseguia tirar a Camille e a história da cabeça por dias, e finalmente resolvi ler o livro. Continuo me encantando pela Camille, assustada e triste pela sua história. Me sinto muito parecida com ela, com a mistura de luta por viver uma vida normal sendo completamente anormal, a fuga constante, a violência gigante que cerca ela, e principalmente a coisa literal do corpo marcado (apesar de ela ter se auto-infligido as marcas). Ainda assim poucas histórias falam de corpos visivelmente marcados, que tem que ser escondidos. De viver com um corpo que não pode ser público. Gosto demais da Camille. Acho que vou reler esse livro várias vezes ao longo da vida.
Continuo dizendo que não sei o que seria de mim sem as artes. Acho que a impossibilidade de viver no mundo real me coloca automaticamente nos mundos representativos. Onde as coisas não precisam exatamente ser, basta significar.
Estou com saudade de tempos calmos, e confusa quanto aos atuais. Tentando desenvolver estratégias, desistindo, e tentando de novo em seguida.
Ainda quero parar de sentir as coisas.
Dill, xx.
P.S.: Quando estou muito triste ultimamente, só consigo ouvir Up all night repetidamente. Fala de estar sozinha e com medo depois de muito tempo, sobre não dormir direito. Sobre arrependimento também. Acho que vejo um coração endurecido e arrependido nessa música, mas não sei se estou vendo a música ou a mim mesma.
💜 💜 💜 💜
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
Numb + blind
Acordei mais cedo que o normal com o propósito de estudar e ler umas coisas que tenho que ler. Mas estava desanimada desde que abri os olhos, e estou querendo escrever desde ontem.
Que eu estou desanimada desde o início do ano está bem claro nesse blog. Estou numa fase longa e difícil, e com certeza tentando o meu melhor nela.
Ontem tive uma aula sobre Winnicott que gostei muito, acho que dentre as psicanálises que vi até agora é a mais coerente pra mim. O professor deu alguns exemplos sobre casos de pacientes, e eu me identifiquei muito, e continuo pensando que necessito de um psicólogo, mesmo sem a menor ideia de como fazer isso.
Acho que queria escrever aqui pra falar do vazio criativo que tenho sentido, e que tem me incomodado muito. Já faz tempo que eu não estava conseguindo sequer pegar na minha câmera, sem nenhuma vontade de olhar nela, apontar pra alguma coisa e tirar uma foto. Essa é a maior prova pra mim de que a fotografia é quase completamente uma coisa interior, muito pouco dependente de equipamentos, porque agora eu tenho os instrumentos, mas a fotografia dentro de mim está morta, e não tem nenhuma câmera que conserte ou emende isso. Não consigo mais tirar fotos, muito menos editar. Eu abro o lightroom e tudo me parece ridículo, insignificante. Consigo ver muito pouco naquelas fotos.
Acho que perdi o objeto, o olhar. Não sei mais o que me interessa, o que me instiga. O que significa que nada mais me interessa ou instiga. Ou algo assim. Continuo tendo algumas coisas nesse sentido, mas talvez nada que eu consiga acessar ou representar no mundo, de forma que pra mim, não existe mais nada que valha a pena registrar lá.
Talvez eu esteja em um ápice da minha introversão. Estou quase completamente imersa, o que me deixa meio cega pro que está fora.
Isso é muito chato pra mim porque uma das coisas que me ancorava no dia-a-dia era exercitar o olhar pra isso, encontrar coisas bonitas no mundo ou torná-las bonitas pela fotografia. Dar uma forma pros pequenos caos aleatórios, enquadrar uma tristeza ou um segredo que eu encontrava em um lugar ou outro. Agora não consigo ver nada, e tudo me parece muito do mesmo, ou coisa alguma.
E ao mesmo tempo, tenho estado muito entretida com coisas que aludem a destruição, mais do que o normal. Porque isso sempre me atraiu, e eu sempre brinco com o fim das coisas, o fim de tudo ou só de mim mesma. E nesse momento de desligamento com o mundo, uma das poucas coisas aonde vejo sentido é na destruição. Brincar com a fragilidade das coisas tem atraído meus olhos e o pouco que ainda tem no meu coração. Acho engraçado como tem toda uma estética envolvida nisso, e que é muito bem representada na cultura atual, que parece ter saído do tumblr e afins, e está até mesmo tomando as lojas de roupas, apesar de não todas. Aliás, tenho tido muita curiosidade sobre isso, sobre os modos de representação dos jovens hoje. Apesar de não ter feito nenhuma pesquisa técnica sobre isso ainda, é muito fácil perceber os padrões que se repetem, e a destruição, a insensibilidade forçada e exibida, a fuga constante mas não desesperada, e uma forte recusa a todo tipo de compromisso com certeza são algumas das coisas que são gritadas nesses meios. Quero dizer, tem muito mais coisa mostrada e envolvida nisso, e talvez eu esteja deixando de ver muito ou vendo muito de mim mesma em tudo, mas não devo estar 100% errada.
Queria falar bem mais sobre isso mas estou um pouco atrasada pra faculdade e o mundo continua lá.
Acho importante dizer que estou tentando me manter longe dos sentimentos, já que está bem claro que não estou pronta pra nada do tipo. Na verdade, acho que já disse isso no último post, quando falei sobre tentar me desligar e sumir do jeito que der. Não disse com essas palavras, mas era isso que significava. Estou tentando me manter o mais longe possível, de mim e dos outros, e tenho feito isso quimicamente, se posso dizer assim. Café pra acordar, remédio pra dormir, e assim vou. Eu digo que se eu tiver uma biografia ela vai se chamar Café e Rivotril, hahaha.
Eu queria falar sobre como estou me sentindo fora de lugar, e sem lugar nenhum, mas não sei se dá tempo. Sei que é algo relacionado a não me sentir em casa em lugar nenhum que não seja minha casa literalmente, o que ainda tem suas exceções. Às vezes me sinto muito sem controle e sem voz nos lugares, e quando acontece em todos os lugares, eu desabo um pouco. É muito desesperador não ter lugar, ter um corpo que não ocupa, só transita. Ninguém foi feito pra isso.
Vou ter que voltar nesse assunto outro dia.
Dill, xx.
P.S.: Tenho ouvido Without love da Alice Glass repetidamente. Ontem ouvi o dia inteiro. Acho meio óbvio o por quê.
sexta-feira, 7 de setembro de 2018
Drugs
Está muito tarde e eu com certeza já devia estar dormindo. Mas queria falar umas coisas.
Amanhã devo acordar cedo pra sair com minhas irmãs, e já estou com sono, literalmente. Vou ter que tomar muito café.
Desde que cheguei em casa estou me sentindo meio confusa, atordoada. Acho que em parte é por causa da ansiedade que eu estava justamente de vir pra casa logo, e agora que estou aqui fico ainda nesse ritmo da ansiedade, da antecipação, como se algo ainda estivesse pra acontecer.
E isso é parte do problema que está me incomodando um pouco também: por causa da minha ansiedade/pânico quase constantes e a necessidade de estudar ou simplesmente estar acordada pras coisas tem me feito usar muitas coisas pra me colocar nos estados que eu preciso. Ou seja, estou me dopando sempre, todo dia, e isso me incomoda um pouco. Claro que prefiro poder controlar meus estados, mas não posso deixar de sentir que estou fazendo mal pro meu corpo tomando clonazepam e grandes quantidades de café ao mesmo tempo.
Eu tinha começado um post que acho que não publiquei, aonde eu falava que estou tendo dificuldades com os acontecimentos do meu dia-a-dia. Existir sob os olhos, sob a imaginação, o pensamento dos outros tem sido muito pesado pra mim, não sei dizer por quê.
Dia 01/09 eu escrevi: "Apesar disso, ainda tenho dificuldade em encarar coisas do dia-a-dia. Nesse semestre, talvez pela exaustão emocional de tudo que aconteceu no último, eu estou simplesmente tentando esquecer tudo. Cada dia que vivo tento esquecer na mesma noite e acordar sem saber de nada. Finjo, não penso, deixo a maioria das coisas o mais longe possível. Se existisse um jeito de apagar a memória diariamente, eu faria. Acumular as sensações de fracasso e falha de todo dia é uma das coisas que mais me destrói. E estou sentindo dificuldade exatamente nisso hoje.
Estou repassando quase sem parar em alguns momentos, coisas que aconteceram na semana, principalmente no final. Eu repasso palavras, expressões, vejo tudo de novo e de novo e de novo, o suficiente pra tirar um significado ruim de quase qualquer coisa."
É assim que eu tenho estado sem os remédios, cafés e etc. Agora, enquanto escrevo, o remédio e o sono me fazem ficar afastada das sensações, como eu quero. Mas ao mesmo tempo, isso me prejudica porque acabo não conseguindo pensar, planejar ou raciocinar tão bem. Vou deixando tudo passar, tudo ir embora, mas uma hora vou encontrar tudo e tenho medo de ser demais de novo.
Eu não sei o que estou sentindo direito por causa de tudo que eu tomo, mas tenho estado muito ansiosa e triste. Hoje eu fiquei muito triste aqui em casa e chorei muito, sem motivo evidente. Estou sempre sofrendo por coisas invisíveis e sem nome, coisas que não sei o quê, como ou quando. Até o meu sofrimento é meio perdido.
Mas nada é tão ruim, e enquanto não estou chorando ou me desesperando, estou tendo momentos bons, e agora que é início de mês estou podendo realizar alguns sonhos de algum tempo. Ontem de madrugada finalmente comprei um tripé pra usar com a minha câmera. Tenho me sentido muito sem criatividade pra fotografia, e principalmente não tenho gostado do que fotografo. Estou tentando entender, e acho que passei de uma fase de registrar o que eu via pra uma fase de criar o que eu vejo, e estou querendo mais criar fotos do que simplesmente clicar. Mas não acho que sou muito boa em criar. De qualquer forma, tenho sentido falta de um tripé há muito tempo, e pude (mais ou menos) comprar agora. Quando chegar vou poder fazer minhas fotos *o*.
Hoje também realizei um sonho de algum tempo: comprei uma roseira pra mim. Eu estava meio doida por um planta já há um tempo, e vi uma roseira de um rosa claro que achei perfeita. Trouxe ela hoje. Procurei já algo sobre cuidados com roseiras e espero conseguir criar essa. Vai ser linda, aonde quer que eu coloque ela.
Eu ia tentar ler alguma coisa da faculdade agora, mas estou muito cansada mesmo. Acho que vou desistir.
Neste exato momento não me sito triste ou ansiosa. Não sinto nada na verdade. Tenho estado bastante assim, me distanciando propositalmente, cada vez mais. Não sei onde posso ir com isso.
Sigo enfrentando o impossível todo dia, rejeitando afeição e me sentindo presa, atrasada. Mas tudo isso tem como ser visto de um jeito diferente. Às vezes eu consigo ver isso e é muito bom. Mas quando some, nunca me lembro. É como se à noite eu esquecesse da existência do dia. E tudo é noite até que o dia volte.
Estou tentando me lembrar. Preciso lembrar.
Dill, xx.
sexta-feira, 17 de agosto de 2018
A place to stay is not a home
Ok, aquela calma passou no terceiro dia mais ou menos. Ontem fui pra aula e teve tudo que eu mais tenho medo. Consegui fazer, mas fiquei muito assustada e desgastada. Hoje fui na última aula da semana, e antes de entrar na sala estava me sentindo muito fraca, quase em pânico, minhas pernas ameaçando fraquejar. Já vi que as aulas de quinta e sexta vão ser difíceis pra mim. Mas a maioria das coisas é.
Fico triste de ver que a faculdade está começando a se igualar em desgraça e dificuldade ao meu ensino médio, que até agora tinha sido a pior fase da minha vida. São coisas diferentes de qualquer forma, e eu sei que tenho um pouco mais de liberdade hoje do que naquela época, mas infelizmente continuo me sentindo presa e pior, forçada a fazer coisas no meu dia-a-dia que pra mim, são muito violentas. Nesses últimos dias, me bateu de novo um medo de não aguentar, de ter que parar, mas a verdade é que eu nunca paro. Eu continuo, e parece que quanto pior a coisa fica, mais eu expando meus limites. Não considero isso inteiramente bom, porque a verdade é que isso só cria mais tempo e espaço pra eu me machucar, e quando a coisa toda termina sobra muito pouco de mim mesma pra aproveitar o que eu adquiri. Sinto que é isso que está acontecendo agora, e mais uma vez, sinto que não tenho escolha. Eu sei que isso tudo é uma escolha a princípio, mas depois que começa mil coisas inesperadas aparecem, e essas sim, eu não consideram escolhas. Mas fazem parte do pacote como circunstâncias.
Também me preocupa que mesmo depois do fim disso, eu não consigo visualizar um caminho confortável. Às vezes acho que estou fazendo tudo errado, e deveria sair por completo disso tudo.
Dizem que passa rápido, mas pra mim, já está ficando caro demais.
Mas pensando essas coisas, sei que se eu colocar desse jeito na minha cabeça o resto da minha faculdade vai ser uma tortura diária e vou voltar a chorar todo dia e todo o resto. Aí tento me concentrar em uma ou outra coisa, mas nunca é completo. Acho que sigo fazendo o que posso.
Vou tentar recuperar meu emocional nesse fim de semana pra recomeçar semana que vem. Estou tentando pensar nas coisas sem um contínuo, como se fossem dias separados. Tento esquecer todo dia ao final dele, e acordar como se não tivesse vivido nada. Com menos ressentimento, menos dor.
Whateva.
Dill, xx.
terça-feira, 14 de agosto de 2018
Mindsetting
As coisas mudaram muito desde o último post. Muito mesmo. Eu não sei exatamente o por quê mas nos últimos dias das férias, depois de uma pequena crise tradicional eu fiquei bem mais calma, e estou assim ainda. Não sei mesmo o que aconteceu, a única coisa que tenho feito é continuar me aproximando da Wicca, o que em geral tem me acalmado muito.
Passei os últimos dias das férias do jeito que deu. Quando percebi já era domingo e tinha que pegar o ônibus na segunda de manhã. Fora o cansaço de acordar às 4:30 e andar muito com peso nas costas, nada de anormal aconteceu. Acho que estou mais segura de modo geral. Estou tentando pensar menos nas coisas, só ir fazendo. Atribuir menos valor às coisas, sabe... bom ou ruim, é o que é, e estou tentando lidar mais diretamente com as coisas como elas são.
Desde que cheguei ainda não fui na faculdade porque no primeiro dia cancelaram as aulas e hoje eu teria uma aula só, e iria sozinha. Estou tentando evitar aquelas aulas de "cada um fala seu nome e o período pra eu gravar". Mas amanhã devo ir já. Mudei de quarto aqui na república, e com certeza foi pra melhor. O quarto de agora é bem melhor, e eu só espero, torço e peço que eu consiga ficar aqui. Não acho que gostaria de sair, mas se acontecer, eu faço, que seja. É o que é.
Estou só descansando e levando o dia-a-dia aqui. Tenho uma cama de novo, e isso melhorou 200% meu bem-estar aqui. É incrível como ter um lugar só meu é importante pra eu me sentir ok aqui. Não abro mais mão disso.
Não sei o que vou fazer no resto do dia, acho que vou só descansar até amanhã.
Hoje eu acordei e fiquei só ouvindo Best Coast, principalmente When the sun don't shine. Estou pensando em criar uma playlist de Contemplation no spotify, hahah. Cause mornings are for...
Dill, xx.
sábado, 28 de julho de 2018
Growing, rocking
Está tarde, e eu até estou com sono mas fiquei planejando esse post o dia inteiro, então vai agora mesmo.
Bom, dando um update nas coisas, continuo minhas férias ficando em casa quase o tempo todo, e no início dessa semana, e na semana anterior também, fiquei bastante nervosa e perturbada. Fiquei com muita dificuldade pra dormir, e ainda estou um pouco assim. Fico muito mais nervosa de noite. Quando começa a anoitecer, nos dias piores, já começo a ficar com falta de ar. Estou roendo muito as unhas e já quase acabei com todas, estou tentando deixar crescer de novo. Mas isso foi mais até o início dessa semana, e aí comecei a fazer uma coisa.
Primeiro já me ajudou o fato de eu continuar tentando fazer as coisas mesmo nesses dias horríveis, e eu continuava tentando inventar coisas pra fazer. Mas fiquei melhor mesmo nos últimos dias, quando comecei a pesquisar sobre wicca e outras coisas relacionadas. Eu não gosto muito de religiões, mas a Wicca é uma das que mais me atraem, no caso dessa por causa do apelo a natureza que tem. Uma das coisas que mexem muito comigo é natureza, e tudo relacionado a isso me parece muito verdadeiro. Aí estive lendo algumas coisas sobre a Wicca e ainda estou tentando entender muita coisa, é um estudo mesmo... mas já gostei de muita coisa, e já comecei a me sentir melhor com muita coisa.
Essa semana, nos dias piores, fiquei acendendo algumas velas no meu quarto, principalmente de noite, e fiquei impressionada com o quanto isso me ajudou. Acho que tem a ver com o fato de eu ser bastante materialista e o fato da Wicca lidar com coisas mais palpáveis. Acho rituais e práticas mais materiais muito poderosos.
E pra completar, acho que não por acaso, nessa sexta-feira aconteceu um eclipse lunar super especial que eu não soube até o dia anterior. Li algumas coisas sobre isso, e, outra coincidência, foi um eclipse em Aquário (melhor signo, só pra informar). É estranho, mas isso tudo realmente significou bastante pra mim, justamente nessa semana que comecei a me aproximar disso tudo de uma maneira mais séria pela primeira vez. Enfim, tenho me sentido bem melhor desde que comecei isso e acho que vou ficar assim.
Agora mudando muito de assunto, vou falar de uma coisa que aconteceu já faz algum tempo mas eu não comentei aqui direito. No dia 21/07 chegou minha primeira compra de uma jaqueta de couro legítimo. Mais uma vez o Correios me torturou na espera, mas chegou num sábado, quando eu nem tinha mais esperança de receber nessa semana. Eu tinha ficado com medo da jaqueta ser muito pequena porque é p/pp, mas ficou ótima em mim, na verdade a melhor jaqueta de couro pra que já tive em termos de caimento (tenho mania de comprar tudo muito largo). Consegui um preço incrível na jaqueta, menos de 200 reais, e ela tem todos os detalhes que amo nesse tipo de jaqueta. Quando chegou, e fui tirar da caixa, ela chegava a ser dura e pesada, por causa do couro. Estou muito feliz com isso porque comprei ela também por causa do inverno, e o couro vai me ajudar muito, hahah. Além disso, estou muito esperançosa de que essa dure muito muito, ou pra sempre né, esperança nisso não me falta.
Eu sou muito apaixonada nesse estilo biker/perfecto de jaqueta. Sou meio obcecada na verdade, e nesses últimos tempos eu fiquei mais ainda, procurando referências de jaquetas de couro em qualquer lugar.
Nisso, baixei e assisti o filme Cry-baby, que sempre me chamou atenção justamente pelas jaquetas.
Nessas férias uma das coisas mais legais que fiz foi assistir filmes das décadas de 80/90, e esse foi mais um pra lista. Amei a estética, demais, e fiquei especialmente apaixonada pela Traci Lords, que faz a Wanda no filme.
Um bb. Amei demais essa personagem, que além de ser linda, tem uma expressão constante de estar prestes a agredir alguém, ahahha. Um amorzinho.
Ela usa a jaqueta quase o tempo todo.
Bom, acho que já está bom por hoje. Estou apaixonada pela minha jaqueta, e visto ela sempre que estou sem fazer nada aqui em casa. Num desses momentos que tirei a primeira foto lá de cima.
Até,
Dill, xx
quinta-feira, 26 de julho de 2018
How I feel, exactly.
What is it giving up?
What is is letting go?
Desistir não é algo que se faz. É um não movimento. Deixar morrer, deixar ir. Não dá pra registrar a desistência. É simplesmente não tentar mais.
Estou em casa agoniada mais uma vez. Tudo que não seja ficar no meu quarto está sendo sofrido pra mim. Tudo me ofende, tudo me machuca. Estou muito cansada, muito cansada, muito cansada, muito cansada. E faz tanto tempo que estou cansada de dizer isso.
Acho que estou procurando a negação das coisas, o não fazer, o não ser, o não estar. É o que eu quero agora, e por bastante tempo. Não estar, não ser nada.
Só andar nesse mundo já me cansa.
Eu só queria passar as últimas semanas de férias em casa. Sem fazer nada, nada, nada, nada.
Quero ser nada, sentir nada, fazer nada. Eu quero sumir completamente.
Mas isso me deixa triste e é impossível.
Porque todo dia eu penso que seria melhor não acordar pro dia seguinte, mas sempre acordo. E dois minutos depois, a mesma angústia, o mesmo incômodo. Não é vontade de morrer, é que uma bola enorme na minha boca me faz querer sumir o tempo todo.
Ainda assim, todo dia, por alguns minutos aleatórios, eu acredito em algumas coisas. Eu faço um ou dois planos, acho que isso ou aquilo pode funcionar. Dois minutos depois estou com raiva de novo, e nada existe de novo. Nada funciona, nada vai funcionar.
Estou tentando espremer meu pessimismo aqui, meu estado de ser há meses, meses. Ainda assim, minha força nisso tudo me impressiona. Choro pouco, me desespero pouco. Mas parece que tenho sempre um monstro atrás de mim, que eu sinto todo o tempo, todo o tempo. E às vezes lembro dele quando sorrio, quando faço alguma coisa. No meio de um sorriso, sinto dor e lembro dele. E alguma coisa me diz que nada mudou.
Eu sinto esse sabor amargo o tempo todo, o tempo todo. Essa mão na garganta. Esqueço essas coisas às vezes, mas lembro delas cada vez que faço algo que devia me alegrar e a alegria não chega. Eu fico esperando e nada vem.
Não sinto mais tristeza exatamente. Só dor. Tudo dói, qualquer coisa. Mas eu não choro mais como antes. Olho a dor, sinto ela, mastigo ela, tentando sentir alguma coisa nova, mas nada vem, Sempre a mesma coisa. Uma dor sem significado, sozinha. Dor pura, dor sem sabor, sem consistência.
Isso me lembra de uma coisa que escrevi anos atrás, sobre uma menina pra quem o dia não amanhecia e ela estava vivendo o mesmo dia há mil anos. Talvez eu esteja lá de novo. No não amanhecer.
De novo a negação. Estou sempre no não, não, não. Negativas, negações, recusas, recusas mil vezes. Nada passa.
Muitas vezes sinto que sou um corpo vedado nesse mundo. Estou aqui há muito tempo, mas nunca participei. Estive vedada todo o tempo. Nada que eu fiz ou ouvi me atingiu. É como se eu fosse uma ilustração, um desenho, um projeto. Nunca vou ganhar vida de verdade. Um rascunho eterno.
Meus sentimentos têm estado num estado de "quase" o tempo todo. Eu quase fico triste, quase choro, quase me bato, quase pego uma faca, quase quebro as coisas, quase rasgo as folhas, quase quebro algo na cabeça. Mas não. O não vem de novo, e me para. E eu continuo não sendo.
Falar das coisas sempre do lado contrário é estranho. Só vejo as coisas pelo avesso, estou sempre no avesso. Atrás da vida, a morte. Estou sempre morrendo, no processo de morrer. Nunca morta, nunca viva, sempre morrendo.
Me sinto de cabeça pra baixo, no mundo invertido. Tudo me dá as costas e eu só vejo as nucas, as costas, os cabelos. Só vejo coisas que se afastam, indo, nunca vindo, sempre se afastando. Tudo vai embora, e eu fico no avesso, sentindo o amargo, o incômodo.
É isso que eu tenho sentido, desde o início do ano. Só sinto isso. Tem como melhorar? Posso morar do outro lado?
Ao contrário, ao contrário, ao contrário.
P.s.: Sinto que minha agressividade é um desespero de dar forma a essas coisas. Porque tudo isso vem pra mim sem forma, sem contorno. Nada começa nem termina. Tudo fica espalhado, constante, em tudo. Não sei onde começa nem termina. De onde veio, com quem veio. Vem sozinho, sem sabor, sem forma, mas angustiante, amargo, dolorido, incômodo. Quebrar algo em mim dá forma a isso por alguns minutos. Está no nada, mas me batendo, está na minha cabeça, na minha perna. Mas do jeito que estou se começar a me bater, não vou parar.
Dill, xx.
What is is letting go?
Desistir não é algo que se faz. É um não movimento. Deixar morrer, deixar ir. Não dá pra registrar a desistência. É simplesmente não tentar mais.
Estou em casa agoniada mais uma vez. Tudo que não seja ficar no meu quarto está sendo sofrido pra mim. Tudo me ofende, tudo me machuca. Estou muito cansada, muito cansada, muito cansada, muito cansada. E faz tanto tempo que estou cansada de dizer isso.
Acho que estou procurando a negação das coisas, o não fazer, o não ser, o não estar. É o que eu quero agora, e por bastante tempo. Não estar, não ser nada.
Só andar nesse mundo já me cansa.
Eu só queria passar as últimas semanas de férias em casa. Sem fazer nada, nada, nada, nada.
Quero ser nada, sentir nada, fazer nada. Eu quero sumir completamente.
Mas isso me deixa triste e é impossível.
Porque todo dia eu penso que seria melhor não acordar pro dia seguinte, mas sempre acordo. E dois minutos depois, a mesma angústia, o mesmo incômodo. Não é vontade de morrer, é que uma bola enorme na minha boca me faz querer sumir o tempo todo.
Ainda assim, todo dia, por alguns minutos aleatórios, eu acredito em algumas coisas. Eu faço um ou dois planos, acho que isso ou aquilo pode funcionar. Dois minutos depois estou com raiva de novo, e nada existe de novo. Nada funciona, nada vai funcionar.
Estou tentando espremer meu pessimismo aqui, meu estado de ser há meses, meses. Ainda assim, minha força nisso tudo me impressiona. Choro pouco, me desespero pouco. Mas parece que tenho sempre um monstro atrás de mim, que eu sinto todo o tempo, todo o tempo. E às vezes lembro dele quando sorrio, quando faço alguma coisa. No meio de um sorriso, sinto dor e lembro dele. E alguma coisa me diz que nada mudou.
Eu sinto esse sabor amargo o tempo todo, o tempo todo. Essa mão na garganta. Esqueço essas coisas às vezes, mas lembro delas cada vez que faço algo que devia me alegrar e a alegria não chega. Eu fico esperando e nada vem.
Não sinto mais tristeza exatamente. Só dor. Tudo dói, qualquer coisa. Mas eu não choro mais como antes. Olho a dor, sinto ela, mastigo ela, tentando sentir alguma coisa nova, mas nada vem, Sempre a mesma coisa. Uma dor sem significado, sozinha. Dor pura, dor sem sabor, sem consistência.
Isso me lembra de uma coisa que escrevi anos atrás, sobre uma menina pra quem o dia não amanhecia e ela estava vivendo o mesmo dia há mil anos. Talvez eu esteja lá de novo. No não amanhecer.
De novo a negação. Estou sempre no não, não, não. Negativas, negações, recusas, recusas mil vezes. Nada passa.
Muitas vezes sinto que sou um corpo vedado nesse mundo. Estou aqui há muito tempo, mas nunca participei. Estive vedada todo o tempo. Nada que eu fiz ou ouvi me atingiu. É como se eu fosse uma ilustração, um desenho, um projeto. Nunca vou ganhar vida de verdade. Um rascunho eterno.
Meus sentimentos têm estado num estado de "quase" o tempo todo. Eu quase fico triste, quase choro, quase me bato, quase pego uma faca, quase quebro as coisas, quase rasgo as folhas, quase quebro algo na cabeça. Mas não. O não vem de novo, e me para. E eu continuo não sendo.
Falar das coisas sempre do lado contrário é estranho. Só vejo as coisas pelo avesso, estou sempre no avesso. Atrás da vida, a morte. Estou sempre morrendo, no processo de morrer. Nunca morta, nunca viva, sempre morrendo.
Me sinto de cabeça pra baixo, no mundo invertido. Tudo me dá as costas e eu só vejo as nucas, as costas, os cabelos. Só vejo coisas que se afastam, indo, nunca vindo, sempre se afastando. Tudo vai embora, e eu fico no avesso, sentindo o amargo, o incômodo.
É isso que eu tenho sentido, desde o início do ano. Só sinto isso. Tem como melhorar? Posso morar do outro lado?
Ao contrário, ao contrário, ao contrário.
P.s.: Sinto que minha agressividade é um desespero de dar forma a essas coisas. Porque tudo isso vem pra mim sem forma, sem contorno. Nada começa nem termina. Tudo fica espalhado, constante, em tudo. Não sei onde começa nem termina. De onde veio, com quem veio. Vem sozinho, sem sabor, sem forma, mas angustiante, amargo, dolorido, incômodo. Quebrar algo em mim dá forma a isso por alguns minutos. Está no nada, mas me batendo, está na minha cabeça, na minha perna. Mas do jeito que estou se começar a me bater, não vou parar.
Dill, xx.
terça-feira, 24 de julho de 2018
-------
Vindo aqui só porque já tá feio de reclamar no twitter. Meus amigos vão começar a ficar preocupados.
Estou chateada com umas coisas que não estou suportando mais, que nem aguento mais olhar ou falar sobre, e por isso não vou falar aqui. Mas que fique registrado que estou desgastada.
Fico tentando não me deixar tão pra baixo, então fico em ciclos bem curtos de desespero e esperança. Uma hora estou chorando achando tudo horrível agora e no futuro e na outra estou planejando coisas pra amanhã ou depois, pensando em ser produtiva e ressignificar as coisas. E não sei nem se isso é ruim ou está errado de alguma forma. Acho que é assim mesmo, pelo menos na minha vida. Se eu me deixar, eu sei em que estado fico, e nele é impossível de se viver. Então só posso reforçar, renovar a cada minuto minha vontade de mudar as coisas.
Nesse momento estou odiando pensar ou falar de qualquer coisa futura porque estou sentindo tudo com uma tendência bem ruim. Com tendência quero dizer algo racional mesmo; olhando as coisas agora, e sabendo de algumas coisas que vão vir, não me parece nada bom. Não sei o que vou fazer, mas vou ter que fazer alguma coisa.
Acho que eu nem devia publicar esse post, mas vou deixar pra registrar o estresse.
Will this life ever taste something else than sour?
Wish me luck, wish me dead.
Dill, xx.
Estou chateada com umas coisas que não estou suportando mais, que nem aguento mais olhar ou falar sobre, e por isso não vou falar aqui. Mas que fique registrado que estou desgastada.
Fico tentando não me deixar tão pra baixo, então fico em ciclos bem curtos de desespero e esperança. Uma hora estou chorando achando tudo horrível agora e no futuro e na outra estou planejando coisas pra amanhã ou depois, pensando em ser produtiva e ressignificar as coisas. E não sei nem se isso é ruim ou está errado de alguma forma. Acho que é assim mesmo, pelo menos na minha vida. Se eu me deixar, eu sei em que estado fico, e nele é impossível de se viver. Então só posso reforçar, renovar a cada minuto minha vontade de mudar as coisas.
Nesse momento estou odiando pensar ou falar de qualquer coisa futura porque estou sentindo tudo com uma tendência bem ruim. Com tendência quero dizer algo racional mesmo; olhando as coisas agora, e sabendo de algumas coisas que vão vir, não me parece nada bom. Não sei o que vou fazer, mas vou ter que fazer alguma coisa.
Acho que eu nem devia publicar esse post, mas vou deixar pra registrar o estresse.
Will this life ever taste something else than sour?
Wish me luck, wish me dead.
Dill, xx.
sexta-feira, 20 de julho de 2018
Gotta work
Ok, grande montanha russa emocional hoje.
Estou com muitas coisas penduradas, pra resolver, e isso tem me consumido. Já não gosto de resolver coisas normalmente, porque geralmente envolve ter que falar com outras pessoas, muitas dúvidas, expectativas, etc. Mas ultimamente, na verdade nesse ano inteiro, que tem sido o mais difícil pra mim dos últimos 3 anos, está mais difícil que o normal. Fico triste quando tenho que ligar pra tentar ver as coisas, e minha mãe querendo que eu ligue pro meu pai pra pedir isso e aquilo, coisas que não se resolvem, sintomas ruins sem diagnóstico... meus últimos dias têm sido cheios disso.
Por isso tudo, estava muito triste nessa semana, e hoje tive que ir no médico. Eu não sei se estou muito sensível, mas odiei a forma que a médica e a recepcionista me trataram e quando estou triste essas coisas me deixam pior. Voltei bem triste de lá, bem triste mesmo. Mas fiquei um tempo assim, e comecei a pensar. Tenho tentado me parar quando começo a cair nesses buracos depressivos, porque sei que eu vou e demoro pra voltar. Estou tentando evitar essa ida. Aí fiquei pensando naquelas coisas que a gente sempre ouve mas, pelo menos eu, não acredito: que é nas fases ruins que a gente tem a oportunidade de crescer, de fazer alguma coisa com mais valor. Com certeza conseguir me manter produtiva e não violenta nessa fase tem muito mais valor pra mim do que fazer isso quando tudo está dando certo. E isso é algo que eu gosto e quero fazer. Sei que não vai ser nem está sendo nada fácil. O último período na faculdade foi horrendo de difícil pra mim, e estou me sentindo na mesma pro próximo. Estou cansada, e um tipo de cansaço espiritual, sei lá haha. Mas é aquilo, não tem o que fazer. Tenho que passar por isso tudo, e de preferência construindo coisas, crescendo nisso tudo.
É o que estou tentando fazer agora, tentando tentar mais, me esforçando pra além do confortável. Até porque o confortável ficou lá atrás, faz tempo.
Falando dessas férias, tenho sido bem menos produtiva do que queria. Não estou fazendo quase nada, vendo poucos filmes, saindo quase nunca... enfim, tá ruim, mas gosto de pensar que ainda tenho tempo.
Acho que meu principal problema, e o que eu tenho que mudar é que eu sou muito vitimista, qualquer coisa que acontece eu fico pensando que comigo é sempre assim, que eu estou pagando por ser uma pessoa ruim, etc. Isso é preguiça, acho. Trabalhar nisso é mais difícil.
Acho que já vou. Até algum otimismo no próximo post.
Dill, xx.
Estou com muitas coisas penduradas, pra resolver, e isso tem me consumido. Já não gosto de resolver coisas normalmente, porque geralmente envolve ter que falar com outras pessoas, muitas dúvidas, expectativas, etc. Mas ultimamente, na verdade nesse ano inteiro, que tem sido o mais difícil pra mim dos últimos 3 anos, está mais difícil que o normal. Fico triste quando tenho que ligar pra tentar ver as coisas, e minha mãe querendo que eu ligue pro meu pai pra pedir isso e aquilo, coisas que não se resolvem, sintomas ruins sem diagnóstico... meus últimos dias têm sido cheios disso.
Por isso tudo, estava muito triste nessa semana, e hoje tive que ir no médico. Eu não sei se estou muito sensível, mas odiei a forma que a médica e a recepcionista me trataram e quando estou triste essas coisas me deixam pior. Voltei bem triste de lá, bem triste mesmo. Mas fiquei um tempo assim, e comecei a pensar. Tenho tentado me parar quando começo a cair nesses buracos depressivos, porque sei que eu vou e demoro pra voltar. Estou tentando evitar essa ida. Aí fiquei pensando naquelas coisas que a gente sempre ouve mas, pelo menos eu, não acredito: que é nas fases ruins que a gente tem a oportunidade de crescer, de fazer alguma coisa com mais valor. Com certeza conseguir me manter produtiva e não violenta nessa fase tem muito mais valor pra mim do que fazer isso quando tudo está dando certo. E isso é algo que eu gosto e quero fazer. Sei que não vai ser nem está sendo nada fácil. O último período na faculdade foi horrendo de difícil pra mim, e estou me sentindo na mesma pro próximo. Estou cansada, e um tipo de cansaço espiritual, sei lá haha. Mas é aquilo, não tem o que fazer. Tenho que passar por isso tudo, e de preferência construindo coisas, crescendo nisso tudo.
É o que estou tentando fazer agora, tentando tentar mais, me esforçando pra além do confortável. Até porque o confortável ficou lá atrás, faz tempo.
Falando dessas férias, tenho sido bem menos produtiva do que queria. Não estou fazendo quase nada, vendo poucos filmes, saindo quase nunca... enfim, tá ruim, mas gosto de pensar que ainda tenho tempo.
Acho que meu principal problema, e o que eu tenho que mudar é que eu sou muito vitimista, qualquer coisa que acontece eu fico pensando que comigo é sempre assim, que eu estou pagando por ser uma pessoa ruim, etc. Isso é preguiça, acho. Trabalhar nisso é mais difícil.
Acho que já vou. Até algum otimismo no próximo post.
Dill, xx.
quinta-feira, 12 de julho de 2018
Hi.
Estou voltando aqui com o semestre acabado. Finalmente.
Vim pra casa ainda com dois trabalhos pra fazer, e apesar dos dois terem sido meio sofridos, eu gostei muito dos dois. Às vezes tenho momentos de orgulho na faculdade, quando escrevo alguma coisa que gosto, ou algo assim. Enfim, consegui terminar esse semestre, e nem acredito que estou dizendo isso. E mais: pelo que estou vendo, não reprovei em nenhuma das matérias que levei até o fim (desisti de uma, clássico). Teve um ponto no meio do semestre que eu achei que ia reprovar em até 3 matérias. Uma está ótimo. Mais 8 pro currículo verdinho.
Bom, estou no meio das férias e meio que numa batalha entre aproveitar meu tempo pra não fazer absolutamente nada ou fazer as coisas que eu tenho que fazer. Tenho coisas pra resolver que só podem ser resolvidas nas férias, e agora que estou nelas, só quero deitar e mexer na internet. Fiquei essa semana inteira adiando ir no médico, mas acho que finalmente vou amanhã. E o pior é que está fazendo um frio meio desanimador pra quem já não quer sair. Mas, enfim, vou ter que ir.
Essa semana só consegui sair pra passear um dia, e fiquei meio estressada nele. Acho que um pouco por expectativa, mas também por estar meio doente e ter passado o dia andando com dor de cabeça e nariz entupido. Também acho que me acostumei a sair sozinha, porque tenho ficado sem paciência quando saio com outras pessoas. Também fiquei bem triste porque estou querendo muito um casaco novo, mas estou, como sempre, endividada. É o mesmo problema de antes: minhas jaquetas sintéticas estragaram todas, e agora eu estou sem nenhuma. Na verdade, estou sem nenhum casaco preto. Eu, sem casaco preto. Estou sobrevivendo apenas, hahah. Enfim, continuo secando jaquetas de couro no pinterest e sonhando com uma vida independente.
Estou um pouco preocupada com a minha saúde porque tenho estado muito cansada, todos os dias. Provavelmente estou com anemia ou algo do tipo. E está sendo um pouco ruim também porque continuo ansiosa como sempre, então tenho dificuldade pra dormir e acordo cedo por causa da ansiedade, e passo o dia super cansada. Espero conseguir dar mais atenção pra minha saúde.
Já estou cansada, então boa noite.
Dill, xx.
Vim pra casa ainda com dois trabalhos pra fazer, e apesar dos dois terem sido meio sofridos, eu gostei muito dos dois. Às vezes tenho momentos de orgulho na faculdade, quando escrevo alguma coisa que gosto, ou algo assim. Enfim, consegui terminar esse semestre, e nem acredito que estou dizendo isso. E mais: pelo que estou vendo, não reprovei em nenhuma das matérias que levei até o fim (desisti de uma, clássico). Teve um ponto no meio do semestre que eu achei que ia reprovar em até 3 matérias. Uma está ótimo. Mais 8 pro currículo verdinho.
Bom, estou no meio das férias e meio que numa batalha entre aproveitar meu tempo pra não fazer absolutamente nada ou fazer as coisas que eu tenho que fazer. Tenho coisas pra resolver que só podem ser resolvidas nas férias, e agora que estou nelas, só quero deitar e mexer na internet. Fiquei essa semana inteira adiando ir no médico, mas acho que finalmente vou amanhã. E o pior é que está fazendo um frio meio desanimador pra quem já não quer sair. Mas, enfim, vou ter que ir.
Essa semana só consegui sair pra passear um dia, e fiquei meio estressada nele. Acho que um pouco por expectativa, mas também por estar meio doente e ter passado o dia andando com dor de cabeça e nariz entupido. Também acho que me acostumei a sair sozinha, porque tenho ficado sem paciência quando saio com outras pessoas. Também fiquei bem triste porque estou querendo muito um casaco novo, mas estou, como sempre, endividada. É o mesmo problema de antes: minhas jaquetas sintéticas estragaram todas, e agora eu estou sem nenhuma. Na verdade, estou sem nenhum casaco preto. Eu, sem casaco preto. Estou sobrevivendo apenas, hahah. Enfim, continuo secando jaquetas de couro no pinterest e sonhando com uma vida independente.
Estou um pouco preocupada com a minha saúde porque tenho estado muito cansada, todos os dias. Provavelmente estou com anemia ou algo do tipo. E está sendo um pouco ruim também porque continuo ansiosa como sempre, então tenho dificuldade pra dormir e acordo cedo por causa da ansiedade, e passo o dia super cansada. Espero conseguir dar mais atenção pra minha saúde.
Já estou cansada, então boa noite.
Dill, xx.
quarta-feira, 4 de julho de 2018
Adieu, salut.
/Ok, eu não devia estar aqui. Tenho só mais dois trabalhos pra finalizar o semestre, e um deles é pra amanhã, mas eu não tô com cabeça pra ele agora.
Estou na república, de onde vou sair hoje ainda e ir pra casa pra voltar só daqui a um mês. É pouco tempo, eu sei, mas estou me sentindo meio melancólica dessa vez. Cada período começa e termina do seu jeito, nunca é a mesma coisa, e dessa vez, depois do período mais difícil dessa jornada da graduação, estou me sentindo melancólica. Acho que foi porque alguns planos com as minhas amigas deram errado agora nesse final de semestre, e eu queria ter passado mais tempo com elas. Ainda é um pouco daquilo de eu não entender direito nossa amizade, sinto que o meu grupo se uniu um pouco pela frieza e isso interfere no jeito que a gente é umas com as outras, hah. Estou tentando relativizar isso pra não dar um tom mais triste pro fim do período. Espero que a gente evolua nisso, e fiquemos mais unidas, mas sei que a chance do contrário acontecer também é grande.
Em meio à crise de estresse pelas matérias, fazendo provas uma atrás da outra, escrevendo relatórios atrasados, desistindo de matérias, eu também voltei a ter alguns problemas em relação à república. Eu e minha amiga percebemos que o quarto em que pretendíamos ficar não vai caber duas camas, então ficamos loucas pensando o que fazer, de novo. Eu sei que não aguento mais dormir no chão. Parece besteira, mas percebi como não ter um lugar fixo pra dormir me fez ficar com uma sensação de não-lugar. Me senti muito deslocada, e como já estava passando por outras coisas muito difíceis, passei um bom tempo nessa crise de "não estou em lugar nenhum". Por isso eu não abro mão de ter uma cama minha, aqui ou onde quer que seja. Com esse problema, mais o fato de não ter máquina de lavar, começamos a considerar outra mudança. É aquilo, me pareceu horrível continuar aqui, que não é 100% mas tem muitas vantagens, mas com coisas que pesam tanto no dia-a-dia. Mas a minha rapidez em querer sair e procurar outro lugar me fez perceber que estou com uma atitude esquiva quanto ao meu lugar aqui. Eu costumava associar coragem a movimentos de saída, de libertação, de tentativa de algo novo, enfim, sempre em direção a um desconhecido. Mas com isso tudo estou percebendo o quanto é difícil olhar pra trás e dizer "é aqui que eu quero ficar". Se fixar em um lugar envolve muito investimento emocional, porque você dá a cara a tapa e também se dispõe a suportar os problemas que vão vir, porque eles vão vir. E isso envolve muita coragem. Com esse pensamento, estou vendo que talvez seja a hora de aprender a melhorar os lugares aonde estou ao invés de procurar lugares melhores. E o legal é que acho que isso tem também um valor completamente diferente. É uma construção.
Hoje especialmente estou me sentindo ok com as coisas, apesar de ter acabado de sair de uma prova em que eu estava bem triste. Ainda está tudo muito incerto e eu não faço ideia se vou passar em algumas provas. Mas vou tentar aproveitar as minhas férias e lidar com o que eu tiver que lidar.
Até breve, eu acho, já que devo ter mais tempo a partir de agora.
À bientôt,
Dill, xx.
Assinar:
Postagens (Atom)